Edição nº 10, Junho 2016 - ISSN 2447-2832
O Pibid e suas contribuições para o ensino O Pibid e a relação com o ensino de língua espanhola Luciano Mendes Saraiva REITOR Dr. Minoru Mar ns Kinpara VICE-REITORA Dra. Margarida de Aquino Cunha PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO Dra. Aline Andréia Nicolli COORDENADOR INSTITUCIONAL PIBID UFAC Ms. Elder Gomes da Silva
Expediente Editores Alexandre Melo de Sousa Rosane Garcia Silva Ta ane Castro dos Santos Redação Alexandre Melo de Sousa Rosane Garcia Silva Ta ane Castro dos Santos Revisão Ta ane Castro dos Santos Diagramação Rosane Garcia Silva Supervisão Alexandre Melo de Souza Edição online: www.ufac.br
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Sabe-se que a linguagem é um recurso para expressão, fundamental em qualquer época ou região, seja para uso direto na comunicação ou na aproximação à cultura e costumes de outros países. Nesse pressuposto, destacamos a importância do aprendizado de línguas para um indivíduo da sociedade atual, inserida na era da globalização, de maneira especial, do espanhol. Atualmente, no Brasil, há em média 400 mil estrangeiros latino-americanos, falantes do espanhol, vivendo na legalidade e 600 mil estão ilegalmente em busca de melhores condições de vida. No Estado do Acre, situado na região norte no país, fazendo fronteira com dois países que têm o espanhol como idioma oficial: Bolívia e Peru, o domínio desta língua tornou-se importante para garantir a promoção de interação e intercâmbio cultural entre estes países, possibilitando expressão de cultura, costumes, pensamentos etc., já que mantém relações comerciais, econômicas e culturais. Convém destacar que, com a lei 11. 161, que trata da obrigatoriedade do espanhol nas escolas, este ensino ganhou um lugar de destaque na educação básica. Por esse motivo, a aprendizagem da Língua Estrangeira Moderna deve, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (2000), entre outras atribuições, “qualificar a compreensão das possibilidades de visão de mundo e de diferentes culturas, além de permitir o acesso à informação e à comunicação internacional, necessárias para o desenvolvimento pleno do aluno na sociedade atual” (BRASIL, 2000, p. 11). De fato, ensinar uma língua estrangeira não é uma tarefa fácil, pois dentre as atribuições inerentes a esse ensino, segundo o Mar-
co Común Europeo de Referencia para las lenguas (2001), as atividades devem permitir o desenvolvimento das habilidades e competências de ler, escrever, ouvir e falar, por meio de conteúdos sistêmicos e culturais, elementos importantes para a comunicação efetiva com falantes nativos ou para atender as exigências do mercado de trabalho. Entretanto, somos conhecedores de que os cursos de graduação deixam muitas lacunas na preparação de um profissional de excelência. É nesse contexto que o Pibid se insere, pois ele concebe a necessidade de o futuro professor refletir sobre a importância da construção coletiva do conhecimento, de forma que as atividades contribuam para a formação dos docentes, propiciando o desenvolvimento das quatro habilidades (ler, escrever, ouvir e falar), além de envolver novas propostas e abordagens na área de língua espanhola junto aos alunos das escolas. O ensino articulado com os aspectos da cultura brasileira e de outros países, que tem o espanhol como língua oficial, e o uso dos recursos tecnológicos, permite que os alunos, ao concluírem o curso de graduação, tenham domínio não só da língua e da cultura, mas de metodologias que darão qualidade ao ensino capacitandoos de forma efetiva para o mercado de trabalho, uma vez que o Pibid coloca os alunos da licenciatura em um processo contínuo de formação. O projeto Pibid Espanhol, que já atuou ativamente em 10 escolas de educação básica da rede pública estadual, desde o ano de 2012, apresentou e continua apresentando resultados satisfatórios, como a atuação de ex-bolsistas no magistério superior e na educação básica. Assim, desde o início, fica clara a mudança de perspectiva inicial dos alu-
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nos, participantes do projeto, no que concerne à educação, à realidade da escola no Brasil e na região riobranquense. O subprojeto da área de espanhol estimula a compreensão da importância de ser um professor reflexivo e pesquisador, consciente da necessidade de formar-se em caráter contínuo, além de ter conhecimento acerca da realidade dos trabalhos em escola de educação básica. Dessa forma, desenvolve atividades por meio de oficinas de saberes, projetos de leitura e escrita e exposições Prof. Luciano Mendes Saraiva (Coordenador de Espanhol) culturais etc. Ademais, desenvolve atividades de investigação científica, com o objetivo de promover gradualmente nos bolsistas a competência investigativa, quando estes se familiarizarão com os métodos científicos e poderão realizar experimentos cujos resultados culminarão em materiais didático-pedagógicos ou em apresentações de trabalhos em eventos acadêmicos. A partir desses experimentos, e compreendendo a importância de aprender a língua de forma diferente dos cansativos métodos tradicionais, foi que os bolsistas ID proporcionam aos alunos participantes, aprendizagem por meio de metodologias diversas, dentre as quais destacamos: recursos tecnológicos,
jogos, produções de vídeos, excursões, gincanas, projetos de leitura e escrita, exposições, sarau cultural etc., pois como aponta (KRASHEN, 1982), estudos demonstram que o trabalho com a língua espanhola nas séries iniciais deve ser realizado de forma lúdica e agradável. Desse modo, o Pibid Espanhol vem contribuindo para a formação dos bolsistas ID, dos alunos participantes e dos professores supervisores que estão inseridos no processo.
REFERÊNCIAS BRASIL. Lei n. 11.161, de 05 de agosto de 2005. Dispõe sobre o ensino da língua espanhola. Diário Oficial da União – Brasília. Disponível em: <http:// www.camara.gov.br> Acesso em: 28 jun. 2016. ____. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: MEC/SEF, 2000. CONSEJO DE EUROPA. Marco Común Europeo de Referencia para las Lenguas: Aprendizaje, enseñanza, evaluación. Unión Europea, 2002. Disponível em:<http://cvc.cervantes.es/ensenanza/ biblioteca_ele/marco/cvc_mer.pdf> Acesso em: 28 de jun. 2016. KRASHEN, S. D. Principles and Pratice in Second Language Acquisition. Oxford, Pergamon, 1982.
Alexandre Melo de Sousa
de compreensão e elaboração de estratégias para a superação dos problemas presentes no cotidiano escolar – desde os desafios relacionados às limitações físicoespaciais até os relacionados à indisciplina, violência etc.; c) a valorização da escola como campo de construção e apropriação do conhecimento e espaço para o desenvolvimento da pesquisa acadêmica educacional – fundamental, como dissemos, para o desenvolvimento e aprimoramento das práticas docentes. Neste último caso, a título de ilustração, podemos citar a pesquisa “A fabricação do tucupi e seu uso na preparação de molhos de pimenta artesanais – uma proposta de abordagem temática para o ensino de Química”, apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do Curso de Licenciatura em Química pelas alunas Mikaele Calixto da Silva, Natália Rodrigues Lima e Vanessa Lima Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/
Após 5 anos de existência do Pibid na Universidade Federal do Acre, são inegáveis os benefícios do referido programa no que se refere ao incentivo à docência, ao aprimoramento das práticas em sala de aula e, consequentemente, à qualidade de ensino nas escolas públicas do Rio branco onde são desenvolvidas as atividades das diversas áreas que compõem o Pibid. A imersão dos alunos nas atividades escolares, durante o processo de formação, proporciona a ampliação crítica da concepção de docência por parte dos bolsistas que estão em plena formação da identidade como educador. Essa formação identitária envolve, entre outros aspectos, o amadurecimento da pesquisa das práticas educacionais como essencial do “ser” professor. Com isso, podem-se destacar: a) a formação docente pressupõe construção, desconstrução e reconstrução de modelos de ensino e propostas metodológicas apropriadas para o contexto atual da sociedade e das inovações tecnológicas. Ou seja, valorização e reconhecimento do tradicional, adaptando-se ao contemporâneo; b) o reconhecimento da importância da vivência escolar durante o período de formação como instrumento
Dias – bolsistas do Pibid Química/Ufac. A referida pesquisa teve como objetivo apresentar uma proposta para o ensino de Química utilizando uma abordagem temática, tomando como base a realização de uma pesquisa etnográfica com uma família produtora do tucupi, e, por meio de registros audiovisuais, acompanhar todo o processo de obtenção do produto e a produção de molhos de pimentas artesanais que faz uso do tucupi como base fundamental. O estudo correlaciona saberes tradicionais e científicos e mostra possibilidades de aplicação em sala de aula. Todo o percurso do projeto e as sugestões de atividades tiveram como foco a aplicação em
aulas de Química. As propostas foram aplicadas durante o ano letivo de 2016 na Escola Raimundo Gomes, onde as bolsistas desenvolveram suas atividades do Pibid. Trata-se de um excelente exemplo de como a pesquisa educacional, unindo o conhecimento científico e tradicional, proporciona uma aproximação do que consta no livro didático e o que está presente nas práticas artesãs locais. A experiência demonstrou, de forma exitosa, que a prática docente vai além do manuseio do livro didático ou da exposição de conteúdos. Docência é, antes de tudo, pesquisa.
O Pibid Ufac na Escola Estadual Neutel Maia A Escola Estadual Neutel Maia, localizada na Av. Nações Unidas, 1075, Bairro Bosque, oferece os anos finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º) e atende em torno de 675 alunos, distribuídos nos turnos manhã e tarde. De acordo com o Projeto Político Pedagógico da escola, a instituição foi criada pelo decreto N. 42, de 13 de abril de 1957, e recebeu esse nome em homenagem ao fundador da cidade de Rio Branco, Neutel Newton Maia, que chegou ao Acre em 1882 e prestou grandes serviços ao Território. A gestão da escola é formada pela gestora Raquele Alves Nasserala Figueiredo, pela coordenadora de ensino Maria de Jesus Pontes Pereira, pela coordenadora Administrativa Maria Nilriceia Vieira Noronha e pelas coorde- http://escneutelmaia.blogspot.com.br/ nadoras pedagógicas Benedita Campos do Nascimento, Alcilene Viana e Marilza Barros. A gestora, ao analisar as É nesse sentido que os bolsistas de ID têm atuado em seus ações do Pibid na escola, destaca que o Programa tem últimos projetos, ampliando as possibilidades de aprendigrande importância porque auxilia no processo de ensino- zagem dos alunos quanto à língua estrangeira. aprendizagem, soma com as atividades desenvolvidas no interior das salas de aula, dentro das disciplinas escolares. “ O Pibid traz o estudante para a prá ca. Ele deixa o apresentando resultados visíveis. Além disso, permite ao aluno preparado para a sala de aula, para lidar com licenciando relacionar teoria e prática, preparando-o para a as questões do ensino. É algo que vem somar com a sala de aula, para o ensino. formação do estudante universitário, por já deixá-lo Para a coordenadora de ensino, professora Maria envolvido com a Educação.” José, o Pibid, ao mesmo tempo em que fortalece a formação do professor, uma vez que este pode aprender através (Raquele Nasserala, gestora ) da prática, traz resultados para a Educação Básica, pois já é possível observar um melhor desempenho dos estudantes da escola que participam das atividades desenvolvidas pelo programa de iniciação à docência. “Já estamos com esse programa há quase três anos e Desde 2014, o Pibid atende a área de Espanhol na todos os alunos da escola que par cipam das a vidaescola, sob a coordenação do Professor do curso de espades desenvolvidas têm um desempenho, um rendinhol da Ufac Luciano Mendes Saraiva e da supervisora mento escolar bem melhor no bimestre. É um prograJakilene Maria de Souza e Souza. Para a gestora, uma das ma muito importante” maiores contribuições do trabalho realizado pela equipe do programa é o desenvolvimento dos alunos no que se refere (Maria de Jesus Pereira, coordenadora de ensino ) à oralidade, ao domínio do idioma em sua modalidade oral.
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Durante o mês de junho, os bolsistas do Pibid História organizaram a “I Oficina sobre o Egito Antigo”. A atividade aconteceu na Escola Alcimar Nunes Leitão, com a exposição de cartazes sobre a “Economia no Egito”, “Os monumentos do Egito Antigo”, “A pirâmide social do Egito”, além de temas sobre as crenças, a cultura e a escrita do Egito Antigo. Os alunos e professores, com roupas características, mostraram aos colegas das outras turmas da escola como era sociedade egípcia e os fatos históricos mais importantes da época. O projeto foi uma iniciativa da Professora Supervisora do Pibid História - Anilza Leoni Alves de Souza – e de seus coordenadores da área de História do Pibid Ufac: Professores José Dourado de Souza, Geórgia Pereira Lima, Francisco Bento da Silva e Francisco Pinheiro de Assis. A atividade contou com a participação da Coordenadora Pedagógica Professora Amanda Diniz e com a Coordenadora de Ensino - Professora Rosilene Nobre.
“A convivência com os bolsistas do Pibid Ufac tem sido um exemplo para os nossos alunos. Tentamos associar as atividades do Pibid, principalmente, para aqueles alunos com problemas de indisciplina para que eles possam participar, interagir e ter experiências produtivas de ensino.” (Edmilton Borges Campos) Anilza Leoni Alves de Souza (Supervisora Pibid) Amanda Diniz (Coordenadora Pedagógica) e Rosilene Nobre (Coordenadora de Ensino)
Com a palavra, os que fazem ID...
Rui Charles Bernardo Nascimento Bolsista Pibid Matemática
Diretor da Escola Alcimar Nunes Leitão
“O Pibid me permitiu saber o que é realmente ser um professor de matemática. Além de tudo, me proporcionou ter o convívio com os alunos em sala de aula e, assim, pude aprender sobre os problemas que eles enfrentam, pude vivenciar as dificuldados dos professores e como é todo o cotidiano de ensino nas escolas.”
Divulgue as atividades de sua escola. Entre em contato com a equipe de gestão por meio do endereço eletrônico geped.pibid@gmail.com.