Revista GPS Brasília 16

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um ícone da cirurgia plástica em Brasília, o cirurgião faz um relato sobre o caminho que escolheu trilhar. “A realização profissional é um sonho para quase todos. É muito bom deitar no travesseiro à noite e saber que sua vida está sendo construída com alegria e com honestidade”. Comparada à cirurgia plástica mais realizada no País – colocação de prótese de silicone –, a mastectomia nos pacientes transgêneros é mais complicada. Além da retirada da mama, há redução do tamanho do mamilo e seu reposicionamento para uma posição mais lateral e inferior do peitoral. “Existem pouquíssimos médicos que se arriscam a fazer esse procedimento no Brasil. Não existe especialização na área e, em geral, aprendemos com a prática”, pontua. A primeira experiência de Erick Carpaneda nesse tipo de cirurgia foi por acaso, há quatro anos. “Um dia, um menino chegou ao meu consultório chorando, dizendo

que não tinha razão para viver se não conseguisse tirar a mama. Ele tinha uns 20 anos”, lembra. “Me sensibilizei. Nunca tinha feito o procedimento nem visto ninguém fazer, mas sabia que tinha plena capacidade de resolver aquele problema e deixá-lo feliz”, conta. A cirurgia correu bem, mas foram necessários pequenos ajustes. “Quando tirei o curativo, ele chorou de alegria. Em seguida perguntou se poderia reduzir um pouco o mamilo, para ficar mais parecido com o de um homem. Fizemos e o resultado ficou perfeito”, orgulha-se. Hoje, com cerca de 500 pacientes operados, Carpaneda afirma que a experiência o auxiliou a aprimorar a técnica das cirurgias, chegando o mais perto possível da imagem de um peitoral masculino. Segundo ele, os casos mais difíceis envolvem pacientes que estão acima do peso, pois há muita quantidade de gordura e pele na mama. Mesmo

Erick realiza sonhos com a cirurgia masculinizadora

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