Capítulo Quatro Edward sempre usava branco. Cores lhe desagradavam. Ele também preferia que eu vestisse trajes longos e vaporosos em estilo grego. As paredes do palácio eram caiadas uma vez por mês, e todos os móveis eram desprovidos de quaisquer toques de cor. Enquanto essa peculiaridade de Edward me divertia, eu cumpria seus desejos. Ele era tão bom para mim. Eu tinha tudo que queria e não me era permitido realizar nenhuma tarefa, por menor que fosse. Ele só estabeleceu uma regra para mim: Edward me fez prometer que eu nunca deixaria o imaculado terreno do palácio, explicando que era para minha própria proteção. Eu mantive a minha promessa por quase seis meses. Então, comecei a ouvir rumores sobre as condições do lado de fora dos meus muros. Eu acreditava que os inimigos de Edward espalhavam tais rumores brutais apenas para causar intranquilidade. Minha criada e eu nos disfarçamos com roupas de camponesas e partimos a pé para a aldeia mais próxima. Eu via o passeio como uma espécie de aventura. Deus é testemunha que entrei no purgatório. Anotação no diário 15 de agosto de 1795 Os advogados que cuidavam da propriedade do Conde de Acton visitaram a Condessa Patricia Cummings na terça-feira de manhã, às dez horas. Os senhores Henderson e Borton foram pontuais. A condessa mal conseguia conter seu entusiasmo. Ela acompanhou os dois cavalheiros de cabelos grisalhos ao seu escritório, fechou a porta atrás de si e tomou seu lugar atrás da mesa desgastada. – Perdoem-me pela mobília tão decadente – disse a condessa. Ela fez uma pausa para dar aos dois homens um sorriso frágil antes de prosseguir. – Fui forçada a fazer uso das minhas últimas reservas para vestir a minha sobrinha, Christina, para a temporada social à nossa frente, e não me sobrou mais nada. Até tive que recusar muitos pedidos de visitas a minha sobrinha, por estar muito