Nossos Novos Dias - O processo de Formação de Agentes Sociais durante a pandemia

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NOSSOS NOVOS DIAS

Formação de Agentes Sociais na Vila Albertina em 2020



NOSSOS NOVOS DIAS

Formação de Agentes Sociais na Vila Albertina em 2020



4 PREFÁCIO

7 PROJETO FORMAÇÃO DE AGENTES SOCIAIS NA VILA ALBERTINA-SP

10 A IMPORTÂNCIA DE NOS MANTERNOS CONECTADAS EM TEMPOS DE PANDEMIA

13 O PROCESSO: O CONTATO, AS FORMAÇÕES E AS PRODUÇÕES DAS AGENTES SOCIAIS

34 É PELA VIDA DE TODAS AS MULHERES!

51 LEMBRANÇAS QUE ALIMENTAM O CORAÇÃO

58 NÓS POR NÓS


PREFÁCIO Estamos vivenciando uma situação atípica em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus. A recomendação “fique em casa” alterou radicalmente e de diversas maneiras a vida em sociedade. O isolamento social tornou-se a forma mais eficaz de combate ao vírus e levou as relações pessoais a um novo status: você está online ou offline. O cotidiano mudou. Novos termos passaram a frequentar o vocabulário das pessoas: lockdown, quarentena, distanciamento social, impedimento de circulação etc. Abraços, beijos, expressões de carinho ou reprovação passaram a ser representados por emojis, aulas, reuniões, apresentações artísticas substituídas por vídeo ou lives. No mundo do trabalho e na economia, grandes mudanças vêm promovendo o desemprego, perda de renda, alterações nas relações de trabalho, exigência de novos conhecimentos etc. Tudo isso de imediato, num curto espaço de tempo. É certo que as mudanças para um mundo digital já agitavam o mundo, mas a aceleração por conta da pandemia causou desconforto e dificuldades de adaptação, persistentes nas camadas mais desfavorecidas da população. Foi neste ambiente contaminado pelo medo de contágio e exigências em termos de distanciamento social que a Fundação Gol de Letra decidiu pela continuidade do projeto de formação das agentes sociais. Formação virtual. Nada fácil, considerando a necessidade de conciliar o repasse de informações importantes como os cuidados em relação ao coronavírus, ações do governo como o auxílio emergencial, ofertas de empregos, situação familiar das agentes e temas vinculados ao projeto de formação. O resultado desse esforço conjunto, envolvendo educadoras e agentes sociais, encontra-se neste livro e revela, por um lado, a sensibilidade e perspicácia das educadoras na escolha dos textos e tarefas e na forma de cobrança das atividades propostas. Acompanhei virtualmente boa parte do processo de formação e fiquei bastante impressionada com a maneira como as temáticas/tarefas eram passadas 6

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para as agentes. Sempre de forma acolhedora, respondendo dúvidas, incentivando o cumprimento das tarefas, elogiando os resultados e emprestando ao processo um ritmo que foi absorvido sem constrangimentos pelas agentes. Por outro lado, há que se destacar a presteza das agentes no cumprimento das tarefas e no enfrentamento dos desafios propostos tais como: relatos do entendimento dos textos via áudio, montagem de cartazes para representar os textos sugeridos, formação de duplas ou grupos para a execução das tarefas, apresentações individuais nos saraus desnudando talentos escondidos. Tudo online. Todas as tarefas realizadas com entusiasmo, sem mimimi. Alguns atrasos aqui e ali sempre vinculados aos atropelos domésticos e a momentos de tristeza decorrentes de perdas inestimáveis. O processo de formação das agentes abriu espaço para a troca de sentimentos e palavras de conforto e encorajamento longe dos emojis, acolheu os parabéns das aniversariantes e não deixou a peteca cair, “exigindo” e estimulando o cumprimento das tarefas. Assim dizendo parece que foi fácil, mas não, exigiu muita discussão para a montagem de uma estratégia online e discernimento na dosagem das tarefas por parte das educadoras, e muita disposição e compromisso da parte das agentes sociais. A decisão de deixar registrada essa experiência foi muito acertada. Permitirá que as pessoas vejam e percebam que é possível não sucumbir diante de situações adversas como a que estamos enfrentando neste momento. Que é possível resistir e encarar os problemas de forma criativa buscando dentro de cada um de nós as forças para resolvê-los. Encerrando esses dizeres, recorro à Cecília Meireles para deixar aqui uma mensagem de esperança e de fé na humanidade: “A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la.” Boa leitura. Regina Maria Bueno de Azevedo NOSSOS NOVOS DIAS Formação de Agentes Sociais na Vila Albertina em 2020

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PROJETO FORMAÇÃO DE AGENTES SOCIAIS NA VILA ALBERTINA-SP


A Vila Albertina é um bairro periférico de São Paulo, localizado no distrito de Tremembé, na zona norte da cidade. Segundo cálculos da Fundação Seade, ele apresenta alto índice de vulnerabilidade e risco social. São características da Vila Albertina a grande concentração de famílias jovens ou chefiadas por mulheres, com baixos níveis de renda e de escolaridade, e a presença significativa de crianças pequenas – fatores que acentuam a vulnerabilidade da população moradora do bairro e dificultam ainda mais o rompimento da condição de pobreza. O projeto conta com uma programação de até 20 horas de formação por semana e é destinado a mulheres acima de 18 anos, moradoras da comunidade. As agentes sociais recebem uma bolsa auxílio para que possam investir parte do seu tempo na sua formação. Os conteúdos trabalhados durante dois anos são: Equidade de Gênero; Gênero e Diversidade; Gênero e Raça; Direitos Humanos e Garantia de Direitos e as Políticas Públicas para as Mulheres; Direitos das Mulheres – Lei Maria da Penha e Lei do Feminicídio; Direitos Sexuais e Reprodutivos e Saúde Sexual e Reprodutiva; Enfrentamento e Combate à Violência contra as Mulheres; A Mulher e o Mercado de Trabalho; Inclusão digital e Projeto de Vida. É bastante marcado o viés multiplicador do projeto. Espera-se que as mulheres da comunidade participantes do projeto possam se tornar multiplicadoras de conhecimentos e práticas nas temáticas relacionadas ao exercício da cidadania e à garantia de direitos. Além do aspecto multiplicador, do estímulo à autonomia e da possibilidade de oferecer informação que auxilie no acesso aos serviços públicos, as agentes sociais também atuam como um canal de comunicação com as famílias e a Gol de Letra. O Projeto traz para a centralidade do trabalho um tema bastante atual - a equidade de gênero. Considerando que a nossa sociedade desenvolveu, como modelo, o patriarcado, e por consequência, a valorização das experiências masculinas em detrimento das femininas, esse modelo corroborou para que a vida das mulheres, ao longo dos anos, fosse afetada de diversas formas e em diferentes áreas, como educação, trabalho, renda, lazer e cidadania. NOSSOS NOVOS DIAS Formação de Agentes Sociais na Vila Albertina em 2020

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Esse modelo patriarcal tem como característica a autoridade imposta pelo homem sobre a mulher e filhos no âmbito familiar, e essa forma autoritária também é reproduzida em outras esferas da sociedade, como nos processos de produção, distribuição e consumo, na política, na legislação e na cultura. É nesse contexto histórico e cultural que surgem a violência e a dominação sobre a mulher, perpetuando esse modelo que coloca a mulher num lugar secundário e na invisibilidade. Trabalhar com essa temática em programas sociais significa, portanto, contribuir para que as mulheres tenham informação e busquem o acesso a seus direitos, o que favorece a transformação da realidade de todos. O empoderamento de meninas e mulheres tende a valorizar a autonomia abrindo caminho para possíveis tomadas de decisão sobre seu trabalho, seu corpo, sua sexualidade e sua vida. A Fundação Gol Letra acredita que para romper com os padrões de uma sociedade patriarcal e contribuir com a prevenção da violência de gênero é fundamental o trabalho com mulheres, visando o combate às desigualdades. Só uma mudança de padrão social com vistas à equidade de gênero pode mudar o cenário não só da violência contra as mulheres, como também as desigualdades enfrentadas por elas no esporte, na saúde, na educação e no mercado de trabalho. Por acreditar que a igualdade de gênero não é apenas um direito humano básico e ter ciência que sua concretização tem enormes implicações socioeconômicas, o Projeto tem a intenção de dialogar sobre Equidade de Gênero, utilizando como estratégia vivências e dinâmicas que favoreçam o aprendizado e a reflexão sobre Projeto de Vida, Cidadania, Liderança e Participação Social. Você vai acompanhar nas próximas páginas como parte desse processo aconteceu durante a pandemia da Covid-19 e como o distanciamento físico foi vivenciado no período de formação. Cristiane Narciso

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A IMPORTÂNCIA DE NOS MANTERMOS CONECTADAS EM TEMPOS DE PANDEMIA


Quando foi decretada a quarentena em março de 2020, em função da pandemia da Covid-19, tivemos um grande desafio: como dar continuidade ao processo de formação das Agentes Sociais? Conforme já descrito no capítulo anterior, as Agentes Sociais são mulheres da comunidade da Vila Albertina, que é um território com alto índice de vulnerabilidade e risco social. A pandemia, portanto, trouxe os riscos da doença, somados às desigualdades sociais já vivenciadas por esse grupo de mulheres. Foi um momento muito delicado, manter o vínculo em tempos de distanciamento físico. Um grande desafio, pois o grupo estava acostumado com troca de afeto, de olhar, toque, presença, compartilhamento e aprendizado coletivo. Esse novo cenário impactou a nós da equipe e acreditamos ter impactado a elas também. A pandemia e o distanciamento físico geraram novas demandas a serem incorporadas no processo de formação como o repasse de informações sobre os cuidados em relação ao coronavírus, Auxílio Emergencial, Auxílio Merenda e outros encaminhamentos que surgiram nesse período. O importante era não perder o foco: manter o vínculo com as mulheres e continuar a proporcionar os momentos de formação. Tivemos que rever o planejamento e pensar em uma nova estratégia para que os encontros fossem mantidos, mesmo à distância. Considerando que a maioria delas tem dificuldades de acesso à internet ou equipamento adequado para realizar encontros online, optamos por compartilhar as atividades duas vezes por semana no grupo de WhatsApp, com orientações e prazos para entregarem as tarefas e chamadas de vídeo para realizar conversas. O projeto em questão propõe o fortalecimento das mulheres, diminuindo as iniquidades existentes. Entretanto, nesse momento de pandemia, essas iniquidades foram escancaradas. As mulheres tiveram que conciliar as tarefas domésticas, cuidados com os filhos em tempo integral sem escola, cuidados 12

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com familiares mais velhos, manter a sanidade e continuar com o processo de formação. A preocupação maior era de que os “encontros virtuais” não fossem mais uma demanda, um peso, mas sim que fossem momentos de acolhimento e aprendizado. A nossa primeira atividade virtual consistiu no envio de um vídeo do poeta Sergio Vaz, recitando o poema “Novos Tempos”, e a proposta de trabalho era de que elas elaborassem um poema com o mesmo título. A cada poema compartilhado no nosso grupo de WhatsApp era uma emoção, pois estávamos em um momento crítico. Existia a necessidade de compartilhar as fragilidades e também de buscar a fortaleza existente em cada uma e em todas. Daí por diante demos seguimento ao processo de formação, conciliando momentos com essas mulheres, cada uma em sua casa, organizando atividades com informações relevantes para suas formações, mas que também permitissem a elas continuar com as suas outras tarefas como, por exemplo, a interação com os filhos. Planejamos atividades que dessem conta do repasse de informações relevantes, mas também que promovessem a integração e o fortalecimento do grupo, falando de autocuidado e de empatia, cada uma cuidando de si, mas também entendendo como a outra estava vivendo esse momento, visto que tivemos situações em que a covid-19 afetou diretamente suas vidas, como perdas de familiares, de trabalho, de renda e, em alguns momentos, perda de esperança. Por isso, mantê-las conectadas foi fundamental, dando informações sobre seus direitos, incentivando a leitura, criatividade, cultura e a reflexão sobre os temas abordados, com acolhimento e dando continuidade ao processo de formação das agentes sociais, discutindo autonomia e empoderamento, para que sejam agentes transformadoras de mudança das suas próprias realidades, multiplicando os seus conhecimentos para suas famílias e comunidade. Deyse Gonçalves e Mallena Sales

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O PROCESSO: O CONTATO, AS FORMAÇÕES E AS PRODUÇÕES DAS AGENTES SOCIAIS


Para sistematizar esse processo, decidimos agrupar as atividades por temáticas semelhantes, não necessariamente pela ordem cronológica dos acontecimentos:

1 CUIDADO DO VERBO CUIDAR: atividades que abordaram o autocuidado, a importância de cuidar de si mesma, tanto o corpo físico quanto as emoções e sentimentos.

2 É PELA VIDA DE TODAS AS MULHERES: são temáticas que impactam diretamente a vida das mulheres, questões de desigualdade de gênero, machismo, violência contra meninas e mulheres e racismo.

3 LEMBRANÇAS QUE ALIMENTAM O CORAÇÃO: um resgate de histórias e emoções, trazidas a partir das receitas de família, compartilhadas pelas mulheres no grupo. Ressaltamos que nem todas as atividades realizadas estão compiladas neste livro. Algumas atividades foram produzidas através de outros recursos como, por exemplo, áudios ou vídeos no WhatsApp, com apresentações de poesias e músicas. Ao tentar transcrever essas atividades, perderíamos toda a emoção capturada em cada palavra proferida e cada gesto. Essas experiências por enquanto ficarão apenas entre nós! No começo da quarentena, essa realidade de isolamento foi muito assustadora. Sentimos necessidade de promover um espaço de acolhimento e de empatia e algumas atividades foram pensadas com esse propósito, como por exemplo a atividade de produção de texto que fizeram a partir da leitura do poema de Sérgio Vaz, “Novos Dias”.

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NOVOS DIAS - SÉRGIO VAZ “Este ano vai ser pior... Pior para quem estiver no nosso caminho.” Então que venham os dias. Um sorriso no rosto e os punhos cerrados que a luta não para. Um brilho nos olhos que é para rastrear os inimigos (mesmo com medo, enfrente-os!). É necessário o coração em chamas para manter os sonhos aquecidos. Acenda fogueiras. Não aceite nada de graça, nada. Até o beijo só é bom quando conquistado. Escreva poemas, mas se te insultarem, recite palavrões. Cuidado, o acaso é traiçoeiro e o tempo é cruel, tome as rédeas do teu próprio destino. Outra coisa, pior que a arrogância é a falsa humildade.

Os Erros são teus, assuma-os. Os Acertos Também, divida-os. Ser forte não é apanhar todo dia, nem bater de vez em quando, é perdoar e pedir perdão, sempre. Tenho más notícias: quando o bicho pegar, você vai estar sozinho. Não cultive multidões. Qual a tua verdade? Qual a tua mentira? Teu travesseiro vai te dizer. Prepare-se! Se quiser realmente saber se está bonito ou bonita, pergunte aos teus inimigos, nesta hora eles serão honestos. Quando estiver fazendo planos, não esqueça de avisar aos teus pés, são eles que caminham. Se vai pular sete ondinhas, recomendo que mergulhe de cabeça. Muito amor, muito amor, mas raiva é fundamental.

As pessoas boazinhas também são perigosas, sugam energia e não dão nada em troca.

Quando não tiver palavras belas, improvise. Diga a verdade.

Fique esperto, amar o próximo não é abandonar a si mesmo.

As Manhãs de sol são lindas, mas é preciso trabalhar também nos dias de chuva.

Para alcançar utopias é preciso enfrentar a realidade. Quer saber quem são os outros? Pergunte quem é você.

Abra os braços. Segure na mão de quem está na frente e puxe a mão de quem estiver atrás.

Se não ama a tua causa, não alimente o ódio.

Não confunda briga com luta. Briga tem hora para acabar, a luta é para uma vida inteira.

Por favor, gentileza gera gentileza. Obrigado!

O Ano novo tem cara de gente boa, mas não acredite nele. Acredite em você. Feliz todo dia!


Textos criados a partir do poema “Novos Dias” de Sérgio Vaz

Novos Dias, por Luciana! Todo dia é um novo dia. Um novo dia para sermos pessoas melhores, Um novo dia para amar, Um novo dia para renascer. Esse novo dia pode não ser um dos melhores, Mas pode ser um novo dia para agradecer por estar vivo. Hoje posso me lembrar do dia de ontem e lamentar pelas coisas que não deram certo, Posso me alegrar por ter a oportunidade de recomeçar. Amanhã será um novo dia com sonhos e esperanças. Que nele possamos recomeçar com paz, fé, companheirismo, respeito, confiança, admiração, perdão e principalmente o amor. Veja todos os dias com a pureza que te envolve e permita ser feliz! Permita-se recomeçar e tentar outra vez.

Novos Dias, por Luana! Dias melhores virão, Como as ondas do mar Vem e vão Faça o melhor de si Dedique o melhor de si Pense mais em si Pensa no hoje Deixe o amanhã vir Não se culpe Pelo o que não deu certo hoje Amanhã é outro dia E dias melhores virão

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Para esse grupo de mulheres que estava presencialmente num processo de formação, dialogando sobre as vivências das mulheres periféricas, manter-se conectadas e se ajudando foi importante para não deixar a peteca cair diante de um cenário muito desconhecido para todas.

CUIDADO DO VERBO CUIDAR Cuidar de si e cuidar da outra. A garantia da (r)existência de mulheres pretas. A vivência aliada ao conhecimento científico gerou impactos muito positivos. Com esse foco aconteceram as atividades sobre cuidados físicos e emocionais, e mesmo à distância as trocas foram valiosas, com dicas de autocuidado, receitas simples e fáceis de fazer em casa, as pesquisas sobre Métodos Contraceptivos que colaboraram para a garantia de direitos e a temática do Outubro Rosa, trabalhando a prevenção e o autoconhecimento. Todas as atividades foram pensadas para que as Agentes se conhecessem e se reconhecessem umas nas outras, fortalecendo a empatia, a coletividade e promovendo o cuidar.

ESCREVENDO UMA CARTA Objetivo: Refletir sobre a importância de informações sobre o autocuidado e seus benefícios para nossa saúde física, psicológica e pessoal. Estratégia: Após assistir a dois vídeos com dicas relacionadas ao tema autocuidado, escrever uma carta para sua parceira de dupla com dicas sobre autocuidado.

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De: Jeniffer Para: Luana “A pandemia de COVID-19 trouxe uma realidade inédita para a população. Isso fez com que muitas pessoas fossem submetidas a situações até então nunca experimentadas, como o luto, o isolamento e o desemprego. Nós não estávamos preparadas para tudo o que está acontecendo, e isso acaba mexendo muito com a gente, nos deixa com o psicológico muito abalado. E para não cair na rotina ou até entrar em uma depressão, vai aí algumas dicas para você: Procure ler livros, escreva seus pensamentos e sentimentos, se estiver precisando desabafar procure alguém de confiança ou profissional da saúde, faça coisas que você gosta e, se você precisar de ajuda, estarei aqui para te ajudar porque a União faz a força.” #Juntassomosmaisforte

De: Jana Para: Taty Estou te escrevendo pra dizer que te acho uma mulher muito forte, responsável, comprometida... Mas hoje quero te deixar um conselho; talvez não dê pra ser forte o tempo todo(e tudo bem), as vezes é necessário encontrar um tempo em meio à loucura que vivemos pra pensar em nós, olharmos no espelho, não no automático, mas olhar tempo suficiente pra entender o quão bela você é, e entender que você pode ser tudo o que quiser ser! Você é uma mulher admirável

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De: Taty Para: Jana Olá, amiga Jana…. Gostaria de conversar um pouco com você sobre autocuidado, lendo e pesquisando sobre este assunto eu soube que autocuidado não é ter uma vida social, é ter um momento “pra você”, não deixando de ter uma social, mas sim ter um carinho a mais consigo mesma, então fiquei pensando…você é “linda” inteligente, uma mulher maravilhosa, é como “eu” te vejo, mas nós não podemos focar no que os outros acham e na opinião alheia, e sim em como nós nos vemos como pessoa, se estamos bem com nosso corpo, cabelo, nossa mente, nossa saúde. Enfim, darmos uma atenção especial para nós mesmas e nos atentar ao nosso corpo e nossa mente. Por isso, existem dicas boas pra gente: escape um pouco da realidade, faça planos pra você…leia um livro, monte uma playlist de músicas que você gosta, que te ajude a relaxar um pouco. Sorria, respire fundo, feche os olhos e curta o momento…construindo assim um autocuidado seu...

De: Sthefany Para: Leh Oie Leh tudo bem? O autocuidado refere-se ao enfrentamento do desconhecido, permite sair da vulnerabilidade do desconhecido que assusta e tomar as rédeas com as próprias mãos. Esse também é um fator de prevenção para a saúde mental, pois com autocuidado diminuímos os riscos, a ansiedade e o estresse, podendo fazer outras atividades. Pensar em coisas que podemos controlar é fundamental para o ser humano. É o que se denomina de autocompaixão, ajudar a si mesmo. E nessa crise ajudar a si mesmo é também ajudar o outro. Ter autocuidado é pensar em si mesmo e nos outros, é um fator humanitário. Isso aumenta nosso nível de esperança e positividade. Autocuidado não se refere só a fazer massagem ou usar um creminho novo, apesar de essas serem coisas muito gostosas. Diz também respeito a dormir bem, cuidar do sono, cuidar da alimentação, encontrar a atividade física que tenha mais a ver com você, pensar sobre o propósito das coisas para ter mais motivação etc.

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De: Luana Para: Jennifer Autocuidado é uma das formas mais sutis e práticas de se amar. Cuidar da saúde mental e física, cuidar do ambiente em que se vive, escolher e preparar com carinho seus alimentos…todos esses são pequenos gestos que ajudam a trabalhar seu amor-próprio. Busque formas de cultivar esse cuidado por si! Escolha se mimar! Ninguém pode te dar mais do que você mesmo. Mostra pra você que você pode brilhar todos os dias.

De: Letícia Para: Sthefany Oi Sthefany sua linda? Como você está? Espero que esteja super bem! Está se alimentando bem? Cuidando da sua saúde física e mental? Não pode esquecer em, ainda mais nesse tempo em que estamos e nessa nova etapa da sua vida que se chama faculdade. Tire um tempinho do dia pra você, tome um banho, lave o cabelo, coloque a roupa que você se sinta confortável, faça um café ou um chá de sua preferência, claro, assista a um filme, ou leia aquele livro que você está super a fim de ler, porém não teve tempo, ou não sentiu vontade... Bora fazer a unha, o cabelo, uma make babadeira, caso não saiba olha uns tutoriais no YouTube, eu vejo sempre rss, mesmo que não for pra sair, e que tal colocar aquele música top que você mais gosta e dançar do seu jeito, se joga!!! Faça uma meditação, é muito bom pra nossa mente, depois um alongamento pra acordar partes do corpo que a gente nem sabia que tinha rsrs! Esquece por algumas horinhas as coisas, os outros, e abrace com força pra que seja o seu momento e suas horinhas. Sei que não é fácil tirarmos um tempo pra gente, porém precisamos, precisamos relaxar, precisamos respirar, precisamos nos amar, conhecer cada dia um pouco mais sobre a gente! Faça isso e depois me conta como você está se sentindo, um beijo enorme pra você e um abraço virtual bem aconchegante, estou com saudades hein!!!! Se cuida!

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De: Lucinete Para: Luciana Oi Luciana td bem? Espero que sim. Quero que saiba que vc é uma pessoa maravilhosa, é muito bom ter sua amizade, vc traz alegria e leveza onde passa. Te digo uma coisa, seja sempre assim. Te peço que se cuide, alimente- se bem, beba água, leia um livro e desligue a tv um pouco para o bem da nossa saúde mental, e se der, tire um dia e se jogue no sofá e não faça nada, sei que é difícil, mas ñ custa tentar neh gata. Bjus e até a volta

De: Luciana Para: Lucy Oi Lucy! Boa tarde, amiga. Tudo bem? Espero que sim. Espero que esteja aproveitando esses dias em casa para se cuidar. Cuidar da sua mente, do seu corpo e principalmente da sua saúde. Com essa distância social vc possivelmente está tendo mais tempos livres no seu dia a dia. Então porque não aproveitar esses dias em casa para cuidar de você? Isso ajudará na sua autoestima e na saúde mental durante a quarentena. Não podemos esquecer de cuidar dos nossos filhos, eles precisam de nós mais do que tudo, principalmente na saúde. Sempre temos que achar uma forma de entretê-los durante essa pandemia. Pode estar sendo difícil, mas não impossível, e, se precisar de ajuda, sabe que pode contar comigo. Não esqueça de se cuidar, se alimentar, de se entreter, principalmente com as crianças um ótimo passa tempo. Vamos passar por isso juntos pq somos fortes e guerreiras e se precisar, sabe onde me achar. Bjinhos da sua amiga Lu

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De: Thaiz Para: Simone É, realmente nada está fácil pra ninguém... E de repente tudo pegou a gente de surpresa, foi tão rápido que aquelas visitas na casa da amiga, aqueles abraços, beijos que estávamos guardando para um familiar ou um amigo teve de serem substituídos por um toque de braço, beijo de longa distância e, mesmo com tudo isso, jamais perca a esperança de que dias melhores virão... Eu acredito que esse tempo seja para pensar, refletir sobre como ser uma pessoa melhor, se cuidar mentalmente e ajudar outras pessoas a se cuidar mesmo tão longe, fazer com que essa pessoa se sinta perto. Mostrar importância pelo outro e por você também... Se cuide, se alimente bem, leia, desabafe em uma folha, cuide dessa beleza e lembre-se, você é importante e juntas somos mais fortes e vamos vencer. Estamos unidas mesmo que por uma rede social, uma ligação, mas estamos, Se precisar estarei aki pra você e pra todas

De: Simone Para: Thais Oiee, sei que não está nada fácil p ninguém. Se cuide e se ame pq vc é gata demais, continue sorrindo muito pq isto vc faz e muito bem kkkk agora me vem sua imagem dando gargalhadas nas tardes que passamos tds juntas. Aproveita cada dia cm se fosse o último, grite, pule, chore, dança, leia, brinque cm Helena. Por isso, não perca tempo, a vida é passageira. Tô aqui, gata, do que precisar me chamar (isto vale pra tds vcs pq agora não só precisamos de doação e comida, precisamos ser unidas p tudo. Se cuide Thaiz, ligue o som aí e manda a tristeza p lá

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De: Cris Para: Todas as Mulheres Para todas essas mulheres maravilhosas desse grupo Em tempos de distanciamento físico, precisamos estar conectadas pelo sentimento do querer bem, da empatia e da disponibilidade de escuta. Nesses dias difíceis, é preciso fechar os olhos e respirar, ouvir uma música que a gente gosta, colocar uma roupa que nos deixa bem, ficar 5 minutos no banheiro escondida de todos, lembrar de algo que nos dê vontade de rir, nos olharmos no espelho e enxergar quanta beleza existe ali! Que possamos nos amar e nos ajudar sempre!

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DIALOGAR SOBRE DIREITOS REPRODUTIVOS E ATENÇÃO HUMANIZADA Discutindo Direitos Reprodutivos: existe a necessidade de conhecer políticas públicas para que mulheres tenham garantida a informação e o acesso a métodos de contracepção. Durante a pandemia, acompanhamos notícias sobre o fechamento de equipamentos de saúde que oferecem atendimento às mulheres! Direitos Reprodutivos também fazem parte dos serviços essenciais e não devem ser negligenciados pelo Estado. Objetivo: Promover um espaço de conhecimento e discussão sobre Métodos Contraceptivos disponibilizados no SUS e Atenção Humanizada. Estratégia: Pesquisa Orientação para o grupo: Hoje em nossa atividade falaremos sobre: Cuidados com as Corpas! Todas as mulheres em todos os seus ciclos de vida, independente da faixa etária, tem o direito de receber atenção humanizada do Serviço da Saúde Pública. Vocês podem e devem realizar exames e consultas de rotina que envolvem o acompanhamento com médico especializado. Vocês sabem o que significa atenção humanizada? O acesso ao serviço da saúde é garantido pelo SUS a todas as mulheres, independente da sua orientação sexual ou identidade de gênero. Pesquise sobre essa informação e nos conte um pouco! Resultados das Pesquisas compartilhadas no grupo: O SUS possui a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher desde 2004, que foi construída em parceria com movimentos de mulheres de diversos setores da sociedade. Essa Política incorporou o ideário feminista de que a saúde da mulher não está ligada apenas às questões reprodutiva e sexual, mas também à aspectos socioculturais, considerando NOSSOS NOVOS DIAS Formação de Agentes Sociais na Vila Albertina em 2020

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o machismo enraizado em nossa cultura e a diversidade das regiões do país, que apresentam diferentes níveis de desenvolvimento e de organização dos seus sistemas locais de saúde.

Atenção humanizada significa incluir a mulher nas decisões sobre seu próprio corpo Toda mulher tem direito ao planejamento familiar, tendo acesso a informações sobre métodos e técnicas para prevenção da gravidez. O SUS oferece contraceptivos como DIU, anticoncepcionais e camisinha feminina. Já no caso das gestantes, a realização do pré-natal, incluindo acompanhamento durante toda a gravidez e puerpério, também é uma garantia do SUS. Durante a gestação devem ser realizados exames, consultas e orientações na Unidade Básica de Saúde e, em casos de gravidez de risco, em maternidades ou centros de referência. O acompanhamento é importante para detectar doenças que possam afetar o desenvolvimento do bebê, a saúde da mulher e também para orientar a mãe sobre o aleitamento materno, vacinas e cuidados com a criança. As gestantes também têm direito a um acompanhante de sua indicação durante o período de trabalho de parto, parto e pós-parto. A atenção integral e humanizada ao recém-nascido prevê o contato imediato do bebê com o abdômen ou tórax da mãe (de acordo com a vontade dela) e o estímulo à amamentação ainda na primeira hora de vida. Nesse contexto, é possível destacar movimentos para mudança do modelo de atenção ao parto e nascimento, incluindo a mulher nas decisões sobre seu corpo, discriminando as intervenções desnecessárias e a violência obstétrica.

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Construção da equidade no SUS O acesso aos serviços de saúde é garantido pelo SUS à todas as mulheres, independente da orientação sexual ou identidade de gênero. Por meio da Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, o SUS iniciou um caminho para a construção de mais equidade, com respeito à diversidade, garantia do acesso universal à saúde pública e repudiando práticas de discriminação e preconceito nas Unidades de Saúde. Fonte: http://conselho.saude.gov.br/ultimas-noticias-cns/ 215-saude-da-mulher-a-construcao-do-cuidado-integral-e-a-desconstrucao-do-machismo

Conheça 8 contraceptivos oferecidos pelo SUS que você tem direito O planejamento sexual e reprodutivo é um direito de homens e mulheres no Brasil. Por isso, o SUS disponibiliza vários contraceptivos de forma gratuita para quem quiser pegar. Além desses métodos, é possível que homens e mulheres acima de 25 anos realizem cirurgias para vasectomia e laqueadura. Separamos uma lista com os oito medicamentos e proteções que você pode adquirir de graça em unidade de saúde. Fonte: https://www.dci.com.br/saude/contraceptivos-gratuitos-oferecidos-pelo-sus/6938/

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Conheça 8 contraceptivos oferecidos pelo SUS que você tem direito

DIU DE COBRE É o método contraceptivo de longa duração mais procurado por mulheres, visto que previne a gravidez por até 10 anos depois de inserido na mulher. Também é reversível, pois assim que a mulher retirar o dispositivo, já está apta a engravidar novamente. Ele é inserido no útero feminino por meio de um procedimento que dura cerca de 15 minutos. Não há necessidade de anestesia para colocá-lo. Contudo, não é tão fácil encontrá-lo em rede pública, pois faltam materiais e profissionais qualificados para realizar o procedimento.

PÍLULA A pílula é o contraceptivo mais utilizado pelas mulheres brasileiras. Contém dois hormônios produzidos pelos ovários – o estrogênio e a progesterona, ela funciona inibindo a ovulação. Os benefícios incluem redução da tensão pré-menstrual, da cólica e do fluxo de sangramento. Mas pode aumentar as chances de se ter trombose.

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MINIPÍLULA A pílula anticoncepcional chamada de minipílula possui apenas um tipo de hormônio: a progesterona. Por possuir uma quantidade pequena desses hormônios, o uso contínuo sempre no mesmo horário, todos os dias, se faz ainda mais essencial. Há restrição no uso para meninas menores de 16 anos, e é mais indicada durante a amamentação, iniciando o seu uso na 6ª semana após o parto.

INJEÇÃO MENSAL OU TRIMESTRAL A injeção consiste em uma dose do hormônio progestina, que atua como contraceptivo. Pode ser tomada mensalmente ou trimestralmente. Ela não pode ser injetada em casa, apenas por um profissional da saúde. É considerado mais eficiente que o anticoncepcional em pílula porque a mulher não precisa se lembrar de tomá-lo diariamente.

DIAFRAGMA Assim como a camisinha, é um método de barreira física. Ela impede que os espermatozoides cheguem até o óvulo. Mas tem eficácia menor do que a camisinha, pois não protege de doenças sexualmente transmissíveis. O diafragma é colocado na mulher e, para aplicação correta, ela deve consultar um médico antes.

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CAMISINHAS FEMININA E MASCULINA São considerados métodos de “barreira”. São os únicos métodos contraceptivos capazes de prevenir contra doenças sexualmente transmissíveis, como a AIDS. A taxa de falha das camisinhas, no caso de gravidez, é maior que a de métodos contraceptivos de longa duração (como o DIU e a injeção hormonal), mas tem 98% de eficácia, quando usada corretamente. Um alerta: as camisinhas masculina e feminina não devem ser usadas ao mesmo tempo, porque o atrito pode aumentar o risco de rompimento.

LAQUEADURA E VASECTOMIA São cirurgias esterilizantes, ou seja, impedem a pessoa de ter filhos permanentemente. Para realizar qualquer um dos procedimentos a pessoa, sendo homem ou mulher, deve ter mais de 25 anos ou já ter dois filhos. Além disso, para indivíduos casados, a parceira ou parceiro precisa autorizar a realização do procedimento. Por ser uma opção mais radical, existe mais burocracia para se conseguir.

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PÍLULA DE EMERGÊNCIA DIA SEGUINTE A pílula de emergência, popularmente conhecida como pílula do dia seguinte é oferecida gratuitamente a homens e mulheres que relatarem terem feito sexo sem proteção ou em caso de falha do contraceptivo. A eficiência da pílula é maior até 72 horas após o ato sexual, mas pode ser tomada até cinco dias depois. Lembrando que quanto mais próximo do ato a mulher tomar, mais alta é a eficácia. A pílula de emergência não interfere numa gravidez em curso, ou seja, não é abortiva. Ela apenas inibe uma fecundação que iria acontecer, ao retardar ou inibir a ovulação. Se a fecundação já tiver ocorrido, o medicamento não terá efeito. Vale lembrar que a pílula do dia seguinte não é um método contraceptivo e não deve ser tomada em excesso ou como proteção. É para casos em que a primeira opção contraceptiva falhou.

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Sim, eu sabia sobre o atendimento gratuito pelo” sus “sobre a saúde em geral, mas sei também que por demora muitas vezes em relação a diagnósticos e exames, exames em geral, o sistema falha as vezes e a população fica sem atendimento preciso, que muitas vezes é urgente, e por falta de recursos as pessoas ficam totalmente dependentes do “sus”, sem terem outras opções de escolha no atendimento. Taty

Já tinha ouvido falar que tem esse atendimento. Porém, a demora nos atendimentos e para marcar consultas e exames, o desleixo a nos atender, a demora para fazer exames e até mesmo uma cirurgia de urgência mostra o quão falho é esse atendimento e vai se tornando desumanizado. As vezes não podemos contar com o nosso sistema de saúde pública. Creio que se todas nós mulheres que dependem do SUS tivessem essa informação seria melhor. Leticia

O estado deve garantir que todos os cidadãos tenham acesso ao serviço de saúde oferecidos, independentemente de qualquer característica social pessoal - gênero, raça, profissão entre outro. Luh

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Sabia que o atendimento pelo sus é gratuito, mas o que ocorre é a demora, muitas pessoas precisam, mas quando vai marcar algo, só de saber que vai demorar ou não tem médico, elas desistem. Luana

Pesquisei e vi que o estado deve garantir que todos os cidadãos tenham acesso ao serviço de saúde, as mulheres, independente da orientação sexual ou identidade de gênero, lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais e sem que haja qualquer tipo de discriminação ou preconceito na unidade de saúde. Thaiz

É importante que outras mulheres tenham essas informações. E se contribuíssemos com a nossa participação nas reuniões do posto de saúde da nossa comunidade? Esse é um dos nossos diretos e também o nosso dever como moradoras e cidadãs, interagindo sobre as pautas e acontecimentos e contribuindo para a integração das informações, ligando posto e comunidade para melhorias e bem-estar de todes. Deyse


OUTUBRO ROSA Objetivo: Buscar conscientizar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Estratégias: Pesquisar sobre a Campanha Outubro Rosa e elaborar cartazes para postar nas nossas redes sociais durante dez dias. Vídeos de referência: https://www.youtube.com/watch?v=eYSjWPTM2D8&feature=youtu.be https://www.facebook.com/watch/?v=3923779977656850

Orientações no grupo: Neste Outubro Rosa 2020, o movimento de conscientização tem como tema “Quanto antes melhor”. A ideia de hoje é vocês chamarem a atenção de outras mulheres para a prevenção ao câncer de mama. Precisamos reforçar os cuidados com a vida, sensibilizando as mulheres, principalmente neste momento em que o rastreamento e o tratamento foram prejudicados e ainda estão sendo retomados por conta da pandemia de Covid-19. O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres, no Brasil e no mundo, correspondendo a cerca de 25% dos casos novos de câncer a cada ano. Esse percentual é de 29% entre as brasileiras. É importante, portanto, que a mulher conheça bem o seu corpo e possa analisar com frequência qualquer alteração nas mamas e procurar o médico ao notar alguma anormalidade. A atividade de hoje será a produção de cartazes informativos, muito bem elaborados para sensibilizar as mulheres da nossa comunidade. Faremos essa mobilização durante 10 dias, todo dia 1 cartaz será postado e as demais deverão compartilhar nas suas redes sociais.

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Eu me identifiquei bastante com o a atividade do Câncer de Mama, porque quando eu tinha 14 anos fui diagnosticada com um nódulo na minha mama esquerda e tive que acabar operando às pressas porque ele já estava do tamanho de uma laranja. Mas graças à Deus, deu tudo certo com a minha cirurgia e hoje estou aqui para contar a minha história. Luciana

Para mim, fazer esta atividade sobre câncer da mama foi um ato de conscientização, um alerta ao cuidado com meu próprio corpo, gostei de fazer, saber e compartilhar mais sobre o assunto do câncer da mama e do outubro Rosa. Taty

Achei importante poder conscientizar mulheres através de uma simples postagem em minha rede social. Janaina

Esse cartaz é muito importante, nem todas as mulheres têm essas informações valiosas. Luana

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Pude multiplicar cuidado e prevenção com todos, achei importante falar sobre o Outubro Rosa. Sthefany

Eu amei fazer a atividade sobre o Outubro Rosa, pois é um assunto que muitas mulheres têm que saber. O Câncer De Mama tem cura. E tenho certeza de que os nossos 10 dias de POST, trouxeram muitas Informações para quem não tinha nenhum conhecimento sobre isso e coragem de nós mulheres nos tocarmos mais para nos prevenir. Thaiz

Fazer essa atividade me vez rever o quanto podemos usar as nossas redes sociais para algo válido e positivo, e que irá agregar muito na vida de nós mulheres, principalmente, e das pessoas. Conscientizar pessoas sobre o Câncer de Mama, sobre o porquê da cor rosa no mês de outubro é muito importante, porque não são todas as pessoas que têm acesso à informação. Letícia

Poder multiplicar autocuidado e prevenção com todos foi ótimo, porque não só mulheres que precisam dessa informação, eu recebi parabéns de homens sobre a postagem. Simone


É PELA VIDA DE TODAS AS MULHERES!


Maria da Vila Matilde, Elza Soares Cadê meu celular? Eu vou ligar pro 180 Vou entregar teu nome E explicar meu endereço Aqui você não entra mais Eu digo que não te conheço E jogo água fervendo Se você se aventurar Eu solto o cachorro E, apontando pra você Eu grito: Péguix guix guix guix Eu quero ver Você pular, você correr Na frente dos vizim Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim Cadê meu celular? Eu vou ligar pro 180 Vou entregar teu nome E explicar meu endereço Aqui você não entra mais Eu digo que não te conheço E jogo água fervendo Se você se aventurar

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Eu solto o cachorro E, apontando pra você Eu grito: Péguix guix guix guix Eu quero ver Você pular, você correr Na frente dos vizim Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim E quando o samango chegar Eu mostro o roxo no meu braço Entrego teu baralho Teu bloco de pule Teu dado chumbado Ponho água no bule Passo e ainda ofereço um cafezim Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim


Cadê meu celular? Eu vou ligar pro 180 Vou entregar teu nome E explicar meu endereço Aqui você não entra mais Eu digo que não te conheço E jogo água fervendo Se você se aventurar Eu solto o cachorro E, apontando pra você Eu grito: Péguix guix guix guix Eu quero ver Você pular, você correr Na frente dos vizinhos Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim E quando tua mãe ligar Eu capricho no esculacho Digo que é mimado Que é cheio de dengo Mal acostumado

Tem nada no quengo Deita, vira e dorme rapidinho Você vai se arrepender de levantar a mão pra mim Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim Mão, cheia de dedo Dedo, cheio de unha suja E pra cima de mim? Pra cima de moa? Jamé, mané!

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Na quarentena, os casos de denúncia de violência doméstica recebida pelo 180 aumentaram em 40%, e segundo os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) no estudo “Violência doméstica durante a pandemia de Covid-19”, apresentados em maio/2020, demonstram que o feminicídio no país cresceu 22,2% nos meses de março e abril desse ano, se comparado ao mesmo período do ano passado. Questões relacionadas às desigualdades de gênero são pautas constantes e permanentes na formação das agentes sociais e, nesse momento, o desafio foi continuar o diálogo, mesmo sem o olho no olho, sem segurar a mão, literalmente, uma da outra. Além de garantir espaços para o diálogo e acolhimento, era preciso também trazer informações sobre como ajudar uma mulher que sofre violência durante a pandemia. Quando falamos sobre desigualdades de gênero, é preciso falar sobre o machismo e o racismo. Em relação às violências sofridas por crianças e adolescentes, também sabemos a importância da Educação Sexual, para tanto a Gol de Letra também desenvolve projetos em parcerias com escolas públicas que abordam essa temática. As atividades a seguir abordaram os seguintes temas: Desigualdades de Gênero em tempos de pandemia, Violência contra a Mulher, Educação Sexual para crianças, Machismo, Educação Antirracista e Adultocentrismo. https://observatorio3setor.org.br/noticias/51-das-criancas-abusadas-sexualmente-no-brasil-tem-de-1-a-5-anos/

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Live: Gênero e desigualdades sociais em tempos de epidemia Objetivo: promover o debate acerca da situação das mulheres no contexto atual, a partir dos eixos educação, saúde, violência, trabalho e renda. Estratégia: Assistir a live Gênero e a Desigualdade Social em tempos de pandemia, e trazer os principais pontos que foram abordados, podendo ser uma fala que achou interessante, um ponto de vista que dialoga com o seu ou até mesmo dúvidas. É fundamental que façam suas anotações e compartilhem no grupo.

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Gostei muito da live, adorei todas as falas e vemos como estamos sendo afetados por essa pandemia, como a Viviana Santiago disse que o povo das comunidades está sendo esquecido. A Suelaine Carneiro relatou que as pessoas negras são as que mais morrem e as que estão passando mais fome e com maior desemprego e as pessoas que vivem nessas condições têm a consciência que o governo não faz nada em sua defesa. Essa live foi muito boa para nós sabermos o que está acontecendo, nem todos podem ter essas informações, mas nós podemos multiplicar para fora. Luana A parte que que me chamou mais atenção foi a parte em que a Viviana fala sobre as pessoas negras, que apesar da sociedade estar ignorando a nossa existência, nós estamos aqui. Temos que nos juntar, nos conectar para que nós negros continuemos com vida. Se nós nos juntarmos essa luta não será só dos negros e sim de todos nós. Luciana Gostei muito da Live, os temas abordados tiveram bastante informações importantes. A parte que me chamou atenção é a que a Viviana fala sobre as pessoas negras, que a sociedade está ignorando a nossa existência e como estamos sendo afetados por essa pandemia. Jeniffer

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Eu amei muito a live, foi rica de muitas informações, o que me deixou bem pensativa foi a questão psicológica, de como essa pandemia está afetando a nossa mente, me identifiquei muito...A Fala da Cris também sobre a falta das coisas básicas aqui na nossa comunidade como a água, Luz, o quanto isso afeta pq temos que ter toda a questão de higienização por conta do vírus. O quanto também o índice de violência contra a mulher aumentou. Sobre o auxílio também, porque eles fizeram, mas tem muitas pessoas de baixa renda que não tem acesso à Internet, ou não sabe utilizar a tecnologia. Quando disseram que o auxílio meio que foi feito pra não dar certo mesmo. E entre outras coisas que as meninas comentaram aí. Isso que a Luciana comentou me chamou muita atenção também. Letícia Gostei muito da live, dos temas abordados e vemos como estamos sendo afetados de todas as formas, e nosso governo ñ faz nada para melhorar toda essa situação. Pior ainda é para quem mora na periferia, pois se antes dessa pandemia já era difícil imagina agora com td isso acontecendo e nós temos que nos virar nos 30, é uma coisa para nos lembrar de quem vamos escolher para nos representar no governo. Lucinete


Eu adorei a live. É muito importante falar sobre a pandemia, sobre racismo, educação... também foi falado como o Governo não faz nada sobre nossa população. Os temas foram bem abordados e nós estamos vendo como estamos sendo afetadas nisso. Elas falaram sobre a mulher negra pobre, falaram sobre as dificuldades que as mulheres passam e vem passando, discriminação, sofrimento, etc. Sthefany

Olá para todas, desejo que vocês estejam bem... foi massa, bom demais da conta a live, poder ver a fala de cada 1 lá. 4 mulheres com poder, a explicação maravilhosa... todos os temas bem explicados, o cuidado de resposta que teve lá no momento da live... difícil dizer o que chamou atenção, tudo que foi falado chama atenção... falta de ajuda dos governantes é o pior descaso com a periferia. Simone

Bom, a live abordou os temas sobre mulheres, sobre gênero, sobre racismo, educação na pandemia e pós pandemia, fala quanto o governo não faz nada em defesa da população periférica. Os governantes pedem que nós nos cuidemos, mas muitas vezes não temos saneamento, neste tempo de pandemia, onde deveríamos ter pelo menos o básico, que é a agua, e é exatamente o que falta nas favelas e o governo não faz nada, há ainda dificuldade para muitos acessarem o auxílio emergencial. Os governantes precisam não só conversar sobre isto mas também agir, pensar na saúde reprodutiva da mulher, a saúde mental também que muitas vezes é esquecida… Falar sobre a igualdade de gênero é muito importante, abordar sobre direitos humanos, raça e gênero, pois com o racismo não há democracia, há muitos desafios, apesar de já estarmos avançando, mudanças significativas precisam ser praticadas em casa se nos unirmos coletivamente. Há também muito que pensarmos sobre pós pandemia em relação à educação, pois ainda há muitas dificuldades em matricular os filhos nas escolas, de saber como estão nossos filhos na escola, saber como as meninas estão na escola, pois os direitos das meninas muitas das vezes são violados, pois muitas carregam responsabilidades que acabam atrapalhando as meninas em seus direitos, principalmente a respeito e educação. Precisamos refletir sobre a educação nesta pandemia, a maioria dos alunos não tem acesso à Internet, o que dificulta a educação nesta quarentena. Precisamos pensar como será o retorno às aulas pós pandemia, enfim os desafios só aumentam nesta pandemia, como por exemplo a violência doméstica que aumentou 40%nesta pandemia, precisamos humanizar a criança negra, a mulher negra, desafiar nossa sociedade a estudar mais e lutar contra o racismo, estudar nosso papel nesta sociedade e fazer nossas lutas e dificuldades serem ouvidas pelos governantes. Taty

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Educação antirracista Objetivo da atividade: Pesquisar e dialogar sobre o que significa Educação Antirracista. Estratégia: Leitura de um texto-relato que faz parte do livro “Quando Me descobri Negra.” Bianca Santana, que é uma escritora negra e colunista na Revista Cult; assistir o vídeo da Benilda Brito que é mestre em gestão social, psicopedagoga e educadora com ênfase na fase pré-escolar. Vídeo: O racismo é perigoso na Educação das Crianças – Canal Preto https://youtu.be/KZGNu4NcWLs

Uma educação antirracista é aquela onde ensinamos e reforçamos ao nosso próximo a importância de lutar contra o racismo. Não é apenas não ser racista, mas entrar na luta contra o racismo, principalmente o estrutural. Precisamos ensinar nossas crianças brancas o quanto essa atitude racista prejudica nossas crianças pretas. Ao mesmo tempo é necessário empoderar nossas crianças pretas e ensiná-las que o problema não são elas. Janaína É ensinar respeitar as diferenças por meio de conversas, leituras, brinquedos, é valorizar e contar não só sobre as tristezas mais Sim das Vitórias. Tem Muitas Maneiras desde a Família até a escola... Thaiz

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Por mais dolorido que seja, precisamos falar sobre o assunto com as crianças. Para os negros, não é uma opção, pois sentimos na pele todos os dias, mas para a família branca, muitas vezes isso não é uma questão antirracista, tem que desenvolver muito isso nas escolas, falar mais sobre isso, tem que ter mais respeito, ver se eles estão preparados pra falar sobre esse assunto com crianças e adolescentes, assim podemos trabalhar com crianças e adolescentes em geral. Assim o convívio escolar será bem agradável uns com os outros com muito respeito. Sthefany


Pelo que eu vi no vídeo, antirracismo é quando educação escolar, o corpo docente, dá voz ao combate ao racismo, é “sim” poder dialogar sobre o racismo nas escolas, de uma forma onde possamos ter voz e sermos ouvidos de verdade. Uma forma boa para ajudar nesta educação antirracista é realmente o que a Benilda disse no vídeo, primeiro precisaríamos fazer reuniões e palestras com o corpo fazer eles conversarem uns com os outros sobre o assunto, se conhecerem e entenderem mais sobre o assunto, ver qual o ponto de vista de cada um deles, analisar ou deixar eles se auto analisarem, e ver se estão preparados para terem esta tarefa de passarem aos alunos em geral sobre a educação antirracismo, para só assim poder trabalhar com as crianças e alunos em geral, assim daremos também voz à nossa história, nossos antecedentes de uma forma simples, mas realista, melhorando assim o convívio escolar uns com os outros com respeito e liberdade de expressão. Taty

A educação antirracista tem como meta levar para o espaço escolar e, creio eu, para qualquer outro lugar a discussão sobre as desigualdades na nossa sociedade. É preciso discutir os problemas sociais e as diferentes proporções em que atingem os diversos grupos raciais, mostrando as vantagens e as desvantagens de pertencer a um determinado grupo racial. Para falar sobre o tema com as crianças devemos começar fazendo com que elas se identifiquem, se reconheçam, e aí começar a ver o ponto de vista de cada um, e assim começar a debater sobre. Pegar informações históricas, mostrar dados, vídeos, livros é muito importante. E ter sempre cuidado com as palavras. Letícia

Educação antirracista é baseada no conhecimento e no respeito. As pessoas precisam conhecer a história dos negros, o que eles passaram, o quão foram importantes, tudo que agregaram à nossa cultura, para que assim as pessoas entendam toda a bagagem que essa raça carrega. •

Respeito porque deve-se ensinar, desde pequeno, que cor de pele (assim como qualquer outra característica) não define personalidade ou caráter.

Reconhecer a força que o negro representa na nossa sociedade e usá-los como referência.

Não existe educação antirracista sem que haja a inclusão do negro em todos os ambientes. Luanna

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Miniclube do Livro Objetivo: Incentivar a leitura e dialogar sobre Feminismo. Estratégia: Leitura do texto introdutório do livro Empoderamento Feminino de Joice Berth. Orientação para o grupo: A proposta da atividade de hoje é um tanto diferente, porém seguindo a ideia de pesquisa e leitura. Começamos aqui um miniclube do livro, onde iniciaremos juntas e por partes a leitura do livro Empoderamento Feminino escrito por Joice Berth, que faz parte da série Feminismos Plurais organizada por Djamila Ribeiro. Começaremos a leitura pela Introdução que vai da página 16 a 20. Como é uma proposta diferente, iremos fazer nossas conversas na terça-feira dia 07/07. O que precisamos trazer para essa conversa:

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Uma síntese do texto lido, completa.

O que achou da leitura: fácil ou difícil? Por quê?

Palavras ou conceitos que você não conhecia e estavam presentes no texto.

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Aqui segue uma apresentação da série Feminismos Plurais “O objetivo da coleção Feminismos Plurais é trazer para o grande público questões importantes referentes aos mais diversos feminismos de forma didática e acessível. Por essa razão, Djamila Ribeiro – mestre em Filosofia e feminista –propôs a organização de uma série de livros imprescindíveis quando pensamos em produções intelectuais de grupos historicamente marginalizados: esses grupos como sujeitos políticos. Entendendo a linguagem como mecanismo de manutenção de poder, um dos objetivos da coleção é o compromisso com uma linguagem didática, atenta a um léxico que dê conta de pensar nossas produções e articulações políticas, de modo que seja acessível, como nos ensinam muitas feministas negras.” “Aqui estamos falando em nosso nome” Cada agente social apresentou sua síntese do texto no grupo e dialogaram utilizando áudios, a seguir o registro das sínteses:

Pelo que li, fala sobre empoderamento, e a importância de falarmos sobre este assunto, que é a nossa busca pela igualdade, sororidade, representatividade, que são palavras de empoderamento feminino, que é o que buscamos na nossa sociedade, e ter conscientização das mulheres reivindicarem seus direitos, pela luta da igualdade entre gêneros, e em diversos cenários sociais... (As palavras não sei… Intempéries e minoritários). Taty

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No começo da leitura pode-se observar que o texto frisa bastante o conceito de poder, e como dar poder. Podemos perceber que há várias formas de interpretação sobre poder. Quando Djamila fala sobre dar poder, ela está falando na verdade dele tanto individual quanto em grupo. A leitura também fala sobre ter uma percepção ampla para tudo, porque as vezes a nossa realidade opressiva nos impede de perceber que também somos oprimidos. Devemos também nos questionar de que poder estamos falando, porque quando colocamos em pauta o empoderamento, não estamos falando de retirar um poder e dar ao outro, mas sim deixar a sociedade mais justa e igualitária. Empoderamento se refere a várias gamas de atividades, desde a mobilização, protestos, etc. Portanto, empoderamento é um processo de transformação de vários setores e contextos, onde o intuito é conscientizar ou despertar diversas potencialidades que há na sociedade. Para mim, foi uma leitura tranquila, e que eu super amei. Me deu vontade de ler o livro todo e é isso que eu vou fazer. Sem contar que aprendi bastante. Leticia

Bom, vamos lá...No livro ela relata sobre as formas de poder, o poder da política, racismo, preconceito e etc. Quem colocamos para tomar a frente desse poder e de como o governo usa instrumentos e como ela relatou no livro: Mudar “tudo” para não mudar nada! Que pra mim deu a entender que nós vivemos acreditando em promessas. A leitura não foi tão fácil pois é um tema que eu sou bem leiga em questão à política, empoderamento e feminismo. E eu estou terminando de ler o livro. As palavras que eu achei difíceis foram: primazia, concomitantemente e subalternos. Thaiz

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Se empoderar é dar poder, o empoderamento deve ser conquistado pelo oprimido. “Quando assumimos que estamos dando poder, na verdade estamos falando em condução articulada de indivíduos e grupos por diversos estágios de autoafirmação, autovalorização, auto reconhecimento e autoconhecimento de si mesmo e de suas mais variadas habilidades humanas” Empoderamento é uma luta social que tem uma conscientização profunda de quem somos. É um questionamento das relações do mundo onde vivemos. O empoderamento é uma luta social que está ligado a uma ação coletiva que tem necessidade de modificar o poder na sociedade. O empoderamento começa quando eles não reconhecem a força que oprime. Sobre a leitura: foi uma leitura não muito fácil, mas consegui compreender algumas coisas. Encontrei algumas palavras difíceis durante a leitura e quero compartilhar com vocês: Neologismo, Intempéries, Viés, Casta e Etnicidade. Luciana

Como o texto fala, o empoderamento é uma luta social, é ter a consciência de quem somos. Fala também do poder em grupo se tornar mais forte, e ainda fala sobre ter uma percepção ampla para tudo. Lucy

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Glossário: Neologismo – é o uso de palavras novas, derivadas ou formadas a partir de uma palavra já existente. No caso empoderamento vem de “dar/ter poder” Minoritários – se trata de grupos que não tem tantos privilégios na sociedade, acabam ficando à margem: negros, LGBTQ+, periféricos, mulheres... Intempéries – mau tempo, dificuldades, intempéries diárias do sistema de opressão e dominação presentes em suas vidas. Viés – pra facilitar a explicação, tem a ver com perspectiva. O livro fala de empoderamento da perspectiva de mulheres pretas, ou do viés de raça e gênero. Casta – se refere a qualquer grupo social. Etnicidade – é sobre etnia, que pode ser racial e, no contexto do trecho em que aparece, se trata também de etnia cultural - os costumes, a religião, a história. Exemplificando os indígenas, que embora todos estejam dentro desse grupo social, pertencem a etnias diferentes, Guaranis, Tupiniquins e Cariris porque possuem diferentes costumes e crenças. Nós, embora mulheres, pertencemos a etnias diferentes, seja por conta de nossa negritude, nossa religião, nossos costumes e histórias. Primazia – fazer algo com excelência. Concomitantemente – significa simultaneamente, acontecendo ao mesmo tempo. Empoderar – dentro das premissas sugeridas, é, antes de tudo, pensar em caminhos de reconstrução das bases sociopolíticas, rompendo concomitantemente com o que está posto”. Subalternos – são aqueles que estão sob ordens de outros, dependendo do contexto entende-se também como inferiorizados.

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Abayomi Objetivo: Resgatar uma História de ancestralidade para fortalecimento do grupo. Estratégia: Usamos um vídeo chamado Diy Boneca Abayomi https://youtu.be/iDSLwltlva0 como estratégia para compartilhamento de saberes. Falar sobre Ancestralidade é ligar o vínculo de afeto com os nossos laços, relembrando a força do passado para nós fortalecer com o presente. Acredito que tenha muito ver com o nosso grupo. Vamos lá para nossa atividade: Vamos Confeccionar uma Abayomi!!! Abayomi significa: “Encontro preciso”. Podemos usar os retalhos que temos em casa mesmo! Podemos compartilhar a boneca e o saber com alguém próximo. É que quando você compartilha uma Abayomi você está dando o melhor de si.

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O mundo é dos Adultos? Objetivo: Refletir sobre qual espaço as crianças ocupam na sociedade. Estratégia: Leitura do texto da psicóloga e educadora em Sexualidade - Elânia Francisca: A vida na terra do adultocentrismo: uma reflexão sobre adultos e crianças. Veja mais em https://www.uol.com.br/vivabem/colunas/elania-francisca/2020/08/21/a-vida-na-terra-do-adultocentrismo. htm?cmpid=copiaecola Realizar um trabalho de forma colaborativa, para expressar como nos relacionamos com as crianças.

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Vamos falar sobre Educação Sexual? Objetivo: Refletir sobre a importância da educação sexual para crianças e adolescentes e como a família pode abordar esse tema. Estratégia: Leitura do livro Pipo e Fifi da autora: Carolina Arcari. Aprendizagens compartilhadas no grupo a partir da leitura e das conversas: Ensinar as Crianças a de defenderem da seguinte forma: 1. Ensinar que as partes do corpo são íntimas e que nem todos podem ver. 2. Ao lavar as partes íntimas do corpo da criança, explique o que pode e o que não pode se fazer naquela parte íntima. 3. Ensinar limites do corpo: diga que ela não pode ser tocada sem que ela queira. 4. Fale que segredos são ruins, mostre exemplos de consequências, passe confiança, mostre e diga que jamais ficará chateada ou brava com a situação. 5. Diga a ele(a) que ninguém deve fotografar suas partes íntimas. 6. Ensine como sair de situações assustadoras e desconfortáveis.

7. Devemos ensinar as crianças sobre o desenvolvimento do corpo humano e porque devemos levar em conta cada fase. 8. Utilizar livros e ilustrações para auxiliar a construção de conhecimento sobre o assunto. 9. Mostrar de formas dinâmicas e que elas entendam sobre o toque do sim e do não. 10. Dizer pra ela que mesmo que conheça a pessoas, as regras dos toques são as mesmas. 11. Mostrar sempre confiança, para que a criança não tenha medo de te contar. 12. Mostrar onde ela pode pedir ajuda.

Para saber mais: https://www.pipoefifi.org.br/ e https://www.goldeletra.org.br/ wp-content/uploads/2020/06/violencia-domestica.pdf NOSSOS NOVOS DIAS Formação de Agentes Sociais na Vila Albertina em 2020

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LEMBRANÇAS QUE ALIMENTAM O CORAÇÃO


As receitas de família podem trazer recordações recheadas de afeto, podem nos lembrar momentos de partilha, alegria ou mesmo engraçados, quando as receitas não dão certo! Nesse período de pandemia, muitas vidas foram afetadas, lidar com as perdas é sempre muito difícil, então nesse capítulo a proposta é compartilhar em grupo as melhores lembranças, a partir de receitas de família e do coração! Convidamos a você relembrar as receitas da sua família!

Feijão Tropeiro,

MODO DE PREPARO

da Sthefany

Coloque o azeite em uma panela e frite o bacon e a linguiça separadamente, depois reserve.

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150 g de bacon picadinho 250 g de linguiça calabresa picadinha 1 xícara (café) de azeite 2 cebolas picadinhas 6 dentes de alho amassados 500 g de feijão cozido e escorrido 1 cubo de caldo de bacon 4 ovos fritos inteiros e picadinhos Cheiro-verde a gosto 1 e 1/2 colher de farinha de mandioca crua Sal e pimenta a gosto

Na mesma panela, frite a cebola e o alho, junte o feijão escorrido e o caldo de bacon. Junte novamente o bacon e a linguiça, acrescente a farinha de mandioca e os ovos fritos picadinhos. Acrescente bastante cheiro-verde. Acerte o sal e a pimenta e está pronto para servir.

Esta receita de feijão tropeiro era feita pela minha Vó Valdelice, que minha mãe Dicea começou a fazer para nossa família, eu estou aprendendo com ela! Eu mesmo amo de paixão e feito com muito amor!

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Bolinhos de Chuva,

MODO DE PREPARO

da Taty

Misture todos os ingredientes em uma vasilha, até dar o ponto um pouco grosso…. Enquanto isso aqueça o óleo, para fritura, e frite os bolinhos.

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2 Ovos 1 Xícara de açúcar 2 Xícaras e meia de farinha de trigo 1 Xícara de leite 1 Colher de café de fermento em pó

Assim estiverem fritos sirva (polvilhe açúcar com canela é opcional).

Está receita de Bolinho de chuva era feita pela minha avó Teresa, que minha tia Mazé reproduzia fazendo para nós sobrinhas e os filhos dela, e eu faço para meu filho Matheus, e ele adora. Nós adoramos principalmente em época de frio e garoa é uma ótima pedida, receita simples e fácil mas feita com muito carinho. Esta receita me traz recordações boas da minha mãe avó, quando faço, não fica igual dela, mas me traz lembranças boas dela… Ainda não compartilhei com ninguém somente reproduzir.

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Polenta,

MODO DE PREPARO

da Luana

Em uma panela refogue o alho e a cebola junto com a manteiga, acrescente a água, folha de louro, caldo de carne e sal.

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2 dentes de alho 1 litro de água 1 folha de louro 1 envelope de caldo de carne 1 colher (sopa) de cebola picada 50 g de manteiga com sal 2 xícaras (chá) de fubá Sal a gosto

Deixe ferver. Após levantar fervura acrescente o fubá dissolvido em um pouco de água para não empelotar, mexa. Abaixe o fogo, tampe a panela e cozinhe por aproximadamente 20 a 25 minutos. Desligue e retire a folha de louro. Adicione em um pote e está pronto a polenta.

Essa receita veio do meu avô, ele disse que quando era mais novo ele e os irmãos dele não tinham o que comer e como eles plantavam milho, todos os dias tinha a polenta nas refeições. Hoje eu faço, mas acrescento alguns ingredientes. A minha sensação é que é uma comida mais saudável, e não sei porque me traz uma lembrança da fazenda. Essa receita é importante para mim porque meu avô ensinou todos a fazer essa receita, ele compartilhou a história dessa polenta e isso é muito importante.

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Angu com molho de Acém Moído,

da Jana • • • • • •

Alho Sal Óleo Fubá Acém moído Molho de tomate

MODO DE PREPARO

Leve a água ao fogo para fervura, com o alho e óleo. Coloque o fubá em um pouco de água (separado) para misturar, em seguida incorpore o fubá diluído na água fervente. Deixe engrossar para ficar no ponto de mingau (mexa de vez em quando, com colher de pau). Coloque o angu em uma travessa bem bonita. Faça o molho de tomate com acém moído e despeje em cima do angu e pronto.

Esta receita está na minha família, muito antes de eu nascer. Na infância, era a única coisa que minha mãe tinha e sabia fazer para alimentar as irmãs mais novas, enquanto sua avó saia para trabalhar. Essa receita foi sendo aperfeiçoada pela minha mãe, pois na infância essa receita era feita só com fubá, era realmente uma delícia e reunia toda a família. Tem sensação de comida feita com amor. Essa receita era muito importante porque trazia a lembrança de alegria e satisfação, mas agora a importância principal são as lembranças dela na beira do fogão cozinhando para nós.

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Bolo de mandioca cozida,

MODO DE PREPARO

da Lucinete

Amasse a mandioca, deve deixar cozinhar bastante para amassar.

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700gr de mandioca cozida 3 colheres (sopa) de manteiga 3 ovos inteiros 1 garrafinha de leite de coco 2 xícaras de açúcar 1 pitada de sal

Os demais ingredientes você bate no liquidificador e vai acrescentado a mandioca aos poucos, se necessário coloque um pouco de leite de coco. Unte a forma com manteiga e farinha de trigo e deixe assar por 50 min.

Minha avó fazia essa receita, depois minha mãe pois morávamos na roça e tínhamos plantação de mandioca. Essa receita traz a recordação de uma infância difícil, mas também feliz, me faz lembrar de quem eu sou realmente e que nunca devo perder a pureza daquela criança criada na roça.

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Cola Caseira,

MODO DE PREPARO

da Thaiz

Misturar tudo em fogo baixo até virar um mingau, quando estiver dando liga pode desligar que está pronto.

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2 Colheres de sopa de farinha de trigo Meio copo de água

A receita que eu irei passar não é de culinária mais vai cair como uma luva para muitas mães que na hora das atividades de colagem não tem dinheiro para comprar cola. Super prático e fácil. Minha mãe sempre me contou que minha vó não tinha dinheiro para compra as coisas, como por exemplo a cola, então essa receita é antiga e ela ensinou a todos os filhos e minha mãe me ensinou. Quando minha mãe fazia essa cola, tinha a sensação que ela era uma Mulher mágica ou a criadora da cola, eu ainda contava para todos da escola. Essa receita de cola é importante para mim, para que não se perca o hábito de fazer coisas caseiras com os filhos ou famílias. Isso traz uma memória linda e eterna. Eu já compartilhei essa receita, mas as pessoas acham melhor comprar, mas tenho certeza que deixei um gostinho de que algum dia de suas vidas elas podem fazer.

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NÓS POR NÓS


Conheçam mais um pouco sobre as Agentes Sociais: Janaína – Agente Social Meu nome é Janaina, tenho 33 anos, minha filha se chama Sophia, ela tem 11 anos. Gostamos de fazer atividades juntas, como cozinhar, pintar e cantar. Acredito que precisamos viver a música “Trem bala” e entender que de verdade só temos o hoje pra amar. Durante a pandemia precisei de muito esforço para participar das nossas atividades à distância já que estava com a minha mãe doente e tive que lidar com falecimento da minha tia pelo (covid 19). Mesmo com tantas tribulações considero necessário estar presente em nossos encontros virtuais.

Jeniffer – Agente social Meu nome é Jeniffer Santos Souza, tenho 26 anos e uma filha de 7 anos. Gosto muito de ler livros, ouvir músicas e fazer novas amizades.... Minha frase é “Ter orgulho de quem você é a coisa mais importante que você pode fazer por si mesma.” Nessa pandemia não está sendo fácil para ninguém. Aprendi muito a me colocar no lugar do outro e ter mais empatia, aprendi a dividir meu tempo. Dar conta das tarefas domésticas e ter que cuidar da minha filha está sendo muito importante, porque antes eu não conseguia ter 60

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esse controle de divisão. E os temas que são abordamos nas oficinas são muito interessantes, me ajudam a tirar dúvidas que tenho, me ajudando a me desenvolver.

Letícia- Agente social Letícia Matos Ferreira, 22 anos. Amo fazer milhares de coisas, mas a principal delas é jogar futebol, aprender e ensinar. “Haja amor, a começar de mim!” Esse nosso momento, creio que anda sendo tenso, bem pesado para nós. Deixei de fazer coisas que amo e ver pessoas que amo. Mas também me fizeram refletir mais sobre a minha vida, pessoas e propriedade. Fazer as nossas atividades online têm suas vantagens faz a gente aprender mais sobre a nossa tecnologia, começamos a utilizar ferramentas que são super necessárias. A leitura, que é uma prática que nem todo mundo tem, começou a fazer parte do nosso dia a dia. Saber que as nossas formações iriam continuar deu um certo alívio, porque além de serem super necessárias para o nosso aprendizado, é também uma forma de nos distrair com tudo isso que está acontecendo.

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Luana – Agente Social Luana cristina da silva honório, 21 anos. Adoro fazer de tudo um pouco e estou sempre disposta a aprender coisas novas. Quando o mundo for espinhos, seja flor. Nesse período de quarentena estamos seguindo com as nossas atividades online. Nesse processo tenho que me dividir entre as tarefas domésticas e as nossas atividades, para mim é um pouco complicado e requer bastante atenção. Mas espero que tudo isso passe para retornarmos ao nosso espaço.

Luciana- Agente Social Luciana Pereira Miranda, 35 anos, mãe de 4 filhos. Minha frase é “Decida ser feliz, que as outras decisões ficarão mais fáceis”... Para mim no começo foi um pouco difícil de se adaptar à quarentena, principalmente com todos os filhos em casa. Tive que mudar toda a minha rotina para poder me adaptar a essas novas mudanças. E o meu desafio maior é fazer as atividades online, apesar de tudo adorei cada atividade que fiz. Tenho notado mudanças em mim e estou aprimorando minha leitura.

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Lucinete – Agente Social Lucinete, 38 anos, tenho 2 filhos. Uma frase que me define: Faça o bem sem olhar a quem. Nessa quarentena estamos com as atividades online, está sendo um pouco difícil pois temos que conciliar com muitas outras coisas, mas com jeitinho tudo vai dando certo. Estou gostando das atividades online porque em algumas atividades os meus filhos podem participar comigo.

Simone – Agente Social Simone Gomes dos Santos, 48 anos, mãe de 4 filhos. Minha frase é “Eu quero, eu posso viver um novo recomeço com foco, fé e força’. A vida é igual uma roda gigante, às vezes você está em baixo e às vezes em cima.

Sthefany – Agente Social Sthefany Souza Santos, 21 anos. O que eu gosto de fazer é dançar e ouvir música. Minha frase é: “É melhor conquistar a si mesmo do que vencer mil batalhas”. Bom, no começo para mim foi difícil de me adaptar com a quarentena. É mais difícil fazer as atividades online. Mas adorei cada atividade que fiz e percebo uma grande mudança em mim.

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Taty- Agente social Meu nome é Taty, tenho 45 anos, sou mãe do Matheus de dez anos. A frase que escolhi foi de uma música: “levanta sacode a poeira, dá a volta por cima”. Tudo posso naquele que me fortalece. Nessa Pandemia tive que me desdobrar para realizar minhas atividades, pois precisamos estar atualizados em tudo do nosso dia a dia, inclusive nas atividades tirar do Gol de letra que nos fazem interagir mesmo sendo online.

Thaiz – Agente Social Meu Nome é Thaiz, tenho 24 anos e sou mãe da Hellena de 5 anos. As coisas que mais amo fazer são: conversar, aprender, conhecer pessoas, lugares novos e sair com os amigos e família. Sou uma pessoa muito amigável, feliz e companheira!! A frase que me descreve... Obstáculos não podem parar você, se você achar uma parede, não desista. Ache uma maneira de escalá-la, atravessá-la ou derrubá-la. Nesta pandemia sei que não está sendo fácil para ninguém. Minha filha quer atenção 24hs por dia estou dividida em multitarefas. Estou fazendo caminhada para melhorar minha saúde. As formações são importantes, nos trazem assuntos interessantes, que nos tiram da rotina e trazem aprendizado. Com tudo isso espero dias melhores que hoje.

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Equipe Gol de Letra Deyse Cristiane Goncalves É auxiliar de projeto, estudante de pedagogia, atua nos projetos de Sexualidade e Gênero da Fundação Gol de Letra, moradora da Vila Albertina, foi uma agente social e hoje é uma referência para o grupo. “Ninguém é tão grande que não possa aprender e nem tão pequeno que não possa ensinar“. Trabalhar com as Agentes Sociais é ter troca de sabedorias. Sou auxiliar de projetos e atuo na formação das agentes sociais. Mallena Sales Mãe do Dan, publicitária e pesquisadora em comunicação. Sou apaixonada pela educação social e todos os aprendizados que me proporciona. Até setembro de 2020, fui estagiária de Comunicação e atuei nos projetos de Sexualidade e Gênero da Gol de Letra. Regina Meu nome é Regina. Tenho décadas de anos vividos, sou casada, mãe de três filhos e avó de três meninas. Colaboro como voluntária no programa de formação das agentes sociais da Fundação Gol de Letra há mais de 6 anos. Um trabalho muito gratificante que renova o meu pensar e me alegra pela oportunidade ímpar de troca de experiências de vida e de afetos. NOSSOS NOVOS DIAS Formação de Agentes Sociais na Vila Albertina em 2020

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Caluz Caluz é uma artista visual de São Paulo, formada em Licenciatura em Artes Visuais pela FMU, estudante de pós-graduação em arte educação pelo SENAC e atua como arte educadora em diversos projetos sociais desde 2012. Seu trabalho artístico tem uma poética voltada para as questões das mulheres reais, valorização da ancestralidade e complexidade da construção de identidade das mulheres brasileiras, como também autoconhecimento e resistência. Além de produzir suas pinturas, Ilustrações e gravuras, Caluz é grafiteira e pinta murais pelas ruas desde 2013, não só em São Paulo, mas também já havendo pintado murais por vários estados do Brasil. Cristiane Narciso Mãe do Gabriel, é Psicóloga, Coordenadora de Projetos de Juventude e Gênero na Fundação Gol de Letra, Especialista em Gênero e Diversidade pela Universidade Federal de SP, pós-graduada em Educação e Inclusão Social pela Instituto de Educação e Ciências de Lisboa-Portugal.

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