Territórios, Cultura e Desenvolvimento Regional

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são sentido as suas ações individuais e coletivas. Tomadas em conjunto, constituem a cultura dos lugares. Nesse sentido, há uma relação entre cultura e poder público que serve de fio condutor ao exame do modo como a esfera da cultura é governada. A partir dessa relação, desenvolvese a discussão sobre a cultura e a mudança cultural. Nesta discussão, abordam-se duas tendências na direção da política cultural: a regulação e a desregulação. Problematiza-se também a ideia de que existe uma contraposição entre o Estado e o mercado, na qual o Estado representaria restrição e o mercado, liberdade (HALL, 2001). Falar em desenvolvimento regional requer um diálogo permanente e participativo da sociedade. Boisier (1989) reforça que a organização social regional de ação coletiva, que tem como característica marcante a ampliação da base de decisões por parte dos atores locais, coloca nas mãos desses o destino da economia regional. A busca de uma maior coesão e participação entre os agentes locais e a esfera de decisão, que é condição primaz para uma participação democrática da população na instância política regional e local. Reforça este argumento Bourdin (2001), colocando o local como uma forma social que constitui um nível de integração das ações e dos atores. Neste contexto, conforme Lemos (2003), os agentes locais têm um papel ativo na potencialização dos fatores determinantes da transformação local e da sua competitividade. Hall (2001) ainda chama a atenção para a importância de se conhecer como a cultura é regulada, afirmando que a cultura, por seu turno, governa as pessoas, isto é, “regula nossas condutas,

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