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OS AVANÇOS CONTRA A MASTITE CLÍNICA

SANIDADE

Larissa Vieira

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Cuidados na hora da ordenha evitam a contaminação por bactérias causadoras da mastite

Saiba como reduzir a doença no seu rebanho, indo desde os cuidados tradicionais com o manejo das vacas, vacinação, até aplicativos que permitem uma série de medidas preventivas e tratamentos

As chuvas começam a chegar por todo o Brasil e aí vem a necessidade de redobrar os cuidados com as vacas para evitar problemas como a mastite clínica, uma inflamação do tecido da glândula mamária. É que a mistura de calor, chuvas, e muito gado junto em áreas com bastante barro, ou seja, com condições ruins de higiene, favorecem a contaminação dos tetos e posterior infecção da glândula mamária por bactérias causadoras da doença, que é mais frequente no verão.

Daí vem o prejuízo. Além de elevar os gastos com medicamentos, a doença pode ocasionar descarte e morte de animais precocemente, elevar os custos com mão de obra, aumento de descarte do leite e redução da produção dos animais doentes. Essa queda na produção leiteira pode variar de 20 a 40% por vaca doente.

No Brasil, estudos mostram que a prevalência da mastite gira em torno de 10 a 11% de casos clínicos por mês, do total de vacas em lactação. Um índice considerado alto quando comparado a de outros países. Mundo afora o percentual está abaixo de 3%. O ideal seria ficar sempre abaixo de 5%, conforme orienta o médico veterinário e mestre em Nutrição e Produção Animal, Eduardo de Souza Campos Pinheiro. “A mastite clínica é principalmente causada por falhas no manejo do ambiente e da rotina de ordenha. Outro fator que favorece a maior incidência da doença é a fazenda não ter um trabalho de controle de bactérias contagiosas, já que, nesse caso, uma vaca pode contaminar a outra. A boa notícia é que, de acordo com os dados da OnFarm, um dos principais agentes causadores de mastite clínica e subclínica é a bactéria contagiosa Streptococcus agalactiae, que responde bem a tratamentos com antibióticos intramamários”, explica Pinheiro, que também é produtor de leite e é atualmente o diretor Técnico da OnFarm, empresa que oferece soluções para preservar a

saúde do úbere.

Segundo ele, um trauma, lesão ou até alguma agressão química no úbere podem ser a porta de entrada para as bactérias causadoras da mastite. Por isso, os cuidados devem ser redobrados, tanto para evitar as lesões no teto quanto para deixá-lo totalmente limpo na hora da ordenha. É muito frequente a ponta ficar lesionada por conta da regulagem inadequada da teteira, já que o vácuo machuca o teto se não houver leite passando pelo canal. Nesse momento, se não tiver sido feita uma boa higienização, pode ocorrer a contaminação por micro-organismos de um ou mais quartos mamários via ducto do teto. “É preciso regular o equipamento de ordenha, de acordo com o úbere do animal e isso depende de alguns fatores, tais como o tipo do gado e da quantidade de leite que ele produz”, orienta.

É necessário que o manejo na hora da ordenha seja criterioso também durante a limpeza dos tetos, que precisa ser muito bem executada. Usando luvas, para evitar a transmissão da mastite contagiosa e preservar sua saúde, o profissional responsável deve remover todo o barro, de preferência sem lavar com água, mas, sim, usando o próprio produto de pré-dipping. Depois, deve proceder ao pré-dipping, com produto antisséptico adequado para eliminar as bactérias na pele. A imersão de cada teto, que deve ser coberto o máximo possível pelo produto, deve durar no mínimo e 30 segundos, para maior ação germicida. Na sequência deve-se secar com papel toalha limpo, uma ou duas folhas por teto, sem usar o mesmo papel para os demais. “No período das águas, talvez precise fazer dois pré-dippings para limpar melhor a área”, recomenda o médico veterinário. Terminada a ordenha é preciso fazer o pós-dipping para eliminar possíveis bactérias transmitidas pela teteira. Como animais com mastite clínica apresentam alterações como: leite em estado aquoso, grumos, pus e sangue, o teste da caneca de fundo preto realizado antes da ordenha ajuda a identificar animais com o problema. Também é recomendável que se avalie o úbere para ver se ele apresenta uma ou mais das seguintes alterações: inchaço, aumento de temperatura local, vermelhidão, aumento da sensibilidade dolorosa e até endurecimento dos quartos mamários. Nos casos mais graves de mastite, os animais podem apresentar apatia, febre, desidratação, redução do apetite e, consequentemente, da produção leiteira.

Outro indicativo de mastite é a alteração na contagem de células somáticas (CCS). Se ficar acima de 200 mil cel/ml, indica-se fazer a coleta de cultura microbiológica do animal para tentar identificar a causa da infecção.

Tratamentos alternativos

Prevenção contra a mastite é um dos melhores investimentos. “Com um bom manejo e tratamentos adequados é possível reduzir muito a doença do rebanho. Infelizmente não existe uma vacina que previna a mastite, mas algumas podem ajudar a reduzir o prejuízo causado por ela”, destaca Pinheiro.

Segundo ele, estudos mostram que a vacinação contra Escherichia coli reduz a gravidade dos casos de mastite clínica, o que diminui gastos com tratamento da doença, já que na grande maioria dos casos de infecção leve por essa bactéria a vaca consegue se recuperar sozinha.

No período da secagem a recomendação é aplicar a primeira dose da vacina 60 dias antes da vaca parir, a segunda dose 30 dias antes do parto e uma terceira dose de 20 a 30 dias depois do parto. Também pode-se vacinar todas as vacas em lactação. Essa vacinação massal tem efeito de até 90 dias.

No período das chuvas, a recomendação é para vacinar todas as vacas e não apenas aquelas que vão secar.

Outra importante bactéria causadora de mastite, Streptococcus uberis, pode ser evitada com a vacinação. De acordo com Pinheiro, em breve essa vacina deve chegar ao Brasil.

Cuidados com o ambiente - O local onde as vacas comem e bebem água deve estar sempre limpo, evitando barro. Para isso, é recomendado raspar o local para tirar a sujeira. Uma dica para melhorar o ambiente é plantar árvores no sentido Norte/Sul, e em fileira.

Além disso, é preciso ter cuidado com a parte nutricional das vacas para não cair a imunidade.

Parceria para combater a mastite

- A Associação Brasileira dos Criado-

Pré e pós-dipping são essenciais para evitar mastite clínica res de Girolando e a empresa OnFarm firmaram parceria para estimular os produtores que trabalham com a raça a ter ainda mais controle da mastite em seus rebanhos.

Os associados têm direito a desconto de 10% nas mensalidades do sistema de cultura na fazenda da OnFarm. As ferramentas oferecidas permitem não só o controle da mastite, mas também o uso racional de antibióticos e melhoria da qualidade do leite. “Oferecemos um sistema único e inovador que leva o controle da mastite para um novo patamar. Um dos diferenciais do serviço é que a empresa faz a cultura microbiológica na fazenda. O sistema permite o diagnóstico bem mais rápido, com o resultado saindo em 24 horas. Além de identificar a vaca doente mais precocemente, é possível detectar a bactéria causadora da doença antes de dar início ao tratamento e saber quais animais realmente estão infectados. Dessa forma, haverá maior assertividade dos protocolos de tratamento e economia com leite, que deixará de ser descartado”, esclarece o diretor Técnico da Onfarm.

Segundo ele, o uso racional de antibióticos não só interfere na redução de custos como também na qualidade do leite. Essa diminuição no uso desse medicamento é em média de 40%, para os casos de mastite clínica. “Conhecendo o agente em 24h, o produtor poderá adotar medidas de manejo como segregação, secagem antecipada, tratamento ou descarte. Essa rapidez é fundamental para o controle da mastite e redução da contagem de células somáticas”, acrescenta.

O produtor ainda pode gerenciar tudo pelo aplicativo de celular: acompanhar os diagnósticos, criar protocolos de tratamento, taxa de cura por agente ou gerenciar as tarefas com os animais. Como conta com 850 laboratórios atendendo mais de 1.000 fazendas pelo Brasil, a empresa consegue disponibilizar pelo aplicativo os medicamentos mais usados e informar quais são as bactérias mais frequentes por região do País etc.

Os interessados em participar da promoção da Girolando devem entrar em contato com a empresa OnFarm pelo número: 19 - 97144-1818 (WhatsApp). Mais informações podem ser obtidas através do http://onfarm.com.br/

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