O beijo encantado - Eloisa James

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O Beijo Encantando – Eloisa James

— É melhor dar-me essas inutilidades — sugeriu-o. — Se os criados as encontram, não serão capazes de guardar segredo. Ela tinha-as escondido ao seu lado, mas entregou-lhas relutantemente. Gabriel virou as massas informes de cera. — Não precisa delas — disse. — Mas, ainda assim, são fascinantes. — Pode ficar com elas — disse Kate. Viu Wick, na margem, tendo nas mãos algo que parecia ser um cobertor. — Agora — ordenou —, vá buscar aquele cobertor. Não posso levantar-me com este vestido encharcado. — Não sem os seus amigos do peito — lembrou-o. Ela lançou-lhe um olhar feroz, que funcionou tão bem como funcionara com o cabeleireiro francês; Gabriel levantou-se, ainda a rir, e foi buscar o cobertor. Depois voltou e envolveu-a nele. — A sua cabeleira desapareceu — disse ele, olhando para ela. — Parece mesmo um pinto. Ele era assombrosamente belo, mas ela devia retaliar para bem da sua alma. O homem elevava a confiança ao nível de um pecado mortal. — O senhor parece... — começou ela. Mas havia algo nos olhos dele de que ela gostava algo lascivo, talvez, mas... — Obrigada — disse ela. — Podia ter-me afogado sem si e estou muito grata por me ter rebocado cá para fora. Um olhar estranho atravessou o rosto de Gabriel. — Devia dar-me uma bofetada por causa daquele beijo, por me aproveitar do seu frio. Ela caminhou em volta dele, dirigindo-se à popa do barco e à mão estendida de Wick. Mesmo antes de desembarcar, parou e olhou por cima do ombro. — Talvez eu me tenha aproveitado de si — disse ela, suficientemente baixo para que ninguém na margem pudesse ouvi-la. Ele piscou os olhos e depois disse: — Tomara eu.

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