Livro Colecao PNAIC Volume 7

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NOS PASSOS DO PNAIC EM MATO GROSSO: a chegada da educação infantil/Pré-Escola e do PNME

Percebemos que tomar a competência como parâmetro para as interações só é possível pela experiência do encontro, de nos transformar em vista de um bem maior para o outro. Estamos conscientes que somos nós, professores, “o sujeito da experiência, aquele que está disposto a se alterar pelo outro, a se transformar numa direção desconhecida” e isso exige: conhecer as crianças ou ter conhecimentos de diversas áreas sobre elas e seus processos, renunciar a “toda vontade de saber, de poder e de controle, se aproximar da presença enigmática da infância e se deixar transformar pela verdade que cada nascimento traz consigo” (LARROSA, 1999, p. 196). Enfim, a discussão deste caderno perdurou por três encontros para trabalharmos bem intensamente cada texto, por acharmos que era muito importante a leitura na íntegra de cada um dos materiais para elaborarmos nossa proposta de trabalho a partir das sugestões destes textos. O trabalho com o Caderno 6 já foi mais tranquilo, porém não menos reflexiva e dinâmica. Trabalhamos um texto por encontro por percebermos a necessidade do grupo. No texto 1 percebemos o quanto nos preocupamos tanto com a prática e deixamos de lado os estudos e aprofundamentos nas teorias e leis que regem nosso próprio trabalho. Não tínhamos conhecimento do Parecer CNE/CEB n. 20/09 e a Resolução CNE/CEB n.05/09. As coordenadoras comprometeram-se a estudar tais leis nas escolas com seu grupo de professores. Refletimos sobre o currículo que temos o qual foi caracterizado como uma lista de conteúdos disciplinares e que precisamos mudar isso urgentemente. Vários exemplos foram citados sobre o conceito de currículo oculto, estudado por Michael Apple (1982), evidenciando que: O currículo não é constituído apenas por aquilo que os professores conscientemente dizem e escrevem em seus planos que vão ensinar, mas é também composto pelo modo como os mesmos professores se relacionam com seus alunos, pela maneira como disponibilizam os materiais, ordenam o espaço, atribuem valores, elegem os conhecimentos, elaboram estratégias, decidem normas, pelos silêncios, etc. (BARBOSA e OLIVEIRA in BRASIL, 2016, p. 21).

As discussões desse texto despertaram para o cuidado que se precisa ter com as práticas pedagógicas desenvolvidas na sala de aula, pois, às vezes, agimos até inconscientemente, principalmente em relação à discriminação de raça, sexo e classe social e ideologias que não condizem com a verdade e a qualidade da nossa prática docente, que estão presentes nos nossos modos de 145


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