Revista GPS Brasilia 12

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Apesar do grande passo com relação ao consumo e a aparência do homem, o Brasil ainda engatinha nesse quesito. A identificação com esses movimentos da moda pode apresentar uma “ameaça” à virilidade do homem. Basta observar nos eventos da elite, eles continuam uniformizados, o máximo que se vê de diferente é um relógio mais caro ou uma caneta, itens que não estão ligados à roupa. “Aos poucos, o homem vai tendo esse vocabulário ampliado. A figura do Dândi, o homem que se preocupava com a aparência, para um homem heterossexual brasileiro é ainda algo muito inacessível dentro de uma realidade em que as próprias mulheres vão julgar. Mas essa lógica começou a mudar nos últimos tempos, o homem já precisa ter uma aparência jovem e bem cuidada para o mercado de trabalho, em algumas situações, por exemplo, se ele tiver uma marca grifada, ele terá uma respeitabilidade maior”, finaliza Vieira.

BOND, O PRECURSOR Se hoje o homem consegue carregar no vestuário, não se pode negar que um ícone do universo cinematográfico deu o start para tal, mesmo que no inconsciente coletivo de seus fãs. James Bond, apesar da imagem de um agente secreto britânico, foi um dos primeiros a levantar o lema da vaidade tanto na beleza quanto no vestuário. Relógios, gravatas borboletas, suspensórios, óculos e ternos cortados impecavelmente compõem o figurino do personagem idealizado pelo escritor Ian Fleming.

“Bond é a própria materialização do luxo”, disse Tom Ford, estilista que assina o figurino do agente secreto que será vivido por Daniel Craig no novo filme da série, 007 contra Spectre. Seu vestuário passa pelo afeto ao relógio Ômega, pelas jaquetas esportivas, os blazers e camisões. Muito além do figurino, o objeto de desejo pelo carro Aston Martin e a sua predileção pelo Dry Martini colocam James Bond num patamar de homem real que, como todos os outros, cultivam um caso de amor com seus “brinquedinhos” eletrônicos e com a bebida. Ousar no vestuário para Bond jamais resultaria num questionamento sobre a sua sexualidade. A ideia é de que, se Bond pode, todo o homem pode e, dessa forma, o público masculino começa a enxergar a moda de outra maneira. Ao longo dos anos, James Bond vai trocando uma peça ou outra em seu guarda-roupa, seguindo tendências e modismos da sua geração. Sean Connery, o primeiro agente secreto do cinema, não tinha a imagem de ícone fashion, até chegar o ator George Lazenvye, em 1979, com jaquetas esportivas, blusas de gola rolê e até o terno branco. O ator Roger Moore no papel de Bond não dispensava gravatas de estampas gráficas. O atual 007, Daniel Craig, já aderiu ao smoking azul marinho com a pegada slim, sob a influência da moda italiana, e lenços amarrados no pescoço por baixo de uma parka bonina. A verdade é que nunca o homem em toda a sua história pode ser tão homem usando roupas fashions. E James Bond é a prova disso.

Relógio Seamaster, Ômega

Blusa, N.Peal

Jaqueta Bomber, Tom Ford

Daniel Craig

Sapatos da Coleção especial Spectre, Crockett & Jones Óculos, Tom Ford

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