Esplendor da Honra

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– Louddon não queria usar uma arma contra o barão. Assim que ele morresse devido ao frio extremo, os homens levariam o corpo dele até uma área remota e o deixariam lá até que alguém o encontrasse ou que animais selvagens o devorassem. Despiram-no e amarraram-no a um poste no pátio. Madelyne fez uma pausa para respirar. – Louddon partiu para Londres. Deixou alguns homens para vigiar Duncan, mas eles não suportaram o frio e, por fim, entraram. Assim que se retiraram, eu desamarrei Duncan. – E os soldados dele atacaram a fortaleza nesse momento? – Conseguiram entrar escalando os muros. Tinham o dever de proteger o suserano deles – Madelyne disse. – Entendo. Madelyne não sabia o que aquilo queria dizer. Relanceou para Louddon, viu-o sorrir com escárnio, depois olhou para Duncan. Seu marido assentiu em encorajamento. – Disse que eles entraram? – o rei perguntou após um longo minuto. – Uma batalha teve início – Madelyne disse. – E então você foi aprisionada? – Na verdade, Duncan me libertou dos maus tratos de meu irmão. Ele gostava de me ferir, e com Deus por testemunha, eu me cansara do abuso dele. Um murmúrio de surpresa se passou pela multidão. – O Barão de Wexton me levou consigo. Eu tinha medo de Louddon e, confesso, pela primeira vez na vida, senti-me segura de verdade. Duncan é um homem honrado. Tratou-me bem. Nunca temi que me machucasse. Nunca. O rei encarou Louddon por um longo minuto e depois se voltou para Madelyne. – Quem queimou a casa dele até as ruínas? Ou será que foi mesmo incendiada? A voz dele se elevou. – Duncan destruiu minha fortaleza – Louddon exclamou. – Silêncio – o rei rugiu. – Sua irmã está contando a versão dela e somente a ela desejo ouvir. Responda à pergunta – ela acrescentou para Madelyne. – Louddon destruiu seu próprio lar quando desonrou a trégua – Madelyne anunciou. O rei suspirou. Parecia muito cansado agora. – Posso deduzir, então, que sua virtude não lhe foi tirada? Faltou pouco para Madelyne exclamar sua resposta. – Ele não tocou em mim. Outro murmúrio baixo escapou da multidão. Todos pareciam hipnotizados pela estranha narrativa se desenrolando. Até aquele instante, Madelyne não dissera nenhuma mentira. – Duncan não tocou em mim, mas prometi falar a verdade, portanto confesso que tentei tirar vantagem da boa natureza dele. É verdade que no fim acabei por seduzi-lo. Um arquejo substituiu o murmúrio. Madelyne acreditou ter ouvido Duncan gemer. O rei parecia prestes a gritar. Duncan, de repente, apareceu ao lado de Madelyne, a mão cobrindo sua boca. Ela deduziu que ele quisesse que ela parasse. Quando ela o cutucou com o cotovelo, ele tirou a mão da boca e a apoiou no ombro. – Percebe que está se difamando, minha cara senhora? – o rei exclamou. – Amo Duncan – Madelyne respondeu. – E não fui capaz de seduzi-lo até nos casarmos. O rei voltou a carranca para Louddon de novo.


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