Planeamento em tempo de crise

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Quer dizer, em vez de debater acerca das posições que cada parte defende, resulta mais produtivo analisar os interesses que estão à base da discussão. As posições são apenas ilustrativas de interesses mais gerais e importantes e não existem apenas interesses contrastantes, mas haverá sempre um ponto de encontro. Para chegar a este ponto é preciso inventar novas soluções, ampliar o leque das opções, utilizando por exemplo a técnica do brainstorming. Gerir os conflitos de forma criativa, transformar os problemas examinando-os desde uma nova perspectiva, sair da própria posição rígida, ampliar o quadro e tentar encontrar uma perspectiva partilhada. Isto implica uma atitude oposta a aquela que carateriza normalmente o clima das contestações: não é fácil gerir uma negociação desta forma, portanto muitas vezes é requerida a presença de um moderador, uma figura imparcial capaz de mediar entre as partes e mostrar o caminho a seguir. Neste sentido, o princípio para conservar relações agradáveis entre as partes e gerir o processo de modo eficiente é separar as pessoas dos problemas. É preciso ter em conta que a negociação acontece em primeiro lugar entre pessoas, portanto é fundamental evitar incompreensões e equívocos; tentar conciliar os interesses, não remar contra os interlocutores por princípio. Á base desta atitude coloca-se a prática indispensável da escuta ativa.

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Construção do processo participativo


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