Veja as fotos do Congresso
No
Hotel
M’AR De AR Muralhas,
dias 23 e 24 de novembro de 2024
Veja as fotos do Congresso
Hotel
dias 23 e 24 de novembro de 2024
a próxima Reunião do Núcleo sul da sPORL-CCP regressa a Évora, no final de novembro, depois de ali ter tido lugar em 2017. a coordenação da edição deste ano é assegurada pelos membros da Direção da sociedade Pedro Escada e Paulo Vera-Cruz. O evento inclui, em simultâneo, a Reunião do interno ORL 2024, com uma cerimónia de abertura única, em que será homenageada a otorrinolaringologista Maria Mestre, que dirigiu, até há pouco tempo, o serviço de ORL do Hospital do Espírito santo de Évora.
A primeira conferência do programa da Reunião do Núcleo Sul da SPORL-CCP, a realizar dias 23 e 24 de novembro, no Hotel M’AR De AR Muralhas, será dedicada ao tema da intervenção precoce e multidisciplinar no tratamento de problemas auditivos. Para Pedro Escada, o destaque justifica-se, até porque o local do evento, Évora, “tem um
histórico de intervenção precoce que funciona muito bem”.
Uma das características desta reunião anual promovida pela Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, que vai rodando pelo norte, centro e sul do país, “é procurar dar alguma visibilidade a elementos da região onde tem lugar”, explica aquele
“A comunicação humana no contexto da ORL” foi o tema central da Reunião do Núcleo Sul da SPORL-CCP que se realizou também em Évora em 2017, coordenada por Maria Mestre e Pedro Escada. Para além destes dois elementos, a sessão de abertura contou então com a presença de Assunção O’Neill, representando o Colégio da Espe-
vice-presidente da SPORL-CCP e diretor do Serviço de ORL do Hospital de Egas Moniz, que integra a ULS de Lisboa Ocidental.
A coordenação da Reunião é assegurada por Pedro Escada e Paulo Vera-Cruz, outro elemento da Direção da SPORL, médico do Hospital da Luz Lisboa e que também exerce em Évora, onde tem colaborado na
promoção da intervenção precoce em situações de défice auditivo. “A sinalização de crianças com problemas auditivos é fundamental para que possamos intervir o mais cedo possível, com o envolvimento de uma equipa multidisciplinar que, para além do especialista de ORL, inclui uma variedade de profissionais, do terapeuta da fala ao assis-
cialidade de ORL da Ordem dos Médicos, Maria Filomena Mendes, como presidente do CA do Hospital do Espírito Santo de Évora, e de Ezequiel Barros, que era na altura o presidente da SPORL. O homenageado foi Madeira da Silva, diretor do Serviço de ORL do Hospital de Egas Moniz entre 1998 e 2012 e que falecera uns meses antes.
tente social”, observa Pedro Escada. Uma outra conferência que marca o programa desta Reunião, assegurada pelo diretor do Centro de Direito Biomédico da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, André Dias Pereira, vai debruçar-se sobre “Como evitar complicações médico-legais na ORL e noutras especialidades cirúrgicas”.
Existem neste momento em Portugal 118
médicos a cumprir o internato de ORL.
O vice-presidente da SPORL destaca ainda a presença de um outro conferencista, Miguel Biggote Vieira, membro nacional do Programa Choosing Wisely, afirmando: “Talvez nos ajude a pegar num ou noutro tópico que conduza à elaboração de recomendações ou orientações especialmente dirigidas aos médicos de ORL que possam vir a ser incluídas na lista das escolhas criteriosas em saúde.”
Jornal ORL
Reconhecendo ser um apologista da abordagem, em reuniões deste género, daquilo que classifica de “temas transversais”, Pedro Escada faz referência à conferência intitulada “Como comunicar ciência ou temas técnicos para audiências não especializadas”, assegurada pelo vice-reitor da Universidade de Évora, João Nabais. “Representa o contributo da Academia local para o êxito do nosso evento científico”, diz.
Reunião do Interno ORL 2024
Desde há alguns anos que a Reunião do Interno ORL se realiza em simultâneo com a Reunião de Núcleo da SPORL-CCP, o que mais uma vez vai acontecer agora em 2024. Os futuros otorrinolaringologistas, representados pela sua Comissão de Internos (Pedro Alexandre, Davide Marques e Tiago Chantre) são, aliás, responsáveis pela organização de metade das sessões que constituem o programa. Pedro Escada espera que no evento de Évora se registe uma forte participação dos médicos internos de ORL existentes atualmente em Portugal, que ascendem a 118, distribuídos pelos
Diretor: José Alberto Soares Redação: Miguel Anes Soares, Raquel Braz Oliveira Fotografia: Tomás Domingues Publicidade: Diogo Varela Diretor de Produção Gráfica: José Manuel Soares
Diretor de Multimédia: Luís Soares Morada: Alameda dos Oceanos, Nº 25, E 3, 1990-196 Lisboa Jornal ORL é uma publicação da Just News, em formato digital (e-paper) de periodicidade quadrimestral, dirigida a profissionais de saúde. Notas: 1. A reprodução total ou parcial de textos ou fotografias é possível, desde que devidamente autorizada e com referência à Just News 2. Qualquer texto de origem comercial estará identificado como “Informação”.
A ex-diretora do Serviço de ORL da agora ULS do Alentejo Central, Maria Mestre, que se aposentou recentemente, será a presidente de Honra do evento. Segundo Pedro Escada, “é uma pessoa que tem, de facto, um histórico grande de ser uma otorrinolaringologista muito respeitada, particularmente dedicada às áreas da audiolo-
vários anos de internato. E espera que compareçam “em peso” na corrida marcada para as 7 horas da manhã de domingo, segundo dia do evento, uma charity run cuja verba obtida com o valor das inscrições (25 euros por pessoa) será canalizada para uma instituição de solidariedade social local. No retomar do programa científico,
geral@justnews.pt agenda@justnews.pt
Tel. 21 893 80 30 www.justnews.pt
Publicações
gia na intervenção precoce e na reabilitação”.
“A Dr.ª Maria Mestre trabalhou muitos anos com um dos pioneiros da reabilitação auditiva nas crianças, o Dr. Pinho e Melo, que tinha um centro audiológico muito conhecido”, recorda, acrescentando ter-se tratado de “uma escolha fácil e natural”.
A homenagem à especialista de Évora acontecerá durante a cerimónia de abertura, que contará com a presença do presidente da SPORL-CCP, José Marques dos Santos, coordenador do Serviço de ORL do Hospital CUF Viseu.
logo após a corrida, decorrerá uma mesa-redonda “Inovações tecnológicas já no presente em ORL”. Segundo o médico, “ao contrário do que costuma suceder, as inovações que vão ser apresentadas já estão por aí, embora possamos não dar muito por elas, eventualmente, por não as conhecermos muito bem”.
Sandra Alves noticiassporl@gmail.com
Herédio de Sousa, diretor do Serviço de ORL da ULS de São José, Otorrinolaringologia Pediátrica:
O diretor do serviço de Otorrinolaringologia da ULs de são José, ele próprio um reconhecido especialista com diferenciação em ORL Pediátrica, garante ser um “grande objetivo” a manutenção do protagonismo que o Hospital de Dona Estefânia tem a nível nacional nesta área específica da Otorrino.
Herédio de Sousa coordenava o polo da Estefânia quando, em janeiro de 2021, iniciou funções como diretor do Serviço de ORL do então CH de Lisboa Central, que tem um segundo polo no Hospital de São José. A contar consigo, são neste momento três os médicos que se dedicam exclusivamente à ORL Pediátrica.
“O nosso objetivo é manter ou até ampliar este número, mas sempre numa perspetiva de que somos um único Serviço, quer para adultos, quer para crianças, com as particularidades que cada polo exige”, faz
Herédio de Sousa: “Obviamente, valorizamos o interesse individual de cada médico em áreas específicas.”
questão de frisar, acrescentando que, “obviamente, valorizamos o interesse individual de cada médico em áreas específicas”. No total, a equipa integra 15 especialistas e, neste momento, 5 internos de ORL. Herédio de Sousa falou com a Just News no âmbito do 3.º Curso Teórico-Prático de Otorrinolaringologia Pediátrica, que nos dias 1 e 2 de março mobilizou perto de uma centena de participantes e palestrantes, estes últimos de várias áreas, justificando o tema escolhido para o evento: “Multidisciplinaridade em ORL”.
Luísa Monteiro: “Tenho muito orgulho na equipa que deixei aqui há 11 anos”
Uma das pessoas convidadas para estar presente na sessão oficial de abertura, considerada por muitos como “a grande impulsionadora da Otorrino Pediátrica do nosso país”, foi Luísa Monteiro, ex-diretora do Serviço de ORL do
“Tenho muito orgulho na equipa que deixei aqui há 11 anos e que tem crescido e bem”, afirmou Luísa Monteiro.
Hospital de Dona Estefânia (HDE). Aliás, a médica preside à Comissão Científica de ORL Pediátrica da Sociedade Portuguesa de Otor-
rinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SPORL-CCP), sendo Herédio de Sousa um dos seus dois vogais.
“Tenho muito orgulho na equipa que deixei aqui há 11 anos e que tem crescido e bem”, afirmou Luísa Monteiro, que coordena o Serviço de ORL do Hospital Lusíadas Lisboa, aproveitando para lamentar o facto de a ORL Pediátrica ainda não ser reconhecida como subespecialidade em Portugal. “Há cada vez mais evidência, sobretudo em determinadas
patologias, que são otorrinos específicos que têm que tratar das crianças e este Curso é uma prova disso”, frisou.
Luís Varandas, diretor da Pediatria Médica do HDE, João Falcão Estrada, diretor da Área de Pediatria da ULS de São José, Rui Alves, diretor clínico da ULSSJ, e Paula Leiria Pinto, diretora clínica do HDE, também faziam parte da mesa de abertura do Curso.
Enquanto Luís Varandas garantiu que, da sua parte, a colaboração que existe no HDE entre a Pediatria Médica e a ORL é para ser mantida, até porque “já vem de há muito tempo”, João Falcão Estrada valori-
zou o facto de a ORL ter conseguido manter a identidade pediátrica aquando da criação do Centro Hospitalar, com várias outras áreas a perderem-na.
Rui Alves, na sua qualidade de diretor do Serviço de Cirurgia Pediátrica, fez questão de agradecer toda a colaboração que tem tido por parte da Otorrino, nomeadamente, “em cirurgia cervical, traqueal e esofágica”, o que “mostra que não estamos separados nesta casa que nos une em casos complexos que temos tido”. Idêntica mensagem transmitiu
(Continua na pág. 6)
(Continuação da pág. 5)
Paula Leiria Pinto que, enquanto diretora do Serviço de Imunoalergologia da ULSSJ, deixou bem claro que “tem havido, ao longo dos anos, uma estreita articulação e cooperação com a ORL”. Recordou, inclusive, que “a Imunoalergologia nasceu da ORL”, quando, em 1968, foi criada a Consulta de Alergologia Otorrinolaringológica, “para dar resposta aos crescentes problemas de alergia respiratória na idade pediátrica”.
Inês Soares da Cunha: “Começa a haver a necessidade de uma especificidade e de um conhecimento mais aprofundado”
Inês Soares da Cunha é a atual coordenadora do polo da Estefânia do Serviço de ORL da ULSSJ. Concluído o internato de formação específica no Hospital de São José, em 2020, concorreu à única vaga de Otorrino que abrira em Lisboa, entrando assim no Dona Estefânia. 24 anos depois, diz sentir-se realizada por ter escolhido uma especialidade “com uma polivalência muito grande”, aliada ao que tem de bom “a relação com as crianças e as suas famílias”.
Inês Soares da Cunha é favorável à criação da subespecialidade de ORL Pediátrica.
É favorável à criação da subespecialidade de ORL Pediátrica porque, como diz, “se a pa-
tologia mais comum de Otorrino Pediátrica, a do anel de Waldeyer, que inclui as amígdalas e os adenoides, é tratável por qualquer otorrino, o mesmo não acontecerá quando entramos no domínio das patologias malformativas, da doença congénita da via aérea, ou das surdezes mais complexas”.
No seu entender, “para lidar com estas situações, começa a haver a necessidade de uma especificidade e de um conhecimento mais aprofundado”.
Inês Soares da Cunha considera que “um otorrino que se dedica à Pediatria e trabalha aqui na Estefânia ganha uma experiência em ORL Pediátrica que será difícil de conseguir em hospitais que não possuem esta especificidade e onde se observam crianças e adultos em simultâneo”.
Para além de que, acrescenta, “pela sua população alvo e por ser um hospital terciário, a Estefânia recebe doentes com um maior nível de complexidade e gravidade do que a maior parte dos serviços de ORL generalistas”. E
refere também a situação das crianças com menos de 2 anos, “que nos hospitais distritais não podem ser tratadas por não haver possibilidade de as aneste-
siar”. Não deixa, finalmente, de sublinhar a interdisciplinaridade que caracteriza a atividade desenvolvida no Hospital de Dona Estefânia.
Inês Alpoim Moreira:
“O doente complexo não pode ser acompanhado por apenas uma especialidade”
À semelhança de Herédio de Sousa e de Inês Soares da Cunha, também Inês Alpoim Moreira se dedica por inteiro à ORL Pediátri -
sessões teóricas na sala de conferências do hospital e a transmissão ao vivo de cirurgias no 1.º dia e os cursos dedicados ao “Treino de simulação na via aérea” e “Audiologia Pediátrica” ocupando o 2.º dia. “São estas as duas grandes áreas do nosso hospital em termos de diferenciação relativamente ao resto do país”, refere Inês Alpoim Moreira.
A edição de 2024 do Curso foi a primeira a ter um título: “Multidisciplinaridade em ORL”. “No fundo,
ca na ULS de São José. Especialista desde 2007, nunca deixou a Estefânia, desde que ali entrou para fazer o internato de ORL, porque era mesmo essa a sua vontade, incentivada por Luísa Monteiro.
Relativamente ao Curso Teórico-Prático de Otorrinolaringologia Pediátrica, a médica recorda a 1.ª edição, realizada em fevereiro de 2020, e a que se seguiu, em 2022, ficando então decidido que o evento formativo passaria a acontecer sempre de 2 em 2 anos. O desenho da reunião tem-se mantido, com a realização de
zando as cirurgias, para que essa criança não vá dez vezes ao bloco no espaço de um ano”, especifica Inês Alpoim Moreira.
A interdisciplinaridade e a multidisciplinaridade que se praticam no Hospital de Dona Estefânia estiveram bem patentes no programa do Curso de ORL Pediátrica, sublinha a médica, com o envolvimento da Imunoalergologia, da Pneumologia, da Infeciologia, da Cirurgia Maxilofacial ou da Cirurgia Pediátrica, por exemplo.
A interdisciplinaridade
é o que se está a fazer cada vez mais em diferentes áreas médicas, no sentido de personalizar o tratamento prestado ao doente, nomeadamente ao doente complexo, que não pode ser acompanhado por apenas uma especialidade”, justifica.
“Quando uma criança tem que de ser operada aos ouvidos mas também necessita da intervenção da Estomatologia e precisa igualmente de uma cirurgia plástica reconstrutiva, as três especialidades atuam de forma coordenada, definindo timings para o seu tratamento, nomeadamente, otimi-
e a multidisciplinaridade que se praticam no Hospital de Dona Estefânia estiveram bem patentes no programa do Curso de ORL Pediátrica, sublinha Inês Alpoim Moreira.
Inês Alpoim Moreira não deixa de destacar a “parceria fundamental” que existe com o IPO de Lisboa ao nível da patologia complexa da laringe, “em que à experiência extraordinária dos colegas em termos cirúrgicos se junta não só o nosso khow how ao nível da avaliação e terapêutica prévia mas também a nossa prática em termos de cuidados intensivos pediátricos e em lidar com as crianças traqueostomizadas”.
Foi com o objetivo de retratar as mais de duas décadas de história da Otorrinolaringologia da CUF Descobertas que o seu coordenador, José saraiva, editou o livro apresentado em maio, antecedendo a sessão de abertura de mais umas Jornadas de ORL daquele hospital.
“É muito importante que não percamos o foco na equipa”, afirmou o médico José Saraiva na apresentação de Estórias da História do Centro de Otorrinolaringologia Trata-se de um livro da sua auto-
durante as 16.as Jornadas de ORL do Hospital CUF Descobertas, que decorreram nos dias 17 e 18 de maio.
Para José Saraiva, esse aspeto ainda se torna mais relevante
ria, que pretende retratar as mais de duas décadas de existência daquele Serviço, que coordena desde a sua criação, em setembro de 2001, ano de abertura do próprio hospital. O lançamento aconteceu
“nestes tempos em que se coloca um foco excessivo no indivíduo e na competição, em que cada um responde por si, desenhando o seu trajeto profissional, por vezes, com escassas balizas e ob -
A Unidade de ORL evoluiu, entretanto, para Centro de ORL e tem hoje 10 gabinetes, 16 médicos, três audiologistas, uma terapeuta da fala e uma fisioterapeuta.
jetivos que não sejam perigosamente imediatistas, como o dia-a-dia da consulta e da cirurgia de rotina”.
Na sua opinião, “longe de poder ser um problema, a equipa deve ser sempre um fator de desenvolvimento e de crescimento individual e uma forma de ajuda e de estímulo à necessária constante aquisição de conhecimentos”.
Neste livro, elaborado com a participação dos profissionais do
Centro de ORL da CUF Descobertas, explanam-se as suas diversas áreas de atividade, consultas e unidades de diferenciação e que “se enriqueceu respeitando a diversidade de cada um, a sua autonomia e diferenças, desde que respeitando o objetivo maior de valorizar a equipa”.
Recuando às suas origens, o responsável sublinha que a criação da então Unidade de ORL constituiu “um projeto verdadeiramente
inovador à época”, que arrancou com uma estrutura de apenas dois gabinetes e quatro médicos, tendo hoje 10 gabinetes, 16 médicos, três audiologistas, uma terapeuta da fala e uma fisioterapeuta.
consequente oferta em termos de unidade e de consultas temáticas”.
“Uma referência nacional, onde se pratica uma medicina de ponta”
Maria João Mello, administradora do Hospital CUF Descobertas, que esteve presente no lançamento do livro e é a autora do prefácio, destaca, como características da equipa de ORL, “a coragem, a vontade de fazer mais e melhor e a visão a longo prazo”.
Relevando a dedicação ao projeto
Foi em 2021, em plena pandemia, que o Serviço dirigido por José Saraiva sofreu uma reestruturação, aumentando a sua capacidade de resposta e passando a designar-se Centro de Otorrinolaringologia, “reforçando a diferenciação e a
dos otorrinolaringologistas José Saraiva e Nuno Santiago desde o primeiro momento, enaltece a forma como, “de mãos dadas com a gestão, souberam criar um serviço
(Continua na pág. 10)
(Continuação da pág. 9)
personalizado e humano, trabalhando sem descanso e com uma equipa multidisciplinar competente”.
José Marques dos Santos, presidente da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SPORL-CCP), associou-se à cerimónia, caracterizando José Saraiva como “um colega cujo perfil humano e profissional é raro de encontrar nos tempos atuais – discreto, gentil, prestável
e um profissional de excelência –, que formou e criou um Serviço de ORL que é uma referência nacional, onde se pratica uma medicina de ponta”.
Não hesitou mesmo em qualificar este Centro como “um exemplo e uma história de sucesso”, para a
qual contribui “o seu gestor e os profissionais certos, com a experiência necessária e com vontade de crescer e de evoluir”.
Em virtude do percurso feito, José Marques dos Santos distinguiu “a justíssima atribuição de idoneidade formativa pela Ordem dos Mé-
dicos”, em 2011, que Maria João Mello considera ser “o resultado de um trabalho intenso e de um serviço de excelência”.
O lançamento de Estórias da História do Centro de Otorrinolaringologia antecedeu a sessão de abertura das 16.as Jornadas de ORL da CUF Descobertas, em que intervieram também -- para além de José Saraiva e de José Marques dos Santos, na sua qualidade de presidente da SPORL-CCP -- António Marinho, representando o Colégio da Especialidade de ORL da Ordem dos Médicos, André Ramos, diretor do Hospital, e Luísa Fontes, em representação da Direção Clínica.
António Marinho:
“A qualidade da formação é uma das principais preocupações do Colégio de ORL, à qual está intrinsecamente ligada a avaliação.”
Sendo “a qualidade da formação uma das principais preocupações do Colégio, à qual está intrinsecamente ligada a avaliação”, António Marinho procurou partilhar com os colegas a preocupação desta entidade relativamente à necessidade de reformulação do exame de avaliação final de internato. Esta questão foi discutida na última Assembleia-Geral do Colégio da Especialidade de ORL da OM, realizada no final de
abril, em Braga, durante o 71.º Congresso Nacional da SPORL-CCP.
Nesse sentido, apontou algumas das dificuldades enfrentadas pelo atual sistema, como “o formato anacrónico da prova prática atual, a extensão e o formato descritivo do currículo apresentado pelos candidatos, as assimetrias inevitáveis entre os diferentes júris, a informalidade e a ausência de reprodutibilidade de cada exame, motivando uma classificação não objetiva, e o comprometimento do tempo assistencial para os elementos do júri e para o Serviço no qual os exames são realizados.”
Considerando estas premissas, António Marinho avançou que algumas das alterações propostas foram “a possibilidade de a avaliação curricular ser qualitativa, bem como a criação de um novo formato de prova teórica, constituído por perguntas de resposta múltipla, a ser rea-
lizado sincronicamente por todos os candidatos, e de um novo formato de prova prática, com avaliação e discussão de casos clínicos”. Adiantou ainda que a Direção do Colégio pretendia colocar à consideração dos membros esta necessidade de reformulação, “procurando avançar, a curto prazo, com uma nova proposta de formato do exame”.
Ao usar da palavra, Luísa Fontes, diretora clínica adjunta da CUF Descobertas, distinguiu “a excelência e a história clínicas deste Serviço” e reconheceu constituir o seu passado e o seu legado “uma inspiração
e uma aposta para um crescimento e desenvolvimento futuro”.
André Ramos salientaria “o contributo do Centro de ORL para o posicionamento absolutamente nacional na oferta de cuidados de saúde da CUF Descobertas, que fazem deste um hospital muito melhor”.
André Ramos salientaria “o contributo do Centro de ORL para o posicionamento absolutamente nacional na oferta de cuidados de saúde da CUF”.
Entretanto, José Saraiva não pôde deixar de identificar dois aspetos que considera terem sido determinantes para o rumo do Centro de ORL, concretamente, “o número muito significativo de médicos e técnicos de saúde que trabalham exclusivamente, ou quase, no hospital” e ainda “a preocupação constante em investir na produção científica, assim como no ensino e na formação pré e pós-graduada, para além da atividade assistencial”.
O Fórum Braga acolheu a comunidade ORL portuguesa e também uma mão-cheia de colegas galegos, até porque se assinalou igualmente o X Congresso Luso-galaico de ORL, marcado pelo facto de esta ter sido a última edição realizada tendo andrés soto Varela como presidente da sgORL-PCF. a sessão de abertura do 71.º Congresso Nacional da sPORL-CCP, dia 26 de abril, representou, sem dúvida, um dos momentos com mais significado, tendo incluído a homenagem a Cecília almeida e sousa, ex-diretora do serviço de ORL da atual ULs de santo antónio. Ouviu palavras de carinho e de reconhecimento, inclusive, de responsáveis da instituição hospitalar a que esteve ligada durante 38 anos e até da Universidade do Porto.
“Se o Colégio de ORL se preocupa na escolha dos itens para a ideal formação dos nossos jovens especialistas, nós, como Sociedade, temos uma responsabilidade científica que tentamos cumprir para que esses itens possam ser levados até ao fim”, frisou José Marques dos Santos, presidente da SPORL-CCP, durante a sessão de abertura.
À semelhança da “relação profícua e saudável” que a Sociedade mantém com o Colégio da Especialidade de ORL da OM, José Marques dos Santos destacou também os laços existentes com a Associação Portuguesa de Otoneurologia – que esteve representada no Congresso –, considerando tratar-se de “um casamento sem fim à vista”.
Recordando que não acontecia uma reunião luso-galaica desde 2015 e apontando 2029 como o ano do próximo encontro, já com Ana Faraldo a assumir a pre-
sidência da Sociedad Gallega de Otorrinolaringología y Patología Cérvico-Facial (SGORL-PCF), o presidente da SPORL-CCP realçou o “papel merecedor” do atual presidente, Andrés Soto Varela, que assume a função há já 12 anos. Pelo facto de o evento magno da So-
ciedade a que preside se realizar em Braga, José Marques dos Santos não pôde deixar de manifestar o “orgulho” que sente pelo Serviço de ORL da ULS de Braga, realçando que o mesmo “anda contra a maré, porque o prestígio, a capacidade técnica e a diferenciação dos atos que ali se praticam
José Marques dos Santos elogiou o Serviço de ORL da ULS de Braga, destacando “o prestígio, a capacidade técnica e a diferenciação dos atos que ali se praticam”.
tem vindo a aumentar, à custa de todos os seus elementos, do seu diretor e de uma boa direção clínica”.
Nesse âmbito, louvou o papel de Luís Dias, seu diretor, “neste singrar
e na capacidade técnica do Serviço”, caracterizando-o como alguém “educado, belíssimo profissional e homem discreto”, pelo qual nutre “grande estima”.
O responsável agradeceu aos patrocinadores pela ajuda na concretização do Congresso, sublinhando que “estes eventos não aconteceriam sem a colaboração da indús-
tria farmacêutica e de equipamento técnico”.
Andrés Soto Varela, presidente da SGORL-PCF, foi um dos intervenientes na sessão de abertura, tendo destacado como “as doenças são iguais na Galiza e em Portugal”. Por isso, “tudo o que
(Continua na pág. 14)
(Continuação da pág. 13)
contribua para facilitar a inter-relação entre nós, promovendo o conhecimento e a formação, levará, em última instância, a favorecer os doentes”. Rematou o seu discurso referindo “as duas palavras que resumem a relação entre os otorrinolaringologistas galegos e portugueses – ‘ciência’ e, sobretudo, ‘amizade’”.
Andrés Soto
Varela: “Tudo
o que contribua para facilitar a inter-relação entre nós levará
a favorecer os doentes.”
Sandra Costa, presidente da Associação Portuguesa de Otoneurologia, salientou que “a APO tem os mesmos desejos e objetivos da SPORL – a formação contínua, quer dos jovens, que estão a dar os primeiros passos, quer de quem pretende estar sempre atualizado”.
Nesse sentido, convidou a audiência a estar presente no Congresso Anual da APO, em Peniche, nos dias 11 e 12 de outubro, adiantando alguns dos temas que estarão em debate: vertigens posicionais paroxísticas, vestibulopatias centrais, surdez e demência.
Luís Dias: “Há cada vez mais conhecimento que é necessário partilhar.”
Luís Dias, diretor do Serviço de ORL da ULS de Braga, pronunciou-se
Nuno Trigueiros, presidente do Colégio da Especialidade de ORL da OM, adiantou que, na Assembleia-Geral do Colégio a realizar durante o Congresso iriam ser debatidos “temas muito importantes, designadamente a nova tabela de atos médicos, que esperamos vir a ser aprovada pelo Conselho Nacional Executivo”.
sobre como “as novas tecnologias têm ajudado a evoluir a ORL portuguesa”, considerando que “há cada vez mais conhecimento que é necessário partilhar”. E frisou: “Este é o sítio ideal para que isso aconteça e onde conseguimos rever amizades e honrar as pessoas que nos são queridas, como é o caso da Prof.ª Cecília Almeida e Sousa”.
Quanto a Paula Vaz Marques, diretora clínica para a área dos cuidados hospitalares da ULS de Braga, fez questão de deixar “um especial cumprimento ao Serviço de ORL e aos seus excelentes profissionais, que não o seriam se não tivessem à frente um timoneiro como o Dr. Luís Dias”. Desejou que a reunião fosse “muito proveitosa e que, para
além de ser um momento de partilha de experiências e saberes”, fosse também “uma oportunidade para rever velhas caras amigas e conhecidas”.
O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, que também integrava a mesa de abertura, su-
(Continua na pág. 16)
(Continuação da pág. 15)
blinhou que, “se é verdade que todos temos consciência do turbilhão em que a área da Saúde está mergulhada, esta especialidade não constitui, propriamente, uma das principais fontes de preocupação para o município de Braga e para os bracarenses”, deixando o seu “reconhecimento aos profissionais desta área da nossa ULS”. O autarca salientou ainda que “há vários anos que o município tem vindo a assumir um papel proativo de intervenção em matéria de Saúde, em parceria com várias instituições, tentando colmatar lacunas do SNS, complementar respostas àquelas que existem e assumindo um protagonismo em projetos pioneiros muito importantes para o bem-estar da população”.
Mariline Santos: “A Dr.ª Cecília é uma figura icónica da nossa Sociedade”
A sessão de abertura ficou ainda marcada pelo discurso de Cecília
Almeida e Sousa, primeira mulher otorrinolaringologista a ser homenageada com o título de presidente de Honra de um Congresso Nacional da SPORL-CCP. Começaria, aliás, por agradecer à Sociedade “a honra desta distinção, num dos seus eventos mais representativos”, o que a “deslumbra, embaraça e comove”. Se lhe fosse imposta a obrigação de começar de novo, “repetiria a mesma conduta, que a meu modo foi intensa, desafiante e sempre com a mira no dever cumprido”. “Vivi e revivi o desenvolvimento e a
Cecília Almeida e Sousa: “Vivi e revivi o desenvolvimento e a evolução da especialidade, dei-lhe todo o entusiasmo que estava ao meu alcance.”
evolução da especialidade, dei-lhe todo o entusiasmo que estava ao meu alcance, em grau e qualidade que a posição permitia e o momento pedia. Durante 16 anos de direção, esforcei-me para que os serviços prestados pela ORL e CCP do HSA fossem melhor a cada dia seguinte, acompanhando a evolução da especialidade, no sentido de contribuir para o seu enriquecimento científico e assistencial”, afirmou Cecília Almeida e Sousa.
Coube à médica Mariline Santos, em representação do Serviço de
ORL da ULS de Santo António, apresentar a homenageada, lembrando, nomeadamente, “a célebre frase” que dirigia aos internos: “Meninos e meninas, trabalhar é agora!” Classificando-a como “uma figura icónica da nossa Sociedade” e apresentan-
do-se “sempre com uma postura muito empática e generosa”, garantiu que “é fácil ser colega e verdadeiro amigo dela para a vida”.
E Mariline Santos seria perentória ao reconhecer que, “falar hoje do Serviço de ORL do Hospital de San-
to António é, inevitavelmente, falar também da Dr.ª Cecília, acrescentando: “A preocupação e o empenho com a diferenciação do Serviço são características que marcam a sua direção. Na área da voz, sempre promoveu iniciativas ao longo dos anos, que ainda se mantêm. Desde 2017 que somos um dos centros de referência de implantes cocleares, o que se deve à sua persistência e ambição.”
72.º Congresso será em Viseu, entre 9 e 11 de maio de 2025
A sua Comissão Organizadora integra elementos da Direção da SPORL da Zona Centro e é formada por António Carlos Miguéis, Luísa Azevedo, J. Marques dos Santos e João Elói Moura. O presidente de Honra será Artur Condé, ex-diretor do Serviço de ORL da agora ULS de Gaia e Espinho e ex-presidente do Colégio da Especialidade de ORL da OM (na foto mais pequena, com o presidente da SPORL).
O Jantar de Encerramento do 71.º Congresso Nacional da SPORL-CCP, que se realizou no dia 27 de abril à noite, no próprio espaço do Fórum Braga, foi patrocinado pela AudioClínica.
a naturalidade sonora, traço distintivo dos aparelhos auditivos da Widex, esteve no cerne do simpósio patrocinado por aquela empresa e realizado no âmbito do 71.º Congresso Nacional da sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço (sPORL-CCP), que decorreu em Braga no final de abril. O especialista Francis Kuk (audiologista e investigador doutorado pela Universidade de iowa) mostrou na ocasião que a tecnologia implementada pela Widex nos seus aparelhos auditivos está focada na defesa do envelope temporal, por forma a preservar o máximo de detalhes sonoros e salvaguardar as capacidades comunicativas dos utilizadores, sobretudo quando estes enfrentam problemas de cognição.
De acordo com Tiago Nunes, country manager para Portugal da WS Audiology (grupo no qual se insere a Widex), a naturalidade do som é uma característica que faz parte da história desta organização e dos aparelhos auditivos que desde sempre disponibilizou a todos quantos enfrentam défices auditivos, recordando:
“Em 1956, nascemos da visão de um engenheiro e de um homem com perfil comercial, que já trabalhavam nesta indústria, cujo objetivo passava por criar uma nova marca com uma missão principal, a de proporcionar às pessoas com problemas de audição o som mais natural possível. Hoje, com quase
Tiago Nunes
70 anos de história, este princípio continua tão atual como naquela altura, ou ainda mais. Todas as
inovações que a Widex tem introduzido têm sempre em mente a premissa de que nada pode comprometer a qualidade e a naturalidade do som”.
Tiago Nunes frisou ainda que, no presente, quer utilizadores, quer profissionais da Audiologia e da Medicina reconhecem que os aparelhos da Widex oferecem “um som inigualável”.
Mas o que determina exatamente, do ponto de vista técnico, este elevado índice de qualidade e naturalidade do som Widex e
por que motivo é essencial reter a naturalidade dos sinais acústicos? Francis Kuk, diretor do Laboratório ORCA-USA ( Office of Research in Clinical Amplification ), entidade ligada à investigação e desenvolvimento na área da Audiologia localizada em Chicago e pertencente ao Grupo WS Audiology, lembrou no decurso deste simpósio, através de comunicação virtual à distância, que os dispositivos auditivos devem ser vistos “um pouco como os alimentos”. E justificou:
Tiago Nunes: “Todas as inovações que a Widex
tem introduzido têm sempre em mente a premissa de
que nada
pode comprometer a qualidade e a naturalidade do som.”
“Extraem os sons do meio ambiente, procuram compensar a perda auditiva das pessoas e no decurso deste processo podem introduzir distorções que alteram a forma do som e removem importantes características naturais que estão presentes no sinal discursivo ou auditivo. Assim, o que pretendemos idealmente é criar aparelhos auditivos que logrem preservar o máximo de detalhes naturais do som, à imagem do que sucede com o esforço de preservar os nutrientes naturais nos alimentos frescos.”
É indispensável evitar distorções do envelope temporal para assegurar uma boa comunicação
Para Francis Kuk, torna-se, pois, óbvio que “manter os detalhes sonoros é fundamental para garantir que o cérebro tem a tarefa facilitada no que respeita a perceber o sentido do contexto em que a pessoa se movimenta”. Um dos domínios onde é possível atuar para conservar tais detalhes é o envelope temporal, isto é, as mudanças de amplitude sonora ao longo de um determinado período de tempo, bem como no rácio pico/ /vale sonoro e rácio pico/próximo pico sonoro. Todos estes trâmites são cruciais para definir a naturalidade do som captado e estão sujeitos a alterações ou distorções múltiplas, por saturação, clipping, atraso, reverberação, compressão ou ruído de fundo.
Proteger a integridade do envelope temporal é algo desejável, na ótica do investigador norte-americano, porque “quando, estamos perante um envelope temporal bem definido e o contraste entre picos e vales da onda sonora é bem distinto, o bloqueio em fase dos neurónios é facilitado”. Um estudo publicado em 2024 (Hannemann R. et al, Does amplitude compression help or hinder attentional neural speech tracking?,bioRxiv, 24:578931) comprova, aliás, que se o sinal sonoro não estiver comprimido a magnitude da resposta neuronal é
mais forte, por comparação com a resposta a um sinal objeto de compressão.
“Tal evidência sugere-nos que se reduzirmos o contraste entre os sons mais altos e os mais suaves, retirando a clareza ao som, dificultamos a capacidade da pessoa se focar naquele sinal e, em consequência, deterioramos a capacidade de entendimento discursivo”, clarificou Francis Kuk.
O especialista acrescentou que, “nos últimos 20 anos, a literatura realça o quão importante é manter a informação temporal do som, especialmente para as pessoas com capacidades cognitivas reduzidas, na medida em que necessitam de todos os estímulos possíveis para que possam entender a informação recebida. Até um certo ponto,
(Continua na pág. 20)
(Continuação da pág. 19)
poderemos incluir os idosos nesta categoria, já que alguns deles apresentam cognição comprometida e necessitam que os sons sejam mais naturais”. Por outro lado, a investigação clínica tem vindo a provar que, “à medida que a perda auditiva aumenta, a nossa dependência da informação aumenta também de forma significativa, algo que é
trata o som naturalmente, ao invés de uma multiplicidade excessiva de canais, que podem levar à distorção no som, ou smearing
Segundo o audiologista norte-americano, “a Widex tomou a decisão de limitar a 15 o número de canais nos aparelhos auditivos, de forma a otimizar a precisão do som e, em simultâneo, preservar a informação temporal do sinal”. Outro aspeto nuclear em que a
empresa se tem empenhado prende-se com a otimização da velocidade de compressão, optando por uma compressão lenta e tempos de ataque e libertação longos, que permitem preservar o envelope temporal do sinal. De acordo com Francis Kuk, “a Widex orgulha-se de ter introduzido compressão de ação lenta há quase 30 anos e de transitar agora gradualmente para o que designamos
sobretudo marcado nas pessoas com perda moderada a grave”.
Otimização de canais de processamento e velocidade de compressão ajudam a explicar o sucesso da tecnologia Widex
Nesta sessão, o diretor do Laboratório ORCA-USA analisou as dimensões inovadoras dos aparelhos da Widex, que ajudam a compreender como se torna possível gerar um som natural e detalhado, o que é essencial incorporar e o que é secundário. Assim, a Widex decidiu, há mais de três décadas, apostar na otimização maximizada dos canais de processamento, respeitando a forma como o ouvido
Francis Kuk: “Quando estamos perante um envelope temporal bem definido e o contraste entre picos e vales da onda sonora é bem distinto, o bloqueio em fase dos neurónios é facilitado.”
por compressão dual, que ainda usa a alternativa de compressão lenta e limita a largura de banda, para que consigamos preservar o envelope temporal ao máximo”.
Aparelhos da Widex lideram mercado no que respeita ao delay no processamento do sinal
Todos os aparelhos auditivos apresentam um delay, ou atraso, entre o momento da captação do som e a sua entrega amplificada ao utilizador. Mas esse delay varia de dispositivo para dispositivo e de marca para marca. “Quando lançámos o primeiro aparelho, conseguíamos obter um delay que oscilava entre
5 e 2 mseg, valores substancialmente mais baixos do que os aparelhos dos competidores de então. Contudo, o mais impressionante é que há dois ou três anos reduzimos esse delay para algo como 0,5 mseg, por intermédio da ZeroDelay Technology®, presente nos aparelhos Widex MOMENT com PureSound®”, testemunhou o Francis Kuk.
As equipas de investigação do ORCA-USA realizaram, inclusive, um estudo que procurou aferir, entre pessoas com limitações auditivas e a utilizarem aparelhos com diferentes níveis de delay, qual seria o tempo de resposta à frequência (frequency following response – FFR). Se na maioria dos aparelhos utilizados não existia sincronicidade entre os picos do sinal de estímulo e os picos da resposta, no caso do aparelho Widex MOMENT registou-se uma sincronicidade quase perfeita entre os picos FFR e os picos do sinal acústico de estímulo, circunstância que demonstra o seu mérito em manter a naturalidade do som.
A fechar a sua comunicação, Francis Kuk defendeu uma ideia interessante, a de que o próprio visual e a configuração de alguns aparelhos Widex podem influenciar a preservação da naturalidade do som: “Recentemente, disponibilizámos o aparelho auditivo com recetor no canal SmartRIC, o qual possui um ângulo entre os dois microfones que fica próximo da horizontal, algo que compara bem com o ângulo típico de 30º a 40º característico de outros aparelhos semelhantes existentes no mercado. Os nossos estudos revelam que existe um ganho médio de 1.25 dB e uma melhoria de 12,5% na compreensão discursiva com o recurso ao SmartRIC versus os outros aparelhos, graças à diferença no formato do aparelho e à horizontalidade dos microfones”.
“a complexidade da patologia e a importância de uma abordagem multidisciplinar da mesma” foram os dois aspetos sobre os quais incidiu, segundo explica o diretor do serviço de Otorrino do HFF, Filipe Freire, o programa da componente teórica da reunião que levou ao auditório daquela unidade hospitalar da ULs de amadora-sintra mais de uma centena de médicos da área.
Organizado pelo Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca e tendo como coordenadores Filipe Freire e Maria Cristina Adónis, o curso decorreu no início de março. Incluiu uma componente teórica de um dia, preenchido com comunicações orais e períodos de discussão, e uma parte prática, no segundo dia, com dissecção em cadáver.
Intitulado “OSA Surgery for ENT”, praticar a cirurgia na apneia obstrutiva do sono dirigida a otorrinos – daí a designação ENT, de Ear, Nose e Throat – foi, de facto, o ponto alto deste evento, como confirma Filipe Freire:
“Tratou-se de um curso prático com dissecção de cadáver, mas obviamente que teria que ter um primeiro dia teórico, com um programa que incluiu uma série de palestras sobre o tema, incidindo em aspetos muito relevantes nesta patologia, a sua complexidade e a sua abordagem multidisciplinar. Daí que tenhamos
contado com a colaboração de especialistas de várias áreas que acabam por ter influência no tratamento destes doentes”, esclarece o diretor do Serviço de ORL do HFF.
A parte prática do curso, com um número de inscrições que estava limitado a 20, teve como palco o Teatro Anatómico da Faculda-
de de Medicina da Universidade Católica. “Havia uma cabeça de cadáver para cada dois participantes e ainda uma para demonstração. Tivemos à nossa disposição condições muito boas, acima da média, tendo sido um dia passado a fazer dissecção de técnicas cirúrgicas a vários níveis, obviamente, técnicas utilizadas
Para além de Fausto Fernandes, que veio de Guimarães, três especialistas estrangeiros aceitaram deslocar-se a Portugal: Claudio Vicini (Itália), Michel Burihan Cahali (Brasil) e Marina Carrasco Llatas (Espanha).
por cirurgiões otorrinos”, sublinha Filipe Freire.
Dirigido a médicos internos e especialistas de ORL, “tratou-se de um
curso avançado, na medida em que estávamos focados nas partes mais diferenciadas das questões que se colocam aos cirurgiões otorrinos quando propõem aos doentes com apneia obstrutiva do sono este tipo de solução”.
Para além de Fausto Fernandes, que veio de Guimarães, “bem conhecido e muito dedicado a esta área”, três especialistas estrangeiros “com enorme experiência na
matéria” foram convidados e aceitaram deslocar-se a Portugal: Claudio Vicini (Itália), Michel Burihan Cahali (Brasil) e Marina Carrasco Llatas (Espanha).
Filipe Freire adianta que o curso agora realizado “vem na sequência de uma linha de trabalho que o nosso Serviço vem desenvolvendo desde há muitos anos, destacando-se no panorama nacional no que respeita ao tratamento da apneia do sono pela Otorrinolaringologia e achando nós que devíamos partilhar conhecimento com colegas de outros serviços de ORL”.
No entanto, o responsável faz questão de frisar que “esta iniciativa, fundamentalmente a sua componente prática, não teria sido possível de concretizar sem os vários patrocínios que felizmente conseguimos, com destaque para o apoio da Widex e da Lusitania Soluções”.
De referir que o curso teve como presidente de Honra Victor Gabão Veiga, que foi diretor do Serviço de ORL do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca até 2013, tendo-lhe sucedido no cargo Filipe Freire. A equipa mais do que duplicou desde que o mesmo foi criado, em 1995, tendo passado de 6 para 12 especialistas, contando ainda, atualmente, com mais 7 internos a fazer ali a sua formação.
Continue a ser quem é Ame os seus ouvidos