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LÊDA WATSON: A ARTE FALA PELA PRÓPRIA ARTISTA

“O inconsciente é tudo. Não se podem ditar regras ao inconsciente. O eu interior tem que ser respeitado”.

DA REDAÇÃO

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Unanimidade: é assim que 10 entre 10 artistas plásticos conceituam a vida e a obra de Lêda Watson, em uma trajetória de 51 anos dedicados à arte e, em especial, à gravura em metal, além de 30 anos como docente e mais de 400 alunos formados por suas mãos.

Carioca de berço e brasiliense de coração, a artista conheceu o mundo e extraiu dele o sumo da técnica, mas foi bem perto de si, no próprio interior (no seu inconsciente, como ela diz), que encontrou o elã para sua notável arte, tendo o cerrado de Brasília como inspiração. Foi observando essa vegetação castigada pelo causticante clima, mas resiliente, plena de ensinamentos, que ela percebeu como a arte poderia servir como um espelho interior.

Como aluna de Gotthard Friedlaender, Orlando Dasilva e Oswaldo Goeldi, Lêda Watson precisou aprimorar sua técnica, para perceber que bastava unicamente dar voz ao seu eu interno, rico de belezas, mas

“No impulso de buscar questionar as coisas com as quais você não concorda, saem maravilhas”.

“A arte é necessária para nos

fazer resistir e levar o estímulo

também de angústias, para dar à luz a quintessência de sua criação.

Como um resumo das mais de cinco décadas dedicadas à arte e a multiplicar o ofício de ser artista, amalgamando o próprio coração e tornando-se parte indissociável da cultura da cidade que aprendeu a amar e viu nascer, como uma filha nascida de suas próprias entranhas, Lêda Watson costuma dizer que “a arte é a manifestação da sensibilidade humana. A sociedade não vive só de raciocínio. A cultura existe para confrontar o endurecimento do coração e dos sentimentos”.