Revista PARAR Fleet Review - 9ª edição

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POR PEDRO CONTE

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VEM MAIS PEDÁGIO POR AÍ? Cobrança automática e pedagiamento urbano ficarão cada vez mais comuns com o passar dos anos

I

magine um sistema que utiliza câmeras de vídeo para identificar a placa dos carros, contabiliza o pedágio sem uma barreira ou cancela, e envia a cobrança diretamente para o endereço do dono do veículo. Essa estrutura possibilitaria a cobrança de pedágios sem que os veículos precisassem parar e também sem o uso de um dispositivo que automatizasse a cancela (como no caso dos pedágios pré-pagos ou pós-pagos, por exemplo). Pois esse sistema já está em funcionamento em diversos lugares do mundo, como a ponte que divide os estados de New Jersey e Pennsylvania, nos Estados Unidos, por exemplo. O interessante é que esse sistema permite melhoras em duas frentes: na redução do número de acidentes nos pedágios, decorrentes da falta de atenção na hora de reduzir a velocidade, e na cobrança mais adequada pelo uso das rodovias. Segundo levantamento feito recentemente pela ARTESP Agência de Transporte do Estado de São Paulo, a cancela não levantou corretamente em 2,4% das passagens por pedágio, em 2015. O número é baixo, mas é representativo no cenário de trânsito brasileiro e acaba por contribuir no número total de acidentes. Importante destacar que, ainda que a cancela não funciona adequadamente, a responsabilidade de evitar o aci-

Edição 9 | Novembro de 2016

dente não é do pedágio, mas sim do motorista que vem atrás seguindo as regras de trânsito e a sinalização. No contexto da adequação da cobrança, o modelo sem cancelas individualiza ainda mais a cobrança pelo uso das vias. E isso pode influenciar a vida dos motoristas nas estradas e, principalmente, a utilização dos pedágios urbanos – uma novidade que deve desembarcar no Brasil nos próximos anos. “Além de administrar a escassa oferta viária, o pedágio urbano também se justifica como forma de um motorista compensar o transtorno, na forma de atraso, causado por ele sobre os demais motoristas”, explicou Marcos Paulo Schlickmann no portal Caos Planejado. Ainda assim, o especialista adverte que essa solução tem sido adotada em países cuja malha de transporte público oferece uma alternativa de qualidade. “Sou favorável ao pedágio urbano, mas acho que é ainda cedo para adotá-lo nas cidades brasileiras”, conclui. Os custos decorrentes do deslocamento de veículos são intrínsecos à atividade de gestão de frotas. E os pedágios têm crescido de importância à medida em que novos trechos são cedidos à iniciativa privada. No futuro, mesmo quem lida com frotas essencialmente urbanas terá que lidar com essa questão.

Fotografia: Reprodução | Internet


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