IBGC em Foco ed. 56

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06 A assembleia, segundo Probst, escolhe o auditor externo, o qual presta contas a ela e também pode convocá-la. No Brasil, o auditor é escolhido pelo conselho de administração. A jornadeira Roberta Nioac Prado, por sua vez, comentou que entre os papéis da assembleia também está o de eleger os comitês, os quais propõem novos nomes para o próximo mandato do conselho de administração e avaliam os conselheiros ativos. “O mais interessante é que eles têm de justificar essa escolha e torná-la pública, inclusive no website da empresa, para que qualquer pessoa tenha acesso, não precisando ser acionista. Isto dá uma transparência muito maior.” Trabalhadores e mulheres no Conselho O jornadeiro Emilio Carazzai falou da questão da representação dos empregados nos conselhos de administração, esclarecendo, logo de início, que neste caso a Alemanha é mais avançada do que os países nórdicos. Carazzai focou sua exposição na palestra de quase duas horas de Kenneth Carlsson, representante dos empregados no Conselho de Administração da SKF. “Carlsson colocou-se como parceiro da administração e destacou a vantagem disso para ela”, comentou. Segundo Carazzai, Carlsson tem forte atuação internacional, estando presente nas subsidiárias da empresa toda vez em que há, por exemplo, negociação salarial. “Mas, pela lei sueca não pode ser o vocal desses movimentos.” Outra particularidade da atuação de empregados no Conselho, de acordo com Carazzai, é que “eles continuam trabalhando na empresa mesmo participando do conselho, e não ganham um adicional por isso”.

“80% dos cidadãos suecos são acionistas direta ou indiretamente” Leonardo Viegas A jornadeira Maria Luiza Bueno, por sua vez, abordou o tema da participação das mulheres no conselho de administração. Segundo ela, o código de Governança sueco, reeditado em 2010, “recomenda que haja pelo menos uma mulher em cada conselho, mas isso não é uma exigência da legislação”. Bueno comentou que, entre 2005 e 2010, 170 mulheres foram certificadas como conselheiras pelo instituto sueco de Governança Corporativa. No Brasil, o Programa de Certificação de Conselheiros IBGC, lançado em 2009, certificou até hoje 30 conselheiras dos 632 certificados até julho de 2011. A Finlândia, afirmou, repete as mesmas recomendações da Suécia, enquanto a Noruega, país que ela também visitou, é pioneira na introdução de quotas para mulheres no conselho, tendo, a partir de 2005, adotado isso de forma forçada. “Na época, o conselho poderia até ser destituído, caso não tivesse a participação de mulheres.” A discussão hoje nesses países, no entanto, segundo ela, vai além da participação das mulheres no conselho, de forma que este passe a não atender apenas a visão dos acionistas, mas reflita o interesse de todos os stakeholders. (veja a apresentação dos palestrantes no site do IBGC, em Eventos /Seminários.)

Aprendizados com eventos internacionais De olhos abertos para o que acontece fora do País, o IBGC em Foco faz um apanhado geral do Yale Governance Forum 2011 Nos dias 16 e 17 de junho, a Escola de Administração da Universidade de Yale sediou mais uma edição do Yale Governance Forum, evento internacional organizado pelo Millstein Center for Corporate Governance and Performance, órgão fundado com o objetivo de melhorar as práticas de Governança e o desempenho das empresas no mundo.

O evento foi marcado pela diversidade de origem dos debatedores, o que ocorreu em quase todos os painéis, e reuniu expoentes internacionais da Governança, como Ira Millstein, e profissionais de destaque, entre eles o diretor da Securites and Exchange Comission - SEC (a CVM dos EUA), Richard Ferlauto; a gestora do fundo de pensão dos funcionários públicos da Califórnia (CalPERS),

em

FOCO

Publicação Trimestral do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa - 56ª edição


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