Jornal das IV Jornadas Multidisciplinares de MGF

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Joel Reis

Inês Laranjinha

Paulo Amado

Inês Falcão Reis

IST e patologia genital

Demência – a epidemia silenciosa

Hemorragia uterina anormal

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Patologias do joelho – da lesão cartilagínea à artrose _ P. 12

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Publicações

Congresso www.justnews.pt

Diretor: josé Alberto Soares Publicação híbrida 20 de maio 2022

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O médico de família Paulo Pessanha, que partilha a presidência das Jornadas com os seus colegas Manuel Viana e Rui Costa, afirmou ontem, na cerimónia de Abertura da 4.ª edição do evento, que “é a vivência diária com os doentes, a proximidade com a família e com o seu modo de vida, que faz com que a MGF seja fundamental e fulcral em qualquer SNS”. Na sua intervenção, Miguel Guimarães, bastonário da OM, defendeu, mais uma vez, que os MF sejam libertados das “várias funções administrativas e burocráticas”.

“A MGF é

fundamental e fulcral

no SNS”

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“Continuem a

lutar pela MGF e por um

SNS de qualidade” PUB

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Entrevista a Dilermando Sobral, presidente do Júri das IV Jornadas

Servier Portugal, Lda. Av. António Augusto Aguiar 128, 1069-133 Lisboa Telefone: 213122000


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Sessão de Abertura Paulo Pessanha, copresidente das Jornadas

“Os MF devem ser reconhecidos e acarinhados. É necessário facultar-lhes boas condições de trabalho – a maioria não as tem –, de modo a dignificar a carreira de MGF.”

“Desde o primeiro ano que se pretende que sejam umas Jornadas da MGF para a MGF, discutindo assuntos que a nós interessam, e não um evento dos cuidados secundários para os cuidados primários que, muitas vezes, por desconhecimento da realidade, não vão ao encontro dos nossos anseios e reais necessidades.”

“O objetivo principal e último é o bem-estar e a saúde dos nossos doentes.”

Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos

“Queremos que as Jornadas sejam uma ação de educação e de formação médica diversificada e interativa, dirigidas às reais necessidades formativas de todos nós.”

“O MF está sempre presente, não deixando ninguém para trás, e foi isso o que fizeram antes, durante e após a pandemia.”

“A articulação com os cuidados hospitalares é fundamental e fulcral, sendo encarada como uma parceria, uma troca de conhecimentos e experiências, tendo como objetivo principal o melhor tratamento e atitude perante o nosso doente.”

“É lamentável um ministro da Saúde, médico, ter tido a preocupação de legalizar as práticas tradicionais chinesas, em vez de dar melhores condições de trabalho aos médicos, libertando os MF das várias funções administrativas e burocráticas.”

Manuel Viana, Miguel Guimarães, Paulo Pessanha e Rui Costa

“Envolvemos nas Jornadas vários colegas especialistas que trabalham, maioritariamente, nos hospitais. São todos de elevada qualidade científica e humana.” “A Medicina não é só uma Ciência mas também uma Arte e a MGF é a especialidade que melhor personifica esta afirmação. A vivência diária com os doentes, a proximidade com a família e o seu modo de vida, faz com que a MGF seja fundamental e fulcral em qualquer SNS.”

“Apenas com uma MGF forte e de qualidade se poderá assegurar uma política de saúde concertada e orientada para o doente, uma prestação de cuidados de excelência.” “O Dia do Médico de Família é todos os dias, são os MF que seguem dezenas de doentes diariamente, são os MF que estão sempre na linha da frente e que estão obrigados a uma atualização médica e científica constante e que abrem a porta aos doentes para entrarem no SNS.”

“É importante que os ministros da Saúde olhem para os médicos de forma diferente. O SNS é feito por pessoas todos os dias, que têm de ser valorizadas, tendo em atenção as suas elevadas competências e responsabilidades perante os doentes e a sociedade civil.” “Não podemos desistir de continuar a lutar, mesmo contra ventos e marés. Temos que nos manter firmes, unidos e ser exigentes.”

geral@justnews.pt

JORNAL MÉDICO Congresso Diretor: José Alberto Soares Assistente da Direção: Cherlei Correia Redação: Maria João Garcia, Miguel Anes Soares, Raquel Braz Oliveira Fotografia: Nuno Branco Publicidade e Marketing: Ana Paula Reis, Diogo Varela Diretor de Produção Gráfica: José Manuel Soares Diretor de Multimédia: Luís Soares Morada: Alameda dos Oceanos, N.º 25, E 3, 1990-196 Lisboa Jornal Médico Congresso é uma publicação da Just News, dirigida a profissionais de saúde Impressão: Impress -Impressral Centre Unipessoal, Lda Notas: 1. A reprodução total ou parcial de textos ou fotografias é possível, desde que devidamente autorizada e com referência à Just News. 2. Qualquer texto de origem comercial eventualmente publicado neste jornal estará identificado como “Informação”.

Simpósio TECNIMEDE

Sábado, 21 de Maio, 10h15 - 11h00

Publicações

agenda@justnews.pt Tel. 21 893 80 30 www.justnews.pt

QUANDO A DISLIPIDEMIA NÃO VEM SÓ Apresentação de casos clínicos

Moderador: RUI COSTA Orador: JORGE POLÓNIA, Internista Hospital Pedro Hispano, Porto

Orador: LUÍS ANDRADE, Internista

Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho

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Informação

Biojam aposta no segmento da MGF

O êxito das Jornadas continua, e mais uma vez no formato híbrido

– Biojam aposta no segmento da Medicina Geral e Familiar, criando uma equipa específica para esta área. Em que consiste concretamente esta aposta? É mais um exemplo do pioneirismo da empresa e da vontade de estar sempre na linha da frente?

Uma Comissão Organizadora TODA mesmo muito jovem!

Carlos Jorge Monteiro, Fundador e CEO da Biojam Holding Group, responde: – Sem dúvida, o nosso sentido é sempre o da inovação. Lançámos este ano a única tintura de ópio no tratamento da diarreia moderada e severa, nomea­damente, em doentes oncológicos. Colocámos no mercado o único tratamento não invasivo das cólicas menstruais e, em contraciclo, integrámos na nossa rotina diária a especialidade médica de Medicina Geral e Familiar, com a inclusão de uma equipa comercial de créditos firmados, e alargámos o Prémio Biojam Inovar na especialidade. Outras relevantes novidades relativamente à Medicina Geral e Familiar irão surgir nos próximos tempos. Biojam Holding Group é uma empresa reconhecidamente inovadora no mercado hospitalar e quer alargar este reconhecimento à Medicina Geral e Familiar.

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Adelaide Mocho lidera a equipa Skyros, tendo contribuído decisivamente para o êxito das Jornadas, desta edição e das três anteriores.

Atrás: João Manuel Matias, Hugo Barbosa Cordeiro, Ana Iva Costa Santos, Ana Correia de Oliveira, Rita Marques Costa e Rodrigo Pinto Costa. À frente: Manuel Viana, Rui Costa e Paulo Pessanha. Na foto pequena: Maria Inês Pereira da Silva (ausente das Jornadas, “por motivo de força maior”).

Risco CV Helga Santos, Sofia Meireles e Ana Catarina Parreirão, da Servier, com o moderador (Paulo Pessanha) e os palestrantes (Ana Correia de Oliveira e Ricardo Fontes de Carvalho) do simpósio “Risco CV em Portugal: o que muda com o novo SCORE2”

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JORNADAS MULTIDISCIPLINARES DE MGF


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Certamente recordando alguma malandrice dos tempos de juventude…

Rinite Filipe Rodrigues (Viatris) com Ana Morête e Rui Costa, respetivamente, palestrante e moderador de “Casos Clínicos Flash – Rinite”

Paulo Amado e CR7

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Pois é, Manuel Viana e Dilermando Sobral foram colegas no liceu…

HIPERTENSÃO PARA CADA DOENTE, UMA SOLUÇÃO DIFERENTE A EFICÁCIA DE SEMPRE1-4

– Ora tire-me aqui a fotografia* com a camisola do meu amigo!

*A foto que ilustra o artigo de opinião do ortopedista publicado neste jornal foi obtida no seu gabinete do Hospital Lusíadas Porto.

Um casamento feliz! Dizem as nossas fontes que a relação está para durar. Qual relação? A de Adelaide Mocho com os três mentores das Jornadas Multidisciplinares de MGF. Cá estaremos para testemunhar!

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HÁ MAIS DE 50 ANOS QUE DAMOS A CARA PELOS NOSSOS MEDICAMENTOS

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Servier Portugal - Especialidades Farmacêuticas Lda. Informação científica a cargo de Servier Portugal Av. António Augusto de Aguiar 128. 1069-133 LISBOA. Telefone: 21 312 20 00 - Fax: 21 312 20 90 1. RCM de COVERAM® (2021); 2. RCM de PRETERAX® (2021); 3. RCM de TRIPLIXAM® (2021); 4. RCM de TRIVERAM® (2021). Nome do medicamento*: Coveram® 5 mg/5 mg; Coveram® 5 mg/10 mg; Coveram® 10 mg/5 mg; Coveram® 10 mg/10 mg. Composição qualitativa e quantitativa*: Coveram® 5 mg/5 mg contém 5 mg de perindopril arginina (per) e 5 mg de besilato de amlodipina (amlo). Coveram® 5 mg/10 mg contém 5 mg per/10 mg amlo. Coveram® 10 mg/5 mg contém 10 mg per/5 mg de amlo. Coveram® 10 mg/10 mg contém 10 mg per/10 mg amlo. Excipiente: contém lactose monohidratada. Forma farmacêutica*: Comprimido. Indicações terapêuticas*: Coveram® está indicado como terapêutica de substituição para o tratamento da hipertensão arterial essencial e/ou doença coronária arterial estável, em doentes já controlados com perindopril e amlodipina administrados em simultâneo e com o mesmo nível de dosagem. Posologia e modo de administração*: Via oral. Um comprimido por dia, numa única toma, de preferência de manhã e antes duma refeição. A associação fixa não é adequada para terapêutica inicial. Se for necessário alterar a posologia, a dose de Coveram® pode ser modificada ou pode ser considerada a titulação individual com os componentes isolados. Compromisso renal e idosos: monitorização frequente da creatinina e potássio; Clcr < 60ml/min: não recomendado. Compromisso hepático: para encontrar a dose inicial e de manutenção ideal, os doentes devem ser titulados individualmente utilizando os componentes isolados de amlodipina e perindopril.

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População pediátrica: não deve ser utilizado em crianças e adolescentes. Contraindicações*: Hipersensibilidade às substâncias ativas, a qualquer outro IECA, a derivados das dihidropiridinas ou a qualquer um dos excipientes; Antecedentes de angioedema associado a uma terapêutica prévia com IECAs; Angioedema hereditário ou idiopático; Segundo e terceiro trimestres da gravidez (ver secções Advertências * e Gravidez e aleitamento*); Utilização concomitante com medicamentos contendo aliscireno em doentes com diabetes mellitus ou compromisso renal (TFG < 60 ml/min/1,73 m2) (ver secções Interações* e Propriedades farmacodinâmicas*); Hipotensão grave; Choque, incluindo choque cardiogénico; Obstrução no fluxo de saída do ventrículo esquerdo (p.e. grau elevado de estenose aórtica); Insuficiência cardíaca hemodinamicamente instável após enfarte agudo do miocárdio; Utilização concomitante com sacubitril/valsartan. Coveram® não deve ser iniciado até 36 horas após a última dose de sacubitril/valsartan; Tratamentos extracorporais nos quais o sangue entra em contato com superfícies polarizadas negativamente; Estenose bilateral significativa da artéria renal ou estenose da artéria para o único rim funcional (ver ADVERTÊNCIAS*). Advertências e precauções especiais de utilização*: Advertências especiais: Hipersensibilidade/Angioedema/Angioedema intestinal: o tratamento deve ser imediatamente interrompido e iniciada monitorização adequada até ao completo desaparecimento dos sintomas. O angioedema associado a edema da laringe pode ser fatal. Combinação com sacubitril/valsartan (contraindicada devido ao aumento do risco de angioedema). Sacubitril/valsartan não deve ser iniciado até 36 horas após a última dose da terapêutica com perindopril. A terapêutica com perindopril não deve ser iniciada até 36 horas após a última dose de sacubitril/valsartan. A utilização concomitante de IECAs com inibidores da NEP (ex: racecadotril), inibidores mTOR (ex: sirolímus, everolímus, temsirolímus) e gliptinas (ex: linagliptina, saxagliptina, sitagliptina, vildagliptina) pode levar a um aumento do risco de angioedema (ex: inchaço das vias respiratórias ou da língua, com ou sem compromisso respiratório). Recomenda-se precaução ao iniciar racecadotril, inibidores mTOR (ex: sirolímus, everolímus, temsirolímus) e gliptinas (ex: linagliptina, saxagliptina, sitagliptina, vildagliptina) num doente que já esteja a tomar um IECA. Reações anafiláticas durante a aférese de lipoproteínas de baixa densidade (LDL): em raras ocasiões, os doentes sofreram reações anafiláticas com risco de vida, reações evitadas com a interrupção temporária do tratamento antes dos exames. Reações anafiláticas durante a dessensibilização: evitadas com a interrupção temporária do tratamento antes dos exames. Estas reações reapareceram após toma inadvertida. Neutropenia/agranulocitose/ trombocitopenia/anemia: extrema precaução em doentes com doença vascular colagénica, terapêutica imunossupressora, em tratamento com alopurinol ou procainamida, sendo aconselhável monitorizar periodicamente os níveis de glóbulos brancos. Hipertensão renovascular: Existe um risco aumentado de hipotensão e insuficiência renal, em doentes com estenose bilateral da artéria renal ou estenose da artéria para o único rim funcional. O tratamento com diuréticos pode ser um fator contribuidor. Pode ocorrer perda da função renal (alterações menores na creatinina sérica), mesmo em doentes com estenose unilateral da artéria renal. Duplo bloqueio do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA): utilização concomitante de IECAs, ARAs II ou aliscireno aumenta o risco de hipotensão, hipercaliemia e redução da função renal (incluindo insuficiência renal aguda). O duplo bloqueio de SRAA não é, portanto, recomendado. Os IECA e ARAs II não devem ser associados em doentes com nefropatia diabética. Aldosteronismo primário: não recomendado em doentes com hiperaldosteronismo primário (não respondem a anti-hipertensores que atuam através da inibição do sistema renina-angiotensina). Gravidez: Quando é diagnosticada a gravidez, o tratamento com Coveram® deve ser imediatamente interrompido e, se apropriado, deverá ser iniciada terapêutica alternativa. Precauções de utilização: Hipotensão: nos doentes com risco elevado de hipotensão sintomática (depleção de volume ou com hipertensão renina-dependente grave) ou com doença cardíaca isquémica ou doença cerebrovascular, a pressão arterial, função renal e potássio sérico devem ser rigorosamente monitorizados durante o tratamento. Uma resposta hipotensiva transitória não é uma contraindicação para doses adicionais, desde que a pressão arterial tenha aumentado após a expansão do volume. Estenose da válvula aórtica e mitral/cardiomiopatia hipertrófica: utilizar com precaução. Doentes com insuficiência cardíaca: utilizar com precaução. Função renal comprometida: monitorizar o potássio e a creatinina; recomenda-se a titulação individual dos monocomponentes, se Clcr <60 ml/ min. Em doentes com estenose da artéria renal, a ureia e creatinina séricas podem aumentar. Em caso de hipertensão renovascular existe um risco aumentado de hipotensão grave e insuficiência renal. Insuficiência renal: A amlodipina não é dialisável. Insuficiência hepática: em casos raros, os IECA têm sido associados a uma síndrome que começa com icterícia colestática e progride para necrose hepática fulminante e (por vezes) morte: parar o tratamento no caso de icterícia ou aumentos significativos de enzimas hepáticas. Função hepática comprometida: titulação gradual da dose e monitorização cuidadosa no caso de insuficiência hepática grave. Indivíduos de raça negra: o perindopril pode ser menos eficaz e causar uma taxa mais elevada de angioedema do que em doentes de raça não negra. Tosse não produtiva: desaparece com a descontinuação do tratamento. Cirurgia/Anestesia: interromper o tratamento um dia antes da cirurgia. Hipercaliemia: monitorizar frequentemente o potássio sérico no caso de insuficiência renal, agravamento da função renal, idade (>70 anos), diabetes mellitus, desidratação, descompensação cardíaca aguda, acidose metabólica e utilização concomitante de diuréticos poupadores de potássio, suplementos ou substitutos do sal que contêm potássio e, especialmente, antagonistas da aldosterona ou bloqueadores dos recetores da angiotensina. Doentes diabéticos: monitorizar a glicemia durante o primeiro mês. Crise hipertensiva: A segurança e eficácia não foram estabelecidas. Doentes idosos: aumentar a dose com precaução. Doentes com intolerância à galactose/malabsorção de glucosegalactose/deficiência total de lactase: não devem tomar este medicamento. Interacções medicamentosas e outras formas de interacção*: Utilização concomitante contraindicada: aliscireno em doentes diabéticos ou com compromisso renal, tratamentos extracorporais que levem ao contato do sangue com superfícies polarizadas negativamente, sacubitril/valsartan. Utilização concomitante não recomendada: aliscireno (em outros doentes), bloqueadores dos recetores da angiotensina, estramustina, diuréticos poupadores de potássio (p.e. triamtereno, amilorida), sais de potássio, lítio, dantroleno (intravenoso), toranja ou sumo de toranja. Utilização concomitante que requer cuidados especiais: antidiabéticos (insulina, agentes hipoglicemiantes orais), diuréticos não poupadores de potássio, diuréticos poupadores de potássio (eplerenona, espironolactona), racecadotril, inibidores mTOR (ex: sirolímus, everolímus, temsirolímus), gliptinas (ex: linagliptina, saxagliptina, sitagliptina, vildagliptina), AINEs (incluindo ácido acetilsalicílico ≥ 3 g/dia), indutores CYP3A4, inibidores CYP3A4, baclofeno. Utilização concomitante que requer alguns cuidados: simpatomiméticos, ouro, tacrolímus, ciclosporina, sinvastatina, antihipertensores e vasodilatadores, corticosteroides, tetracosactido, alfa-bloqueadores (prazosina, alfuzosina, doxazosina, tamsulosina, terazosina), amifostina, antidepressivos tricíclicos, antipsicóticos, anestésicos, outros produtos medicinais com propriedades anti-hipertensivas. Medicamentos indutores de hipercaliemia: aliscireno, substitutos do sal que contêm potássio, diuréticos poupadores de potássio, IECAs, antagonistas dos recetores da angiotensina II, AINEs, heparinas, medicamentos imunossupressores como a ciclosporina ou tacrolímus, trimetoprim e cotrimoxazol (trimetoprim/sulfametoxazol). Gravidez e amamentação*: Não recomendado durante o primeiro trimestre de gravidez. Contraindicado durante o segundo e terceiro trimestres de gravidez. Não recomendado durante a amamentação. Fertilidade*: Alterações bioquímicas reversíveis de espermatozoides em alguns doentes tratados com bloqueadores dos canais de cálcio. Capacidade de conduzir e utilizar máquinas*: Pode estar comprometida em caso de tonturas, cefaleias, fadiga, má disposição ou náuseas. Efeitos indesejáveis*: Muito frequentes: edema. Frequentes: sonolência, tonturas, cefaleia, disgeusia, parestesia, compromisso visual, diplopia, zumbidos, vertigens, palpitações, afrontamento, rubor, hipotensão, dispneia, tosse, dor abdominal, náusea, vómito, dispepsia, alteração dos hábitos intestinais, diarreia, obstipação, prurido, erupção cutânea, exantema, tumefação articular (tornozelos), espasmos musculares, fadiga, astenia. Pouco frequentes: rinite, eosinofilia, hipersensibilidade, hipoglicemia, hipercaliemia, hiponatremia, insónia, alterações do humor (incluindo ansiedade), depressão, perturbações do sono, tremor, hipoestasia, síncope, taquicardia, arritmia (incluindo bradicardia, taquicardia ventricular e fibrilhação auricular), vasculite, broncospasmo, boca seca, angioedema da face, das extremidades, dos lábios, das mucosas, da língua, da glote e/ou da laringe, alopecia, púrpura, descoloração da pele, hiperidrose, urticária, reações de fotossensibilidade, penfigóide, artralgia, mialgia, dorsalgia, alterações da micção, nictúria, polaquiúria, insuficiência renal, disfunção eréctil, ginecomastia, edema periférico, dor no peito, dor, mal-estar geral, pirexia, aumento de peso, diminuição de peso, ureia no sangue aumentada, creatininemia aumentada, quedas. Raros: síndrome de secreção inapropriada de hormona antidiurética (SIADH), estado confusional, agravamento da psoríase, insuficiência renal aguda, anúria/oligúria, bilirrubinemia aumentada, enzimas hepáticas aumentadas. Muito raros: leucopenia/neutropenia, agranulocitose ou pancitopenia, trombocitopenia, enzima específica da anemia hemolítica em doentes com deficiência congénita em G-6PDH, hiperglicemia, hipertonia, neuropatia periférica, AVC e enfarte do miocárdio, possivelmente secundários à excessiva hipotensão em doentes de elevado risco, angina de peito, pneumonia eosinofílica, hiperplasia gengival, pancreatite, gastrite, hepatite, icterícia, hepatite citolítica ou colestática, aumento das enzimas hepáticas, edema de Quincke, eritema multiforme, Síndrome de Stevens-Johnson, dermatite esfoliativa, diminuição da hemoglobina e hematócrito. Frequência desconhecida: afeção extrapiramidal (síndrome extrapiramidal); necrólise epidérmica tóxica e fenómeno de Raynaud. Sobredosagem*. Propriedades*: O perindopril é um inibidor da enzima que converte a angiotensina I em angiotensina II (Enzima de Conversão da Angiotensina - ECA). A amlodipina é um inibidor do fluxo de iões de cálcio do grupo das dihidropiridinas (bloqueador dos canais lentos de cálcio ou antagonista do ião de cálcio) e inibe o influxo transmembranar dos iões de cálcio para musculatura cardíaca e lisa vascular. Apresentações*: Embalagens de 30 comprimidos de Coveram® 5 mg/5 mg, 5 mg/10 mg, 10 mg/5 mg e 10 mg/10 mg. Titular da AIM: Les Laboratoires Servier, 50, rue Carnot, 92284 Suresnes cedex, França. www.servier.com Para mais informações deverá contactar o representante do titular da AIM: Servier Portugal, Lda. Av. António Augusto de Aguiar, 128, 1069-133 Lisboa – tel: 213122000. Regime de comparticipação: Comparticipado pelo escalão B: RG=69%; RE=84%. Coveram® é um MSRM. RCM aprovado em 06.2021. IECRCM 14.03.2022. *Para uma informação completa, por favor leia, o resumo das características do medicamento. Nome do Medicamento: Preterax® 2,5 mg/0,625 mg; Preterax® 5 mg/1,25 mg; Preterax® 10 mg/2,5 mg. Composição qualitativa e quantitativa: Cada comprimido contém: Preterax® 2,5 mg/0,625 mg: 1,6975 mg de perindopril correspondente a 2,5mg de perindopril arginina e 0,625 mg de indapamida; Preterax® 5 mg/1,25 mg: 3,395 mg de perindopril correspondente a 5 mg de perindopril arginina e 1,25mg de indapamida; Preterax® 10 mg/2,5 mg: 6,79 mg de perindopril correspondente a 10 mg de perindopril arginina e 2,5mg de indapamida. Contém lactose como excipiente. Forma farmacêutica: Comprimidos revestidos por película. Indicações terapêuticas: Preterax® 2,5 mg/0,625 mg: Hipertensão arterial em adultos. Preterax® 5 mg/1,25 mg: Hipertensão arterial essencial, em doentes adultos cuja pressão arterial não é adequadamente controlada só com perindopril. Preterax® 10 mg/2,5 mg: Terapêutica de substituição no tratamento da hipertensão essencial, em doentes adultos já controlados com perindopril e indapamida administrados simultaneamente e nas mesmas doses. Posologia e modo de administração*: Uso oral. Um comprimido por dia numa única toma, de preferência de manhã e antes da refeição. Doentes idosos: Preterax® 2,5 mg/0,625 mg: um comprimido por dia. Preterax® 5 mg/1,25 mg: deve ser iniciado após avaliação da resposta da pressão arterial e da função renal. Preterax® 10 mg/2,5 mg: a creatinina plasmática deverá ser ajustada em relação à idade, peso e género. Os doentes idosos podem ser tratados se a função renal for normal e após avaliação da resposta da pressão sanguínea. Doentes com compromisso renal: Monitorização frequente dos valores da creatinina e do potássio. Depuração da creatinina (ClCr) ≥60 mL/min: não é necessário modificar a dose. ClCr entre 30-60 mL/min (compromisso renal moderado): com Preterax® 2,5 mg/0,625 mg a dose máxima deve ser um comprimido por dia; com Preterax® 5 mg/1,25 mg recomenda-se iniciar o tratamento com a dosagem adequada da associação livre; com Preterax® 10 mg/2,5mg o tratamento está contraindicado. ClCr <30 mL/min (compromisso renal grave): o tratamento com Preterax®, em todas as dosagens, está contraindicado. Doentes com compromisso hepático: Em caso de compromisso hepático grave o tratamento está contraindicado. Nos doentes com compromisso hepático moderado não é necessário modificar a dose. População pediátrica: Nenhuma das dosagens de Preterax® deve ser utilizada em crianças e adolescentes. Contraindicações*: Hipersensibilidade às substâncias ativas, a qualquer outro IECA, a qualquer outra sulfonamida e/ou a qualquer um dos excipientes; História de angioedema (edema de Quincke) associado a terapêutica prévia com IECA Angioedema hereditário/idiopático; Segundo e terceiro trimestres da gravidez e aleitamento; Utilização concomitante de Preterax® com medicamentos contendo aliscireno em doentes com diabetes mellitus ou compromisso renal (TFG <60 ml/min/1,73 m2); Utilização concomitante com sacubitril/valsartan. Preterax® não deve ser iniciado até 36 horas após a última dose de sacubitril/valsartan; Tratamentos extracorporais nos quais o sangue entra em contato com superfícies eletrizadas negativamente; Estenose bilateral significativa das artérias renais ou estenose da artéria para o único rim funcional; Compromisso renal grave (ClCr <30 mL/min) para Preterax® 2,5mg/0,625mg e 5mg/1,25mg; Compromisso renal moderado a grave (ClCr <60 mL/min) para Preterax® 10/2,5mg; Encefalopatia hepática; Compromisso hepático grave; Hipocaliemia; Preterax® não deve ser utilizado em doentes dialisados e em doentes com insuficiência cardíaca descompensada não tratada, devido à insuficiente experiência terapêutica nestes doentes. Advertências e precauções especiais de utilização*: Advertências especiais: Lítio: não recomendado. Diuréticos poupadores de potássio, suplementos de potássio e sais contendo potássio, Duplo bloqueio do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) através da utilização concomitante de IECAs, ARAs ou aliscireno: não recomendado devido ao risco de hipotensão, hipercaliemia e diminuição da função renal (incluindo insuficiência renal aguda). Doentes com nefropatia diabética tratados com ARAs II: não deve ser utilizado. Neutropenia/agranulocitose/trombocitopenia/anemia: utilizar com extrema precaução em doentes com doença colagenovascular, em terapia com agentes imunossupressores, tratados com alopurinol ou procainamida, recomendando-se monitorização periódica do número de glóbulos brancos. Hipertensão renovascular: existe um risco aumentado de hipotensão e insuficiência renal, em doentes com estenose bilateral das artérias renais ou estenose da artéria para o único rim funcional. O tratamento com diuréticos pode ser um fator contributivo. Pode ocorrer perda da função renal (alterações menores na creatinina sérica), mesmo em doentes com estenose unilateral da artéria renal. Hipersensibilidade/ Angioedema, angioedema intestinal: interromper imediatamente o tratamento e monitorizar até completa resolução dos sintomas. O angioedema associado a edema da laringe pode ser fatal. Combinação com sacubitril/valsartan: contraindicada devido ao aumento do risco de angioedema. Sacubitril/valsartan não deve ser iniciado até 36 horas após a última dose de perindopril. O tratamento com perindopril não deve ser iniciado até 36 horas após a última dose de sacubitril/valsartan. A utilização concomitante de IECAs com inibidores da NEP (ex.: racecadotril), inibidores mTOR (ex: sirolímus, everolímus, temsirolímus) e gliptinas (ex: linagliptina, saxagliptina, sitagliptina, vildagliptina) pode levar a um aumento do risco de angioedema (ex: inchaço das vias respiratórias ou da língua, com ou sem compromisso respiratório). Recomenda-se precaução ao iniciar racecadotril, inibidores mTOR (ex: sirolímus, everolímus, temsirolímus) e gliptinas (ex: linagliptina, saxagliptina, sitagliptina, vildagliptina) num doente que já esteja a tomar um IECA. Utilização concomitante de inibidores mTOR (p.ex.: sirolímus, everolímus, temsirolímus): os doentes podem ter risco acrescido de angioedema (p.ex.: inchaço das vias respiratórias ou língua, com ou sem compromisso respiratório). Reações anafiláticas durante a dessensibilização: foram notificados casos isolados de doentes com reações anafiláticas, com risco de vida, ao receberem IECAs durante tratamentos de dessensibilização. Os IECAs devem ser utilizados com precaução em doentes alérgicos tratados com dessensibilização e devem ser evitados nos doentes submetidos a imunoterapia com veneno de himenópteros (abelhas, vespas). Estas reações podem ser evitadas com a interrupção temporária do IECA pelo menos 24 horas antes do tratamento de dessensibilização. Reações anafiláticas durante aférese de LDL com sulfato de dextrano: em raras ocasiões, os doentes sofreram reações do tipo anafilático que envolveram risco de vida. Deve interromper-se temporariamente o tratamento antes de cada aférese. Reações anafiláticas com membranas de fluxo elevado em doentes hemodialisados: nestes doentes deve considerar-se a utilização de um tipo diferente de membranas de diálise ou outra classe de anti-hipertensor. Aldosteronismo primário: não recomendado em doentes com hiperaldosteronismo primário (não respondem a anti-hipertensores que atuam através da inibição do sistema reninaangiotensina). Gravidez: interromper o tratamento e, se apropriado, mudar para uma terapêutica alternativa. Encefalopatia hepática, que pode progredir para coma hepático: interromper o tratamento. Fotossensibilidade: interromper o tratamento. Insuficiência renal: em doentes com insuficiência renal funcional, com ou sem aparente lesão renal pré-existente, o tratamento deve ser interrompido e, eventualmente, retomado com uma dose mais baixa ou com apenas um dos constituintes. Deve ser efetuado um controlo do potássio e da creatinina após duas semanas de tratamento e, de seguida, de 2 em 2 meses durante o período de estabilidade terapêutica. Em caso de estenose bilateral das artérias renais ou de um só rim funcional: não recomendado. Precauções de utilização: Insuficiência hepática: interromper o tratamento em caso de icterícia ou de aumentos significativos das enzimas hepáticas. Em raras ocasiões, os inibidores da ECA têm sido associados a uma síndrome que começa com icterícia colestática e progride para necrose hepática fulminante e (por vezes) morte. Hipertensão renovascular: iniciar o tratamento durante o internamento; monitorizar a função renal e o potássio. Risco de hipotensão arterial e/ou insuficiência renal em caso de depleção de água ou eletrólitos em doentes com pressão arterial baixa, estenose da artéria renal, insuficiência cardíaca congestiva ou cirrose com edema e ascite: iniciar o tratamento com uma dose baixa e aumentar progressivamente. Hipotensão súbita em presença de depleção sódica prévia (especialmente em doentes com estenose da artéria renal): restabelecer a volemia e pressão arterial, retomar o tratamento com uma posologia reduzida ou com apenas um dos constituintes. Insuficiência cardíaca grave (grau IV): iniciar tratamento sob vigilância médica e com uma posologia inicial reduzida. Estenose da válvula mitral ou aórtica/cardiomiopatia hipertrófica: utilizar com precaução no caso de obstrução do fluxo sanguíneo de saída do ventrículo esquerdo. Aterosclerose: iniciar tratamento com uma dose baixa em doentes com cardiopatia isquémica ou insuficiência circulatória cerebral. Tosse seca: é caraterizada pela sua persistência e pelo seu desaparecimento com a interrupção do tratamento. Níveis de potássio: monitorizar regularmente. Hipercaliemia: monitorização frequente dos níveis de potássio plasmático, no caso de insuficiência renal, degradação da função renal, idade (>70 anos), diabetes mellitus (o tratamento deve iniciar-se sob vigilância médica e com uma posologia inicial reduzida), desidratação, descompensação cardíaca aguda, acidose metabólica e utilização concomitante de diuréticos poupadores de potássio, substitutos do sal contendo potássio e, especialmente, antagonistas da aldosterona ou bloqueadores dos recetores da angiotensina. A hipercaliemia pode causar arritmias graves, por vezes fatais. Hipocaliemia: elevado risco para idosos e/ou desnutridos, doentes cirróticos com edema e ascite, doentes coronários, doentes com insuficiência cardíaca e doentes com intervalo QT prolongado; em todos estes casos é necessária monitorização mais frequente dos níveis de potássio. A hipocaliemia pode causar afeções musculares e rabdomiólise; pode também favorecer o aparecimento de torsades de pointes, que pode ser fatal. Níveis de sódio: devem ser controlados antes do início do tratamento; monitorização mais frequente no idoso e nos doentes cirróticos. A hiponatremia com hipovolemia podem ser responsáveis por desidratação e hipotensão ortostática. Perda concomitante de cloro pode causar alcalose metabólica secundária compensatória (a incidência e o grau deste efeito é ligeiro). Hipercalcemia: suspender o tratamento antes de avaliar a função paratiroide. Hiperuricémia: aumento da tendência para ataques de gota. Cirurgia/Anestesia: é recomendado a interrupção do tratamento um dia antes da cirurgia. Problemas hereditários de intolerância à galactose, deficiência total de lactase ou malabsorção de glucose-galactose: não deve ser administrado. Preterax® é praticamente isento de sódio (menos de 23 mg de sódio por comprimido). Diabéticos: é importante monitorizar a glicemia, particularmente em casos de hipocaliemia. Indivíduos de raça negra: maior incidência de angioedema e aparente menor eficácia na redução da pressão arterial, comparativamente com indivíduos de raça não negra. Crianças e adolescentes: eficácia e tolerabilidade não estabelecidas. Atletas: pode originar uma reação positiva em controlos de dopagem. Efusão coroidal, miopia aguda e glaucoma secundário de ângulo fechado: o tratamento deve ser interrompido o mais rapidamente possível. Devem ser imediatamente considerados tratamentos médicos ou cirúrgicos se a pressão intraocular continuar descontrolada. Interações medicamentosas e outras formas de interação*: Utilização concomitante contraindicada com: Aliscireno (em doentes diabéticos ou com compromisso renal), Tratamentos extracorporais, Sacubitril/valsartan. Utilização concomitante não recomendada: Aliscireno (em outros doentes), Lítio, Diuréticos poupadores de potássio, Terapêutica concomitante com IECAs e ARAs II, Estramustina, Sais de potássio. Utilização concomitante que requer cuidados especiais: Baclofeno, Anti-inflamatórios não esteróides (incluindo ácido acetilsalicílico ≥3g/dia), Antidiabéticos, Medicamentos que induzem torsades de pointes, Medicamentos que baixam o potássio, Diuréticos não-poupadores de potássio, Digitálicos, Racecadotril, Inibidores mTOR (p.ex.: sirolímus, everolímus, temsirolímus), Gliptinas (p.ex.: linagliptina, saxagliptina, sitagliptina, vildagliptina), Alopurinol. Utilização concomitante que requer alguns cuidados: Antidepressivos imipramínicos (tricíclicos), Neurolépticos, Anti-hipertensores e vasodilatadores, Heparinas, Imunossupressores ou citostáticos como a Ciclosporina ou Tacrolímus, Trimetoprim e Cotrimoxazol (trimetoprim/sulfametoxazol), Corticosteróides sistémicos ou procainamida ou tetracosactido, Anestésicos, Simpaticomiméticos, Ouro, Metformina, Produtos de contraste iodados, Sais de cálcio. Fertilidade, gravidez e aleitamento*: Não recomendado durante o primeiro trimestre de gravidez e aleitamento. Contraindicado no segundo e terceiro trimestres de gravidez. Capacidade de conduzir e utilizar Máquinas*: A capacidade de conduzir veículos ou utilizar máquinas pode estar comprometida devido à descida da pressão arterial que poderá ocorrer em alguns doentes. Efeitos indesejáveis*: Frequentes: Reações de hipersensibilidade (principalmente dermatológicas, em doentes com pré-disposição para reações alérgicas e asmáticas), Tonturas, Cefaleias, Parestesia, Disgeusia, Compromisso visual, Vertigens, Acufenos, Hipotensão, Tosse, Dispneia, Dor abdominal, Obstipação, Diarreia, Dispepsia, Náusea, Vómitos, Prurido, Erupção cutânea, Erupção cutânea maculopapular, Espasmos musculares, Astenia. Pouco frequentes: Eosinofilia, Hipoglicemia, Hipercaliemia, Hiponatremia, Alterações de humor, Perturbações do sono, Sonolência, Síncope, Palpitações, Taquicardia, Vasculite, Broncoespasmo, Boca seca, Urticária, Angioedema, Púrpura, Hiperidrose, Reações de fotossensibilidade, Penfigóide, Artralgia, Mialgia, Insuficiência renal, Disfunção erétil, Dor no peito, Mal-estar geral, Edema periférico, Pirexia, Aumento da ureia sérica, Aumento da creatinina sérica, Quedas. Raros: Agravamento da psoríase, Fadiga, Aumento da bilirrubinemia, Aumento das enzimas hepáticas. Muito raros: Rinite, Agranulocitose, Anemia aplásica, Pancitopenia, Leucopenia, Neutropenia, Anemia hemolítica, Trombocitopenia, Hipercalcemia, Confusão, AVC possivelmente secundário a hipotensão excessiva em doentes de alto risco, Arritmia (incluindo bradicardia, taquicardia ventricular e fibrilhação auricular), Angina de peito, Enfarte do miocárdio (secundário a hipotensão excessiva em doentes de alto risco), Pneumonia eosinofílica, Pancreatite, Hepatite, Função hepática anormal, Eritema multiforme, Necrólise epidérmica tóxica, Síndrome de Stevens-Johnson, Insuficiência renal aguda, Diminuição da hemoglobina e hematócrito. Frequência desconhecida: Depleção de potássio com hipocaliemia particularmente grave em certas populações de alto risco, Encefalopatia hepática (em caso de insuficiência hepática), Miopia, Visão turva, Glaucoma agudo de ângulo fechado, Efusão coroidal, Torsades de pointes (potencialmente fatal), Rabdomiólise, Fraqueza muscular, Possível agravamento de lúpus eritematoso disseminado agudo préexistente, Aumento da glicémia e do ácido úrico sérico, ECG com intervalo QT prolongado, Fenómeno de Raynaud. A síndrome de secreção inapropriada de hormona antidiurética (SIADH) pode ser considerada uma complicação muito rara, associada ao tratamento com IECAs. Propriedades farmacológicas*: Preterax® é uma associação de perindopril (sal de arginina), um inibidor da enzima de conversão da angiotensina, e de indapamida, uma sulfonamida, farmacologicamente relacionada com os diuréticos tiazídicos, com um efeito anti-hipertensor dose-dependente na pressão arterial sistólica e diastólica quer em decúbito quer em pé. Apresentação*: Embalagens de 30 comprimidos. Titular da autorização de introdução no mercado: Les Laboratoires Servier, 50, rue Carnot, 92284 Suresnes cedex, França. Para mais informações deverá contactar o representante do titular da AIM: Servier Portugal, Avenida António Augusto de Aguiar, 128, 1069-133 Lisboa – telefone: 213122000. Regime de comparticipação: Comparticipado pelo escalão B: RG=69%; RE=84%. Preterax® é um MSRM. RCM aprovado em 06.2021. IECRCM 01.09.2021 *Para uma informação completa deverá consultar o Resumo das Características do Medicamento (RCM). Nome do Medicamento*: Triplixam® 5mg/1,25mg/5mg; Triplixam® 5mg/1,25mg/10mg; Triplixam® 10mg/2,5mg/5mg; Triplixam® 10mg/2,5mg/10mg. Composição qualitativa e quantitativa *: Triplixam® 5mg/1,25mg/5mg contém 5 mg de perindopril (per.), 1,25 mg de indapamida (ind.) e 5 mg de amlodipina (amlo.). Triplixam® 5mg/1,25mg/10mg contém 5 mg per./1,25 mg ind./10mg amlo.; Triplixam® 10mg/2,5mg/5mg contém 10 mg per./2,5 mg ind./5 mg amlo. Triplixam® 10mg/2,5mg/10mg contém 10 mg per/2,5 mg ind/10 mg amlo. Forma farmacêutica: Comprimidos revestidos por película. Indicações terapêuticas*: Triplixam® está indicado como terapêutica de substituição para o tratamento da hipertensão essencial, em doentes já controlados com a associação fixa perindopril/indapamida e amlodipina tomados com a mesma dose. Posologia e modo de administração*: Via oral. Um comprimido revestido por película de Triplixam® por dia, numa única toma, de preferência de manhã e antes de uma refeição. A associação fixa não é recomendada para terapêutica inicial. Se for necessário alterar a posologia, a titulação deve ser feita com os componentes isolados. População pediátrica: não deve ser utilizada. Contraindicações*: Doentes hemodialisados. Doentes com insuficiência cardíaca descompensada não tratada. Compromisso renal grave (depuração da creatinina (ClCr) < 30 mL/min). Compromisso renal moderado (ClCr 30-60 mL/min) para Triplixam® 10mg/2,5mg/5mg e 10mg/2,5mg/10mg. Hipersensibilidade às substâncias ativas, às outras sulfonamidas, aos derivados das dihidropiridinas, a qualquer outro IECA ou a qualquer um dos excipientes. Antecedentes de angioedema (edema de Quincke) associado a prévia terapêutica com IECAs . Angioedema hereditário ou idiopático. Segundo e terceiro trimestres da gravidez. Encefalopatia hepática. Compromisso hepático grave. Hipocaliemia. Hipotensão grave. Choque, incluindo choque cardiogénico. Obstrução no fluxo de saída do ventrículo esquerdo (p.e. grau Anun o_HTA_ 264 340 ndd 2

elevado de estenose aórtica). Insuficiência cardíaca hemodinamicamente instável após enfarte agudo do miocárdio. Utilização concomitante de Triplixam® com produtos que contenham aliscireno em doentes com diabetes mellitus ou com compromisso renal (TFG <60mL/min/1,73m2). Utilização concomitante com sacubitril/valsartan. Triplixam® não deve ser iniciado até 36 horas após a última dose de sacubitril/ valsartan. Tratamentos extracorporais nos quais o sangue entra em contato com superfícies polarizadas negativamente. Estenose bilateral significativa da artéria renal ou estenose da artéria para o único rim funcional. Advertências e precauções especiais de utilização*: Advertências especiais: Associação com lítio: não recomendada. Duplo bloqueio do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA): IECAs e bloqueadores dos recetores da angiotensina II não devem ser utilizados concomitantemente em doentes com nefropatia diabética. Neutropenia/agranulocitose/trombocitopenia/anemia: extrema precaução nos doentes com doença vascular colagénica, terapêutica imunossupressora, tratamento com alopurinol ou procainamida, ou uma combinação destes fatores de risco, especialmente em caso de compromisso da função renal pré-existente. Monitorização periódica dos níveis de glóbulos brancos no sangue. Hipertensão renovascular: existe um risco aumentado de hipotensão e insuficiência renal, em doentes com estenose bilateral da artéria renal ou estenose da artéria para o único rim funcional. O tratamento com diuréticos pode ser um fator contributivo. Pode ocorrer perda da função renal (alterações menores na creatinina sérica), mesmo em doentes com estenose unilateral da artéria renal. Hipersensibilidade/angioedema/angioedema intestinal: o tratamento deve ser imediatamente interrompido e iniciada monitorização adequada até ao completo desaparecimento dos sintomas. Angioedema associado a edema da faringe pode ser fatal. Utilização concomitante de inibidores mTOR (p.e. sirolímus, everolímus, temsirolímus): doentes podem estar em risco aumentado de angioedema (p.e. edema das vias respiratórias ou da língua, com ou sem insuficiência respiratória). Combinação com sacubitril/valsartan (contraindicada devido ao aumento do risco de angioedema). Sacubitril/valsartan não deve ser iniciado até 36 horas após a última dose de perindopril. Perindopril não deve ser iniciado até 36 horas após a última dose de sacubitril/valsartan. A utilização concomitante de IECAs com inibidores da NEP (ex: racecadotril), inibidores mTOR (ex: sirolímus, everolímus, temsirolímus) e gliptinas (ex: linagliptina, saxagliptina, sitagliptina, vildagliptina) pode levar a um aumento do risco de angioedema (ex: inchaço das vias respiratórias ou da língua, com ou sem compromisso respiratório). Recomenda-se precaução ao iniciar racecadotril, inibidores mTOR (ex: sirolímus, everolímus, temsirolímus) e gliptinas (ex: linagliptina, saxagliptina, sitagliptina, vildagliptina) num doente que já esteja a tomar um IECA. Reações anafiláticas durante a dessensibilização: precaução em doentes alérgicos tratados com dessensibilização e evitar em imunoterapia com veneno. Suspensão temporária do IECA pelo menos 24 horas antes do tratamento. Reações anafiláticas durante a aférese de lipoproteínas de baixa densidade (LDL): raras vezes, os doentes experimentaram reações anafiláticas com risco de vida, reações evitadas com a interrupção temporária do tratamento antes dos exames. Doentes hemodialisados: nestes doentes deve considerar-se a utilização de um tipo diferente de membranas de diálise, que não as membranas de alto fluxo, ou outra classe de anti-hipertensor que não IECA, para evitar reações anafiláticas. Aldosteronismo primário: não recomendado em doentes com aldosteronismo primário (não respondem a anti-hipertensores que atuam através da inibição do sistema renina-angiotensina). Gravidez: os IECAs não devem ser iniciados durante a gravidez. Quando é diagnosticada a gravidez, o tratamento com IECA deve ser imediatamente interrompido e, se apropriado, deverá ser iniciada terapêutica alternativa. Encefalopatia hepática, que pode progredir para coma hepático: interromper o tratamento. Fotossensibilidade: interromper o tratamento. Precauções de utilização: Função renal: Em alguns doentes hipertensos sem lesões renais pré-existentes aparentes e nos quais as análises de sangue demonstram insuficiência renal funcional, o tratamento deve ser interrompido e possivelmente recomeçado com uma dosagem mais baixa ou com um único constituinte. Monitorizar frequentemente o potássio e a creatinina, após duas semanas de tratamento e após cada dois meses durante o período de estabilização terapêutica. No caso de estenose bilateral da artéria renal ou só com um rim em funcionamento: utilização não recomendada. Risco de hipotensão e/ou insuficiência renal (em casos de insuficiência cardíaca, água e depleção eletrolítica, em doentes com pressão arterial baixa, estenose arterial renal, insuficiência cardíaca congestiva ou cirrose com edema e ascite): o tratamento deve ser iniciado com uma dose mais baixa e aumentado progressivamente. Hipotensão e depleção de água e sódio: risco de hipotensão súbita na presença de depleção sódica pré-existente (em particular em indivíduos com estenose da artéria renal): monitorização dos eletrólitos plasmáticos, restabelecimento do volume sanguíneo e pressão arterial satisfatórios, reiniciar o tratamento com uma dose reduzida ou com apenas um dos constituintes. Níveis de sódio: deve ser efetuada uma monitorização mais frequente no caso de idosos e doentes com cirrose. Níveis de potássio: hipercaliemia: monitorizar o potássio sérico na insuficiência renal, deterioração da função renal, idade (>70 anos), diabetes mellitus, eventos intercorrentes, em particular desidratação, descompensação cardíaca aguda, acidose metabólica e utilização concomitante de diuréticos poupadores do potássio, suplementos, substitutos do sal contendo potássio ou outros medicamentos associados a aumentos do potássio sérico e, especialmente, antagonistas da aldosterona ou bloqueadores dos recetores da angiotensina. A hipercaliemia pode causar arritmias sérias, por vezes fatais. Hipocaliemia: elevado risco para idosos e/ou indivíduos subnutridos, doentes cirróticos com edema e ascites, doentes coronários e com insuficiência renal ou cardíaca, com um intervalo QT longo: análises mais frequentes aos níveis de potássio. A hipocaliemia pode causar afeções musculares e rabdomiólise; poderá também favorecer o aparecimento de torsades de pointes, que pode ser fatal. Níveis de cálcio: hipercalcemia: o tratamento deve ser interrompido antes da investigação da função paratiróide. Hipertensão renovascular: doentes com estenose da artéria renal: o tratamento deve ser iniciado em meio hospitalar com uma dose baixa; monitorizar a função renal e os níveis de potássio. Tosse: a tosse é não-produtiva, persistente e desaparece com a suspensão do tratamento. Aterosclerose: o tratamento a ser iniciado com uma dose baixa em doentes com doença cardíaca isquémica ou insuficiência circulatória cerebral. Crise hipertensiva: a segurança e eficácia não foram estabelecidas. Insuficiência cardíaca/Insuficiência cardíaca grave: precaução nos doentes com insuficiência cardíaca. Em doentes com insuficiência cardíaca grave (grau IV) o tratamento deve iniciar-se sob vigilância médica e com uma dose inicial reduzida. Estenose da válvula aórtica ou mitral/Cardiomiopatia hipertrófica: precaução em doentes com uma obstrução no fluxo de saída do ventrículo esquerdo. Diabéticos: em doentes com diabetes mellitus insulinodependentes o tratamento deve ser iniciado sob supervisão médica e com uma dose inicial reduzida; Os níveis de glicémia devem ser cuidadosamente controlados durante o primeiro mês de tratamento e/ou quando os níveis de potássio são baixos. Indivíduos de raça negra: maior incidência de angioedema em doentes de raça negra e aparentemente menor eficácia na redução da pressão arterial do que em indivíduos de raça não negra. Cirurgia/Anestesia: interromper o tratamento um dia antes da cirurgia. Insuficiência hepática: deve ser utilizado com precaução em doentes com insuficiência hepática ligeira a moderada. Raras vezes, os IECAs foram associados a uma síndrome que começa com icterícia colestática e progride para necrose hepática fulminante e (por vezes) morte. Parar o tratamento no caso de icterícia ou aumento acentuado de enzimas hepáticas e seguimento médico apropriado. Ácido úrico: hiperuricemia: aumento da tendência para ataques de gota. Idosos: a função renal e os níveis de potássio devem ser avaliados antes do início do tratamento. O aumento da dose deve ser feito com cuidado. Excipientes: praticamente isento de sódio (contém menos do que 23 mg de sódio por comprimido). Efusão coroidal, miopia aguda e glaucoma secundário de ângulo fechado: descontinuar a administração do fármaco o mais rapidamente possível. Podem ter que ser considerados tratamentos médicos ou cirúrgicos imediatos, caso a pressão intraocular permaneça não controlada. Atletas: pode originar uma reação positiva em controlos de dopagem. Interações medicamentosas e outras formas de interação*: Contraindicado: Aliscireno em doentes diabéticos ou com compromisso renal, Tratamentos extracorpóreos nos quais o sangue entra em contato com superfícies polarizadas negativamente, Sacubitril/valsartan. Não recomendado: Lítio, Aliscireno (em outros doentes), Terapêutica concomitante com IECAs e ARAs, Estramustina, Fármacos poupadores do potássio (p.e. triamtereno, amilorida), Sais de potássio, Dantroleno (infusão), Toranja ou sumo de toranja. Utilização concomitante que requer cuidados especiais: Baclofeno, AINEs (incluindo ácido acetilsalicílico em doses elevadas), Antidiabéticos (insulina, antidiabéticos orais), Diuréticos não poupadores de potássio e diuréticos poupadores de potássio (eplerenona, espironolactona), Racecadotril, Inibidores mTOR (p.e. sirolimus, everolimus, temsirolimus), Gliptinas (p.e. linagliptina, saxagliptina, sitagliptina, vildagliptina), Medicamentos que induzem “Torsades de pointes”, Anfotericina B (via IV), Glucocorticoides e mineralocorticóides (via sistémica), Tetracosactido, Laxantes estimulantes, Glicósidos cardíacos, Alopurinol, Indutores do CYP3A4, Inibidores do CYP3A4. Utilização concomitante a considerar: Anti-depressores tipo imipramínicos (tricíclicos), Neurolépticos, Outros fármacos antihipertensores, Vasodilatadores, Corticosteroides, Tetracosactido, Heparinas, Fármacos imunossupressores ou citostáticos como a ciclosporina ou tacrolimus, Trimetoprim e cotrimoxazol (trimetoprim/ sulfametoxazol), Corticosteroides sistémicos ou procainamida, Fármacos anestésicos, Diuréticos (tiazida ou diuréticos da ansa), Simpatomiméticos, Ouro, Metformina, Meios de contraste iodados, Cálcio (sais), Ciclosporina, Atorvastatina, Digoxina, Varfarina, Sinvastatina. Gravidez e amamentação*: Contraindicado durante o segundo e terceiro trimestres da gravidez. Não é recomendado durante o primeiro trimestre da gravidez e aleitamento. Fertilidade*: Alterações bioquímicas reversíveis na cabeça dos espermatozoides em alguns doentes tratados com bloqueadores dos canais de cálcio. Capacidade de conduzir e utilizar máquinas*: Pode estar comprometida devido à baixa pressão arterial que poderá ocorrer em alguns doentes, especialmente no início do tratamento. Efeitos indesejáveis*: Muito frequentes: Edema. Frequentes: Tonturas, Cefaleia, Parestesia, Vertigens, Sonolência, Disgeusia, Compromisso visual, Dipoplia, Zumbidos, Palpitações, Rubor, Hipotensão (e efeitos relacionados com hipotensão), Tosse, Dispneia, Dor abdominal, Obstipação, Diarreia, Dispepsia, Náusea, Vómito, Alterações dos hábitos intestinais, Prurido, Erupção cutânea, Erupção cutânea maculopapulosa, Cãibras musculares, Inchaço dos tornozelos, Astenia, Fadiga. Pouco frequentes: Rinite, Eosinofilia, Hipersensibilidade, Hipoglicemia, Hipercaliemia reversível com a descontinuação, Hiponatremia, Insónia, Alterações do humor (incluindo ansiedade), Depressão, Perturbações do sono, Hipostesia, Tremor, Síncope, Taquicardia, Arritmia (incluindo bradicardia, taquicardia ventricular e fibrilhação auricular), Vasculite, Broncoespasmo, Boca seca, Urticária, Angioedema, Alopecia, Púrpura, Descoloração cutânea, Hiperidrose, Exantema, Fotossensibilidade, Penfigóide, Artralgia, Mialgia, Dor de costas, Perturbação da micção, Nictúria, Polaquiúria, Insuficiência renal, Disfunção eréctil, Ginecomastia, Dor, Dor no peito, Mal-estar geral, Edema periférico, Pirexia, Aumento de peso, Diminuição de peso, Aumento da ureia no sangue, Aumento da creatinina no sangue, Quedas. Raros: Estado confusional, Aumento da bilirrubina no sangue, Aumento das enzimas hepáticas, Agravamento da psoríase. Muito raros: agranulocitose, anemia aplástica, pancitopenia, leucopenia, neutropenia, anemia hemolítica, trombocitopenia, reações alérgicas, hiperglicemia, hipercalcemia, hipertonia, neuropatia periférica, AVC possivelmente secundário a hipotensão excessiva em doentes de alto risco, angina de peito, enfarte do miocárdio possivelmente secundário a hipotensão excessiva em doentes de alto risco, pneumonia eosinofílica, hiperplasia gengival, pancreatite, gastrite, hepatite, icterícia, função hepática anormal, eritema multiforme, síndrome de Stevens-Johnson, dermatite esfoliativa, necrólise epidérmica tóxica, edema de Quincke, insuficiência renal aguda, diminuição da hemoglobina e do hematócrito. Desconhecidos: Depleção de potássio com hipocaliemia particularmente grave em certas populações de alto risco, Alteração extrapiramidal (síndrome extrapiramidal), Miopia, Visão turva, Glaucoma agudo de ângulo fechado, Efusão coroidal, Torsade de pointes (potencialmente fatal), Rabdomiólise, Fraqueza muscular, Possibilidade de aparecimento de encefalopatia hepática em caso de insuficiência hepática, Possível deterioração de lúpus eritematoso sistémico pré-existente, Eletrocardiograma com QT prolongado, Aumento da glicemia, Aumento do ácido úrico, Fenómeno de Raynaud. A síndrome de secreção inapropriada de hormona antidiurética (SIADH) pode ser considerada uma complicação muito rara, associada ao tratamento com IECAs. Sobredosagem*. Propriedades*: o perindopril é um inibidor da enzima que converte a angiotensina (IECA) que converte a angiotensina I em angiotensina II. Indapamida é um derivado sulfonamídico com anel indólico, farmacologicamente relacionada aos diuréticos tiazídicos. A amlodipina é um inibidor do fluxo iónico do cálcio do grupo dihidripiridina (bloqueador dos canais lentos do cálcio ou antagonista do ião cálcio) e inibe o influxo transmembranar dos iões para as células cardíacas e da musculatura lisa vascular. Apresentações*: Caixas de 0 comprimidos. Titular da AIM: Les Laboratoires Servier, 50, rue Carnot, 92284 Suresnes cedex, França. www.servier.com Para mais informações deverá contactar o representante do titular da AIM: Servier Portugal Lda., Avenida António Augusto de Aguiar, 128, 1069-133 Lisboa – tel: 213122000. Regime de comparticipação: Comparticipado pelo escalão B: RG=69%; RE=84%. Triplixam® é um MSRM. RCM aprovado em 06.2021. IECRCM 01.09.2021 *Para uma informação completa, por favor leia, o resumo das características do medicamento. NOME DO MEDICAMENTO e FORMA FARMACÊUTICA: Triveram® 10mg/5mg/5mg, 20mg/5mg/5mg, 20mg/10mg/5mg, 20mg/10mg/10mg, 40mg/10mg/10mg comprimidos revestidos por pelicula. COMPOSIÇÃO*: Triveram® 10mg/5mg/5mg contêm 10mg atorvastatina (ator)/5mg perindopril arginina (per)/5mg amlodipina (amlo); Triveram® 20mg ator/5mg per/5mg amlo; Triveram® 20mg ator/10mg per/5mg amlo; Triveram®20mg ator/10mg per/10mg amlo,; Triveram® 40mg ator/10mg per/10mg amlo. Contém lactose como excipiente. INDICAÇÕES*: Triveram® está indicado para o tratamento da hipertensão arterial essencial e/ou da doença arterial coronária estável, em associação com hipercolesterolemia primária ou hiperlipidemia mista, como terapia de substituição em doentes adultos adequadamente controlados com atorvastatina, perindopril e amlodipina administrados concomitantemente com a mesma dosagem da associação fixa. POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO*: Um comprimido por dia, de manhã antes de uma refeição. Triveram® não é adequado para terapêutica inicial. Se for necessária uma mudança de posologia, a titulação deve ser feita com os componentes individuais. Nos doentes em tratamento com os agentes antivirais elbasvir/grazoprevir ou letermovir concomitantemente com Triveram®, a dose de atorvastatina no Triveram® não deverá exceder 20 mg/dia. Não se recomenda a utilização de Triveram®, em doentes a tomar letermovir administrado concomitantemente com ciclosporina. Idosos e doentes com compromisso renal: monitorizar frequentemente a creatinina e o potássio. Clcr<60 ml/min: não adequado. Compromisso hepático: utilizar com precaução. Triveram® está contraindicado em doentes com doença hepática ativa. População pediátrica: não deve ser utilizada. CONTRAINDICAÇÕES*: Hipersensibilidade às substâncias ativas ou a qualquer outro IECA, ou a derivados da dihidropiridina ou estatina ou a qualquer um dos excipientes; Doença hepática ativa ou aumentos inexplicados e persistentes das transaminases séricas que excedam 3 vezes o limite superior dos valores normais; Durante a gravidez, enquanto estiver a amamentar e em mulheres em idade fértil que não usem medidas contracetivas apropriadas; Em doentes tratados concomitantemente com os agentes antivirais glecaprevir/pibrentasvir para a hepatite C; Em caso de hipotensão grave; Choque (incluindo choque cardiogénico); Obstrução no fluxo de saída do ventrículo esquerdo (p.e. cardiomiopatia obstrutiva hipertrofica e grau elevado de estenose aórtica); Insuficiência cardíaca hemodinamicamente instável após enfarte agudo do miocárdio; Antecedentes de angioedema (edema de Quincke) associado a prévia terapêutica com IECAs; Angioedema hereditário ou idiopático; Uso concomitante com medicamentos contendo aliscireno, em doentes com diabetes mellitus ou compromisso renal (TFG < 60 mL/min/1,73m2); Uso concomitante com sacubitril / valsartan, Triveram ® não deve ser iniciado até 36 horas após a última dose de sacubitril/valsartan; Tratamentos extracorporais nos quais o sangue entra em contato com superfícies polarizadas negativamente negativamente; Estenose bilateral significativa da artéria renal ou estenose da artéria para o único rim funcional. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES ESPECIAIS DE UTILIZAÇÃO*: Efeitos hepáticos: devem ser realizados periodicamente testes à função hepática e em caso de aumento dos níveis das transaminases, os doentes devem ser monitorizados até à resolução das alterações. Descontinuar o tratamento em caso de icterícia ou aumento significativo das enzimas hepáticas (aumento das transaminases séricas excedendo 3 vezes o limite superior dos valores normais) e em doentes com doença hepática ativa. Utilizar com precaução nos doentes com compromisso hepático, que consomem quantidades substanciais de álcool e/ou que têm história de doença hepática. Efeitos músculo-esqueléticos: descontinuar o tratamento em caso de aumento dos níveis CK > 10 x Limite Superior Normal (LSN) ou sintomas musculares com aumento dos níveis CK>5x LSN ou de se suspeitar de rabdomiólise. Triveram® deve ser utilizado com precaução com determinados medicamentos que podem aumentar a concentração plasmática da atorvastatina e, portanto, o risco de rabdomiólise, tais como inibidores potentes do CYP3A4 ou proteínas de transporte (p.e. a ciclosporina, cetoconazol, letermovir, ritonavir…). Risco aumentado de miopatia com o uso concomitante de gemfibrozil e outros derivados do ácido fíbrico, antivirais para o tratamento da hepatite C, eritromicina, niacina e ezetimiba. Não é recomendada a coadministração com formulações sistémicas de ácido fusídico ou nos 7 dias seguintes após ter parado o tratamento com ácido fusídico. Se o tratamento com ácido fusídico for considerado essencial, o Triveram® deve ser descontinuado durante o mesmo. Doença pulmonar intersticial: se houver suspeita, a terapêutica deverá ser descontinuada. Diabetes Mellitus: em doentes diabéticos, o controlo da glicemia deve ser rigorosamente monitorizado durante o primeiro mês de tratamento. Insuficiência cardíaca: utilizar com precaução. Hipotensão: monitorizar a pressão arterial, a função renal e o potássio nos doentes com elevado risco de hipotensão sintomática (depleção de volume ou doentes com hipertensão grave renina-dependente) ou com insuficiência cardíaca sintomática (com ou sem insuficiência renal), ou com doença cardíaca isquémica ou doença cerebrovascular. Uma resposta hipotensora transitória não é uma contraindicação para doses adicionais, logo que a pressão arterial tenha aumentado após aumento da volémia. Estenose das válvulas aórtica e mitral / cardiomiopatia hipertrófica: utilizar com precaução e ver CONTRAINDICAÇÕES*, Transplante renal: não há experiência em doentes com transplante renal recente. m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m M M m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m mm m m m m m m M m m m m m m m m m m m m m m mm m m m M m m m M m m m m m m m M m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m M m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m m M M m m M m m m m m m mm m m m M www m m m M M M m % % m m M M M m M m m m m M m 02 05 2022 10 05


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Demência – a epidemia silenciosa em particular, estão em desenvolvimento ensaios clínicos com mais de uma centena de fármacos, com distintos mecanismos de ação.

Em conclusão, a resposta dos cuidados de saúde ao aumento no número de doentes com demência depende de uma observação cuidadosa nos cuidados

primários, agilização na referenciação à consulta hospitalar de Neurologia/Neurodegenerativas. A articulação entre especialidades no seguimento destes doentes é

fundamental, especialmente com a expectativa de futuros tratamentos destas patologias, até ao momento inexoravelmente progressivas.

VIAGRA A Experiência Importa ®

Inês Laranjinha Neurologista, CH Universitário do Porto A doença de Alzheimer e outras demências representam um problema de saúde pública, de prevalência crescente, com consequências quer a nível individual, quer familiar e na sociedade. Os estudos mais recentes demonstram que o número de pessoas com demência em todo o mundo mais do que duplicou nas últimas décadas, com elevada morbilidade e mortalidade associadas. O consequente impacto sobre os sistemas de saúde do presente e, sobretudo, do futuro requer uma articulação estreita entre cuidados de saúde primários e consulta hospitalar de Neurologia. Na avaliação inicial de queixas cognitivas em consulta de Medicina Geral e Familiar existem sinais de alarme na anamnese que podem sugerir uma doença neurodegenerativa. Estes incluem noção de progressão das queixas, importante perda funcional, falhas em compromissos de responsabilidade e preocupação/sinalização por parte de terceiros. Os casos de possível défice cognitivo beneficiam da realização precedente de exames complementares de diagnóstico, como a tomografia computorizada cerebral e estudo analítico (com função tiroideia, VDRL, vitamina B12 e ácido fólico), que muito auxiliam a avaliação na consulta de Neurologia. Possíveis confundidores como perturbação de humor, sono ou ansiedade, que podem conduzir a dificuldades mnésicas e de raciocínio, devem ser igualmente identificados e, se possível, corrigidos. O tipo de referenciação hospitalar depende das especificidades do doente. Uma suspeita de défice cognitivo em idade jovem, com história familiar positiva, quadro clínico atípico ou dúvida diagnóstica deverá ser encaminhada a consulta de Doenças Neurodegenerativas. Nesta consulta de subespecialidade, é revista a anamnese detalhada com acompanhante, história médica, medicamentosa e familiar; o exame neurológico engloba um teste de rastreio cognitivo; é verificada a exclusão de causas tratáveis de demência. Atualmente, não existe ainda tratamento modificador de doença na demência, apesar da profícua investigação passada e em curso. Na doença de Alzheimer,

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VIAGRA® é uma opção terapêutica eficaz e bem tolerada para capacitar a vida dos doentes com Disfunção Erétil e dos seus parceiros.1 Clique para aceder ao IECRCM Referências: 1. Hatzimouratidis K. Clin Interv Aging. 2006;1(4):403 414.

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O fígado gordo e o risco metabólico – um modelo bidirecional

Isabel Pedroto Diretora do Serviço de Gastrenterologia do CH Universitário do Porto. Prof.ª catedrática conv. do ICBAS Os especialistas de Medicina Geral e Familiar têm um papel fundamental nas estratégias de prevenção, diagnóstico precoce e estratificação individual do risco de progressão das doenças. Uma dessas patologias é a doença hepática crónica avançada. A cirrose hepática é a segunda principal causa de morte prematura em pes-

soas em idade ativa (depois das doenças cardía­ cas), desenvolvendo-se silenciosamente. A maioria dos doentes não apresenta sinais ou sintomas até à primeira emergência médica grave, fatal num em cada três doentes. De facto, cerca de 50% dos doentes com cirrose hepática ainda são diagnosticados aquando de uma descompensação da sua doença numa admissão hospitalar urgente. Ao contrário da maioria das principais doenças, a taxa de mortalidade por cirrose hepática continuou a aumentar nas últimas décadas. A doença hepática nos adultos tem três causas principais: abuso crónico de álcool; hepatites víricas e obesidade/síndrome metabólica. Muitas doenças hepáticas são evitáveis ​​e, se diagnosticadas precocemente, simples intervenções clínicas ou mudanças no estilo de vida podem atrasar ou interromper a progressão da doença. A prevalência do fígado gordo não-alcoólico está a aumentar em todo o mundo. O fígado gordo não-alcoólico tornou-

Muitas doenças hepáticas são evitáveis ​​ e, se diagnosticadas precocemente, simples intervenções clínicas ou mudanças no estilo de vida podem atrasar ou interromper a progressão da doença. -se a doença hepática mais comum nos países ocidentais, afetando cerca de 20 a 30% da população adulta. O fígado gordo não-alcoólico é definido pela presença de esteatose em mais de 5% dos hepatócitos, em associação com fatores de risco meta-

bólicos (principalmente, obesidade e diabetes tipo 2) e na ausência de consumo excessivo de álcool (≥ 30 g por dia nos homens e ≥ 20 g por dia nas mulheres), ou outras doenças crónicas do fígado. Nalguns casos, a esteatose isolada pode progredir para estádios mais avançados, como a esteato-hepatite não alcoólica com progressão fibrótica. A maioria dos doentes com fígado gordo não-alcoólico apresenta pelo menos uma das características da síndrome metabólica e até um terço deles tem o diagnóstico completo, mesmo na ausência de obesidade. Embora o fígado gordo não-alcoólico seja frequentemente considerado a manifestação hepática da síndrome metabólica, há muitos estudos que apoiam um modelo bidirecional, no qual o fígado gordo não-alcoólico desempenha um papel crucial no desenvolvimento de alguns distúrbios metabólicos. Atualmente, surgem evidências crescentes de que o fígado gordo não-alcoólico pode frequentemente preceder o desenvolvimento da diabetes

mellitus tipo 2 ou outros componentes da síndrome metabólica, como a hipertensão arterial. O que sabemos é que a prevalência do fígado gordo não-alcoólico nos doentes com diabetes mellitus tipo 2 ronda os 55%, o que é, pelo menos, duas vezes maior do que na população em geral. A prevalência global de esteato-hepatite não alcoólica nos doentes com diabetes mellitus tipo 2 é de 37,3 e 17% destes podem apresentar fibrose avançada. O principal método de triagem para a doença hepática é analisar um painel de marcadores sanguíneos chamados testes de função hepática. Mas temos que reconhecer os doentes com fatores de risco para progressão de doença hepática, estratificar esse risco e atuar enquanto há possibilidade de reversibilidade. Serão estes exames de sangue de rotina a chave para travar o curso silencioso da doença hepática? Precisamos de melhores ferramentas diagnósticas? Necessitaremos de novos algoritmos? Estas são algumas questões a debater.

Enxaqueca: a segunda cefaleia primária mais frequente

Paula Salgado Neurologista, Hospital Pedro Hispano (ULSM) As cefaleias são uma das principais queixas mencionadas em consultas médicas e uma das principais causas de referenciação à consulta de Neurologia. Mais de 90% destas cefaleias são primárias ou não secundárias a outras patologias, sendo a enxaqueca a segunda cefaleia primária mais frequente.

A enxaqueca tem, habitualmente, início na idade adulta jovem, embora possa também iniciar-se em crianças ou em idosos, e afeta mais frequentemente o sexo feminino. Trata-se de uma doença episódica do sistema nervoso central, com um variado espetro de possíveis manifestações. Significa que a sua evolução se caracteriza pelo surgimento de vários episódios ao longo da vida, com duração e frequência variáveis, podendo ser rara e com menos de um episódio por mês ou ser crónica. A frequência e a intensidade das crises tendem a diminuir com a idade e, no caso do sexo feminino, com a menopausa. No que diz respeito às suas manifestações, além da dor de cabeça muito intensa e incapacitante que a caracteriza, faz-se também acompanhar de náuseas e/ /ou vómitos, sensibilidade à luz e ao som. Associadamente, horas ou dias antes da

cefaleia em si se iniciar e/ou após o seu término, alguns doentes experimentam sintomas sensitivos, emocionais, cognitivos ou até alteração do sono. Uma crise de enxaqueca pode provocar até 60% de incapacidade e, assim, interferir ou impedir a pessoa de exercer as suas atividades habituais ou profissionais. Nem sempre as crises de enxaqueca são fáceis de tratar ou de rápida resolução, podendo mesmo prolongar-se por vários dias. Assim, facilmente se concebe a incapacidade laboral, mas também pessoal e social que a doença pode significar. Acarreta elevados custos económicos e sociais, quer pela frequência com que os doentes necessitam de cuidados de saúde, quer pelo absentismo e presenteísmo laborais, frequentemente associados. Existem diferentes tratamentos para a enxaqueca. Os chamados sinto-

A frequência e a intensidade das crises tendem a diminuir com a idade e, no caso do sexo feminino, com a menopausa. máticos ou em SOS e os preventivos. Os primeiros tentam resolver a crise de enxaqueca, enquanto os segundos têm como objetivo prevenir a recorrência de crises, diminuindo a sua frequência e intensidade. Durante vários anos, as únicas alternativas terapêuticas foram fármacos orais, nem sempre eficazes e associados

a alguns efeitos adversos. Entretanto, a toxina botulínica foi estudada e aprovada como tratamento preventivo muito eficaz. Nos últimos anos, o tratamento da enxaqueca evoluiu significativamente, com o surgimento de tratamentos altamente específicos e eficazes, nomeadamente os anticorpos monoclonais. Podemos, por isso, dizer que o paradigma do doente com enxaqueca, que tinha de aceitar sofrer cronicamente com cefaleias, está a modificar-se. Tratando-se de uma patologia tão frequente e com impactos tão significativos a vários níveis, importa realmente diagnosticar atempadamente estes doentes e iniciar o mais precocemente possível o tratamento adequado a cada caso, com vista a que esta passe a ser uma patologia controlada, apesar de frequente.


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Covid-19: das sequelas aos novos tratamentos no ambulatório mento de covid-19 ligeira a moderada em doentes não-hospitalizados e com fatores de risco para progressão da doença, como idade ou comorbilidades

preexistentes, atualmente, a OMS recomenda o tratamento com fármacos com ação antivírica (nirmatrelvir-ritonavir [oral], molnupiravir [oral] e remdesi-

vir [endovenoso]) ou anticorpos monoclonais (sotrovimab [endovenoso], casirivimab-imdevimab [endovenoso]). A disponibilidade dos fármacos, via de

administração, duração do tratamento e tempo desde o início dos sintomas poderá condicionar a escolha da terapêutica.

NA DEPRESSÃO E NA ANSIEDADE, CADA PESSOA MERECE UMA RESPOSTA

Gabriela Canelas IFE de Doenças Infeciosas, CHU de São João

Desde cedo que na pandemia covid-19 foram sendo reportados vários problemas de saúde persistentes ou de novo, após a fase aguda da doença, com várias designações e definições de caso na literatura. Apesar do conhecimento limitado dos seus determinantes, mecanismos patológicos, critérios de diagnóstico, tratamento e prognóstico a longo prazo, a sua importância é clara e, em outubro de 2021, a OMS divulgou a sua definição de Condição Pós-Covid-19: sintomas com, pelo menos, 2 meses de duração em indivíduos com uma história provável ou confirmada de infeção por SARS-CoV-2 há 3 meses que não possam ser explicados por um diagnóstico alternativo. Os sintomas mais comuns incluem fadiga, tosse, dispneia, distúrbios do sono, comprometimento cognitivo e ansiedade, com impacto no dia-a-dia destes doentes. Adicionalmente, aqueles com doença grave na fase aguda podem apresentar sequelas, como síndrome pós-internamento em UCI com alterações motoras, musculoesqueléticas, cognitivas e psiquiátricas e alterações fibróticas pulmonares, entre outras. Após exclusão de diagnósticos alternativos ou complicações que justifiquem a sintomatologia, a abordagem de alguns doentes pode passar por programas de reabilitação neuromotora e cardiopulmonar, que demonstraram melhoria do estado de saúde físico e mental, bem como da funcionalidade e qualidade de vida. Relativamente aos novos tratamentos no ambulatório, vários têm sido os fármacos em investigação. Para o trata-

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NOME DO MEDICAMENTO Zoloft 50 mg ou 100 mg comprimidos revestidos por película. Zoloft 20 mg/ml concentrado para solução oral. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Comprimidos revestidos por película: cada comprimido revestido por película contém cloridrato de sertralina equivalente a 50 mg ou 100 mg de sertralina. Concentrado para solução oral: sertralina 20 mg/ ml concentrado para solução oral contém 20 mg de sertralina (como cloridrato) por ml. Excipientes com efeito conhecido: Sertralina concentrado para solução oral contém 181 mg de etanol anidro em cada 25 mg (1,25 ml) de solução que é equivalente a 145 mg/ml (14,5% p/v). Sertralina concentrado para solução oral contém 362 mg de etanol anidro em cada 50 mg (2,5 ml) de solução que é equivalente a 145 mg/ml (14,5% p/v). Sertralina concentrado para solução oral contém 1447 mg de etanol anidro em cada 200 mg (10 ml) de solução que é equivalente a 145 mg/ml (14,5% p/v). Sertralina concentrado para solução oral contém 10 g de glicerol em cada 200 mg (10 ml) de solução. FORMA FARMACÊUTICA Comprimidos revestidos por película ou concentrado para solução oral. INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS Sertralina está indicada para o tratamento de: Episódios depressivos major. Prevenção de recorrência de episódios depressivos major. Perturbação de pânico, com ou sem agorafobia. Perturbação Obsessiva-Compulsiva (POC) em adultos e doentes pediátricos com 6-17 anos de idade. Perturbação de ansiedade social. Perturbação de Stress Pós-Traumático (PTSD). POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO Posologia Tratamento inicial Depressão e POC O tratamento com sertralina deve ser iniciado com uma dose de 50 mg/dia. Perturbação de Pânico, PTSD e Perturbação de Ansiedade Social O tratamento deve ser iniciado com uma dose de 25 mg/dia. Após uma semana, a dose deverá ser aumentada para 50 mg, uma vez ao dia. Este regime posológico tem demonstrado reduzir a frequência dos efeitos secundários precoces emergentes do tratamento, característicos da perturbação de pânico. Titulação Depressão, POC, Perturbação de Pânico, Perturbação de Ansiedade Social e PTSD Os doentes que não respondam a uma dose de 50 mg poderão beneficiar de aumentos da dose. As alterações na dose devem ser efetuadas em incrementos de 50 mg com intervalos de, pelo menos, uma semana, até à dose máxima de 200 mg/dia. Alterações na dose não devem ser efetuadas mais que uma vez por semana, tendo em conta as 24 horas de semivida de eliminação da sertralina. O início do efeito terapêutico pode ser observado dentro de sete dias. No entanto, são habitualmente necessários períodos mais longos para que se demonstre resposta terapêutica, especialmente na POC. Manutenção A dose durante a terapêutica prolongada deve manter-se no mais baixo nível eficaz, com ajustes subsequentes consoante a resposta terapêutica. Depressão O tratamento prolongado pode também ser apropriado na prevenção da recorrência de episódios depressivos major (EDM). Na maioria dos casos, a dose recomendada na prevenção da recorrência de EDM é igual à utilizada durante o episódio corrente. Os doentes com depressão devem ser tratados por um período de tempo suficiente, de pelo menos 6 meses, para assegurar que estão livres de sintomas. Perturbação de pânico e POC Deve-se avaliar regularmente o tratamento continuado na perturbação de pânico e POC, uma vez que não se demonstrou a prevenção de recaídas nestas perturbações. Doentes idosos A dose deve ser ajustada com precaução em idosos, uma vez que pode existir um maior risco de hiponatremia. Doentes com insuficiência hepática A utilização da sertralina em doentes com doença hepática deve ser feita com precaução. Em doentes com insuficiência hepática, deve ser considerada a utilização de uma dose menor ou menos frequente. A sertralina não deve ser utilizada nos casos de insuficiência hepática grave uma vez que não estão disponíveis dados clínicos. Doentes com insuficiência renal Não é necessário ajuste de dose em doentes com insuficiência renal. População pediátrica Crianças e adolescentes com perturbação obsessiva compulsiva 13-17 anos: inicialmente 50 mg, uma vez ao dia. 6-12 anos: inicialmente 25 mg, uma vez ao dia. A dose pode ser aumentada para 50 mg, uma vez ao dia, após uma semana. As doses subsequentes podem ser aumentadas, nos casos em que resposta é inferior ao desejado, em incrementos de 50 mg durante algumas semanas, conforme necessário. A dose máxima é de 200 mg por dia. No entanto, quando ocorrem aumentos em relação à dose de 50 mg deve ter-se em consideração o peso corporal geralmente inferior nas crianças em comparação com os adultos. As alterações da dose não devem ocorrer em intervalos inferiores a uma semana. Sertralina concentrado para solução oral contém uma quantidade de etanol que pode afetar as crianças pequenas. Não foi demonstrada eficácia em doentes pediátricos com depressão major. Não estão disponíveis dados relativos a crianças com idade inferior a 6 anos. Modo de administração Sertralina deve ser administrada em toma única diária de manhã ou à noite. Os comprimidos de sertralina podem ser administrados com ou sem alimentos. O concentrado para solução oral de sertralina pode ser administrado com ou sem alimentos. O concentrado para solução oral de sertralina deve ser diluído antes da utilização. Sintomas de privação observados na suspensão da sertralina A suspensão abrupta deve ser evitada. Quando se interrompe o tratamento com sertralina, a dose deve ser gradualmente reduzida ao longo de um período de, pelo menos, uma a duas semanas, a fim de reduzir o risco de reações de privação (ver secção “Efeitos indesejáveis”). Caso ocorram sintomas intoleráveis após uma diminuição da dose ou interrupção do tratamento, poderá considerar-se retomar a dose prescrita anteriormente. Subsequentemente, o médico pode continuar a diminuir a dose, mas a um ritmo mais lento. CONTRAINDICAÇÕES Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes. A administração concomitante de inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) irreversíveis está contraindicada, devido ao risco de síndrome serotoninérgica que inclui sintomas como agitação, tremor e hipertermia. O tratamento com sertralina não deve ser iniciado no período de, pelo menos, 14 dias após suspensão do tratamento com um IMAO irreversível. A sertralina deve ser suspensa, pelo menos, 7 dias antes do início do tratamento com um IMAO irreversível. A administração concomitante da pimozida é contraindicada. O concentrado para solução oral de sertralina é contraindicado com a utilização de dissulfiram, devido ao seu conteúdo alcoólico. EFEITOS INDESEJÁVEIS O efeito indesejável mais frequente é náusea. No tratamento da perturbação de ansiedade social, ocorreu disfunção sexual (falência ejaculatória) em 14% dos homens a tomar sertralina vs 0% com placebo. Estes efeitos indesejáveis são dependentes da dose e são, frequentemente, de natureza transitória com a continuação do tratamento. O perfil de efeitos indesejáveis frequentemente observado em ensaios clínicos em dupla ocultação, controlados com placebo, em doentes com POC, perturbação de pânico, PTSD e perturbação de ansiedade social foi semelhante ao observado em ensaios clínicos efetuados em doentes com depressão. A lista seguinte apresenta as reações adversas observadas a partir da experiência pós-comercialização (frequência desconhecida) e ensaios clínicos controlados com placebo (compreendendo um total de 2542 doentes no grupo da sertralina e 2145 no grupo placebo) na depressão, POC, perturbação de pânico, PTSD e perturbação de ansiedade social. Algumas das reações adversas listadas podem diminuir em intensidade e frequência com a continuação do tratamento e não levam, geralmente, à cessação do tratamento. Lista da frequência de reações adversas observadas em ensaios clínicos controlados com placebo na depressão, POC, perturbação de pânico, PTSD e perturbação de ansiedade social. Análise conjunta e experiência pós-comercialização Muito Frequentes (≥1/10): insónia, tonturas, cefaleia*, sonolência, náuseas, diarreia, xerostomia, falência ejaculatória, fadiga*. Frequentes (≥1/100, <1/10): infeção das vias respiratórias superiores, faringite, rinite, apetite diminuido, apetite aumentado*, ansiedade*, depressão*, agitação*, diminuição da líbido*, nervosismo, despersonalização, pesadelos, bruxismo*, tremor, perturbações do movimento (incluindo sintomas extrapiramidais, tais como hipercinesia, hipertonia, distonia, bruxismo ou alteração da marcha), parestesia*, hipertonia*, perturbação da atenção, disgeusia, perturbações visuais*, acufenos, palpitações*, afrontamentos*, bocejar*, dispepsia, obstipação*, dor abdominal*, vómitos*, flatulência, hiperidrose, erupção cutânea*, dorsalgia, artralgia*, mialgia, menstruação irregular*, disfunção eréctil, mal-estar geral*, dor torácica*, astenia*, pirexia*, aumento do peso*, lesões. Pouco Frequentes (≥1/1.000, <1/100): gastroenterite, otite media, neoplasia, hipersensibilidade*, alergia sazonal*, hipotiroidismo*, ideação/comportamento suicida, perturbação psicótica*, pensamentos anómalos, apatia, alucinação*, agressão*, euforia*, paranóia, amnésia, hipoestesia*, contrações musculares involuntárias*, síncope*, hipercinesia*, enxaqueca*, convulsões*, tonturas posturais, alterações da coordenação, perturbação da fala, midríase*, otalgia, taquicardia*, cardiopatia, alterações hemorrágicas (tais como hemorragia gastrointestinal)*, hipertensão*, rubor, hematúria*, dispneia, epistaxe*, broncoespasmo*, melena, anomalia dentária, esofagite, glossite, hemorroidas, hipersecreção salivar, disfagia, eructação, afeções da língua, edema periorbital*, urticária*, alopecia*, prurido*, púrpura*, dermatite, pele seca, edema facial, suores frios, osteoartrite, espasmos musculares, cãibras musculares*, fraqueza muscular, polaquiúria, afeções da micção, retenção urinária, incontinência urinária*, poliúria, noctúria, disfunção sexual, menorragia, hemorragia vaginal, disfunção sexual feminina, edema periférico*, calafrios, alterações na marcha*, sede, aumento da alanina aminotransferase*, aumento da aspartato aminotransferase*, diminuição do peso*. Raros (≥1/10.000, <1/1.000): diverticulite§, linfoadenopatia, trombocitopenia*§, leucopenia*§, reação anafilactóide*, hiperprolactinemia*§, secreção inapropriada da hormona antidiurética*§, hipercolesterolemia, diabetes mellitus, hipoglicemia*, hiperglicemia*§, hiponatremia*§, perturbação de conversão§, paroníria*§, farmacodependência, sonambulismo, ejaculação precoce, coma*, acatisia, discinesia, hiperestesia, espasmo cerebrovascular (incluindo síndrome de vasoconstrição cerebral reversível e síndrome de Call-Fleming)*§, instabilidade psicomotora*§, perturbação sensorial, coreoatetose§, foram também relatados sinais e sintomas associados à síndrome serotoninérgica* ou síndrome maligna dos neurolépticos: em alguns casos associados à utilização concomitante de fármacos serotoninérgicos, incluindo agitação, confusão, diaforese, diarreia, febre, hipertensão, rigidez e taquicardia§, escotomas, glaucoma, diplopia, fotofobia, hifema*§, pupilas desiguais*§, visão alterada§, distúrbio lacrimal, enfarte do miocárdio*§, torsade de pointes*§, bradicardia, prolongamento do QTc, isquemia periférica, hiperventilação, doença pulmonar intersticial*§, laringoespasmo, disfonia, estridor*§, hipoventilação, soluços, ulceração da boca, pancreatite*§, hematoquesia, ulceração da língua, estomatite, alteração da função hepática, acontecimentos hepáticos graves (incluindo hepatite, icterícia e insuficiência hepática), notificações raras de reações cutâneas adversas graves (RCAG): p. ex., síndrome de Stevens-Johnson* e necrólise epidérmica*§, reação cutânea*§, fotossensibilidade§, angioedema, alteração da textura do cabelo, odor cutâneo alterado, dermatite bolhosa, erupção folicular, rabdomiólise*§, afeções ósseas, hesitação urinária*, oligúria, galactorreia*, vulvovaginite atrófica, corrimento genital, balanopostite*§, ginecomastia*, priapismo*, hérnia, tolerância a fármacos diminuída, aumento do colesterol sérico*, alterações de resultados laboratoriais clínicos, esperma anormal, alteração da função plaquetária*§, procedimento de vasodilatação. Desconhecido (não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis): maculopatia, colite microscópica*, trismo*, hemorragia pós-parto*†. * RAM identificadas após a comercialização. § Frequência das RAM representadas pelo limite superior estimado do intervalo de confiança de 95% utilizando a “Regra dos 3”. † Este acontecimento foi comunicado para a classe terapêutica dos ISRSs/ISRNs. Sintomas de privação observados na suspensão do tratamento com sertralina A interrupção do tratamento com sertralina (sobretudo quando abrupta) leva frequentemente a sintomas de privação. As reações notificadas com maior frequência são tonturas, perturbações sensoriais (incluindo parestesia), perturbações do sono (incluindo insónia e sonhos intensos), agitação ou ansiedade, náuseas e/ou vómitos, tremor e cefaleia. Estes sintomas são, geralmente, ligeiros a moderados; contudo, em alguns doentes podem ser de intensidade grave e/ou prolongados. Portanto, quando já não é necessário o tratamento com sertralina, a suspensão do tratamento deve ser efetuada através da diminuição gradual da dose (ver secção “Posologia e modo de administração”). População idosa Os ISRSs ou ISRNs incluindo a sertralina foram associados a casos clinicamente significativos de hiponatremia em doentes idosos, que podem apresentar maior risco para este acontecimento adverso. População pediátrica Em mais de 600 doentes tratados com sertralina, o perfil geral de reações adversas foi, globalmente similar ao observado em estudos com adultos. As reações adversas seguintes foram notificadas em ensaios clínicos controlados (n=281 doentes tratados com sertralina): Muito frequentes (≥1/10): cefaleia (22%), insónia (21%), diarreia (11%), náuseas (15%). Frequentes (≥1/100, <1/10): dor torácica, mania, pirexia, vómitos, anorexia, labilidade emocional, agressão, agitação, nervosismo, perturbações na atenção, tonturas, hipercinesia, enxaqueca, sonolência, tremor, perturbações visuais, xerostomia, dispepsia, pesadelos, cansaço, incontinência urinária, erupção cutânea, acne, epistaxe, flatulência. Pouco frequentes (≥1/1000, <1/100): prolongamento do intervalo QT no ECG, tentativa de suicídio, convulsões, sintomas extrapiramidais, parestesia, depressão, alucinação, púrpura, hiperventilação, anemia, alteração da função hepática, aumento da alanina aminotransferase, cistite, herpes simplex, otite externa, otalgia, dor ocular, midríase, mal-estar geral, hematúria, erupção cutânea pustular, rinite, lesões, diminuição do peso, espasmos musculares, sonhos anómalos, apatia, albuminúria, polaquiúria, poliuria, dor na mama, alterações menstruais, alopécia, dermatite, afeções da pele, odor cutâneo alterado, urticária, bruxismo, afrontamentos. Frequência desconhecida: enurese. Efeitos de classe Estudos epidemiológicos, sobretudo realizados em doentes com 50 anos de idade e mais velhos, demonstraram um risco acrescido de fraturas ósseas em doentes em tratamento com ISRSs e antidepressivos tricíclicos. O mecanismo que leva a esse risco é desconhecido. Notificação de suspeitas de reações adversas A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas através do sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram (preferencialmente). TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO: Upjohn EESV, Rivium Westlaan 142, 2909 LD Capelle aan den IJssel, Países Baixos. Consultar RCM completo para mais informação. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 03/2021. Medicamento sujeito a receita médica. Medicamento comparticipado pelo escalão C (regime geral 37% e regime especial 52%). Para mais informações deverá contactar o titular da Autorização de Introdução no Mercado. NOME DO MEDICAMENTO Efexor XR 37,5 mg, 75 mg, 150 mg ou 225 mg cápsulas de libertação prolongada COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Efexor XR 37,5 mg Cada cápsula de libertação prolongada contém 42,43 mg de cloridrato de venlafaxina, equivalente a 37,5 mg de venlafaxina base livre. Efexor XR 75 mg Cada cápsula de libertação prolongada contém 84,85 mg de cloridrato de venlafaxina, equivalente a 75 mg de venlafaxina base livre. Efexor XR 150 mg Cada cápsula de libertação prolongada contém 169,7 mg de cloridrato de venlafaxina, equivalente a 150 mg de venlafaxina base livre. Efexor XR 225 mg Cada cápsula de libertação prolongada contém 254,52 mg de cloridrato de venlafaxina, equivalente a 225 mg de venlafaxina base livre. FORMA FARMACÊUTICA Efexor XR 37,5 mg cápsulas de libertação prolongada Cápsulas duras de gelatina, tamanho 3 (15,9 mm x 5,82 mm), com tampa opaca cinzenta clara e corpo opaco cor de pêssego, com “W” e “37.5” impresso a vermelho. Efexor XR 75 mg cápsulas de libertação prolongada Cápsulas duras de gelatina, tamanho 1 (19,4 mm x 6,91 mm), opacas, cor de pêssego, com “W” e “75” impresso a vermelho. Efexor XR 150 mg cápsulas de libertação prolongada Cápsulas duras de gelatina, tamanho 0 (23,5 mm x 7,65 mm), opacas, cor de laranja escuro, com “W” e “150” impresso a branco. Efexor XR 225 mg cápsulas de libertação prolongada Cápsulas duras de gelatina, tamanho 00el (25,3 mm x 8,53 mm), com tampa opaca cinzento claro e corpo opaco cor de laranja escuro, com “W” e “225” impresso a branco. INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS Tratamento de episódios depressivos major. Prevenção da recorrência de episódios depressivos major. Tratamento da perturbação de ansiedade generalizada. Tratamento da perturbação de ansiedade social. Tratamento da perturbação de pânico, com ou sem agorafobia. POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO Posologia Episódios depressivos major A dose inicial recomendada de venlafaxina de libertação prolongada é de 75 mg administrados uma vez por dia. Os doentes que não respondam a uma dose inicial de 75 mg/dia poderão beneficiar de aumentos da dose até uma dose máxima de 375 mg/dia. Os aumentos da dose podem ser efetuados com intervalos de 2 semanas ou mais. Se justificado clinicamente pela gravidade dos sintomas, os aumentos das doses podem ser efetuados com intervalos mais frequentes, mas nunca inferiores a 4 dias. Dado o risco de efeitos adversos relacionados com a dose, os aumentos da dose devem ser feitos apenas após avaliação clínica. Deve ser mantida a dose efetiva mais baixa. Os doentes devem receber tratamento durante um período de tempo suficiente, geralmente durante vários meses ou mais. O tratamento deve ser reavaliado periodicamente, caso a caso. Pode ser apropriado o tratamento prolongado para a prevenção da recorrência de episódios depressivos major (EDM). Na maioria dos casos, a dose recomendada na prevenção de EDM é idêntica à utilizada para tratar o episódio atual. Deve continuar-se a utilização de medicamentos antidepressivos pelo menos seis meses após a remissão. Perturbação de ansiedade generalizada A dose inicial recomendada de venlafaxina de libertação prolongada é de 75 mg, administrados uma vez por dia. Os doentes que não respondam a uma dose inicial de 75 mg/dia poderão beneficiar de aumentos da dose até uma dose máxima de 225 mg/dia. Os aumentos da dose podem ser efetuados com intervalos de 2 semanas ou mais. Dado o risco de efeitos adversos relacionados com a dose, os aumentos da dose devem ser feitos apenas após avaliação clínica. Deve ser mantida a dose efetiva mais baixa. Os doentes devem receber tratamento durante um período de tempo suficiente, geralmente durante vários meses ou mais. O tratamento deve ser reavaliado, periodicamente, caso a caso. Perturbação de ansiedade social A dose recomendada de venlafaxina de libertação prolongada é de 75 mg, administrados uma vez por dia. Não existe evidência de que doses mais elevadas possam conferir um benefício adicional. Contudo, se o doente individualmente não responder a uma dose inicial de 75 mg/dia, poderão considerar-se aumentos da dose até uma dose máxima de 225 mg/dia. Os aumentos da dose podem ser efetuados com intervalos de 2 semanas ou mais. Dado o risco de efeitos adversos relacionados com a dose, os aumentos da dose devem ser feitos apenas após a avaliação clínica. Deve ser mantida a dose efetiva mais baixa. Os doentes devem receber tratamento durante um período de tempo suficiente, geralmente durante vários meses ou mais. O tratamento deve ser reavaliado, periodicamente, caso a caso. Perturbação de pânico Recomenda-se a utilização de uma dose de 37,5 mg/dia de venlafaxina de libertação prolongada durante 7 dias. A dose deve então ser aumentada para 75 mg/dia. Os doentes que não respondam a uma dose de 75 mg/dia poderão beneficiar de aumentos da dose até 225 mg/dia. Os aumentos da dose podem ser efetuados com intervalos de 2 semanas ou mais. Dado o risco de efeitos adversos relacionados com a dose, os aumentos da dose devem ser feitos apenas após avaliação clínica. Deve ser mantida a dose efetiva mais baixa. Os doentes devem receber tratamento durante um período de tempo suficiente, geralmente durante vários meses ou mais. O tratamento deve ser reavaliado, periodicamente, caso a caso. Doentes idosos Com base apenas na idade não se consideram necessárias alterações específicas da posologia habitual de venlafaxina. Contudo, recomenda-se precaução no tratamento dos idosos (por exemplo, devido à possibilidade de compromisso renal e de alterações potenciais da sensibilidade e afinidade da neurotransmissão que ocorrem com o envelhecimento). Deve utilizar-se sempre a dose efetiva mais baixa e os doentes devem ser cuidadosamente monitorizados quando for necessário efetuar um aumento da dose. População pediátrica Não se recomenda a utilização de venlafaxina em crianças e adolescentes. Estudos clínicos controlados realizados em crianças e adolescentes com perturbações depressivas major não demonstraram eficácia e os resultados não suportam a utilização de venlafaxina nestes doentes (ver secção “Efeitos indesejáveis”). Não foi estabelecida a eficácia e a segurança de venlafaxina noutras indicações em crianças e adolescentes com menos de 18 anos de idade. Doentes com compromisso hepático Nos doentes com compromisso hepático ligeiro e moderado deve, em geral considerarse uma redução da dose de venlafaxina de 50%. Contudo, dada a variabilidade interindividual observada na depuração, pode ser desejável a individualização da dose. Os dados de doentes com compromisso hepático grave são limitados. Recomenda-se precaução e deve considerar-se uma redução da dose superior a 50%. Deve avaliar-se o benefício potencial em relação ao risco, no tratamento de doentes com compromisso hepático grave. Doentes com compromisso renal Recomenda-se precaução na utilização em doentes com uma taxa de filtração glomerular (TFG) entre 30 e 70 ml/min, apesar de não ser necessário proceder a uma alteração da posologia. Nos doentes que requerem hemodiálise e em doentes com compromisso renal grave (TFG <30 ml/min), a dose deve ser reduzida em 50%. Dada a variabilidade interindividual na depuração nestes doentes, é desejável a individualização da dose. Sintomas de privação observados na suspensão do tratamento com venlafaxina A suspensão abrupta do tratamento deve ser evitada. Quando o tratamento com venlafaxina for interrompido, a dose deve ser gradualmente diminuída durante um período de, pelo menos, uma a duas semanas, de forma a reduzir o risco de reações de privação (ver secção “Efeitos indesejáveis”). Contudo, o período de tempo necessário para a redução e a quantidade da redução da dose podem depender da dose, da duração da terapêutica e de cada doente. Em alguns doentes, a suspensão poderá ter de decorrer muito gradualmente, durante vários meses ou períodos ainda mais longos. Se no decurso de uma diminuição da dose, ou da suspensão do tratamento, ocorrerem sintomas intoleráveis deverá ser avaliada a necessidade de retomar a dose anteriormente prescrita. Subsequentemente, o médico poderá continuar com a redução da dose, mas de forma mais gradual. Modo de administração Para utilização oral. Recomenda-se que a venlafaxina, cápsulas de libertação prolongada, seja tomada com alimentos, aproximadamente à mesma hora todos os dias. As cápsulas devem ser ingeridas inteiras com um líquido e não devem ser divididas, esmagadas, mastigadas ou dissolvidas. Os doentes que estejam a tomar venlafaxina, comprimidos de libertação imediata, podem alterar a terapêutica para venlafaxina, cápsulas de libertação prolongada, com uma dose diária equivalente mais próxima. Por exemplo, pode substituir-se venlafaxina, comprimidos de libertação imediata, a 37,5 mg duas vezes por dia, por cápsulas de libertação prolongada, a 75 mg uma vez por dia. Pode ser necessário efetuar ajustes individuais da dose. As cápsulas de libertação prolongada de venlafaxina contêm esferoides que libertam lentamente a substância ativa para o trato digestivo. A porção insolúvel destes esferoides é eliminada e pode observar-se nas fezes. CONTRAINDICAÇÕES Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer dos excipientes. Está contraindicada a utilização concomitante com inibidores da monoamina oxidase (IMAOs) irreversíveis, devido ao risco de síndrome serotoninérgica com sintomas tais como agitação, tremores e hipertermia. O tratamento com venlafaxina não deve iniciar-se antes de decorridos pelo menos 14 dias após a interrupção do tratamento com um IMAO irreversível. Deve suspender-se o tratamento com a venlafaxina no mínimo 7 dias antes de se iniciar o tratamento com um IMAO irreversível. EFEITOS INDESEJÁVEIS Resumo do perfil de segurança As reações adversas notificadas como muito frequentes (>1/10) em estudos clínicos foram náuseas, xerostomia, cefaleias e sudação (incluindo suores noturnos). Lista das reações adversas As reações adversas são apresentadas abaixo por classe de sistema de órgãos, categoria de frequência de ocorrência e ordem decrescente de gravidade dentro de cada categoria de frequência. As frequências foram definidas como: muito frequentes (≥1/10), frequentes (≥1/100, <1/10), pouco frequentes (≥1/1.000, <1/100), raros (≥1/10.000, <1/1.000), muito raros (<1/10.000), desconhecido (não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis). Muito frequentes: insónia, cefaleias*c, tonturas, sedação, náuseas, xerostomia, obstipação, hiperhidrose* (incluindo suores noturnos)*. Frequentes: diminuição do apetite, estado confusional*, despersonalisação*, sonhos anómalos, nervosismo, diminuição da líbido, agitação*, anorgasmia, acatísia*, tremores, parestesia, disgeusia, afeção ocular, perturbações de acomodação incluindo visão turva, midríase, acufeno*, taquicardia, palpitações*, hipertensão, rubor quente, dispneia*, bocejos, diarreia*, vómitos, erupção cutânea, prurido*, hipertonia, hesitação urinária, retenção urinária, polaquiúria*, menorragia*, metrorragia*, disfunção eréctilb, perturbações da ejaculaçãob, fadiga, astenia, arrepios*, diminuição de peso, aumento de peso, aumento do colesterol sanguíneo. Pouco frequentes: mania, hipomania, alucinações, desrealização, orgasmo anómalo, bruxismo*, apatia, síncope, mioclonia, perturbações do equilíbrio*, coordenação anómala*, disquinesia*, hipotensão ortostática, hipotensão*, hemorragia gastrointestinal*, testes da função hepática anómalos*, urticária*, alopécia*, equimose, angioedema*, reação de fotossensibilidade, incontinência urinária*. Raros: agranulocitose*, anemia aplástica*, pancitopenia*, neutropenia*, reação anafilática*, secreção inadequada de hormona antidiurética*, hiponatremia*, delírio*, síndrome neuroléptica maligna (SNM)*, síndrome serotoninérgica*, convulsões, distonia*, glaucoma de ângulo fechado*, Torsade de Pointes*, taquicardia ventricular*, fibrilhação ventricular, intervalo QT prolongado no eletrocardiograma*, doença pulmonar intersticial*, eosinofilia pulmonar*, pancreatite*, hepatite*, síndrome de Stevens-Johnson*, necrólise epidérmica tóxica*, eritema multiforme*, rabdomiólise*. Muito raros: trombocitopenia*, aumento da prolactina sanguínea*, disquinesia tardia*, hemorragia das mucosas*, aumento do tempo de hemorragia*. Frequência desconhecida: ideação suicida e comportamentos suicidasa, agressividadeb, vertigens, cardiomiopatia induzida pelo stress (cardiomiopatia de takotsubo)*, hemorragia pós-parto*d. *RAM identificadas pós-comercialização. (a) Foram notificados casos de ideação/comportamento suicida durante o tratamento com venlafaxina ou imediatamente após a sua suspensão. (b) Ver secção 4.4 do RCM completo. (c) Num conjunto de ensaios clínicos, a incidência de cefaleias com venlafaxina e placebo foi semelhante. (d) Este acontecimento foi comunicado para a classe terapêutica dos ISRSs/IRSNs. Interrupção do tratamento A suspensão de venlafaxina (em particular quando é feita de forma abrupta) está frequentemente associada a sintomas de privação. Tonturas, distúrbios sensoriais (incluindo parestesias), distúrbios do sono (incluindo insónia e sonhos intensos), agitação ou ansiedade, náuseas e/ou vómitos, tremor, vertigens, cefaleias, síndrome gripal, compromisso visual e hipertensão são as reações mais frequentemente notificadas. Geralmente estes sintomas são de intensidade ligeira a moderada e são autolimitados, contudo em alguns doentes podem ser intensos e/ou prolongados. Consequentemente, quando o tratamento com venlafaxina deixar de ser necessário é aconselhável que se proceda à sua suspensão de forma gradual através do escalonamento de doses. Contudo, em alguns doentes ocorreu agressividade e ideação suicida graves quando a dose foi reduzida ou durante a suspensão (ver secção “Posologia e modo de administração”). População pediátrica De um modo geral, o perfil de reações adversas da venlafaxina (em ensaios clínicos controlados com placebo) em crianças e adolescentes (entre os 6 e os 17 anos de idade) foi idêntico ao observado nos adultos. Tal como nos adultos, observou-se diminuição do apetite, perda de peso, aumento da pressão arterial e aumento do colesterol sérico. Em ensaios clínicos em pediatria, foi observada a reação adversa ideação suicida. Houve também um aumento de notificações de hostilidade e, principalmente na perturbação depressiva major, de autoflagelação. Em particular, observaram-se as seguintes reações adversas nos doentes pediátricos: dor abdominal, agitação, dispepsia, equimose, epistaxis e mialgia. Notificação de suspeitas de reações adversas A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas através do sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram (preferencialmente). TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO: Upjohn EESV, Rivium Westlaan 142, 2909 LD Capelle aan den IJssel, Países Baixos. Consultar RCM completo para mais informação. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 08/2021. Medicamento sujeito a receita médica. Para mais informações deverá contactar o titular da Autorização de Introdução no Mercado.


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20 de maio 2022

Dilermando Sobral, presidente do Júri das IV Jornadas Multidisciplinares de MGF

“Continuem a lutar pela MGF, que é uma especialidade É médico de família há 30 anos e sabe o que é lutar pela reforma dos cuidados de saúde primários. Atualmente, preocupa-o ver a falta de incentivos para manter médicos no Serviço Nacional de Saúde, mas também é com orgulho que vê o desenvolvimento da MGF. Just News ( JN) – Como está a ser o desafio de ser presidente do Júri destas Jornadas? Dilermando Sobral (DS) – Em primeiro lugar, é uma honra. Sou amigo dos presidentes há muitos anos, fui mesmo colega de liceu do Prof. Manuel Viana, mas não estava à espera deste convite. É igualmente um grande desafio e uma grande responsabilidade, porque todos os trabalhos são de enorme qualidade. Devo dizer que, ao longo dos anos, tem havido cada vez mais internos com vontade de ir para MGF e de fazer investigação nesta área. Apesar de todas as vicissitudes que se vão vivendo nesta especialidade, nota-se que os mais novos estão muito motivados. De qualquer forma, não esqueçamos que sou apenas o presidente do Júri, pois, trabalho em equipa. É uma responsabilidade partilhada. JN – É médico de família há 30 anos. Mas certamente que quando começou a exercer não havia tantas oportunidades de mostrar trabalho durante a formação... DS – Nessa época, a Medicina Geral e Familiar (MGF), ainda designada Clínica Geral, procurava afirmar-se como uma nova especialidade, com um amplo campo de investigação, que começava a ser desenvolvida. Felizmente, com a evolução da MGF e a reforma dos cuidados de saúde primários, essa afirmação foi-se consolidando. Hoje em dia, a MGF é uma área de conhecimento muito complexa, com muito a avaliar e a descobrir. JN – O que o levou a escolher Clínica Geral? DS – Este tipo de opções tem sempre muito a ver com a personalidade de cada um. Pessoalmente, não me via numa especialidade de órgão, a fazer sempre a mesma coisa. A Clínica Geral permitia-me ver utentes de todas as idades, com os mais diversos problemas, e também apostar na prevenção. Para esta opção, confesso que contribuiu muito a experiência de 3 meses, num centro de saúde, durante o Internato Geral. Estive no Centro de Saúde de Aldoar, onde tive a sorte de ter

saúde e o trabalho isolado não permitiam dar o melhor aos doentes. Aliás, admito que, se não tivesse havido esta mudança, dificilmente me teria mantido em funções no setor público. Com a reforma, conseguimos ter cuidados de maior proximidade e qualidade e os profissionais também têm outra autonomia – mesmo que ainda não seja a desejável. SNS, MODELO B E FUGA DE MÉDICOS

Dilermando Sobral: "Fala-se muito da obrigatoriedade da exclusividade no SNS, porém, nem é preciso ir por esse caminho nas USF"

como orientadora a Dr.ª Cândida Fernandes, cujo entusiasmo que colocava no que fazia me ajudou a perceber o fascínio de se ser médico de família. Não estou nada arrependido!

O médico que gosta de escrever

JN – Desde então, houve muitas mudanças, quer em termos organizacionais como de reconhecimento, interpares, da MGF. Que avaliação faz destes anos? DS – A MGF não é apenas reconhecida pela população ou pela comunicação social, mas cada vez mais pelos colegas de outras especialidades. Quem costumava ir para clínico geral era, sobretudo, quem não tinha conseguido nota para mais nada. Hoje em dia, embora ainda haja necessidade de algumas melhorias, o reconhecimento da MGF é geral e somos vistos como essenciais na prestação de cuidados.

Natural de Massarelos, Porto, onde nasceu em 30 de maio de 1958, sempre sonhou em ser médico. Licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), foi na mesma instituição que fez o mestrado em Comunicação Clínica. Após terminar o Internato da Especialidade no Centro de Saúde de Aldoar, esteve 2 anos no CS de Rebordosa, JN – Fez ainda parte do Regime Remuneratório Experimental (RRE) da Unidade de Saúde de Ramalde. Como foi essa experiência?

tendo regressado ao CS de Aldoar, onde se manteve até integrar a equipa do RRE que levou à criação, posteriormente, da USF Ramalde. É ainda assistente convidado na FMUP e responsável pela iniciativa Walk with a Doc, da USF Ramalde. Casado, tem dois filhos e, para além de ser médico de família, gosta de ler, de escrever – é autor do blogue “A Nossa Voz” –, de ouvir música e de Fotografia. DS – Os RRE foram a rampa para as USF. Foi um grande desafio, que aceitei de imediato. A organização, a estrutura hierárquica muito rígida dos centros de

JN – Hoje em dia, como vê a atual situação da MGF? DS – Preocupa-me ver que há muitos bons internos que, ao terminarem a especialidade, não ficam sequer no Serviço Nacional de Saúde – ou vão para o setor privado ou para o estrangeiro. É triste, porque investiu-se muito neles, têm qualidade, mas faltam incentivos. Nalgumas zonas há muitas vagas. Por que não são preenchidas? Será que a razão está somente na questão remuneratória? Quem tem família constituída vai ter, obviamente, dificuldade em ir para outra região onde, por exemplo, as rendas das casas são muito elevadas ou onde as condições das unidades são muito precárias. Note-se que há quem nem sequer chegue a passar pelo SNS depois do exame final! JN – O facto de ser difícil passar a modelo B também não ajuda... DS – Exato! Pessoalmente, acho que todas as unidades deviam funcionar como B, porque está mais do que provado que é a melhor forma de se trabalhar. Os incentivos têm que ser para quem trabalha bem e não temos que ter problemas com isso. JN – Provavelmente, até seria uma forma de os mais novos terem vontade de ficar no SNS... DS – Sim. Fala-se muito da obrigatoriedade da exclusividade no SNS, porém, nem é preciso ir por esse caminho nas USF. Quem trabalha em modelo B não tem propriamente muito tempo para exercer Medicina no privado… Espero que a burocracia não ponha em causa o que a reforma trouxe, porque não faz qualquer sentido ter se esperar, às vezes, 10 anos para se ser modelo B. Até lá, os


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e muito aliciante e bonita, e por um SNS de qualidade” profissionais sentem-se, inevitavelmente, frustrados, porque trabalham todos os dias para dar o seu melhor e não veem esse esforço reconhecido.

meu tempo, não havia nada sobre isso na faculdade ou no pós-graduado. Todo o curso foi muito interessante, incluin-

do a dissertação final. Quis saber qual a interferência do computador na relação médico-doente.

-me que uma doente lhe tinha dito que

JN – Não se pode olhar apenas para o ecrã... DS – Um colega psiquiatra contou-

(Continua na pág. 12)

JN – Na sua opinião, porquê tanta burocracia? DS – Enfim... O SNS é Função Pública e remunerar consoante o desempenho não é prática corrente e bem aceite no setor público. Somos, obviamente, todos iguais em direitos e deveres, mas não podemos ver como algo de errado o facto de recompensar quem se esforça mais. JN – Acredito que seja muito frustrante para si, que chegou a conhecer o RRE e os primeiros tempos da Reforma dos CSP... DS – É verdade. Fui coordenador desta unidade [USF Ramalde], entre 2014 e 2019, e senti o peso do excesso de burocracia. Coordenar não é ser um diretor ou um executivo, para a “máquina” é muito pesado. Não podemos esquecer que mantemos a mesma lista de utentes! JN – Mesmo assim, não se arrepende de ter seguido MGF e de estar no SNS? DS – Isso não está em questão! Sinto um enorme orgulho no SNS e espero que se continue a apostar decisivamente nele, e digo-o como profissional e como cidadão! Basta estar uns tempos noutros países para vermos como o nosso SNS é especial... O meu desejo é que os jovens também o possam sentir, apesar das muitas questiúnculas, algumas recentes... C

M

50% das pessoas com diabetes podem estar em risco de desenvolver Neuropatia Diabética Periférica.1

87,4%

*

dos doentes que receberam a associação de vitaminas neurotróficas B1, B6 e B12** tiveram alívio dos sintomas da neuropatia.*** 2

Y

CM

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JN – Como por exemplo? DS – A avaliação do nosso trabalho com base no número de interrupções voluntárias da gravidez (IVG) e das infeções sexualmente transmissíveis. Felizmente, isso foi retirado. Não faz qualquer sentido! A IVG é um direito da mulher. Este tipo de situações é demasiado triste... CMY

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COMUNICAÇÃO CLÍNICA COM COMPUTADORES PELO MEIO JN – Uma das suas áreas de interesse é a Comunicação Clínica. O que o atrai? DS – Foi quando fiz 25 anos de carreira que decidi fazer um mestrado em Comunicação Clínica, isto porque, no

* N= 310 ** Duas vezes por dia durante 28 dias *** Dois pontos de melhoria no score de dor neuropática.

Informações essenciais compatíveis com o RCM - Neurobion 0,2 mg cianocobalamina + 200 mg piridoxina + 100 mg tiamina, comprimidos revestidos, brancos e biconvexos. Neurobion, 100 mg tiamina + 100 mg piridoxina + 1 mg cianocobalamina, solução injetável. Excipientes: Lactose monoidratada 40 mg (comprimidos); Potássio 0,019 mg/ml, Sódio 13,99 mg/ml (injetável). Indicações terapêuticas: Tratamento adjuvante da neurite e nevralgia (neuropatias), como nevralgia do trigémio, nevralgia intercostal, isquialgia, síndrome lombar, síndrome cervical, síndrome ombro-braço, nevrite radicular devido a doenças degenerativas da coluna vertebral e paresia facial. Prevenção e tratamento de deficiências de vitamina B1, B6 e/ou B12. Posologia e modo de administração: Comprimidos: 1 comprimido, 1 a 3 x/ dia no tratamento de casos moderados, ou para administração intercalada e de seguimento do tratamento com a forma injetável. Engolir sem mastigar com um pouco de líquido durante ou após as refeições. Injetável: casos graves, 1 ampola/dia enquanto os sintomas agudos persistirem. Na terapêutica de seguimento, 2 a 3 ampolas/semana. Em caso de problemas de absorção prolongados e/ou necessidade de tratamento de longa duração, 1-3 injeções por semana. Quando não são administradas as ampolas ou como continuação da terapêutica pode utilizar-se Neurobion comprimidos revestidos. A posologia e a duração do tratamento devem ser definidas pelo médico. Contraindicações: Hipersensibilidade às substâncias ativas ou a qualquer um dos excipientes. Crianças com idade inferior a 18 anos. Advertências e precauções especiais de utilização: Estão descritas neuropatias após ingestão de longa duração (superior a 6-12 meses) com uma dose média diária de vitamina B6 > 50 mg. Recomenda-se uma monitorização regular do doente sob tratamento de longa duração. Quando por razões médicas, os doentes tomam doses elevadas de vitamina B6 ou fazem um tratamento de longa duração, pode fazer-se abstinência periódica do tratamento como medida de proteção. Comprimidos: não indicado em doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência de lactase ou mal absorção de glucose-galactose. Injetável: contém menos de 39 mg de potássio e 41,97 mg de sódio/ampola. Ter em consideração em doentes com ingestão controlada de sódio. Interações medicamentosas e outras formas de interação: a vitamina B6 pode diminuir o efeito da L-DOPA. Antagonistas da piridoxina (ex., isoniazida, cicloserina, penicilamina, hidralazina) podem diminuir a eficácia da vitamina B6. Diuréticos da ansa de utilização prolongada (ex., furosemida), podem acelerar a eliminação e diminuir os níveis séricos da vitamina B1. Utilização de longa duração de agentes redutores da acidez pode levar à deficiência de vitamina B12. Efeitos indesejáveis: Desconhecidos (não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis): Doenças do sistema imunitário - reações de hipersensibilidade, como sudação, taquicardia e reações cutâneas como prurido e urticária; Doenças gastrointestinais - náuseas, vómitos, diarreia e dor abdominal; Doenças renais e urinárias – cromatúria. Injetável: Doenças do sistema imunitário – choque anafilático (Muito raros, <1/10.000); Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos – casos isolados de acne ou eczema após a administração de doses de vitamina B12 por via parentérica (desconhecido); Perturbações gerais e alterações no local de administração – reações no local da injeção (desconhecido). Titular da AIM: P&G Health Germany GmbH. Data da revisão do texto: Comprimidos: 02/2021. Injetável: 03/2021. Medicamentos sujeitos a receita médica. Para mais informação deverá contactar o Titular de Autorização de Introdução no Mercado.

Referências: 1. Miranda-Massari J.R. et al.; Metabolic Correction in the Management of Diabetic Peripheral Neuropathy: Improving Clinical Results. Curr Clin Pharmacol. 2011;6(4):260-273. 2. Rizvi, et al. Efficayof combination of vitamin B1, B6 and B12 in management of Peripheral Diabetic Neuropathy. Pakistan J Medical Health Sci. 2013;7(3):801-803. MAT-PT-NEUROBION-21-000009


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(Continuação da pág. 11) gostava muito do seu médico de família, mas achava que ele só olhava para o computador... Isso é verdade, temos que olhar nos olhos da pessoa, contudo, nem sempre é fácil, por causa do sistema informático. São muitos cliques, muitas falhas... JN – O problema está mais no software? DS – A informatização tem mais vantagens que desvantagens. Podemos consultar o processo clínico, interagir com serviços hospitalares... O cerne da questão é que nem sempre funciona bem. Por exemplo, quando isso acontece à segunda-feira de manhã, quando há mais utentes, torna-se tudo mais caótico!

versar, etc. Em Lisboa há uns projetos de prescrição social e penso que se deve apostar nessa via, porque a saúde e o social têm que caminhar juntos. Podemos tratar a dor no joelho, mas se a pessoa tem dificuldade em pagar medicamentos ou sofre por causa da solidão o seu estado de saúde vai deteriorar-se. JN – Essa articulação entre setores nem sempre é facilitada... DS – Não! O médico de família faz a sua parte, mas não pode agir sozinho! É preciso haver interface com todas as

DS – Não, porque sou médico de família. Já conheço a pessoa, sabem quem eu sou... O contacto por telefone é para esclarecer dúvidas ou dar alguma orientação. Consulta é um ato médico que exige observação presencial. Fala-se de videoconsulta, mas não consigo auscultar… É mais uma ferramenta, que foi útil face à situação que vivemos, mas que se deve manter apenas em ocasiões específicas. JN – Dedica-se à Medicina Narrativa, como forma de prevenir o bur-

JN – Daí também ter criado a Liga dos Amigos da USF Ramalde, da qual é presidente? DS – Esse projeto levou 2 anos, passou por muita burocracia, mas hoje conseguimos profissionalizá-la e temos, inclusive, uma assistente social a tempo inteiro. Apesar de sermos autónomos, temos uma parceria com a Segurança Social e damos apoio a 40 utentes, indo ao domicílio para ajudar nas compras, na entrega de medicamentos, para con-

Ricardo Marcos-Pinto Gastrenterologista. Responsável pela Consulta de Risco Oncológico do Serv. Gastrenterologia do CH e Universitário do Porto

JN – Pode-se dizer que os engenheiros informáticos não conhecem as vossas necessidades? DS – Deviam ouvir-nos, antes de criarem os programas. Deveria ser prática corrente escutar os profissionais que estão no terreno para que os sistemas fossem mais adequados à realidade. Independentemente de tudo, é preferível termos a ajuda dos computadores do que muito papel. JN – O acesso à informação também facilita a relação médico-doente, mesmo com esses entraves... DS – Com certeza! O diálogo que mantemos com o utente é quase sempre terapêutico, o médico é como que um “medicamento”. Muitos sentem-se melhor logo que saem da consulta porque vivem sozinhos, estão desempregados, têm problemas em casa e aqui podem desabafar. Na maioria dos casos, os problemas de saúde não se devem apenas a fatores fisiológicos. Além da dor do joelho, pode existir um problema bem grave, como a solidão e o abandono dos filhos. Por isso é que há aqueles utentes mais frequentes…

Rastreios ao cancro gá

O cancro gástrico apresenta uma crescente prevalência, fruto do envelhecimento populacional, sendo que

Portugal apresenta o dobro da incidência média da União Europeia. O cancro gástrico mais frequente (subtipo intestinal), ao longo da cascata de carcinogénese, apresenta uma série de eventos bem conhecidos, desde a gastrite crónica até à metaplasia intestinal (condição pré-maligna), displasia (lesão pré-maligna) e cancro. De acordo com as recomendações, têm indicação para vigilância cada 3 anos os doentes que apresentam condições pré-malignas extensas, isto é, atrofia/ /metaplasia no antro e corpo; os doentes com história familiar de cancro gástrico e condições extensas deverão fazer vigilância anual. Os doentes com displasia deverão ser referenciados a consulta hospitalar. Adicionalmente, a identificação de Helicobacter pylori implica sempre terapêutica de erradicação.

Patologias do joelho – da lesão cartilagínea entidades, envolvendo quer as unidades de saúde, quer os municípios, as escolas, a Segurança Social, o setor social, etc. CONSULTAS POR TELEFONE E RELAÇÃO MÉDICO-DOENTE JN – Ainda no que diz respeito à relação médico-doente, como foi passar a ter consultas por telefone em tempo de pandemia, quer do ponto de vista clínico como de resposta social? DS – Há coisas que não vão voltar ao que era habitual. Parte da comunicação vai manter-se através de e-mail, como pedido de receituário, marcação de consultas ou envio de exames. E até é útil, já que muitas pessoas vivem mais longe. Todavia, isto implica alteração da agenda, alocando horas a essas tarefas. JN – Mas, nestes 2 anos, a consulta por telefone alterou muito a relação médico-doente?

nout dos profissionais de saúde, tendo criado o blogue “A Nossa Voz”. Como surgiu a ideia? DS – Tudo começou no Congresso da WONCA, em 2009, quando assisti a um colega australiano a falar sobre os benefícios da escrita criativa na prevenção da exaustão. É uma terapia! Hoje, tenho estado mais parado, mas o blogue ainda está vivo! [risos] É sempre muito importante ter algo mais, fora do período de trabalho, para não adoecermos. JN – E que palavras gostaria de deixar escritas aos colegas, sobretudo aos mais novos? DS – Continuem a lutar pela MGF, que é uma especialidade muito aliciante e bonita, e por um SNS de qualidade. E, muito importante, não se limitem a trabalhar, tenham outras atividades e objetivos. Não se deixem iludir por determinados perfeccionismos, porque há mais vida além do trabalho.

Paulo Amado Coord. Unid. Ortopedia e Traumatologia e Unid. Medicina Desportiva e Artroscopia Avançada do H. Lusíadas Porto. Diretor clínico da Clínica Médica da Foz – Porto. Pres. Soc. Portug. Medicina e Cirurgia do Pé

As patologias do joelho motivam muitas das queixas dos pacientes ao seu médico de Medicina Geral e Familiar e, em muitos casos, constituem 25% das queixas do aparelho locomotor. O seu diagnóstico é essencial. Mas como os

colegas de MGF estão limitados, por não disporem muitas vezes da RM, um meio de diagnóstico importante em lesões meniscais e ligamentares, essa falha pode ser colmatada por um bom exame clínico. Com a evolução e o aumento do número de praticantes desportivos, as lesões meniscais e ligamentares vão-se tornando frequentes. Em pacientes mais idosos, vamos encontrar outro tipo de patologias centradas na GONARTROSE. Os tratamentos, quer conservadores, quer cirúrgicos, sofreram uma evolução significativa nos últimos anos, com a introdução de tratamentos ortobiológicos e regenerativos, que constituem uma linha de investigação com provas significativas da sua eficácia, também no campo da medicina, com base na evidência. A identificação de pacientes com artrose, com a sua locomoção limitada, constitui um dos principais meios em que o médico de família tem um papel importante na motivação do paciente e na sua orientação no tratamento. Mesmo no plano das artroplastias, as técnicas e os mate-


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á strico e ao cancro do cólon e reto Em relação ao cancro do cólon e reto (CCR), o mesmo é responsável por cerca de 11 mortes em Portugal cada dia. Neste tipo de cancro está claramente identificada uma cascata de eventos carcinogénicos (progressão adenoma – carcinoma), habitualmente de longa duração, o que cria oportunidade única para a prevenção. O rastreio da população assintomática com risco normal deverá, segundo atuais recomendações, iniciar-se aos 50 anos; várias sociedades internacionais recomendam a antecipação do rastreio para os 45 anos. A colonoscopia é o método preferível para o rastreio, uma vez que, para além da deteção de CCR, permite também a terapêutica das lesões precursoras (pólipos/adenomas). A vigilância deverá ser ajustada ao fenótipo (número e características anatomopatológicas) dos pólipos e história familiar do doente.

(ESGE), European Helicobacter and Microbiota Study Group (EHMSG), European Society of -M anagement of epithelial precancerous condiPathology (ESP) and Sociedade Portuguesa de tions and lesions in the stomach (MAPS II): EuEndoscopia Digestiva (SPED) guideline update AF_210x267_AD-Tenossis_28Abr'21.pdf 1 29/04/2021 06:43 ropean Society of Gastrointestinal Endoscopy 2019. Pimentel-Nunes P, Libânio D, Marcos-

Referências:

-Pinto R, Areia M, Leja M, Esposito G, Garrido M, Kikuste I, Megraud F, Matysiak-Budnik T, Annibale B, Dumonceau JM, Barros R, Fléjou JF, Carneiro F, van Hooft JE, Kuipers EJ, Dinis-Ribeiro M. Endoscopy. 2019 Apr;51(4):365-388.

doi: 10.1055/a-0859-1883. - Post-polypectomy colonoscopy surveillance: European Society of Gastrointestinal Endoscopy (ESGE) Guideline - Update 2020. Hassan C, et al. Endoscopy. 2020. PMID: 32572858.

à artrose riais evoluíram, graças a uma estreita colaboração da Bioengenharia e da Medicina. O MF tem um papel fulcral no tratamento dos pacientes com artrose do joelho e na artrose em geral, pelo que é fundamental que domine e se atualize nas armas terapêuticas ao dispor do MF e do ortopedista. C

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O MF tem um papel fulcral no tratamento dos pacientes com artrose do joelho e na artrose em geral, pelo que é fundamental que domine e se atualize nas armas terapêuticas ao dispor do MF e do ortopedista. CY

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Tenossis 150 mg + 22400 U.I. comprimidos revestidos por película. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA. Cada comprimido revestido por película contém 150 mg de ácido ibandrónico (na forma de ibandronato de sódio mono-hidratado) e 22400 U.I. (560 µg) de colecalciferol. Cada comprimido contém 269,26 mg de lactose mono-hidratada. Este medicamento contém menos do que 1 mmol (23 mg) de sódio por comprimido revestido por película ou seja, é praticamente “isento de sódio”. FORMA FARMACÊUTICA. Comprimido revestido por película. Comprimidos revestidos por película brancos, oblongos e convexos. INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS.Tenossis está indicado como terapêutica de substituição no tratamento da osteoporose pós-menopáusica, em mulheres com risco de insuficiência de vitamina D e risco aumentado de fratura e que se encontram medicadas com a administração concomitante, mensal, de ácido ibandrónico 150 mg e de colecalciferol 22400 U.I.. Foi demonstrada a redução do risco de fraturas vertebrais, a eficácia nas fraturas do colo do fémur não foi estabelecida. POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO. Posologia: A dose recomendada é de um comprimido revestido por película uma vez por mês. O comprimido deverá ser tomado de preferência sempre no mesmo dia de cada mês. Tenossis deve ser tomado após o jejum noturno (de pelo menos 6 horas) e 1 hora antes da ingestão da primeira refeição ou bebida (se esta não for água) do dia ou de qualquer outro medicamento ou suplemento (incluindo cálcio), administrado por via oral. No caso de omissão de uma dose, os doentes devem ser instruídos a tomar um comprimido de Tenossis na manhã seguinte do dia em que se lembrarem, exceto se a dose seguinte estiver programada para daí a menos de 7 dias. Posteriormente, os doentes devem voltar a tomar o comprimido uma vez por mês, na data originalmente estabelecida para a administração. Se a dose seguinte estiver programada para um dos 7 dias seguintes os doentes deverão aguardar até ao dia originalmente estabelecido para a administração da dose seguinte e depois continuar a tomar o comprimido uma vez por mês, tal como anteriormente. Os doentes não devem tomar dois comprimidos na mesma semana. Na osteoporose, devido à natureza da doença, Tenossis está indicado para tratamento prolongado. Não foi estabelecida a duração adequada para o tratamento da osteoporose com bifosfonatos. A necessidade da continuação do tratamento deve ser reavaliada periodicamente de acordo com os benefícios e potenciais riscos de Tenossis em cada doente individualmente, particularmente após 5 ou mais anos de utilização. Populações especiais: Doentes com compromisso renal: Não é necessário ajuste da dose em doentes com compromisso renal ligeiro ou moderado, nos quais a taxa de filtração glomerular apresente um valor igual ou superior a 30 ml/min, devendo ser administrado com precaução. Tenossis não deve ser administrado em doentes com insuficiência renal grave (taxa de filtração glomerular inferior a 30 ml/min). Doentes com compromisso hepático: Não é necessário ajuste da dose. População idosa (> 65 anos): Não é necessário ajuste da dose. População pediátrica: Tenossis não se destina para utilização em doentes com menos de 18 anos de idade e não foi estudado na população pediátrica. Modo de administração: Para administração por via oral. - Os comprimidos devem ser deglutidos inteiros com o auxílio de um copo de água não gaseificada (180 a 240 ml) estando o doente sentado ou em pé, em posição vertical. Águas com uma elevada concentração de cálcio não devem ser utilizadas. Se houver preocupação quanto à existência de níveis de cálcio potencialmente elevados na água da torneira (água dura), recomenda-se usar água engarrafada com um baixo teor mineral. - Os doentes não devem deitar-se durante a hora que se segue à toma de Tenossis. A água é a única bebida que deve ser tomada com Tenossis. - Os doentes não devem mastigar nem chupar o comprimido devido ao potencial para ulceração orofaríngea. CONTRAINDICAÇÕES. Hipersensibilidade à substância ativa. Hipervitaminose D. Nefrolitíase. Doença ou condição resultante de alterações nas concentrações séricas de cálcio (hipocalcemia ou hipercalcemia) e/ou hipercalciúria. Insuficiência renal grave. Anomalias do esófago que atrasem o esvaziamento esofágico, tais como aperto ou acalasia. Incapacidade de permanecer de pé ou sentado na posição vertical durante, pelo menos, 60 minutos. EFEITOS INDESEJÁVEIS. As reações adversas encontram-se listadas por classes de sistemas de órgãos segundo a MedDRA e por categoria de frequência. As categorias de frequência definem-se usando a seguinte convenção: muito frequentes (≥ 1/10), frequentes (≥ 1/100 a < 1/10), pouco frequentes (≥ 1/1.000 a < 1/100), raros (≥ 1/10.000 a < 1/1.000), muito raros (< 1/10.000), desconhecido (não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis). Dentro de cada categoria de frequência, as reações adversas apresentam-se por ordem decrescente de gravidade. Efeitos indesejáveis associados ao Ácido ibandrónico: Doenças do sistema imunitário – Frequentes: Exacerbação da asma. Raros: Reação de hipersensibilidade. Muito raros: Reação anafilática/choque anafilático. Doenças do sistema nervoso – Frequentes: Cefaleia. Pouco frequentes: Tonturas. Afeções oculares – Raros: Inflamação ocular. Afeções do ouvido e do labirinto – Muito raros: Osteonecrose do canal auditivo externo (reação adversa de classe aos bifosfonatos). Doenças gastrointestinais – Frequentes: Esofagite, Gastrite, Afeção de refluxo gastroesofágico, Dispepsia, Diarreia, Dor abdominal, Náuseas. Pouco frequentes: Esofagite incluindo ulcerações ou apertos esofágicos e disfagia, Vómito, Flatulência. Raros: Duodenite. Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos – Frequentes: Erupção cutânea. Raros: Angioedema, Edema facial, Urticária. Muitos raros: Síndrome de Stevens-Johnson, Eritema multiforme, Dermatite bolhosa. Afeções músculo-esqueléticas e dos tecidos conjuntivos – Frequentes: Artralgia, Mialgia, Dor musculosquelética, Cãibra muscular, Rigidez musculosquelética. Pouco frequentes: Dorsalgia. Raros: Fraturas femorais subtrocantéricas e diafisárias atípicas. Muito raros: Osteonecrose da mandíbula. Perturbações gerais e alterações no local de administração – Frequentes: Estado gripal. Pouco frequentes: Fadiga. Efeitos indesejáveis associados ao Colecalciferol: Doenças do metabolismo e da nutrição – Pouco frequentes: Hipercalcemia e hipercalciúria. Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos – Raros: Prurido, exantema e urticária. Notificação de suspeitas de reações adversas: A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P.: INFARMED, I.P. Direção de Gestão do Risco de Medicamentos. Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53. 1749-004 Lisboa. Tel: +351217987373. Linha do medicamento: 800222444 (gratuita). Sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram. E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt *A eficácia nas fraturas do colo do fémur não foi estabelecida. DATA DA REVISÃO DO TEXTO: Janeiro 2020. Para mais informações deverá contactar o representante do titular da autorização de introdução no mercado. MSRM. Medicamento comparticipado no escalão B. TECNIMEDE - Sociedade Técnico-Medicinal, S.A. • Rua da Tapada Grande, n.º 2, 2710-089 ABRUNHEIRA, PORTUGAL • Tel.: +351 210 414 100 • Fax: +351 219 412 157 • NIF: 500626413 • http://www.grupotecnimede.com

TTENO202A3CG Elaborado maio 2020/Revalidado anualmente


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Vacinação do adulto com doença respiratória Estamos a viver uma mudança no paradigma da vacinação. Inicialmente, a vacinação era associada às crianças e foi com base nesta premissa que, em Portugal, se

iniciou o Plano Nacional de Vacinação (PNV ), em outubro de 1965, com a vacina contra a poliomielite. No ano seguinte, em 1966, foram acrescentadas as vacinas

da tosse convulsa, da difteria, do tétano e da varíola. A varíola (ou smallpox na língua inglesa) foi a única doença até agora erradicada e esta grande vitória deve-se à

vacinação, com os últimos casos a ocorrerem em 1977. O PNV, com pouco mais de meio século de existência, representa uma

Filipe Froes Pneumologista. Coordenador da UCI do HPV, CHULN. Perito da Comissão Técnica de Vacinação. Membro do Conselho Nacional de Saúde Pública das maiores histórias de sucesso em Portugal e que muito contribuiu para o nosso desenvolvimento, bem patente nos atuais valores de esperança média de vida que ultrapassam os 80 anos de idade. Nas últimas décadas, o sucesso da vacinação pediátrica tem vindo a estender-se ao longo da vida, sobretudo aos adultos de maior idade. A vacinação ou imunização ao longo da vida é um dos pilares do envelhecimento saudável, a par dos rastreios, da cessação tabágica, da dieta, da higiene e do exercício físico regular. Os adultos beneficiam de várias vacinas e no PNV estão indicadas as va-

Gastrentero de Consultó

Ana Sadio Gastrenterologista, CH Universitário do Porto

“Gastrenterologia de Consultório” foi tema de uma mesa-redonda realizada logo na abertura das IV Jornadas Multidisciplinares de Medicina Geral e Familiar. O modelo escolhido, a pedido da Comissão Organizadora, pretendeu fomentar uma troca de ideias sobre casos clínicos e questões eminentemente práticas que se colocam no dia-a-dia de uma consulta de MGF.


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cinas contra o tétano e a difteria com reforços de 20 em 20 anos até aos 65 anos e depois de 10 em 10 anos. Nas mulheres grávidas, além do tétano e da difteria, também está indicada a vacinação contra a tosse convulsa. Várias organizações e sociedades científicas recomendam igualmente, pelo menos, uma administração da vacina contra a tosse convulsa nos adultos, idealmente naqueles com proximidade com crianças, nos profissionais de saúde, nos obesos ou com asma. Extra PNV e nos adultos, mas com enquadramento normativo da Direção-Geral da Saúde (DGS), estão ainda indicadas vacinas para a prevenção de doenças respiratórias, nomeadamente, as vacinas contra a gripe e contra as infeções pelo Streptococcus pneumoniae ou Pneumococcus. Em Portugal, só estão disponíveis vacinas contra a gripe inativadas e tetravalentes, com 4 estirpes: dois subtipos do vírus influenza tipo A, habitualmente H1N1 e H3N2, e duas linhagens do tipo B, Yamagata e Victoria. Está previsto o lançamento na próxima época gripal de vacinas de dose elevada (com 4X a quantidade antigénica da hemaglutinina), para os indivíduos com 65 ou mais anos. Em relação ao Pneumococcus, estão disponíveis vacinas polissacarídicas e conjugadas. As vacinas conjugadas apresentam maior eficácia na prevenção da doença pneumocócica pelos serótipos

o logia rio As doenças do foro gastrenterológico constituem uma porção significativa do total de consultas realizadas nos cuidados de saúde primários e consomem um número avultado de exames complementares. Dada a enorme variedade de patologias orientadas por esta especialidade (inflamatórias, oncológicas, funcionais), foram selecionados alguns temas mais pertinentes, atendendo à complexidade e ao volume de consultas que exigem. A conversa incidiu em tópicos sobre diarreia crónica, doença celíaca, doença hepática associada a distúrbios metabólicos, infeção por Helicobacter pylori, vigilância de pólipos cólicos e de lesões gástricas pré-malignas e lesões que não necessitam de vigilância. Desejamos que a partilha de experiências proporcionada por esta reunião tenha contribuído para clarificar a abordagem destas doenças gastrintestinais, facilitando assim a orientação dos doentes que procuram os cuidados de saúde.

vacinais do que a vacina polissacarídica que, contudo, apresenta maior número de serótipos. Dos 101 serótipos atualmente descritos para o Pneumococcus, a vacina polissacarídica tem 23 serótipos

na sua composição e as conjugadas disponíveis variam entre 13, 15 e 20 serótipos. De acordo com a última Norma da DGS, de 01/11/2021, nos adultos com

QUANDO A DOR ACABA VIVEMOS A VIDA AO MAXIMO

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fatores de risco, é recomendada a vacina conjugada 13 valente e, no mínimo, 8 semanas depois, a vacina polissacarídica 23 valente. Nos adultos com 65 ou mais anos, sem fatores de risco, presentemen-

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te, só está recomendada a vacina polissacarídica 23 valente. Para finalizar, convém nunca esquecer que só há vacinas eficazes se forem administradas.

DOR CRÓNICA

DOR AGUDA

Zilpen 37,5 mg / 325 mg comprimidos, Zilpen 75 mg / 650 mg comprimidos COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA: Cada comprimido contém 37,5 mg de cloridrato de tramadol e 325 mg de paracetamol, ou 75 mg de cloridrato de tramadol e 650 mg de paracetamol. FORMA FARMACÊUTICA: Comprimidos brancos, alongados e ranhurados. Na dosagem de 75 mg / 650 mg, o comprimido pode ser dividido em doses iguais. INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Tratamento sintomático da dor moderada a intensa em que se considera ser adequada a combinação de tramadol e paracetamol. POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO: Posologia: Adultos e adolescentes (com 12 ou mais anos de idade): Recomenda-se uma dose inicial de dois comprimidos de Zilpen 37,5 mg / 325 mg ou um comprimido de Zilpen 75 mg / 650 mg. Se necessário, podem ser tomadas doses adicionais, não ultrapassando 8 comprimidos de Zilpen 37,5 mg / 325 mg ou 4 comprimidos de Zilpen 75 mg / 650 mg (equivalente a 300 mg de tramadol e 2600 mg de paracetamol) por dia. O intervalo entre as doses não deve ser inferior a seis horas. Caso seja necessário um tratamento repetido ou prolongado com Tramadol / Paracetamol, como consequência da natureza e gravidade da patologia, deverá efetuar-se uma monitorização cuidadosa e regular. População pediátrica: Não se recomenda o tratamento nesta população de doentes. Doentes Idosos: Podem ser utilizadas as doses usuais, embora seja de assinalar que em voluntários com mais de 75 anos a semivida de eliminação do tramadol aumentou 17% após administração oral. Em indivíduos com mais de 75 anos de idade, recomenda-se que o intervalo mínimo entre as tomas não seja inferior a 6 horas, devido à presença do tramadol. Insuficiência renal: Devido à presença de tramadol, não se recomenda a utilização de Tramadol/Paracetamol em doentes com insuficiência renal grave (depuração da creatinina < 10 ml/min). Em casos de insuficiência renal moderada (depuração da creatinina entre 10 e 30 ml/min), o intervalo entre as tomas deverá ser aumentado para 12 horas. Como o tramadol é removido muito lentamente por hemodiálise ou por hemofiltração, a administração após a diálise para manter a analgesia não é normalmente necessária. Insuficiência hepática: Em doentes com disfunção hepática grave não se deve utilizar Tramadol/Paracetamol . Em caso de insuficiência hepática moderada deve ser cuidadosamente considerado o prolongamento do intervalo entre as doses. Modo de administração: Administração oral. Os comprimidos devem ser engolidos com uma quantidade suficiente de líquido. CONTRAINDICAÇÕES: Hipersensibilidade às substâncias ativas ou a qualquer um dos excipientes; - Intoxicação aguda pelo álcool, fármacos hipnóticos, analgésicos de ação central, opiáceos ou fármacos psicotrópicos; - Paracetamol / Tramadol não deve ser administrado a doentes em tratamento concomitante com inibidores da Monoamino Oxidase (MAO) ou dentro das duas semanas após paragem do tratamento; - Disfunção hepática grave; - Epilepsia não controlada por tratamento. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES ESPECIAIS DE UTILIZAÇÃO: Nos doentes com dependência de opiáceos e com um historial de dependência ou abuso de drogas, o tratamento só deve efetuar-se por um período curto e sob vigilância médica. O Tramadol/Paracetamol deve ser usado com precaução em doentes com traumatismo craniano, em doentes predispostos a convulsões, apresentando perturbações biliares, em estado de choque, com alteração da consciência de origem desconhecida, com problemas que afetam o centro respiratório ou a função respiratória ou com aumento da pressão intracraniana. EFEITOS INDESEJÁVEIS: Os efeitos indesejáveis mais frequentemente referidos durante os ensaios clínicos, realizados com a associação de paracetamol/tramadol, foram náuseas, tonturas e sonolência, observados em mais de 10 % dos doentes. Perturbações do foro psiquiátrico: - Frequentes (≥1/100 a <1/10): confusão, alterações do humor (ansiedade, nervosismo, euforia), perturbações do sono Doenças do sistema nervoso: - Muito frequentes (≥1/10): tonturas, sonolência - Frequentes (≥1/100 a <1/10): cefaleias, tremor. Doenças gastrointestinais: - Muito frequentes (≥1/10): náuseas - Frequentes (≥1/100 a <1/10): vómitos, obstipação, xerostomia, diarreia, dor abdominal, dispepsia, flatulência. Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos: - Frequentes (≥1/100 a <1/10): sudação, prurido. Embora não tendo sido observados durante os ensaios clínicos, não podem ser excluídos os seguintes efeitos secundários, associados ao uso isolado de tramadol e paracetamol: Tramadol: - Hipotensão postural, bradicardia, colapso (tramadol); - A vigilância pós-comercialização do tramadol revelou alterações raras da ação da varfarina, incluindo aumento do tempo de protrombina. - Após a administração de tramadol podem ocorrer efeitos secundários psíquicos que variam individualmente na intensidade e natureza que incluem alterações no humor, alterações na atividade e na capacidade cognitiva e sensorial. - Foi relatado agravamento de asma, embora não tenha sido estabelecida uma relação causal. - Sintomas de reações de privação, semelhantes às que ocorrem durante a privação de opiáceos, podem manifestar-se da seguinte forma: agitação, ansiedade, nervosismo, insónia, hipercinesia, tremor e sintomas gastrointestinais. Paracetamol: - As reações adversas do paracetamol são raras, no entanto, pode ocorrer hipersensibilidade incluindo erupções cutâneas. - Vários relatos sugerem que o paracetamol pode produzir hipoprotrombinemia quando administrado com substâncias análogas à varfarina. Notificação de suspeitas de reações adversas: A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P.: INFARMED, I.P. Direção de Gestão do Risco de Medicamentos Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53 1749-004 Lisboa Tel: +351 21 798 73 73 Fax:+351 21 798 73 97 Sítio da internet: http://extranet.infarmed.pt/ page.seram.frontoffice.seramhomepage E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt DATA DA REVISÃO DO TEXTO: agosto 2016. Para mais informações deverá contactar o titular da autorização de introdução no mercado. MSRM. Medicamento comparticipado escalão C. Zilpen LP 75 mg + 650 mg comprimidos de libertação prolongada COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada comprimido de libertação prolongada contém 75 mg de cloridrato de tramadol equivalente a 65,88 mg de tramadol e 650 mg de paracetamol. FORMA FARMACÊUTICA Comprimido de libertação prolongada. Comprimidos ovais, biconvexos, com duas camadas revestidos por película, de cor branca a quase branca numa das faces e amarelo pálido na face oposta, com manchas escuras. INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS Indicado para o tratamento sintomático da dor moderada a intensa em adultos e adolescentes com mais de 12 anos. O uso de Zilpen LP deve restringir-se aos doentes com dor moderada a intensa em que se considera ser adequada a combinação de tramadol e paracetamol. POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO Posologia: Adultos e adolescentes (com 12 ou mais anos de idade): A posologia deve ser ajustada individualmente à intensidade da dor e à sensibilidade do doente. Deve geralmente ser escolhida a dose analgésica eficaz mais baixa. Recomenda-se uma dose inicial de um a dois comprimidos de Zilpen LP. Se necessário podem ser tomadas doses adicionais, não ultrapassando os 4 comprimidos por dia. O intervalo entre as doses não deve ser inferior a doze horas. Zilpen LP não deverá, em nenhuma circunstância, ser tomado durante mais tempo do que o estritamente necessário. Caso seja necessário um tratamento repetido ou prolongado, como consequência da natureza e gravidade da patologia, deverá efetuar-se uma monitorização cuidadosa e regular (sempre que possível, com intervalos no tratamento), de forma a avaliar se é necessário continuar o tratamento. População pediátrica: Não se recomenda o tratamento nesta população de doentes. Doentes idosos: Em doentes idosos até 75 anos, sem insuficiência hepática ou renal clinicamente estabelecida, não é habitualmente necessário qualquer ajuste posológico. Em doentes com mais de 75 anos o tempo de eliminação pode estar aumentado. Deste modo, se necessário, os intervalos entre as doses devem ser prolongados em função das necessidades do doente. Doentes com insuficiência renal/diálise: Devido à presença de tramadol, não se recomenda a utilização de Zilpen LP em doentes com insuficiência renal grave. Em casos de insuficiência renal moderada, deve ser considerado um aumento no intervalo entre as doses. Como o tramadol é eliminado apenas muito lentamente por hemodiálise ou por hemofiltração, a administração pós-diálise para manter a analgesia não é normalmente necessária. Disfunção hepática: Em doentes com insuficiência hepática, a eliminação do tramadol encontra-se prolongada. Nestes doentes, o prolongamento do intervalo entre as doses deverá ser criteriosamente considerado em função das necessidades do doente. Devido à presença de paracetamol, Zilpen LP não deve ser utilizado em doentes com disfunção hepática grave Modo de administração: Administração oral. Os comprimidos devem ser engolidos inteiros, com uma quantidade suficiente de líquido. Não devem ser partidos nem mastigados. CONTRAINDICAÇÕES Hipersensibilidade conhecida às substâncias ativas a qualquer um dos excipientes. Intoxicação aguda pelo álcool, fármacos hipnóticos, analgésicos de ação central, opiáceos ou fármacos psicotrópicos. Não deve ser administrado concomitantemente com inibidores da MAO ou dentro das duas semanas após paragem do tratamento. Disfunção hepática grave Epilepsia não controlada por tratamento. EFEITOS INDESEJÁVEIS Os efeitos indesejáveis que poderão ocorrer durante o tratamento com Zilpen LP são classificados de acordo com os seguintes grupos por ordem de frequência: Muito frequentes (≥1/10); Frequentes (≥1/100 a <1/10); Pouco frequentes (≥1/1000 a <1/100); Raros (≥1/10000 a <1/1000); Desconhecido (não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis). Dentro de cada grupo de frequência, os efeitos indesejáveis são apresentados por ordem decrescente de gravidade. Os efeitos indesejáveis mais frequentemente referidos durante os ensaios clínicos, realizados com a associação de paracetamol/ tramadol, foram náuseas, tonturas e sonolência, observados em mais de 10 % dos doentes. Efeitos indesejáveis listados por classes de sistemas de órgãos: Perturbações do foro psiquiátrico: Frequentes: confusão, alterações do humor, ansiedade, nervosismo, euforia, perturbações do sono. Doenças do sistema nervoso: Muito frequentes: tonturas, sonolência. Frequentes: cefaleias, tremor. Doenças gastrointestinais: Muito frequentes: náuseas. Frequentes: vómitos, obstipação, xerostomia, diarreia, dor abdominal, dispepsia, flatulência. Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos: sudação, prurido. Embora não tendo sido observados durante os ensaios clínicos, não podem ser excluídos os seguintes efeitos indesejáveis, associados ao uso isolado de tramadol e paracetamol: Tramadol: Hipotensão postural, bradicardia, colapso (tramadol); Após a administração de tramadol podem ocorrer efeitos secundários psíquicos que variam individualmente na intensidade e natureza. Estes incluem alterações no humor, (geralmente alegria, ocasionalmente disforia), alterações na atividade (geralmente diminuição, ocasionalmente aumento) e alterações na capacidade cognitiva e sensorial (por ex. decisão de agir, perceção de doença). Foi relatado um caso de agravamento de asma, embora não tenha sido estabelecida uma relação causal. Sintomas de reações de privação, semelhantes às que ocorrem durante a privação de opiáceos, podem manifestar-se da seguinte forma: agitação, ansiedade, nervosismo, insónia, hipercinesia, tremor e sintomas gastrointestinais. Paracetamol: Os efeitos adversos do paracetamol são raros, no entanto, pode ocorrer hipersensibilidade incluindo erupções cutâneas. Notificação de suspeitas de reações adversas - A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P.: Sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram (preferencialmente) ou através dos seguintes contactos: Direção de Gestão do Risco de Medicamentos - Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53, 1749-004 Lisboa Tel: +351 21 798 73 73 Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita) E-mail: farmacovigilancia@ infarmed.pt DATA DA REVISÃO DO TEXTO: Março 2021 Para mais informações deverá contactar o titular da autorização de introdução no mercado. MSRM. Medicamento comparticipado. Escalão C.

Referências: 1. Dados HmR [data on file] Out 2020. 2. Dados IMS [data on file] Out 2020. TZILP211A2CG março/2021

www.tecnimede.com

Zona Industrial da Abrunheira Rua da Tapada Grande n.º2 Abrunheira 2710-089 Sintra NIF 500626413


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20 de maio 2022

IST e patologia genital As infeções sexualmente transmissíveis (IST) e a patologia genital não venérea representam dois grupos de doenças de etiologia diferente que atingem prefe-

rencialmente a região anogenital, podendo estar associadas a doença sistémica. O início do século XXI marcou a inversão da tendência de descida do núme-

ro de novos casos de várias IST. O número de casos de sífilis aumentou em toda a Europa, superando já o total de novos casos de VIH em alguns países. A gonor-

reia e a Chlamydia trachomatis são duas outras infeções bacterianas sexualmente transmissíveis, cuja incidência tem vindo a aumentar.

Joel Reis Dermatologista, CH e Universitário do Porto

NÃO PERCA O RUMO Alívio rápido, significativo e prolongado da DOR1

Melhoria rápida e mantida da interferência da dor com o SONO2

Alívio rápido, significativo e prolongado da ANSIEDADE3

Referências: 1. Freynhagen R, Strojek K, Griesing T, et al. Efficacy of pregabalin in neuropathic pain evaluated in a 12-week, randomised, double-blind, multicentre, placebo-controlled trial of flexible- and fixed-dose regimens. Pain 2005; 115: 254-263 (class I). 2. van Seventer R, Feister H, Young Jr J, et al. Efficacy and tolerability of twice-daily pregabalin for treating pain and related sleep interference in postherpetic neuralgia: a 13-week, randomized trial, Current Medical Research and Opinion 2006; 22:2, 375-384. 3. Montgomery S. Pregabalin for the treatment of generalised anxiety disorder, Expert Opinion on Pharmacotherapy 2006; 7:15, 2139-2154 NOME LYRICA® COMPOSIÇÃO Cada cápsula contém 25 mg, 50 mg, 75 mg, 100 mg, 150 mg, 200 mg, 225 mg e 300 mg de pregabalina. Também contêm lactose mono-hidratada. INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS Dor neuropática: tratamento da dor neuropática periférica e central, em adultos. Epilepsia: terapêutica adjuvante em adultos com crises parciais de epilepsia, com ou sem generalização secundária. Ansiedade generalizada: tratamento da perturbação de ansiedade generalizada, em adultos. POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO: 150 a 600 mg diários, administrados em duas ou três tomas, por via oral, com ou sem alimentos. Dor neuropática: O tratamento pode ser iniciado com 150 mg diários divididos em duas ou três doses. Com base na resposta e tolerabilidade individuais do doente, a dose pode ser aumentada para 300 mg diários, após 3 a 7 dias e, se necessário, para a dose máxima de 600 mg diários após um intervalo adicional de 7 dias. Epilepsia: O tratamento pode ser iniciado com 150 mg diários divididos em duas ou três tomas. Com base na resposta e tolerabilidade individuais do doente, a dose pode ser aumentada para 300 mg diários, após 1 semana. A dose máxima de 600 mg diários pode ser atingida após mais uma semana. Perturbação de ansiedade generalizada: O intervalo posológico é de 150 a 600 mg por dia, administrado em duas ou três tomas. A necessidade de tratamento deve ser reavaliada regularmente. O tratamento com pregabalina pode ser iniciado com 150 mg diários. Com base na resposta e tolerabilidade individuais do doente, a dose pode ser aumentada para 300 mg diários, após uma semana. A dose pode ser aumentada para 450 mg diários, após mais uma semana. A dose máxima de 600 mg diários pode ser atingida após mais uma semana. Descontinuação da pregabalina: se for necessário descontinuar a pregabalina, esta deve ser retirada, gradualmente, durante um período mínimo de uma semana. Compromisso renal: A redução deve ser individualizada em função da depuração de creatinina. Consultar o RCM para ajustes de dose em doentes com compromisso renal. Compromisso hepático: Não é necessário ajustar a dose. População pediátrica: Não é recomendado. Idosos: Pode ser necessário reduzir a dose no doente idoso devido à diminuição da função renal CONTRAINDICAÇÕES Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes. EFEITOS INDESEJÁVEIS As reações adversas enumeradas também podem estar associadas a doenças subjacentes e/ou medicações concomitantes. No tratamento da dor neuropática central devido a lesão da medula espinhal, a incidência de acontecimentos adversos em geral, acontecimentos adversos do SNC e especialmente de sonolência, aumentou. As seguintes reações adversas foram classificadas como: Muito frequentes (≥ 1/10): tonturas, sonolência, cefaleia Frequentes (≥ 1/100 a <1/10): nasofaringite, aumento do apetite, humor eufórico, confusão, irritabilidade, diminuição da líbido, desorientação, insónia, ataxia, coordenação anómala, tremores, disartria, amnésia, diminuição da memória, perturbações da atenção, parestesias, hipoestesia, sedação, distúrbio do equilíbrio, letargia, visão turva, diplopia, vertigens, vómitos, náuseas, xerostomia, obstipação, diarreia, flatulência, distensão abdominal, cãibras musculares, artralgias, dor de costas, dor nos membros, espasmo cervical, disfunção erétil, alteração da marcha, sensação de embriaguez, fadiga, edema periférico, edema, queda, sensação anormal, aumento de peso. Pouco frequentes (≥1/1000 a <1/100): neutropenia, hipersensibilidade, anorexia, hipoglicemia, alucinações, ataques de pânico, instabilidade psicomotora, agitação, depressão, humor deprimido, humor elevado, agressividade, variações de humor, despersonalização, dificuldade em encontrar palavras, sonhos anómalos, aumento da líbido, anorgasmia, apatia, síncope, estupor, mioclonia, perda de consciência, hiperatividade psicomotora, discinesia, tontura postural, tremor intencional, nistagmo, perturbação cognitiva, perturbações mentais, alterações no discurso, hiporreflexia, hiperestesia, sensação de queimadura, ageusia, mal-estar, perda de visão periférica, perturbação visual, edema dos olhos, alterações do campo visual, acuidade visual reduzida, dor ocular, astenopia, fotopsia, xeroftalmia, aumento do lacrimejo, irritação ocular, hiperacusia, taquicardia, bloqueio auriculoventricular de primeiro grau, bradicardia sinusal, insuficiência cardíaca congestiva, rubores, afrontamentos, hipotensão, hipertensão, arrefecimento periférico, dispneia, epitaxis, tosse, congestão nasal, rinite, ressonar, secura nasal, doença de refluxo gastroesofágico, sialorreia, hipoestesia oral, enzimas hepáticas elevadas (alanina aminotransferase (ALT) aumentada, aspartato aminotransferase (AST) aumentado), erupção papular, urticária, hiperidrose, prurido, espasmos musculares, edema das articulações, mialgias, cervicalgia, rigidez muscular, incontinência urinária, disúria, atraso na ejaculação, disfunção sexual, dismenorreia, mastodinia, sensação de aperto torácico, astenia, sede, dor, arrepios, edema generalizado, edema facial, pirexia, elevação de creatina fosfoquinase sanguínea, elevação da glicemia, número de plaquetas diminuído, elevação de creatinemia, diminuição do potássio no sangue, perda de peso Raros (≥1/10000 a <1/1000): angioedema, reação alérgica, desinibição, convulsões, hipocinesia, parosmia, disgrafia, parkinsonismo, perda da visão, queratite, oscilopsia, alteração da perceção da profundidade visual, midríase, estrabismo, brilho visual, prolongamento do intervalo QT, taquicardia sinusal, arritmia sinusal, edema pulmonar, sensação de aperto na garganta, ascite, pancreatite, edema da língua, disfagia, icterícia, Síndrome de Stevens-Johnson, suores frios, rabdomiólise, insuficiência renal, oligúria, retenção urinária, amenorreia, corrimento mamário, aumento mamário, ginecomastia, diminuição dos glóbulos brancos Muito raros (< 1/10000): insuficiência hepática, hepatite. Desconhecido (não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis): depressão respiratória. A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO: Upjohn EESV, Rivium Westlaan 142, 2909 LD Capelle aan den IJssel, Países Baixos. DATA DE REVISÃO 11/2021. Medicamento sujeito a receita médica. Medicamento comparticipado pelo escalão A (regime geral 90% e regime especial 95%). Para mais informações deverá contactar o Representante Local do Titular de Autorização de Introdução no Mercado.

2/2022/BGP/147

A Chlamydia trachomatis é, atualmente, a IST bacteriana mais comum em todo o mundo. A dificuldade de acesso às técnicas necessárias ao seu diagnóstico e a tendência para manifestações clínicas pouco exuberantes atrasa o correto tratamento, por vezes, com consequências irreversíveis, como a infertilidade. Também o padrão de resistência aos diferentes tratamentos disponíveis está em constante mudança, obrigando a uma atualização constante. Dependendo dos agentes, os sintomas incluem disúria, prurido e desconforto da região anogenital, dispareunia, dor testicular, tenesmo e até mesmo sintomas sistémicos. Estes podem estar associados à presença de corrimento uretral, vaginal, cervical ou anal, úlceras, erosões e fissuras e, no caso em particular da sífilis, a uma miríade de manifestações cutâneas e sistémicas que justificam o título de “a grande imitadora”. Contudo, muitas destas IST são assintomáticas.

O padrão de resistência aos diferentes tratamentos disponíveis está em constante mudança, obrigando a uma atualização constante. Não obstante, o número de patologias dermatológicas da região ano genital não associadas a IST é também relevante. O seu conhecimento é fundamental para evitar iatrogenia e atraso no tratamento. Assim, a atualização nesta área tem como objetivo primário melhorar a qualidade dos cuidados prestados nos cuidados de saúde primários, tendo em atenção as limitações existentes e, em segundo lugar, estreitar e realçar a relação da Dermatovenereologia com os colegas de MGF nesta área em particular.


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Rinite não alérgica e rinossinusite tão e grande utilização de medicamentos OTC disponíveis nas farmácias e que podem ser adquiridos sem prescrição médica. As novas recomendações para o tra-

tamento farmacológico da rinite utilizam um conjunto alargado de conhecimento baseado na metodologia GRADE, evidência do mundo real adquirida por tecnolo-

Cutterguide: NO Printing Process: Offset GD: 553459

gia móvel (mHealth) e estudos em câmara de exposição alergénica. Os algoritmos propostos apresentam uma abordagem passo-a-passo para a sele-

ção farmacológica, baseando-se na escala visual analógica e permitindo ao doente uma seleção e ajuste (com base no controlo) do tratamento farmacológico mais indicado.

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Ana Morête Diretora do Serviço de Imunoalergologia do CH do Baixo Vouga O termo rinite é um “guarda-chuva” usado para descrever sintomas nasais: congestão, rinorreia, espirros e prurido resultante da inflamação “ite” e/ou disfunção da mucosa nasal. A rinite é considerada crónica quando a sintomatologia persiste mais de 12 semanas por ano. Há diferentes fenótipos de rinite crónica, resultantes de diferentes apresentações clínicas, com distintos mecanismos fisiopatológicos (endótipos). A resposta imunológica com perfil T2 caracteriza a rinite alérgica. A rinite não alérgica (RNA) não apresenta influxo de células inflamatórias características e a desregulação neuronal resultante da complexa interação entre os sistemas sensorial, parassimpático, simpático, vascular e glandular estão na base da sintomatologia. A RNA caracteriza-se pela presença de sintomas nasais, na ausência de infeção ou alergia, sendo responsável por mais de 50% dos casos de rinite. É um grupo heterogéneo, com gravidade e etiopatogenias variáveis. A rinite idiopática é a forma mais comum de rinite não alérgica (> 50% dos casos) e caracteriza-se pela presença de uma reatividade exagerada das vias aéreas superiores a estímulos não específicos ambientais, tais como variações súbitas da temperatura e humidade, exposição a fumo de tabaco e a outros odores ou irritantes inespecíficos. Em geral, os espirros e o prurido são menos intensos. Na maioria dos casos, os sintomas ocorrem durante todo o ano, sem desencadeantes claramente identificáveis. A rinossinusite é uma comorbilidade presente em 10 a 20% dos doentes com rinite. Pela frequente coexistência de inflamação da mucosa nasal e sinusal, a terminologia atual propõe que se abandone o termo “sinusite”, passando a utilizar-se o termo “rinossinusite”. A rinossinusite resulta de alterações anatómicas que condicionam dificuldade de drenagem do complexo osteomeatal e as infeções virais e/ou bacterianas são essenciais para o desenvolvimento da clínica. Frequentemente, os doentes têm sobreposição de sintomas e apresentam clínica de rinossinusite como complicação da rinite. Esta doença afeta entre 1/4 a 1/3 dos portugueses em todas as faixas etárias, com forte impacto na qualidade de vida. Os doentes sentem o efeito dos sintomas no seu dia a dia, a interferência com a sua perceção de bem-estar e enorme atingimento da qualidade de vida. A maioria dos doentes aborda esta patologia com autoges-

Cloridrato de Azelastina + Propionato de Fluticasona ARIA 2020: À frente no tratamento da rinite alérgica1

Terapêutica de Referência na Rinite Alérgica 2,3   

Alívio significativo dos sintomas em 5 minutos 4 2x mais eficaz que os Corticosteroides intranasais 5 Adequado para adultos e adolescentes ≥ 12 anos

INFORMAÇÕES ESSENCIAIS COMPATÍVEIS COM O RCM. NOME DO MEDICAMENTO Dymista 137 microgramas / 50 microgramas por aplicação Suspensão para pulverização nasal COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada g de suspensão contém 1000 microgramas de cloridrato de azelastina e 365 microgramas de propionato de fluticasona. Uma aplicação (0,14 g) liberta 137 microgramas de cloridrato de azelastina (=125 microgramas de azelastina) e 50 microgramas de propionato de fluticasona. Excipientes com efeito conhecido: Uma aplicação (0,14 g) liberta 0,014 mg de cloreto de benzalcónio. FORMA FARMACÊUTICA Suspensão para pulverização nasal. Suspensão branca, homogénea. Indicações terapêuticas Alívio dos sintomas da rinite alérgica sazonal e perene moderada a grave se a monoterapia com o anti-histamínico ou com o glucocorticoide intranasal isolado não for considerada suficiente. Posologia e modo de administração Posologia: Para um benefício terapêutico completo é essencial a utilização regular. Deve evitar-se o contacto com os olhos. Adultos e adolescentes (idade igual ou superior a 12 anos): Uma aplicação em cada narina duas vezes ao dia (de manhã e à noite). Crianças com idade inferior a 12 anos: Dymista não é recomendado para crianças com menos de 12 anos, porque não foi estabelecida a segurança e eficácia neste grupo etário. Duração do tratamento: Dymista é adequado para utilização a longo prazo. A duração do tratamento deve corresponder ao período de exposição alérgica. Modo de administração: Dymista destina-se apenas a uso nasal. Preparação do spray: O frasco deve ser agitado suavemente antes de utilizar durante 5 segundos, inclinando para baixo e para cima e seguidamente remover a tampa protetora. Antes da primeira utilização Dymista deve ser acionado pressionando para baixo e libertando a bomba 6 vezes. Se Dymista não for utilizado por mais de 7 dias deve ser acionado uma vez pressionando e libertando a bomba. Utilização do Spray: Agite cuidadosamente o frasco durante 5 segundos, inclinando para cima e para baixo. Seguidamente remova a tampa protetora. Após assoar o nariz, aplicar a suspensão uma vez em cada narina mantendo a cabeça inclinada para baixo (ver figura). Após utilização, limpar a parte superior e colocar a tampa protetora. Contraindicações Hipersensibilidade às substâncias ativas ou a qualquer um dos excipientes. Advertências e precauções especiais de utilização A utilização concomitante de propionato de fluticasona e ritonavir deve ser evitada, salvo se os potenciais benefícios para o doente forem superiores ao risco de efeitos adversos sistémicos aos corticosteroides. Podem ocorrer efeitos sistémicos de corticosteroides inalados, particularmente quando prescritos em altas doses por períodos prolongados. Estes efeitos são menos prováveis de acontecer do que com corticosteroides orais e podem variar de doente para doente e conforme a preparação corticosteroide. Efeitos sistémicos potenciais podem incluir síndroma de Cushing, situações Cushingoides, supressão das suprarrenais, atraso no crescimento em crianças e adolescentes, cataratas, glaucoma e mais raramente, uma série de efeitos psicológicos ou comportamentais incluindo hiperatividade psicomotora, alterações do sono, ansiedade, depressão ou agressão (particularmente em crianças). Dymista sofre um metabolismo de primeira passagem, portanto a exposição sistémica ao propionato de fluticasona em doentes com doença grave no fígado pode aumentar. Isto pode provocar um aumento da frequência de reações adversas sistémicas. O tratamento com doses mais altas do que as recomendadas para os corticosteroides nasais pode provocar supressão das suprarrenais clinicamente relevante. Se houver evidência para a utilização de doses superiores às recomendadas, deve considerar-se uma cobertura adicional com corticosteroides sistémicos durante períodos de stress ou cirurgia eletiva. Em geral a dose das formulações intranasais de fluticasona deve ser reduzida para a dose mais baixa com a qual é mantido o controlo eficaz dos sintomas da rinite. Doses mais altas que as recomendadas não foram testadas com Dymista. Tal como com todos os corticosteroides nasais, a quantidade total sistémica de corticosteroides deve ser considerada quando outras formas de tratamento corticosteroide são prescritas concomitantemente. Foram notificados em crianças tratadas com corticosteroides nasais, atrasos no crescimento com as doses aprovadas. Uma vez que o crescimento continua na adolescência, recomenda-se que o crescimento de adolescentes sujeitos a tratamentos prolongados com corticosteroides nasais seja também monitorizado regularmente. Se o crescimento for retardado, a terapêutica deve ser revista com o objetivo de reduzir a dose do corticosteroide nasal se possível, para a dose mais baixa eficaz capaz de manter os sintomas controlados. Podem ser notificados distúrbios visuais com o uso sistémico e tópico de corticosteroides. Se um doente apresentar sintomas como visão turva ou outros distúrbios visuais, o doente deverá ser encaminhado para um oftalmologista para avaliação de possíveis causas que podem incluir cataratas, glaucoma ou doenças raras, como a coriorretinopatia serosa central que foram notificadas após o uso de corticosteroides sistémicos e tópicos. É necessária uma monitorização apertada em doentes com uma alteração da visão ou com antecedentes de pressão ocular aumentada, glaucoma e/ou cataratas. Se houver qualquer razão para acreditar que a função suprarrenal está comprometida, deve ter-se cuidado quando se transferem os doentes de um tratamento esteroide sistémico para o Dymista. Em doentes com tuberculose, com qualquer tipo de infeção não tratada, ou que tenham sido sujeitos a uma cirurgia recente ou traumatismo no nariz ou boca, os possíveis benefícios do tratamento com Dymista devem ser ponderados frente aos possíveis riscos. Infeções nas vias nasais devem ser tratadas com antibacterianos ou antimicóticos, mas não constituem uma contraindicação específica ao tratamento com Dymista. Dymista contém cloreto de benzalcónio. A utilização a longo prazo pode causar edema da mucosa nasal. Interações medicamentosas e outras formas de interação Propionato de fluticasona: Em circunstâncias normais, atingem-se concentrações baixas de fluticasona após aplicação intranasal, devido ao extenso metabolismo de primeira passagem e uma depuração sistémica alta mediada pelo citocromo P450 3A4 no intestino e no fígado. Salienta-se que interações significativas mediadas pelo propionato de fluticasona são improváveis. Cloridrato de azelastina: Não foram realizados estudos específicos de interação com o cloridrato de azelastina spray nasal. Foram realizados estudos de interação com altas doses orais. Contudo, não têm relevância para a azelastina Spray Nasal porque as doses nasais recomendadas promovem uma exposição sistémica muito mais baixa. No entanto, deve ter-se especial cuidado quando se administra cloridrato de azelastina a doentes a tomar sedativos ou medicação para o sistema nervoso central porque o efeito sedativo pode ser potenciado. O álcool pode também potenciar este efeito. Efeitos indesejáveis As frequências são definidas da forma seguinte: Muito Frequentes (≥1/10); Frequentes (≥1/100, <1/10); Pouco frequentes (≥1/1.000, <1/100); Raros (≥1/10.000, <1/1.000); Muito raros (<1/10.000); Desconhecido (não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis). Doenças do sistema imunitário: Muito raro: Hipersensibilidade incluindo reações anafiláticas, angioedema (edema da face ou língua e erupção cutânea), broncoespasmo; Doenças do sistema nervoso: Frequente: Cefaleias, disgeusia (sabor desagradável), cheiro desagradável, Muito raro: Tonturas, sonolência; Afeções oculares*: Muito raro: Glaucoma, aumento da pressão intraocular, cataratas, Desconhecido: Visão turva (ver secção 4.4); Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino: Muito frequente: Epistaxe, Pouco frequente: Desconforto nasal (incluindo irritação nasal, picadas, prurido) espirros, secura nasal, garganta seca, irritação da garganta, Muito raro: Perfuração do septo nasal**, erosão da mucosa, Desconhecido: Úlceras nasais; Doenças gastrointestinais: Raro: Boca seca, Muito raro: Náuseas; Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos: Muito raro: Erupção cutânea, prurido, urticaria; Perturbações gerais e alterações no local de administração: Fadiga (cansaço, exaustão), fraqueza. * Foram identificados um número muito pequeno de notificações espontâneas após o tratamento prolongado com propionato de fluticasona intranasal. ** Foi notificada perfuração do septo nasal após a utilização intranasal de corticosteroides. Podem ocorrer efeitos sistémicos de alguns corticosteroides nasais, particularmente em altas doses por períodos prolongados. Foi notificado atraso no crescimento em crianças que receberam corticosteroides nasais. O atraso no crescimento pode ser possível também em adolescentes. Em casos raros foi observada osteoporose, se glucocorticoides nasais foram administrados a longo prazo. Rev: agosto 2020 Medicamento Sujeito a Receita Médica. 37% de Comparticipação. Para mais informações deverá contactar o titular da autorização de introdução no mercado. Titular de AIM: BGP Products, Unipessoal, Lda., uma empresa Mylan. e-mail da farmacovigilância: pv.portugal@viatris.com

BIBLIOGRAFIA: 1. Bousquet J, et al. J Allergy Clin Immunol 2020; 145: 70-80. 2. Carr W, et al. J Allergy Clin Immunol. 2012; 129(5): 1282-1289. 3. Leung et al. J Allergy Clin Immunol. 2012; 129(5): 1216. 4. Bousquet J, et al. J Allergy Clin Immunol Pract 2018; 6(5):1726-1732.e6. 5. Meltzer E et al. Int Arch Allergy Immunol 2013;161:369-77. 4/2021/BGP/273

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Hemorragia uterina anormal A hemorragia uterina anormal (HUA) é um motivo frequente de consulta (e de urgência) em Medicina Geral e Familiar e em Ginecologia. Desde a menarca e até ao

final da vida da mulher, são múltiplas as causas de HUA. Quando valorizar a hemorragia? Será apenas importante o critério da estabili-

dade hemodinâmica? Terá sempre que ser motivo a valorizar pelo médico assistente? Como posso tranquilizar a minha utente? Quando devo investigar com urgência a

causa da hemorragia? Estas são questões frequentes na consulta e na prática clínica. A anamnese e o exame físico, valorizando o quadro de acordo com a

Inês Falcão Reis Ginecologista-obstetra, CH de Entre o Douro e Vouga

azilsartan medoxomilo/clorotalidona

azilsartan medoxomilo

40/12,5mg • 40/25mg comprimidos

NOME DO MEDICAMENTO: Edarclor 40 mg + 12.5 mg comprimidos revestidos por película. Edarclor 40 mg + 25 mg comprimidos revestidos por película. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA: Edarclor 40 mg + 12.5 mg comprimidos revestidos por película e Edarclor 40 mg + 25 mg comprimidos revestidos por película. Cada comprimido contém 40 mg de azilsartan medoxomilo (sob a forma de potássio) e 12.5 mg ou 25 mg de clorotalidona. FORMA FARMACÊUTICA: Edarclor 40 mg + 12.5 mg comprimidos revestidos por película: Comprimido revestido por película de cor vermelho pálido, redondo (aproximadamente 9.7 mm de diâmetro), biconvexo, com A/C 40/12.5 gravado numa das faces. Edarclor 40 mg + 25 mg comprimidos revestidos por película: Comprimido revestido por película de cor vermelho claro, redondo (aproximadamente 9.7 mm de diâmetro), biconvexo, com A/C 40/25 gravado numa das faces. INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Tratamento da hipertensão em adultos. Edarclor é uma associação de dose fixa indicada em adultos cuja pressão arterial não é adequadamente controlada por monoterapia com azilsartan medoxomilo. POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO: Posologia: Adultos: A dose inicial recomendada é de 40 mg + 12.5 mg uma vez por dia em doentes cuja pressão arterial não é adequadamente controlada com monoterapia anti-hipertensiva corrente como Edarbi 40 mg ou Edarbi 80 mg. Se necessário a dose pode ser aumentada para um máximo de 40 mg + 25 mg uma vez por dia. O efeito anti-hipertensor perto do máximo tornase normalmente evidente ao fim de 1-2 semanas, com os efeitos máximos atingidos às 4 semanas. Populações especiais: Idosos (idade igual ou superior a 65 anos): Não é necessário um ajuste inicial da dose nos doentes idosos; nos doentes muito idosos (≥75 anos), o tratamento deve ser efetuado com precaução e recomenda-se uma monitorização médica apertada. Compromisso renal e Afeção hepática: A clorotalidona, um dos componentes ativos do Edarclor, não deve ser usada em doentes com compromisso renal grave , anúria e afeção hepática grave . Não há experiência da administração de Edarclor em doentes com transplante renal recente. Não é necessário um ajuste da dose nos doentes com compromisso renal ligeiro ou moderado. É limitada a experiência de utilização em doentes com afeção hepática ligeira a moderada; no entanto não é necessário um ajuste inicial da dose de Edarclor em doentes com afeção hepática ligeira a moderada. Alterações menores do equilíbrio hidro eletrolítico devidas a diuréticos tiazídicos podem precipitar um coma hepático. Recomenda-se monitorização estreita. Depleção do volume intravascular: Edarclor deve ser iniciado sob supervisão médica estreita, apenas após ter sido alcançado um volume correto. Uma resposta hipotensiva temporária devida a depleção de volume não impede que os doentes continuem o tratamento, o qual pode normalmente ser continuado sem dificuldade uma vez estabilizados a pressão arterial e o estado do volume. Insuficiência cardíaca: Recomenda-se precaução em doentes hipertensos com insuficiência cardíaca congestiva dado que não existe experiência de utilização nestes doentes. População de raça negra: Não é necessário um ajuste da dose na população de raça negra. População pediátrica: A segurança e eficácia em crianças e adolescentes dos 0 aos <18 anos de idade não foram ainda estabelecidas. Não existem dados disponíveis. Modo de administração: Via oral e pode ser tomado com ou sem alimentos. CONTRAINDICAÇÕES: - Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes. - Gravidez. - Afeção hepática grave. - Compromisso renal grave (TFG <30 mL/min/1.73m2). - Anúria. Hiponatremia refratária. - Hipercalcemia. - Hiperuricemia sintomática. - O uso concomitante de Edarclor com medicamentos contendo aliscireno é contraindicado em doentes com diabetes mellitus ou compromisso renal. EFEITOS INDESEJÁVEIS: Lista tabelada de reações adversas: As reações adversas baseadas nos dados agregados de todos ensaios clínicos de fase 3 são apresentadas em baixo, de acordo com as classes de sistemas de

20mg • 40mg • 80mg comprimidos órgãos e termos preferenciais. Estão classificadas por frequência, utilizando a seguinte convenção: muito frequentes (≥ 1/10); frequentes (≥ 1/100, < 1/10); pouco frequentes (≥ 1/1,000, < 1/100); raras (≥ 1/10,000, < 1/1,000); muito raras (< 1/10,000), incluindo notificações isoladas. Dentro de cada classe de frequência, as reações adversas são apresentadas por ordem decrescente de gravidade. Doenças do metabolismo e da nutrição – Reações adversas frequentes: Aumento do ácido úrico no sangue, hiperuricémia. Doenças do sistema nervoso – Reações adversas frequentes: Tonturas, tonturas posturais. Vasculopatias – Reações adversas frequentes: Hipotensão. Doenças gastrointestinais - Reações adversas frequentes: Diarreia, náuseas. Afeções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos- Reações adversas frequentes:Espasmos musculares. Perturbações gerais e alterações no local de administração - Reações adversas frequentes: Fadiga. Exames complementares de diagnóstico Reações adversas:muito frequentes: Aumento da creatinina no sangue; Reações adversas frequentes: Aumento da ureia no sangue. Informação adicional sobre os componentes individuais: As reações adversas que se sabe ocorrerem com cada componente administrado isoladamente mas que não foram observadas nos estudos clínicos podem ocorrer durante o tratamento com Edarclor. Clorotalidona: Adicionalmente às reações adversas listadas para o Edarclor, foram notificadas as seguintes reações adversas para a clorotalidona: Doenças do metabolismo e da nutrição Reações adversas:muito frequentes: Aumento dos lípidos no sangue; Reações adversas frequentes: Hipomagnesemia. Cardiopatias – Reações adversas frequentes: Hipotensão postural. Doenças gastrointestinais – Reações adversas frequentes: Perda de apetite, desconforto gastrointestinal menor. Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos – Reações adversas frequentes: Urticaria. Doenças dos órgãos genitais e da mama - Reações adversas frequentes: Impotência. Exames complementares de diagnóstico. Creatinina sérica: O tratamento com Edarclor resultou numa maior incidência de aumentos da creatinina sérica, comparativamente com o azilsartan medoxomilo e a clorotalidona. Estes aumentos foram temporários ou não progressivos e reversíveis, e associados com acentuadas reduções da pressão arterial. Ácido úrico: O Edarclor esteve associado a aumentos do ácido úrico sérico. Os aumentos de ácido úrico são dependentes da dose, aumentando com a dose de clorotalidona, embora tenham sido pouco frequentes as notificações de gota nos grupos de tratamento, mesmo nos estudos de longo prazo. Hemoglobina e hematócrito: O Edarclor esteve associado com reduções ligeiras nos níveis de hemoglobina, hematócrito, e na contagem de células vermelhas, consistentes com os efeitos farmacológicos conhecidos dos inibidores do sistema reninaangiotensina-aldosterona. Experiência pós-comercialização: Foi notificada uma rara incidência de angioedema associado ao uso de Edarclor. Não foram identificadas outras reações adversas nas notificações espontâneas pós-comercialização. Notificação de suspeitas de reações adversas: A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P.: Sítio da internet: http://www. infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram (preferencialmente) ou através dos seguintes contactos: Direção de Gestão do Risco de Medicamentos | Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53 | 1749-004 Lisboa | Tel: +351 21 798 73 73 | Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita) | E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt | DATA DA REVISÃO DO TEXTO setembro 2021. Para mais informações deverá contactar o representante do titular da autorização de introdução no mercado. MSRM. Medicamento comparticipado no escalão B.

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NOME DO MEDICAMENTO: Edarbi 20 mg comprimidos. Edarbi 40 mg comprimidos. Edarbi 80 mg comprimidos. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA: Cada comprimido contém 20 mg, 40mg ou 80 mg de azilsartan medoxomilo (sob a forma de potássio). FORMA FARMACÊUTICA: Comprimido branco a esbranquiçado redondo, com 6,0 mm, 7,6 mm ou 9,6 mm de diâmetro; com “ASL” gravado numa das faces e “20”, “40” ou “80” gravado na outra face, para os comprimidos de 20 mg, 40 mg ou 80 mg respetivamente. INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Edarbi é indicado para o tratamento da hipertensão essencial em adultos. POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO: Posologia: A dose inicial recomendada é de 40 mg uma vez ao dia. A dose pode ser aumentada até um máximo de 80 mg uma vez ao dia nos doentes cuja pressão arterial não é adequadamente controlada com a dose mais baixa. O efeito anti-hipertensor perto do máximo torna-se visível ao fim de 2 semanas, com os efeitos máximos atingidos às 4 semanas. Se a pressão arterial não for adequadamente controlada com o Edarbi isoladamente, pode obter-se uma redução adicional da pressão arterial quando o Edarbi é administrado concomitantemente com outros medicamentos antihipertensores, incluindo diuréticos e bloqueadores dos canais do cálcio. CONTRAINDICAÇÕES: - Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes. - No segundo e terceiro trimestres da gravidez. - O uso concomitante de Edarbi com medicamentos contendo aliscireno é contraindicado em doentes com diabetes mellitus ou compromisso renal (TFG < 60 ml/min/1,73 m2). EFEITOS INDESEJÁVEIS: Resumo do perfil de seguranca: Edarbi nas doses de 20, 40 ou 80 mg foi avaliado em termos de segurança em estudos clinicos com doentes tratados durante até 56 semanas. Nestes estudos clinicos, as reações adversas associadas ao tratamento com o Edarbi foram, na sua maioria, ligeiras ou moderadas, com uma incidência global semelhante ao placebo. As tonturas constituiram a reação adversa mais frequente. A incidência das reações adversas com o Edarbi não foi afetada pelo sexo, idade ou raça. Lista tabelada de reações adversas: As reações adversas (doses de 40 e 80 mg) classificadas por frequencia são: tonturas, diarreia e aumento da creatina fosfoquinase plasmática (frequentes (> 1/100, < 1/10)); hipotensão, náuseas, erupção cutânea e prurido, espasmos musculares, fadiga e edema periférico, aumento da creatina plasmática e aumento do ácido úrico plasmático (pouco frequentes (> 1/1000, < 1/100)); angioedemas (raras (> 1/10.000, < 1/1000)). As reações adversas foram notificadas para a dose de Edarbi 20 mg com uma frequencia semelhante às doses de 40 e 80 mg num estudo controlado por placebo. Notificação de suspeitas de reações adversas: A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P.: Sítio da internet: http://www. infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram (preferencialmente) ou através dos seguintes contactos: Direção de Gestão do Risco de Medicamentos Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53 1749-004 Lisboa Tel: +351 21 798 73 73 Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita) E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt Data de revisão do texto: Janeiro 2021 MSRM. Medicamento comparticipado escalão B. Para mais informações contactar o titular da autorização de introdução no mercado. Está disponível informação pormenorizada sobre este medicamento no sítio da internet da Agência Europeia de Medicamentos: http://www.ema.europa.eu.

fase de vida da mulher, possibilitam-nos a estratificação do risco, o estabelecimento de diagnósticos diferenciais e a prescrição dos meios complementares de diagnóstico mais apropriados a cada situação. De forma a uniformizar as definições e a permitir uma nomenclatura clara, desde 2005 que a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia propõe um algoritmo de classificação da HUA em relação à frequência, regularidade, duração e volume da hemorragia uterina na mulher não grávida. Posteriormente, em 2011, também a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia propôs um sistema de classificação que tem sido amplamente utilizado, de forma a permitir a estratificação das causas de HUA em nove categorias básicas, utilizando o acrónimo PALM-COEIN. As causas “estruturais” estão incluídas no grupo “PALM” – Pólipo, Adenomiose, Leiomioma, Malignidade e Hiperplasia e o grupo “COEIN” corresponde às causas “não estruturais” – Coagulopatia, Disfunção Ovulatória, Disfunção Endometrial, Iatrogénica, Não classificável. Assim, perante uma mulher com HUA, será importante caracterizar a hemorragia, avaliar a necessidade de intervenção imediata e quais os exames complementares de diagnóstico adequados. A maioria das causas de hemorragia poderá ser diagnosticada com uma correta anamnese e ecografia pélvica, não esquecendo, no entanto, que as causas não são exclusivas e que, pela sua associação com risco de neoplasia, quando ocorre na mulher em pós-menopausa, a HUA deve ser sempre valorizada. A hemorragia uterina anormal ao longo da vida da mulher tem como principais causas patologias benignas, mas com impacto importante na vida da mulher. Assim, é crucial a valorização, a investigação e a referenciação, de forma a permitir o tratamento (médico ou cirúrgico) atempado e adequado. Bibliografia: 1. Munro, M. G., Critchley, H. O. D., Broder, M. S., & Fraser, I. S. (2011). FIGO classification system (PALM-COEIN) for causes of abnormal uterine bleeding in nongravid women of reproductive age. International Journal of Gynecology and Obstetrics, 113(1), 3–13. https:// doi. org/10.1016/j.ijgo.2010.11.011. 2. Consenso Nacional sobre Hemorragias Uterinas Anormais, Sociedade Portuguesa de Ginecologia, 2018.

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Deixe para trás as pernas pesadas e cansadas

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NOME DO MEDICAMENTO*: Daflon® 1000. COMPOSIÇÃO*: Bioflavonoides (Fração flavonóica purificada micronizada). Cada comprimido revestido por película de 1000 mg contém: 90% de diosmina, ou seja, 900 mg; 10% de flavonoides expressos em hesperidina, ou seja, 100 mg. FORMA FARMACÊUTICA*: Comprimido revestido por película, cor de salmão e de forma oval. INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS*: Tratamento dos sintomas e sinais relacionados com a insuficiência venosa (pernas pesadas, dor, cansaço, edema). Tratamento sintomático da crise hemorroidária. POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO*: Posologia habitual: 1 comprimido por dia. Na crise hemorroidária: nos 4 primeiros dias: 1 comprimido 3 vezes ao dia; nos 3 dias seguintes: 1 comprimido 2 vezes ao dia; em seguida voltar à posologia de manutenção: 1 comprimido por dia. CONTRAINDICAÇÕES*: Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES ESPECIAIS DE UTILIZAÇÃO*: A administração deste medicamento no tratamento sintomático da crise hemorroidária não substitui o tratamento de outros problemas anais. Se não houver remissão dos sintomas, deve ser consultado um médico de forma a proceder-se ao exame proctológico e à revisão do tratamento, caso haja necessidade. Excipientes: isento de sódio. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS E OUTRAS FORMAS DE INTERAÇÃO*: Não foram realizados estudos de interação. Da experiência de pós-comercialização do medicamento, nenhuma interação medicamentosa clinicamente relevante foi notificada até à data. FERTILIDADE, GRAVIDEZ E ALEITAMENTO*: Gravidez: Os estudos em animais não indicam toxicidade reprodutiva. A quantidade de dados sobre a utilização da fração flavonóica purificada micronizada em mulheres grávidas, é limitada ou inexistente. Como medida de precaução, o tratamento deve ser evitado durante a gravidez. Amamentação: Desconhece-se se a substância ativa/metabolitos são excretados no leite humano. Não pode ser excluído qualquer risco para os recém-nascidos/lactentes. Tem que ser tomada uma decisão sobre a descontinuação da amamentação ou a descontinuação/abstenção da terapêutica com Daflon® 1000 tendo em conta o benefício da amamentação para a criança e o benefício da terapêutica para a mulher. Fertilidade: Estudos de toxicidade em ratos machos e fêmeas não mostraram efeitos na fertilidade. EFEITOS SOBRE A CAPACIDADE DE CONDUZIR E UTILIZAR MÁQUINAS*. EFEITOS INDESEJÁVEIS*: Frequentes: diarreia, dispepsia, náuseas, vómitos. Pouco frequentes: colite. Raros: tonturas, cefaleias, mal-estar geral, erupções cutâneas, prurido, urticária. Frequência desconhecida: dor abdominal, edema isolado da face, dos lábios e das pálpebras. Excecionalmente edema de Quincke. SOBREDOSAGEM*: Sintomas: A experiência de sobredosagem com Daflon® 1000 é limitada. Os eventos adversos mais frequentemente notificados em casos de sobredosagem foram eventos gastrointestinais (tais como diarreia, náuseas, dor abdominal) e eventos cutâneos (tais como prurido, erupção cutânea). Tratamento: O tratamento da sobredosagem deve consistir no tratamento dos sintomas clínicos. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS*: Protetor vascular e venotrópico. Daflon® 1000 exerce uma ação sobre o sistema vascular de retorno: ao nível das veias, diminui a distensibilidade venosa e reduz a estase venosa; ao nível da microcirculação, normaliza a permeabilidade capilar e reforça a resistência capilar. APRESENTAÇÃO: Caixas de 30 e 60 comprimidos revestidos por película. TITULAR DA AIM: Servier Portugal - Especialidades Farmacêuticas, Lda. Av. António Augusto de Aguiar, 128, 1069-133 LISBOA. Tel: 213122000. Para mais informações deverá contactar o titular de AIM. Daflon® 1000 é um MNSRM. RCM aprovado em 01.2020. IECRCM 11.03.2022. *Para uma informação completa por favor leia o Resumo das Características do Medicamento. **Resumo das Características do Medicamento aprovado a 01.2020. Leia atentamente as informações constantes na embalagem e no folheto informativo e, em caso de dúvida ou de persistência dos sintomas, consulte o médico ou o farmacêutico. 22DAF17

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