A ALMA E SEU MECANISMO - Alice Bailey

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A NATUREZA DA ALMA E SUA LOCALIZAÇÃO Através dos tempos, a alma tem sido tema de discussão, argumentação e tentativas de definição. Tem sido e continua sendo o principal interesse intelectual das diferentes épocas, e o tema mais destacado de todas as religiões e filosofias. Somente por estas considerações, podemos deduzir que a alma possivelmente é uma realidade na natureza, pois o testemunho milenar deve ter alguma base real. Se eliminarmos todas as conclusões baseadas em visões e experiências de histéricos, neuróticos e casos patológicos, restam os testemunhos e um acúmulo de deduções de sensatos e reputados pensadores, filósofos e cientistas, que não há como rechaçar, e que merecem o reconhecimento da humanidade. O Dr. Richard Müller-Freienfels diz: "Para se escrever a história da crença do homem acerca da alma, teria que se escrever, ao mesmo tempo, a história de toda a raça humana. "(1) O problema foi bem resumido pelo professor Edward Scribner Arnes: "Por um lado teríamos este eu ou alma com seus pensamentos; por outro lado o mundo de objetos, outras pessoas e Deus. O esforço dos sábios consistiu, durante séculos, em buscar uma maneira de diminuir o abismo entre o eu e os demais objetos. Mas com as ideias como acontecimentos cerebrais, e coisas existindo externamente, não havia uma ponte segura que por si só servisse de passagem para garantir que as representações cerebrais fossem exatamente iguais aos objetos do mundo externo. A ambos os lados desta confusão se juntou uma quantidade de filósofos: de um lado os idealistas que defendiam o eu, tentando inutilmente chegar à realidade, postulada por eles mesmos como fora de seu alcance; do lado oposto os materialistas, tratando de ignoraroeu, ou considerando-o como um fantasma, epifenômeno, alento ou bruma, emanando do próprio mundo físico. Os denominados dualistas, encararam a realidade quer do psíquico, quer do físico, dando a cada um seu lugar, sem conseguir responder adequadamente à pergunta de como a mente sai de si mesma e vai a um objeto tão diferente, ou como o objclo poderia ser ele próprio e, contudo, ser conhecido. "(2) Aqui podem caber algumas definições da alma, extraídas de um grande número de definições. Pode-se observar que há uniformidade muito marcante na definição e na explicação. O Dicionário Webster define a alma em termos muito interessantes e, do ponto de vista da sabedoria oriental, com grande exatidão. "Uma entidade concebida como essência, substância ou causa atuante da vida individual, especialmente da vida manifestada em atividades psíquicas: o veículo da existência individual que, na natureza, está separada do corpo, e usualmente se afirma como tendo existência própria". À medida que se investigam as diferentes interpretações referentes à natureza da alma, apresentam-se três pontos de vista, bem resumidos, a nosso ver, no mesmo dicionário: "Primeiro, a alma tem sido considerada como uma entidade ou sujeito, que se manifesta especialmente nas atividades pensantes e da vontade do homem; é o tema da experiência meditativa do corpo; não é a mente, mas sim o que pensa e quer. "Segundo, a alma se identifica com a mente ou com a experiência consciente; em Psicologia este é o sentido comum da palavra e também o conceito geral dos idealistas. "Terceiro, considera-se a alma como uma função, ou a soma das funções do cérebro; por exemplo, Pierre J. G. Cabanis (1757-1808), ensinava que o cérebro segrega pensamento, como o estômago digere o alimento". cadppus@yahoo.com pG9@gmx.net


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