Revista de Controle Biológico - Gebio - Edição 3

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ANO 1 | n° 03 | Agosto de 2022 A importância e os desafios do manejo integrado de pragas (MIP): o exemplo da cultura da soja A microbiologia na nutrição de canaviais Manejo biológico acelera desenvolvimento e reduz perdas no canavial TECNOBIO: O MAIOR EVENTO DE CONTROLE BIOLÓGICO DO BRASIL COMEMORA UMA DÉCADA DE EXISTÊNCIA Revista de Controle Biológico gratuitaDistribuição

Inlayon ECO é ciência, é tecnologia que combina sustentabilidade e proteção para o seu canavial. É um nematicida microbiológico desenvolvido com cepa especializada no controle de nematoides. É uma solução compatível com as práticas agrícolas e de manejo, com desempenho e excelência comprovados. LANÇAMENTO

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Omsugo ECO é o primeiro inoculante solubilizador de fósforo para a cultura de cana-de-açúcar. Ele é composto por duas cepas de bactérias distintas, que foram exclusivamente selecionadas e desenvolvidas pelos pesquisadores da Embrapa. Trata-se de um produto biológico capaz de solubilizar o fósforo retido no solo e na matéria orgânica, além de maximizar a eficiência nutricional das plantas por meio de um melhor aproveitamento da adubação fosfatada, contribuindo com a produtividade e a longevidade do canavial e otimizando os investimentos passados e futuros na lavoura.

LANÇAMENTO

SERJUNTOS.SUSTENTABILIDADEESÓPODIACORTEVA.

PIONEIRISMO

Editorial

Alexandre de Sene Pinto Editor O Tecnobio CANA é o evento mais im portante do controle biológico de pragas no Brasil e comemorará uma década em 2022. Essa edição da Revista de Controle Biológico é dedicada a esse evento. Os re nomados palestrantes do Tecnobio deixa ram seu depoimento sobre suas palestras e uma breve história do evento será com partilhada com todos vocês. Mas essa edição não trata só do evento. O Manejo Integrado de Pragas da soja está crescendo e temos um artigo sobre esse tema. O controle de qualidade de biode fensivos é uma preocupação atual e será discutido aqui. E os lindos textos sobre po linizadores e a polinização de espécies ve getais importantes será tratado mais uma vez na seção PÓLEN. Hoje, a busca pela informação verdadeira e confiável é um dos grandes entraves para o avanço da agricultura. Muitas tecnolo gias falsas e enganosas levam o agricultor a perder tempo precioso e dinheiro. É pre ciso se informar com fontes confiáveis. A nossa revista que colaborar com o agricul tor com informações sérias a muito atuais, em uma linguagem simples e direta. Que essa edição seja útil a todos! Gebio Revista de Controle Biológico Agosto de 2022 ANO 1 . NÚMERO 3 EDITOR Alexandre de Sene Pinto alexandre@occasio.com.br ADMINISTRAÇÃO Fabio Bueno fabio@occasio.com.br VENDAS DE PUBLICIDADE Ligia Rizzo gebio@occasio.com.br PROJETO E ARTE-FINALIZAÇÃO Senha Assessoria em Comuninação sac@senhaonline.com.br Diagramação Rodrigo Ferreira Iwahashi FOTO DA CAPA: Fabio Bueno GRÁFICA Grupo Saint Edwiges de Artes Gráficas OCCASIO editora e análises técnicas Ltda-ME Rua do Trabalho, 396 Vila Independência, Piracicaba, SP Distribuição13.418-220 Gratuita Todo o conteúdo dos artigos é de responsabili dade dos autores que assinam. Tiragem dessa edição: 2.000 exemplares Dúvidas, opiniões ou sugestões, escrever para contato@occasio.com.br Quer anunciar? gebio@occasio.com.br

Sumário AGENTES Controle de qualidade de inimigos naturais: impacto de infecções por patógeno em produções de Diatraea saccharalis e Cotesia flavipes1596 MANEJO A importância e os desafios do manejo integrado de pragas (MIP): o exemplo da cultura da soja TECNOBIO O estado da arte do controle biológico no Brasil 27 PÓLEN Jardim amigável às abelhas: margaridão (Tithonia diversifolia) TECNOBIO TECNOBIO: o maior evento de controle biológico do Brasil comemora uma década de existência TECNOBIO Manejo biológico em canaviais: o que tem de novo? 252217 TECNOBIO Controle de cupins e formigas na cana-deaçúcar 33 TECNOBIO Por que usar Trichoderma? TECNOBIO Manejo biológico acelera desenvolvimento e reduz perdas no canavial TECNOBIO Uma revolução no controle das pragas dos canaviais! 40384430 TECNOBIO A microbiologia na nutrição de canaviais PESQUISA O controle biológico em plantas BT

grande potencial destrutivo em la vouras de cana-de-açúcar.

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Diante da importância deste inseto como praga em cultivos de cana -de-açúcar, é importante a tomada de medidas de controle baseadas no

CONTROLE DE QUALIDADE DE INIMIGOS

A cana-de-açúcar ocupa posição de destaque no agronegócio brasileiro, fato este que, confere ao país a posição de líder mundial na produção desta cultura. Entretanto, são muitos os entraves enfrentados durante o processo de produção, dentre eles, se encontram as pragas que causam perdas econômicas no campo, tal como, a broca-da-cana, Diatraea saccharalis, que apresenta

broca, os quais são ocasionados por fungos, como espécies de Fusarium e Colletotrichum, que desenvolvem podridões e prejudicam o processo de fermentação, afetando com isso a produção de açúcar e álcool.

AgentesPorDra.Nadja

NATURAIS: IMPACTO DE INFECÇÕES POR PATÓGENO EM PRODUÇÕES DE DIATRAEA SACCHARALIS E COTESIA FLAVIPES

Shutterstock

Os danos ocasionados pela presença de D. saccharalis em cultivos de ca na-de-açúcar são em decorrência da alimentação das lagartas deste inse to, as quais abrem galerias no colmo e geram perda de biomassa. Além disso, são evidenciados danos indi retos à alimentação das lagartas da

Nara Pereira da Silva Dra. Regiane Cristina de Oliveira Faculdade de Ciências Agronômicas/UNESP, Botucatu, São Paulo

Cotesia flavipes é uma vespa que deposita os seus ovos no interior das lagartas da broca-da-cana, e ao emergirem do interior da lagarta, as larvas do parasitoide matam esta praga. Essa vespa foi introduzida em 1970 no Brasil visando o manejo de D. saccharalis e atualmente, cerca de 3,5 milhões de hectares de cana-de -açúcar são tratados com este para Apesarsitoide. da eficiência e ampla utili zação de C. flavipes como agente de controle de D. saccharalis, existe uma preocupação com a qualidade dos parasitoides produzidos massal mente e, isto se deve principalmente a diminuição na capacidade de voo e dispersão deste parasitoide em cam

po nos últimos anos no Brasil. Den tre os fatores que estão relacionados com as alterações na eficiência de C. flavipes é a infecção pelo patógeno Nosema sp., a qual contrai este mi crorganismos ao parasitar as lagartas de D. saccharalis infectadas.

Esporos de Nosema sp. isolados do conteúdo intestinal de D. saccharalis (Foto: PAES et al., 20191).

7 Manejo Integrado de Pragas (MIP). Hoje a principal tática de contro le empregada para o controle de D. saccharalis em canaviais no Brasil é a utilização de produtos biológicos. O manejo da broca-da-cana é conside rado um dos maiores programas de controle biológico em nível mundial e o mais importante em funciona mento no país. Os principais inimigos naturais empregados em liberações inundativas são pertencentes ao gru po dos parasitoides, com destaque para o uso do parasitoide larval, Co tesia flavipes (Cameron) (Hymenop tera: Braconidae).

1 PAES, J.P.P et al. Infection by the microsporidium of Clado Nosema/Vairimorpha in pupal parasitoids. Anais da Academia Brasileira de Ciências, v.91, 2019

Agentes

8 Nosema sp. foi considerada por mui to tempo um protozoário, entretan to, atualmente pertence a um táxon do reino Fungi, do filo Microsporidia. São parasitas intracelulares de verte brados e invertebrados, incluindo os insetos. Infecções por este patógeno em criações de D. saccharalis são co muns em produções massais, desen cadeando diversos efeitos deletérios neste inseto, tais como, desenvolvi mento larval incompleto, coloração branco-leitosa, dilatação (formação de nódulos) na parte posterior da lagarta e pontos de necrose em di versas regiões do corpo. Além disso, é observada uma diminuição na ali mentação, tendo como consequên cia direta a redução no tamanho e peso das lagartas. A transmissão do patógeno ocorre em todos os indivíduos de C. flavi pes que se desenvolvem na lagarta da broca-da-cana infectada, inde pendentemente do nível de infecção deste inseto. A infecção por Nosema sp. resulta em alterações negativas na emergência, fecundidade, longe vidade, tamanho e capacidade de voo de C. flavipes quando se desen volvem em lagartas de D. sacchara lis infectadas por Nosema sp., bem como, afeta a capacidade de busca da vespa pelo hospedeiro, a broca -da-cana, resultando em baixa efici ência de controle em campo. Houve um aumento na frequência de infecções da broca-da-cana e do parasitoide, C. flavipes desde os pri meiros registros de infecção, o que se deve principalmente pela capaci dade de transmissão de Nosema sp. nestes insetos, a qual ocorre tanto de forma vertical (fêmea infectada transmite para a progênie) como ho rizontal (liberação de esporos pelas fezes e seda das lagartas infectadas e por indivíduos mortos), mantendo-se no hospedeiro durante todo o desen volvimento. Além do que, as técnicas de criação em massa empregadas para a produção da broca-da-cana, onde é produzida uma elevada den sidade de lagartas por potes de cria ção, favorece a transmissão deste pa tógeno entre os insetos. Medidas que visam a redução e/ou descontaminação da infecção de No sema sp. em criações da broca-da -cana são baseadas na eliminação de indivíduos com sintomas aparentes da infecção, seleção e reprodução de insetos sadios, bem como, estudos recentes estão voltados para a utili zação de produtos com atividade an timicrobiana durante a alimentação das lagartas de D. saccharalis a fim de fornecer subsídios para o manejo da doença na produção massal da broca-da-cana e do parasitoide, C. flavipes Diante da importância de programas de controle biológico com a utiliza ção de C. flavipes para o controle de D. saccharalis, é de extrema impor tância o aprimoramento do controle de qualidade durante o processo de produção destes insetos, a fim de se obter parasitoides sadios e capazes de controlar a praga alvo em campo, garantindo com isso, o sucesso deste programa em canaviais brasileiros.

Agentes

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O EXEMPLO DA CULTURA DA SOJA

Por MSc. Rodrigo M. Antunes Maciel Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR Dr. Adeney de Freitas Bueno Embrapa Soja, Londrina, PR

O MIP consiste na utilização de di versas ferramentas de manejo com o intuito de realizar um controle mais efetivo e sustentável de insetos pra ga. A base do MIP considera que nem Shutterstock

9Manejo A IMPORTÂNCIA

MANEJO INTEGRADO

O crescente aumento da popu lação mundial e consequen te demanda por alimentos, faz com que seja necessário aumentar a ca pacidade produtiva no campo. No entanto, a preocupação com o meio ambiente cresce junto com a neces sidade de produção, sendo assim a busca por ferramentas que propor cionam sustentabilidade e eficiência se faz necessária constantemente. Neste contexto, a principal tecnolo gia disponível é o Manejo Integrado de Pragas (MIP), que apesar de ser uma realidade antiga (1970 – Brasil), atualmente, ainda não é adotada na intensidade que deveria, mas se en contra em plena ascensão quanto sua adoção no campo na atualidade.

E OS DESAFIOS DO DE PRAGAS (MIP):

Por

Mão-de-obra de qualidade é cara e sua manutenção pode ser um problema em qualquer atividade comercial, principalmente, relacionado ao campo, dificultando e podendo até inviabilizar um mo nitoramento de melhor qualidade. Portanto, podemos considerar a ne cessidade de mecanização ou pelo menos de redução da mão de obra na amostragem o primeiro grande desafio para intensificar o uso do MIP-Soja. Precisamos desenvolver estratégias de monitoramento de pragas mais rápidas e baratas, mas com a mesma ou até maior eficiência que o pano de batida visan do escalonar a adoção do MIP-Soja em campo. Muitas alternativas vêm sendo estudadas e até utilizadas em pequena escala, mas ainda com limi tações que não permitem dispersar a adoção do pano-de-batida. Entre es sas novas ferramentas está o monito ramento através de satélites, uso de armadilhas entre outras formas, que com o avanço da pesquisa poderão proporcionar maior adoção do MIP em futuro próximo. A partir do monitoramento adequa do, diversas ferramentas de controle devem fazer parte do MIP, tais como, o uso racional do controle químico, o controle biológico, cultural e ge nético, entre outras. Estratégias de genética avançada estão atualmente na fronteira do conhecimento, desta cando-se entre elas o uso de insetos geneticamente modificados como a “Spodoptera Do Bem”, por exemplo, além do RNAi entre outras novidades que já estão ou estarão disponíveis aos sojicultores em um curto espaço de tempo. O ponto crucial na esco lha das ferramentas para o manejo de pragas é considerar além de sua eficiência também o impacto am biental, e, principalmente, a compre ensão que nenhuma ferramenta, por mais sustentável ou eficiente que seja, não deve ser utilizada de ma neira individual. Grandes exemplos disso são o uso da soja Bt e dos inse ticidas químicos. Apesar de sua boa eficiência inicial, devido ao uso errô neo e muitas vezes errada dessas tec nologias como a não adoção da área Monitoramento de pragas na cultura da soja com o pano de batida.

Manejo

10 todos os insetos são pragas e que as plantas toleram certos níveis de ata que de insetos sem perdas econômi cas de produtividade.

Portanto, o ma nejo é baseado em níveis de tomada de decisão (níveis de ação) a partir do monitoramento de pragas em cam po. Na soja, a principal forma de mo nitoramento é o pano de batida, uma ferramenta que proporciona asserti vidade na tomada de decisão, toda via é uma ferramenta que demanda muita mão-de-obra.

vidade. Outro caso que trouxe bons resultados, foi a utilização de Tricho gramma pretiosum, um parasitoide de ovos de lepidópteros, gerando controle satisfatório e diminuindo a pressão de seleção de populações resistentes. Atualmente, o parasitoi de de ovos de percevejos Telenomus podisi vem sendo também utilizado, com maior intensidade a cada ano. Essa combinação de inimigos na turais, juntamente com monitora mento e utilização racional de outras ferramentas disponíveis dentro do MIP, preferencialmente aquelas me nos impactantes, proporciona maior sustentabilidade e aceitação pelo mercado consumidor mundial, que demanda por alimentos “limpos” e sustentáveis, produzidos com uso zero ou reduzido de defensivos sin téticos. Estudos recentes mostram que áreas que adotaram controle biológico aplicado tiveram menor

Alternativamente o controle biológi co aplicado ou aumentativo pode ser também utilizado o que consiste na aplicação ou liberação de inimigos naturais como microrganismos (bac térias, fungos, vírus e nematoides) ou mesmo macroorganismos (predado res e parasitoides) para o controle de Umpragas.exemplo muito claro do sucesso do MIP com ou sem a utilização de controle biológico ocorre na cultu ra da soja no estado do Paraná. Em uma parceria entre Embrapa Soja e IDR – Paraná (antiga Emater Paraná), técnicos do IDR realizam monito ramento de lavouras de soja, com e sem adoção de MIP, desde 2013 até a atualidade, e os resultados obtidos demonstram que a adoção do MIP, proporciona manter a produtividade, gastando menos inseticidas, o que resulta, portanto, em maior lucrati

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Manejo

Tipos de armadilhas: (A) tipo Bola em estudo em parceria Embrapa e Agribela e (B) R Biando usada em sojicultura orgânica para controle de percevejos. de refúgio e não rotação de modos de ação, para plantas Bt e inseticidas, respectivamente, estão entre os er ros que se destacam para a seleção de populações de pragas resistentes à essas tecnologias.

Nesse cenário de perda de efetivi dade das principais ferramentas de manejo de pragas associado a uma crescente demanda do mercado consumidor por utilização de tec nologias mais limpas, menor uso de defensivos sintéticos, a principal alternativa que vem se destacan do é o controle biológico. O contro le biológico pode ser o natural onde estratégias de controle biológico conservativo devem ser adotadas para preservação e aumento da po pulação desses insetos benéficos na turalmente existentes na natureza, permitindo que o ambiente propor cione maior equilíbrio entre popula ções de pragas e inimigos naturais.

12 Manejo Ciclo de desenvolvimento de Trichogramma pretiosum emissão de CO2 equivalente compa rado com áreas com a mesma cultu ra sem adoção de controle biológico aplicado. Isso é uma indicação clara que a maior adoção de MIP e con trole biológico na agricultura auxilia na mitigação do aquecimento glo bal, uma séria ameaça atual à nossa sociedade. Adoção de MIP associan do estratégias de manejo de pragas como o controle biológico, plantas Bt com a devida adoção de área de re fúgio, RNAi e outras ferramentas ou bioinsumos sustentáveis é uma ne cessidade e demanda sem volta para agricultura brasileira e mundial e o sojicultor que não se adequar a essa realidade estará fora do mercado em

os efeitos do MIP no meio ambiente não quantificáveis, como a saúde do homem e seu meio ambiente, são in calculáveis, pois tratam-se dos bens mais preciosos que proporcionam qualidade de vida para a população.

Ciclo de desenvolvimento de Telenomus podisi tra mais como uma novidade que deve ser aceita, mas sim como uma realidade que deve ser adotada em todos os cultivos, pois além de ser mais sustentável, traz maior rentabi lidade ao campo, reduzindo custos a longo prazo. Além dos benefícios diretos para a produção no campo,

13Manejo um curto espaço de tempo. O mercado tem respondido a essa demanda com ofertas crescentes de produtos a cada ano. Atualmen te o número de produtos biológicos registrados no Brasil se aproxima de 500 e cresce rapidamente. O MIP, no cenário contemporâneo não se mos

Adote MIP: é bom para sua saúde físi ca e econômica.

2Preços médios: Saca de soja = R$ 60,00; Serviços de pulverização = R$ 24,79/ha; Cartela T. pretiosum = R$ 15,00; Serviço mão de obra de liberação T. pretiosum = R$ 5,83/ha.

3Valor do inseticida de R$ 54,10 e custo médio da cartela de T. pretiosum de R$ 34,05/ha.

4Serviço de pulverização de R$ 50,82 e mão de obra para liberação de T. pretiosum de R$ 5,83/ha.

14 Manejo Variáveis/Comparação Safra 2013/14 2014/15 2015/16 2016/17 2017/18 Número inseticidasaplicaçõesdede Com adoção de MIP 2,3 (46 áreas) 2,1 (106 áreas) 2,1 (123 áreas) 2,0 (141 áreas) 1,5 (196 áreas) Sem adoção de MIP (3335,0áreas) (3304,7áreas) (3143,8áreas) (3903,7áreas) (6153,4áreas) Dias até a aplicaçãoprimeira de inseticida Com adoção de MIP 60 dias 66 dias 66,8 dias 70,8 dias 78,7 dias Sem adoção de MIP 33 dias 34 dias 36 dias 40,5 dias 43,6 dias Custo do controle de pragas (sacas/ha) Com adoção de MIP 2,41 2,00 2,00 2,30 1,41 Sem adoção de MIP 5,03 5,00 4,00 4,10 3,27 Produtividade (sacas/ha) Com adoção de MIP 49,23 60,20 57,10 64,50 61,7 Sem adoção de MIP 48,67 58,60 54,70 64,20 60,4 Manejo1 aplicaçõesmédioNúmerode Dias até aplicação1ª Custo R$/ha2 (sc/ha)Custo2 Produtividade(kg/ha)Insumos3 Serviço4 Total MIP+CB 2,05 61 88,2 56,7 144,8 2,4 2903,4 MIP 2,60 54 80,1 64,5 144,6 2,4 3004,2 sem MIP 4,99 178,6 123,5 302,1 5,0 2920,2 Programa de adoção do MIP-soja no Estado do Paraná com a adoção de inseticidas seletivos. Análise comparativa entre resultados médios de diferentes estratégias de manejo de pragas utilizadas na soja. Paraná, safra 2013/2014. 1MIP+CB: Manejo integrado de pragas com controle biológico (liberação de T. pretiosum) (19 lavouras); MIP: Manejo integrado de pragas (27 lavouras); sem MIP: Manejo convencional de produtores que não adotam MIP (333 produtores).

Por Dra. Tamara Akemi Takahashi Pós-doc no São Paulo Advanced Research Center for Biological Con trol – SPARCBIO, Piracicaba, SP

15Pesquisa O CONTROLE BIOLÓGICO EM PLANTAS BT

A s plantas geneticamente mo dificadas (GM), que expressam proteínas com ação inseticida deriva das da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt), fazem parte das mais modernas formas de controle de insetos-praga disponíveis no mercado. Essa tecno logia proporciona um manejo eficaz dos insetos-alvo, uma vez que a ex pressão da toxina ocorre em todos os tecidos da planta. Além da possibili dade de aumento na produtividade, obtido através do controle eficiente dos insetos-alvo, as plantas Bt quan do utilizadas corretamente, podem facilitar o manejo da lavoura por meio da diminuição da necessidade de aplicação de inseticidas químicos para as pragas que são alvo da tec nologia. Assim, também é possível observar um impacto positivo para a saúde humana e ao meio ambiente. Apesar das vantagens do cultivo de transgênicos Bt, um dos maiores desafios para o uso sustentável des sa tecnologia está relacionado ao retardo da evolução da resistência de insetos às proteínas do Bt, cujo progresso pode ser atenuado com a adoção de boas práticas agrícolas; como a presença da área de refúgio, ou seja, o plantio de uma cultivar que não expresse resistência ao ataque de insetos em uma determinada área da lavoura. Além das espécies de insetos que po dem apresentar resistência às prote ínas presentes nas plantas Bt, outro problema comumente constatado é o aumento expressivo de espécies não suscetíveis e/ou não-alvo da tec nologia, que passam a ocupar o ni cho deixado pelos insetos que são controlados pelo Bt, podendo ocasio nar danos econômicos consideráveis à Umacultura.vez que a utilização de uma única estratégia de manejo de pra gas tem efeito apenas a curto prazo, é necessário a associação de outros métodos de controle, assim como já preconizado pelo Manejo Integrado de Pragas (MIP). Sendo assim, se uma das vantagens do uso de plantas Bt é a consequente redução na utilização de inseticidas químicos, então é in coerente a utilização do método quí mico associado às plantas Bt como primeira opção de manejo. Dentro do MIP, há outros métodos e estratégias de controle que devem ser exploradas. Dentre elas, o contro le biológico se destaca pela eficácia e sustentabilidade no seu uso. Porém, o controle biológico é compatível com plantas Bt? Inúmeras questões Shutterstock

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sobre esse tema foram abordadas ao longo dos últimos 20 anos. A princi pal polêmica que envolve esse as sunto é que, com a mudança nas espécies de pragas que ocorrem no agroecossistema em lavouras Bt, consequentemente há uma mudan ça na interação das pragas (hospe deiros ou presas) com seus inimigos naturais (predadores e parasitoides).

Para que as populações de inimigos naturais se estabeleçam e permane çam na lavoura é necessário que as condições abióticas e bióticas sejam favoráveis. As plantas Bt alteram o perfil das lagartas presentes na la voura, influenciando diretamente na disponibilidade de hospedeiros ou presas. Sendo assim, esta alteração pode afetar os inimigos naturais?

Estudos que avaliaram a comunida de de inimigos naturais presentes em áreas de cultivos Bt em relação a lavouras convencionais com ou sem aplicação de inseticidas químicos concluíram que existe uma redução em algumas espécies de agentes de controle biológico nas áreas de culti vo Bt quando comparadas com áreas não-Bt que não receberam pulveri zações de inseticidas químicos. No entanto, essa redução é pequena ou não relevante pois, quando compara do a abundância de espécies de uma área Bt em relação a uma área não -Bt com aplicação de inseticida de amplo espectro, a redução na biodi versidade é altamente relevante. Ou seja, a aplicação de inseticidas de amplo espectro em lavouras com se mentes convencionais causa maior impacto na fauna benéfica de um agroecossistema se comparado ao efeito do cultivo de plantas Bt.

Em uma tese defendida na Univer sidade Federal do Paraná em 2021, um estudo de campo foi realizado durante três safras da soja, avalian do o impacto de uma cultivar Bt em comparação a uma cultivar não-Bt na comunidade de parasitoides pre sentes nas áreas. Como resultado do trabalho, a maior abundância de pa rasitoides de ovos foram constatadas na área Bt durante as três safras ava Provenienteliadas.

dessa tese, três novas espécies de parasitoides de ovos do gênero Telenomus e uma nova es pécie de parasitoide larval do gênero Aleiodes foram coletados em lavoura de soja Bt atacando importantes pra gas da cultura. Na área não-Bt uma nova espécie de vespinha do gênero Trichogramma foi encontrada e des crita como Trichogramma foersteri, nome dado em homenagem ao Dr. Luís Amilton Foerster, professor apo sentado da UFPR. A descoberta das novas espécies de inimigos naturais foi atribuída ao fato de as áreas estudadas adotarem as práticas de MIP, o que possibilitou um ambiente favorável à conserva ção dos inimigos naturais. Pesquisas estão sendo conduzidas com os pa rasitoides T. foersteri e Aleiodes sp. n. na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), a fim de determinar o potencial de utiliza ção dessas espécies para o controle Mesmobiológico.que plantas Bt alterem as espécies de pragas encontradas em campo, a tecnologia não impede que o controle biológico ocorra natural mente, e que novas espécies de ini migos naturais sejam encontradas para que possam ser utilizados em grande escala. No Brasil, atualmente mais de 60% das cultivares na cultura do algodoeiro, milho e soja apresen tam resistência ao ataque de insetos -alvo. Recentemente a primeira culti var de cana-de-açúcar Bt foi liberada para o plantio comercial. O atual ce nário demonstra o enorme potencial em que o controle biológico pode ser inserido e explorado, tornando a produção agrícola mais sustentável e gerando menor impacto ambiental. ser inserido e explorado, tornando a produção agrícola mais sustentável e gerando menor impacto ambiental.

2 DEL-CLARO K, TOREZAM-SILINGARD, H.M. Ecologia das Interações Plantas-Animais: uma abordagem ecológico evolutiva. Rio de Janeiro, Techni cal Books Editora, 2012.

4 GAZZONI, D.L. Plantas que os polinizadores gostam. Brasília, DF: Embrapa, 2021 1016p

3 MOURA, J.T, et al. Aspectos da biologia floral e visitantes florais de Tithonia diversifolia (Asteraceae) no município de Rio Largo- Estado de Alagoas. 2012. Disponível em: <https://www.apacame.org.br/mensagemdoce/116/polinizacao12.htm>.

Por Profa. Dra. Darclet Teresinha Malerbo-Souza

Setor de Apicultura e Meliponicultura, Departamento de Zootecnia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE U m dos mais importantes ser viços ecossistêmicos é a poli nização. Por esse processo, o pólen, contendo o gameta masculino, é transferido para os órgãos reprodu tores femininos de uma planta, ferti lizando o óvulo e formando um em brião. Os estudiosos concordam que o grupo de polinizadores que mais se destaca é constituído pelos inse tos (polinização entomófila) e, dentro deste grupo, as abelhas são os polini zadores mais importantes, destacan do a abelha doméstica Apis mellifera Silveira et al. (2002)1 concluíram que a diversidade no grupo das abelhas e as adaptações morfológicas tanto nas estruturas de coleta quanto nas de transporte, fisiológicas, e compor tamentais otimizam a localização e a exploração dos recursos florais. Acre dita-se que abelhas e angiospermas coevoluíram mutuamente ao longo do tempo evolutivo, beneficiando os dois grupos envolvidos. Temos mais de vinte mil espécies de abelhas ca talogadas e a cada período novas es pécies vêm sendo descobertas2 Conhecer o período de floração, du rante o ano, possibilita introduzir es pécies vegetais que floresçam e for neçam néctar e pólen às abelhas, nas épocas de escassez de recursos flo rais. O período de floração, a produ ção de néctar e pólen, odor e outras características são variáveis de atra ção de determinados grupos de po linizadores. O néctar é, boa parte das vezes, a única fonte energética para atividade metabólica de seus polini zadores. A planta gasta parte da sua energia na produção de néctar como atrativo para os visitantes florais. Pensando nisso, uma das espécies vegetais muito visitada pelas abelhas é o margaridão (Tithonia diversifo lia), popularmente conhecido como girassol mexicano, mão-de-Deus ou flor do mel. É um arbusto perene que faz parte da família Asteraceae, podendo alcançar mais de três me tros de altura, tem origem na Amé rica Central, muito utilizado como cerca viva devido à beleza de suas flores. No Brasil, muitas vezes, ele é considerado uma planta invasora. O margaridão tem sido utilizado em al gumas áreas agrícolas como adubo verde para melhoria dos solos, devi do aos seus atributos como a rápida decomposição da fitomassa, o rápido crescimento, e produção de folhas Mouraabundante.(2011)3 constatou que o mar garidão apresenta uma inflorescên

Florada do margaridão (Thitonia diversifolia).

17Pólen JARDIM AMIGÁVEL ÀS ABELHAS: MARGARIDÃO (TITHONIA DIVERSIFOLIA)

1 SILVEIRA F. A., MELO G.A.R., ALMEIDA, E.A.B. Abelhas brasileiras: sistemática e identificação. Belo Horizonte, Ministério do Meio Ambiente, 2002

Dípteros

Foram observados apenas insetos coletando néctar e pólen, nas flores do margaridão. Os insetos observa dos foram abelhas africanizadas Apis mellifera (58,85%), dípteros (8,50%), lepidópteros (8,50%), abelhas Mega chile rotundata (7,15%), abelhas sem ferrão Melipona scutellaris (6,8%), abelhas solitárias Xylocopa fronta lis (5,1%), abelhas sem ferrão Trigona

Abelha africanizada Apis mellifera com corpo repleto de pólen, nas flores do margaridão (Thi tonia diversifolia).

Abelha uruçu nordestina Melipona scutellaris coletando néctar, nas flores do margaridão (Thi tonia diversifolia). Apis mellifera Melipona scutellaris Megachile rotundata Xylocopa frontalis Trigona spinipes Halic�deos Lepidópteros Porcentagem de insetos Apis mellifera Melipona scutellaris Megachile rotundata Xylocopa frontalis Trigona spinipes Halic�deos Lepidópteros Dípteros

5 PEDROSA, M. G. Importância ambiental dos margaridões amarelos da estação Jaraguá. 2016. Disponível em: <https://jaraguasp.blogspot. com/2016/07/importancia-ambiental-margaridoes-amarelos-estacao-jaragua.html> Acesso em 07 de janeiro de 2019.

18 Pólen cia com flores hermafroditas, pen tâmeras e simétricas. Apresentam, em média, 160 flores perfeitas com cálice composto por duas sépalas. De acordo com Gazzoni (2021) , as flores periféricas são liguladas, vistosas, de coloração amarelo-intenso. As flores do disco central são férteis, com duas sépalas, agudas, unidas até pouco mais da metade. A corola é formada por cinco pétalas unidas em quase toda a extensão, com os lobos agu dos, sendo mais densamente pilosas na base. Possui cinco estames, com anteras castanhas, unidas em tubo. O ovário ínfero, unilocular, uniovula do, encimado por um estilete longo com dois estigmas divergentes ama relos. O fruto é um aquênio de até dois centímetros de comprimento. O margaridão é muito importante para a preservação da biodiversida de, por ser melissotrófico (produtor de pólen e néctar) e ornitotrófico (produtor de sementes nutritivas para alimentação, principalmente de aves granívoras) e, também por florescer nos meses do outono e do inverno, momento de escassez de floradas nativas (PEDROSA, 2016)5

Abelha africanizada Apis mellifera coletando néctar, nas flores do margaridão (Thitonia di versifolia). Abelha africanizada Apis mellifera coletando néctar e coberta de pólen, nas flores do marga ridão (Thitonia diversifolia).

Um experimento foi conduzido na Universidade Federal Rural de Per nambuco (GABRIEL, 2018)6, locali zada em Recife, Pernambuco para avaliar a frequência das visitações, o comportamento forrageiro e o tipo (néctar e/ou pólen) de coleta dos in setos nas flores do margaridão, no decorrer do dia. Esses dados foram obtidos por contagem nos primeiros 10 minutos de cada horário, entre as 6h00 e as 17h00, com três repetições, durante três dias distintos, em agos to de 2018. A contagem foi realizada percorrendo o entorno da planta e anotando-se os insetos presentes nas flores, bem como, o que estavam co letando (néctar ou pólen). O compor tamento de forrageamento de cada espécie de inseto foi avaliado através de observações visuais, no decorrer do dia, no período experimental.

6 GABRIEL, R.I.O.A. Importância do margaridão (Thitonia diversifolia) como fonte de alimento para abelhas africanizadas e nativas. Monografia, UFRPE, 2018 25p. Porcentagem de visitantes florais no margaridão (Thitonia diversifolia), em Recife, Pernambuco, em 2018.

Abelha mamangava Xylocopa frontalis cole tando néctar, nas flores do margaridão (Thito nia diversifolia).

Abelhas irapuás (Trigona spinipes) coletando pólen, nas flores do margaridão (Thitonia diver sifolia).

entrado em declínio e a conservação desses importantes insetos depende da preservação da flora e alterações nos sistemas de produção. Por outro lado, houve crescimento no interes se dos agricultores familiares para a criação de abelhas, tanto as melífe ras como as nativas sem ferrão, em função do valor econômico dos seus produtos, podendo ser uma fonte de renda importante para essas famílias. Entretanto, poucos conhecem quais as espécies vegetais disponíveis no decorrer do ano e qual recurso ali mentar essas flores fornecem (néc tar, pólen, resinas ou óleos).

Borboleta (lepidóptero) se alimentando do néc tar da flor do margaridão (Thitonia diversifolia). Mosca (díptero) se alimentando de néctar na flor do margaridão (Thitonia diversifolia).

Podemos concluir que o margaridão é visitado por diferentes espécies de insetos e que houve predominância das abelhas africanizadas, nas flores, em relação às nativas. Essa espécie vegetal deve ser plantada próxima à meliponários e apiários, sendo im portante fonte de recursos alimenta res para as abelhas, em especial em períodos de escassez de flora, por ser rústica e de rápido crescimento.

Abelha da família Halictidae coletando pólen na flor do margaridão (Thitonia diversifolia).

19Pólen spinipes (3,74%) e uma espécie de abelha da família Halictidae (1,36%). Observou-se que houve predomi nância das abelhas africanizadas nas flores em relação aos outros insetos. As abelhas africanizadas preferiram coletar néctar (53,07%) compara do ao pólen (46,93%). Para coleta de néctar, essas abelhas foram mais fre quentes, nas flores do margaridão, entre 12h00 e 14h00, com pico de fre quência às 13h00. Para coleta de pó len, essas abelhas visitaram as flores das 8h00 às 16h00, com pico de fre quência às 13h00. Os dias analisados foram chuvosos pela manhã e nubla dos durante o resto do dia, propor cionando dias amenos em relação à temperatura. As abelhas africaniza das ficavam com o corpo repleto de pólen, transportando-o de uma flor para outra, realizando a polinização cruzada e beneficiando o processo de troca gênica entre as flores dessa Nosespécie.dias de observação, as abelhas M. scutellaris (uruçu nordestina) co letaram apenas néctar, entre 8h00 e 15h00. As abelhas X. frontalis (ma mangava) se alimentaram de néctar; as abelhas T. spinipes (irapuás) e abe lha da família Halictidae visitaram esporadicamente as flores do marga ridão, para coleta de pólen. Os lepi dópteros e os dípteros e os vespídeos se alimentaram, exclusivamente, de néctar, nas flores do margaridão, das 7h00 às 15h00. De acordo com índice de constân cia, observou-se que os lepidópteros (73%) e as abelhas africanizadas (66%) foram espécies constantes, nas flo res do margaridão. Já as abelhas M. scutellaris foram consideradas espé cie acessória e as abelhas T. spinipes, abelhas halictídeas, abelhas X. fron talis, os vespídeos e os dípteros foram espécies consideradas acidentais. Em função de fatores adversos como a degradação de áreas vegetais e a implantação de monoculturas, as es pécies e as famílias de abelhas tem

Vespa (vespídeo) se alimentando de néctar na flor do margaridão (Thitonia diversifolia).

LANÇAMENTO

e inoculação Pequenas áreas

O controle biológico é basica mente o uso de seres vivos para controlar a população de um outro ser vivo. Todos os seres vivos do planeta têm, não um, mas vários outros seres vivos (inimigos naturais ou agentes de biocontrole) que man têm suas populações em equilíbrio. O primeiro uso desse fenômeno na tural ocorreu na China antiga, por volta do século 3 a.C., onde os chi nesse sentido foram feitas por dife rentes países, mas foi em 1888 que o controle biológico tomou um novo vulto, com a importação da joaninha Rodolia cardinalis da Austrália para os EUA, para o controle de cochoni lhas dos pomares cítricos. Em 1889 essas pragas estavam controladas no Oeste americano e esse caso marca o controle biológico de pragas da era contemporânea.

Importação . protegidos igual aos

químicos 1889 2010 1PERÍODO 2PERÍODO 1960 3PERÍODO 1990 4PERÍODO CONTROLE BIOLÓGICO APLICADOCONTROLE BIOLÓGICO CLÁSSICO E NATURAL LINHA DO TEMPO Evolução do controle biológico na fase contemporânea. Por Dr. Alexandre de Sene Pinto Sócio e Consultor em Manejo Inteligente de Pragas da Occasio, Piracicaba, SP Professor da Agronomia do Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto, SP

Grandes áreas, auxílio a químicos Grandes áreas,

22 neses perceberam que onde havia as formigas predadoras Oecophylla smaragdina nos pomares cítricos, as pragas não causavam problema às produções de laranjas. Com isso, os chineses passaram a levar essas formigas de pomares onde estavam presentes para aqueles onde elas não existiam ou eram escassas. De lá para cá, muitas observações TecnobioTECNOBIO:

O MAIOR EVENTO DE CONTROLE BIOLÓGICO DO BRASIL COMEMORA UMA DÉCADA DE EXISTÊNCIA

ambientes

O serviço de extensão agrícola é bem precário no Brasil, pois dentre vários problemas, menos de 10% dos profissionais das Ciências Agrárias têm esse tipo de formação. A divulgação do controle biológico sofre com isso, mas um evento como o Tecnobio, que começou em 2013, veio para fazer a diferença.

23Tecnobio

Na década de 1940, começaram a ser liberadas as moscas Billaea claripal pis e Lydella minense para o controle da broca-da-cana, Diatraea saccha ralis, mas na década de 1970, a im portação da vespinha Cotesia flavi pes mudou a eficácia dessa tática de controle e passou a figurar como o maior programa de controle biológi co do mundo. No ano 2000, com a fundação da Bug agentes biológicos, uma “startup” que surgiu dentro da ESALQ/USP, na incubadora de empresas Esalq Tec, em Piracicaba, SP, e com vários projetos PIPE (Pesquisa Inovativa em

Pequenas Empresas) aprovados em sequência pela Fapesp, foi ofereci da ao agricultor mais uma opção de controle da broca-da-cana, a micro vespa Trichogramma galloi (parasi toide de ovos). Com a disponibilização de Tricho gramma galloi, depois de pesqui sas desenvolvidas pelo Prof. Dr. José Roberto Postali Parra, ESALQ/USP, por 16 anos, e pelo Prof. Dr. Alexan dre de Sene Pinto, Centro Universitá rio Moura Lacerda, por 15 anos, mais uma vez o controle biológico no Bra sil mudou e iniciou uma nova fase. Nessa fase 4 do controle biológico, não mais inimigos naturais sendo le vados de uma região para outra (fase 1), nem sendo produzidos em fábri cas e utilizados apenas em estufas ou em pequenas áreas (fase 2, que o mundo ainda está), mas passa-se a fazer em grandes áreas agrícolas (open fields), não somente para auxi Parte frontal aberta do folder do primeiro evento Tecnobio, 2013.

No Brasil, as primeiras importações começam na década de 1920, para o controle de pragas das fruteiras, mas foi a cultura da cana-de-açúcar que mais avançou nessa tática de controle.

• o monitoramento da broca-da-ca na com armadilhas de feromônio;

Foram muitas mudanças! Em 2018, o Tecnobio passa a ser Tec nobio CANA, na sua sexta edição, e, em 2019, o primeiro evento regional é realizado em Lucas do Rio Verde, MT, Tecnobio GRÃOS, em 11 de setembro de 2019. O Tecnobio mudou de espaço várias vezes por causa do número crescente de ouvintes. Começou com 90 e hoje reúne cerca de 450 participantes, de mais de 90 Usinas e fornecedores delas, empresas do setor e demais profissionais interessados no assun to, representando mais de 3 milhões de hectares de cana-de-açúcar. É um evento de sucesso!

Com tanta inovação e avanços, a di vulgação do conhecimento gerado se tornou essencial, pois apenas por meio das revistas científicas a ex tensão agrícola não aconteceu, visto ser um meio de difícil compreensão para o agricultor brasileiro, e por só estar disponível a ele em 5 a 10 anos depois de criado. Nesse cenário sur gem o Grupo de Pesquisa e Extensão em Controle Biológico (G.bio) (2006), que agora é Gebio, ligado a empre sa Occasio e ao Centro Universitário Moura Lacerda, a revista de controle biológico G.bio (2010), que agora é Gebio (2022), e o evento de controle biológico Tecnobio. O primeiro Tecnobio, chamado 1º Tec nobio PRAGAS, foi realizado em 20 e 21 de 2013, no Araucária Plaza, em Ribeirão Preto, SP, e teve palestras de várias culturas e de palestrantes renomados, contando com o patrocí nio de sete empresas/grupos. Foram 90 inscritos, naquela época. Nos eventos, novas tecnologias fo ram apresentadas, como:

24 liar os inseticidas químicos sintéticos (fase 3), mas para igualá-los ou até superá-los em eficácia e em facilida de de uso.

• as novas estratégias de monitora mento de todas as pragas da ca na-de-açúcar, especialmente as de solo, e do milho, mais simples e precisas; • a tecnologia de liberação de Trichogramma galloi e de Cotesia flavipes via drones específicos; • a evolução dessas tecnologias aéreas (liberação de parasitoides sem cápsulas de proteção);

• o uso do fungo Cordyceps (=Isa ria) fumosorosea para o controle das mosca-branca, em soja, ci garrinha-do-milho, no milho, e da broca-da-cana e cigarrinhas, na cana-de-açúcar; • o uso de Azospirillum brasilen se em substituição ao nitrogênio químico de fertilizantes em cana -de-açúcar.

EVENTO ONLINE 2020 2021 201720152013 2018 2019 20162014 Fotografias das edições 1 a 8 do Tecnobio. Tecnobio

• o controle de adultos de Sphenophorus, especialmente com o fungo Beauveria bassiana; • o manejo de adultos da broca -gigante, iniciada da AgroSerra (2012), desenvolvida na Pagrisa (2014) e ampliado o uso em Pedro Afonso (2020);

Por Dr. Alexandre de Sene Pinto Sócio e Consultor em Manejo Inteligente de Pragas da Occasio, Piracicaba, SP Professor da Agronomia do Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto, SP EM CANAVIAIS:

Mais recentemente, Amorozo (2021)4 indicou ao agricultor a ação eficaz de Isaria no controle de ninfas pe quenas e grandes e de adultos das cigarrinhas da cana-de-açúcar, dan do uma ação bivalente ao fungo. Pro vavelmente, Isaria também controla Sphenophorus levis e já se sabe que é um bom controlador de cupins, fal Cotesia flavipes sobre lagarta da broca-da-cana

O manejo biológico do solo e de pragas e doenças do canavial vem crescendo e sendo aprimora do. São tantas inovações e novidades que fica difícil acompanhar tudo! São fungos, bactérias, nematoides ento mopatogênicos e parasitoides de vá rias espécies sendo apresentados ao setor canavieiro. Mas o agricultor precisa ficar atento às informações que recebe, se elas têm respaldo científico. Hoje tem muito “achismo” e oportunismo de gente que conhece superficialmente ou nada sobre esse universo que ain da não tem sido ensinado em Univer sidades e nem em Cursos Técnicos. Para começar, produtos biológicos têm dose certa, nem muito menos, nem muito mais. Se usar muito mais do que a Ciência indica, não funcio na. Como exemplo, Azospirillum bra silense, que numa concentração de 2x108 UFCs por mL de produto, se pretende disponibilizar nitrogênio para as plantas, tem que ser usado entre 200 e 600 mL do produto. Me nos ou mais que isso, não funciona como deveria. O mesmo acontece para Trichogramma galloi, que para todas as possibilidades de infestação de ovos da broca-da-cana no Brasil, a dose recomendada pela Ciência é de 50.000 vespinhas por hectare. Se usar mais, pode nem controlar a bro Osca-da-cana.parasitoides que são usados em canaviais são seres vivos. Dentro de um recipiente, não podem ficar ex postos ao calor exagerado, pois irão morrer e rapidamente. Ou pelo me nos terão a eficácia comprometida. Também não podem sair de uma ge ladeira e serem levados direto para o campo sem antes passar por uma sala climatizada por pelo menos uma Mashora.vamos lá! O que tem de novo no manejo biológico em canaviais?

O fungo Cordyceps (=Isaria) fumo sorosea tem ganhado um espaço impressionante nos canaviais. Desde que ele foi lançado pela Koppert, para o controle de psilídeos na citricultura, logo passou a ser usado no controle de moscas-brancas em soja. Em 2021, o agricultor passa a seguir as minhas recomendações que faço desde 2018, que esse fungo deveria ser usado no controle de Dalbulus maidis, a cigar rinha-do-milho. E assim ele fez e o produto faltou no mercado esse ano, pois foi o melhor inseticida dentre todos, incluindo os químicos, no con trole dessa terrível praga.

Tecnobio MANEJO BIOLÓGICO

25

O QUE TEM DE NOVO?

Mas foi em 2019 que as pesquisa de Caldeira (2019)1 e Silva (2019)2 indica ram que a broca-da-cana seria a pró xima vítima desse fungo, que recebe o nome comercial de Octane pela Koppert. E assim foi, quando Garcia (2021)3 mostrou que Isaria tinha um período de ação em campo compatí vel com os químicos de “elite”.

26 Tecnobio tando ainda entender como aplicar em solo para esse fim. Falando em Sphenophorus, as iscas artificiais têm aumentado o interes se dos agricultores para a aplicação via drones para o controle de adultos. É uma estratégia simples e barata e esse ano será testada em grandes áreas para validar a tecnologia. Por enquanto, as novidades são os novos inseticidas químicos para o controle eficaz de ninfas pequenas e grandes, de forma terrestre ou aérea. Os estudos do uso de inseticidas quí micos e biológicos em vinhaça loca lizada avançam, onde alguns podem ser misturados à vinhaça e outros precisam ser aplicados em tanque separado, com vazão muito baixa, junto a vinhaça, por incompatibilida de com a vinhaça ou por não terem sido estudados ainda. Em 2022, os bionematicidas supe raram os nematicidas químicos em área aplicada no Brasil. Todos os produtos lançados pelas empresas -referência são eficazes no controle de nematoides e apresentam ações secundárias muito interessantes que devem ser exploradas.

2 SILVA, F.R. da. Isaria fumosorosea no controle de ovos e lagartas neonatas de Diatraea saccharalis (Fabr.) (Lepidoptera: Crambidae). 2019. 40f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Agronomia) – Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto, 2019

4 AMOROZO, T.S. Controle microbiano das cigarrinhas-das-raízes utilizando Metarhizium anisopliae e Cordyceps fumosorosea em cana-de-açúcar. 2021. 24f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Agronomia) – Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto, 2021

Aprolongado.vespinha

1 CALDEIRA, G.A.M.R. Efeito ovicida de inseticidas químicos e biológicos sobre Diatraea saccharalis em laboratório. 2019. 36f. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso de Agronomia) – Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto, 2019

Trichogramma galloi é o biológico de “elite” e além da liberação de uma série de 3 (semanais), com 60 dias de período de ação, agora também tem sido feito numa série de 5 (semanais), com período de 120 dias! E pesquisas bem atuais indicam que a liberação de Trichogramma em faixas de 90 metros (diferente das faixa de 30 m atuais) ou apenas em bordaduras de talhões, via drone, apesar de demorar mais para controlar, parece oferecer um período de ação mais eficaz e

Cotesia flavipes tem per dido seu espaço como tática princi pal de manejo, mas tem ganhado destaque como complementar para variedades suscetíveis à broca ou para cana-planta, em áreas de restri ção e para o período da seca. É um parasitoide insubstituível. E Bacillus thuringiensis é uma boa opção para baixas infestações da bro ca-da-cana, para evitar coração-mor to em plantas em início de desenvol vimento e para áreas de restrição. Um dos lançamentos mais espera dos é a dos nematoides entomopa togênicos para o controle da maioria das pragas de solo. Apesar do regis tro desses produtos ser para Sphe nophorus, que terá eficácia superior a 80%, o que se espera para migdo lus é um controle superior a 90% dos ovos e das larvas. São muitas novidades e muitas ou tras estão por vir. Que bom que te mos o Tecnobio para nos atualizar sempre sobre tudo isso que está acontecendo. Parabéns, Tecnobio, pelos seus 10 anos de existência!!

3 GARCIA, L.O.E. Eficácia e período de ação de inseticidas químicos e biológicos no controle da broca-da-cana, Diatraea saccharalis, em cana-de -açúcar. 2021. 42f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Agronomia) – Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto, 2021.

Fungo Metarhizium anisopliae infectando ninfa da cigarrinha-das-raízes Trichogramma galloi sobre ovo da broca-da-cana

Para as cigarrinhas, o óleo de neem misturado a produtos do próprio óleo passa a figurar entre as opções sus tentáveis e entre os produtos para serem usados em áreas de restrição. Mas novos inseticidas químicos fo ram lançados e estão sendo bem uti lizados para essa praga. A broca-da-cana está sendo muito bem manejada com muitas opções de controle, mas além do fungo Isa ria, Beauveria bassiana também tem mostrado bom controle. Este último tem sido aplicado para o con trole de adultos de Sphenophorus nas chuvas (duas aplicações, normal mente uma em novembro e outra em janeiro).

BIOLÓGICO NO BRASIL

O Brasil, hoje, se coloca entre os grandes usuários do Controle Biológico no mundo, seja de micror ganismos ou de macrorganismos. Atualmente, o Controle Biológico passou a ser visto não só como uma atividade de controle de pragas, mas também relacionado aos bioagentes, biofertilizantes e bioestimulantes. São os bioinsumos, que podem ser definidos como “produtos ou proces sos agroindustriais desenvolvidos a partir de enzimas, extratos (de plan tas ou de microrganismos), micror ganismos, macrorganismos (inverte brados), metabólitos secundários e feromônios destinados ao Controle NaBiológico”.verdade, hoje existem no Brasil mais de 500 produtos disponíveis no mercado, segundo a Croplife, com mais de 56 produtos biológicos re gistrados apenas em 2020. E uma re ceita de 1,8 bilhão de reais e mais de 20 milhões de ha tratados com bioló gicos para a proteção de pragas. En quanto a utilização do Controle Bio lógico aumenta na ordem de 10-15% ao ano no mundo, no Brasil este au mento é de 30% ou mais, desde 2018. É conveniente lembrar que o país tem grandes áreas plantadas, com sucessão de culturas, 2 a 3 safras ao ano e isto é diferente de locais tradi cionais na utilização de Controle Bio lógico, como nos países da Europa. Nos países europeus, as áreas planta das são menores e usa-se muito con Shutterstock

Por Dr. José Roberto Postali Parra Departamento de Entomologia e Acarologia, ESALQ/USP, Piracicaba, SP

27Tecnobio O ESTADO DA ARTE DO CONTROLE

28 trole biológico em casas-de-vege tação; no Brasil temos os chamados “campos abertos” (open fields) com áreas enormes, existindo agricultores com 20.000, 50.000, 100.000 hectares plantados, com uma única cultura e com um agricultor como dono da Nospropriedade.últimosanos, houve uma grande corrida para transformar o país num “modelo de Controle Biológico para regiões tropicais”, assim como é lí der mundial na Agricultura Tropical, com o Agronegócio brasileiro repre sentando 30% do PIB nacional. Existem mitos a serem desmistifi cados, como o “cultural” em que o agricultor acostumado por gerações com agroquímicos, insiste na sua manutenção como único meio de controle. Isto começou a mudar em 2013, quando foi registrada a praga Helicoverpa armigera no Brasil Cen tral. Praga com mais de 250 hospe deiros, não tinha, à época, produtos químicos registrados. Utilizaram para controlar a praga, o vírus específico e Trichogramma pretiosum, um para sitoide de ovos. Este, pode ser consi derado, o grande marco do Controle Biológico no país. Com resultados espetaculares de controle, o agricul tor passou a utilizar mais o Controle UmBiológico.outro mito, é que o Controle Bio lógico é “fácil” de ser feito. Se for assim considerado, torna-se um proces so amador e não profissional como deve ser. Os produtos biológicos, se jam macro ou microrganismos, têm que ter qualidade, independente do tamanho da fábrica que os esteja produzindo, no caso de controle de pragas. O profissionalismo é funda mental para que não seja denegrida a imagem do Controle Biológico nes ta fase de “aumento de utilização”. Atualmente, grandes empresas têm o seu portfólio de produtos biológi cos disponíveis ao agricultor, garan tindo a qualidade de tais produtos. As pequenas empresas, muitas delas “startups”, com produções menores, também devem se preocupar com a qualidade, neste momento de im plantação do Controle Biológico no Brasil. São cerca de 140 empresas re gistradas com produtos biológicos. Outros mitos devem ser desmisti ficados, como o “custo” (que ainda acham que tem que ser mais barato do que os químicos, sem se preocu par com as vantagens ecológicas e sociais) e julgam (erroneamente) que se trata de uma medida de controle a “longo prazo” e que o Controle Bio lógico deve “resolver tudo sozinho”, sem se lembrar que a filosofia atual é a de MIP (Manejo Integrado de Pra Aumentougas). bastante a massa crítica no país de especialistas em Contro le Biológico, especialmente com os 50 anos de Pós-Graduação no Brasil, que permitiram a formação de mui ta gente no assunto e o aumento do investimento, com Institutos ou Centros de Controle Biológico, como Embrapii, na ESALQ, Bioinsumos na Embrapa e SPARCBio também na ESALQ, este último financiado pela Ovos de Spodoptera frugiperda sendo parasitados por Trichogramma pretiosum

Tecnobio

1 PARRA, J.R.P. Biological Control in Brasil: an overview. Scientia Agricola, v.71, n.5, p.420 429, 2014

FAPESP, KOPPERT e USP e coorde nado pelo autor deste artigo, atual mente contando com cerca de 60-70 pesquisadores trabalhando no as Temossunto. desafios, como disponibilida de de agentes de controle biológico, principalmente de macrorganismos, com qualidade adequada e transfe rência de tecnologia ao usuário (os serviços de extensão são ainda ca rentes, para um assunto que ainda muitos desconhecem), momento adequado de liberação e problemas de logística, de armazenamento e transporte para um país continental como o Brasil.

Ovos de Diatraea saccharalis parasitados por Trichogramma galloi

29Tecnobio

O Controle Biológico caminha bem, com milhões de ha tratados com mi crorganismos (cerca de 80% da área) e macrorganismos (com cerca de 20% da área). Por que esta diferença? Os microrga nismos se assemelham mais aos quí micos em sua aplicação e têm o cha mado “tempo de prateleira” (shelf life), às vezes, por alguns meses; os macrorganismos têm que ser utiliza dos imediatamente após a produção e muitas vezes se perdem no cami nho. Além disso são exigidas produ ções massais para criação de milhões de insetos e ácaros, produção que co meça a ser automatizada, por terem na mão-de-obra, de 70-80% do custo total da produção. Assim, para libera ção de um agente de Controle Bioló gico, são necessários alguns anos de estudo. Trichogramma galloi desen volvido pelo grupo de pesquisa da ESALQ/Departamento de Entomo logia e Acarologia, demorou 16 anos para ser oferecido para o agricultor (1984-2000) e hoje é aplicado em al guns milhões de hectares.

Assim, o Controle Biológico caminha a passos largos no Brasil, crescendo mais do que no resto do mundo e sendo um componente fundamen tal nos programas de Agricultura Sustentável, para um país, em que o Agronegócio é o sustentáculo da economia nos dias de hoje.

Um dos problemas apontado na pu blicação de 20141, na Revista Ciência Agrícola, a liberação de inimigos na turais foi sanado, pois hoje mais de 95% dos inimigos naturais em cana -de-açúcar são liberados com dro nes. A Entomologia moderna se utili za muito da Agricultura 4.0 e esta foi uma das soluções, ao lado da amos tragem para liberação que começa a ser estudada mais profundamente, ao lado de uma legislação própria para o Controle Biológico que co meça a ser mais discutida e já muito mais ágil do que há alguns anos.

NUTRIÇÃO DE CANAVIAIS

A agricultura vive um momen to de redefinição nas formas de nutrir adequadamente as plan tas cultivadas. Este momento se de senha pela necessidade financeira, definida pela alta dos preços de fer tilizantes, e pelo maior conhecimen to e exploração de outros processos relacionados a nutrição vegetal. Den tro deste tema, existe a busca para o melhor uso de recursos microbianos na nutrição das plantas cultivadas. Este tema dá origem a principal per gunta feita pelos agricultores neste momento: “Como podemos utilizar a microbiologia num sistema me nos dependente de fertilizantes?” Esperamos responder parte desta pergunta ao final deste texto, após compreendermos melhor alguns conceitos relacionados ao tema. A biodiversidade microbiana que re side no solo, e dá a este ambiente a capacidade de suportar o desenvol

Extração pelas plantas

Atividade biológica (disponibilização)

Departamento de Ciência de Solo, ESALQ/USP, Piracicaba, SP

Formas solúveis no solo Fertilizantes (orgânicos/minerais)

Tecnobio

Por Dr. Fernando Dini Andreote

MSc. Alessandra Rigotto Andrios Assessoria e Treinamento Técnico -científico em Microbiologia, Piracicaba, SP

Mineralização da MOS 1 Fontes de nutrientes para as plantas cultivadas. 1MOS: matéria orgânica do solo.

30 A MICROBIOLOGIA NA

31Tecnobio vimento vegetal, é capaz de atuar de diversas formas na disponibilização de nutrientes para as plantas. Devido as capacidades encontradas dentre os milhares de espécies de micro-or ganismos presentes nesta interface solo-planta, podemos, por exemplo, encontrar atividades que disponi bilizam nitrogênio e fósforo para as plantas. Vamos analisar estes dois ca sos em um pouco mais de detalhes dentro do sistema de cultivo de ca Ona-de-açúcar.nitrogênioé

Na rizosfera, o ambiente rico em ex sudatos, com alta disponibilidade energética (principalmente por car bono assimilável), e baixas tensões de O2 promovem esta atividade. Já nos tecidos internos das plantas, as bac térias endofíticas são as responsáveis por esta atividade. Apesar de alguns grupos bacterianos serem conheci dos por este potencial, como Azos pirillum brasilense, Nitrospirillum amazonense, Gluconacetobacter diazotrophicus e Herbaspirillum se ropedicae, diversos grupos bacteria nos podem atuar nesta importante funcionalidade para a nutrição ni trogenada das plantas. É importante destacar neste ponto, a necessidade da disponibilidade de molibdênio (Mo) para a eficiente ocorrência des te processo, sendo este um compo nente do complexo da nitrogenase, molécula que captura o N2, e o con verte em formas amoniacais. Em relação ao fósforo (P), existem di versos processos relacionados com a disponibilização deste elemento para as plantas. Basicamente, po dem existir nos solos, dois reserva tórios de fósforo, os quais podem ser ao menos parcialmente explorados e disponibilizados para as plantas. O estoque de P inorgânico é compos to de formas deste elemento ligada como promotora de processos nutrição de cana-de-açúcar com fósforo.

abundante no solo sob a forma gasosa (N2), sendo a fixação biológica deste elemento, transfor mando-o em amônia (NH3) um dos processos biológicos mais conheci dos na agricultura, a FBN (fixação biológica do nitrogênio). Associado a cana-de-açúcar, diferentes bactérias podem atuar neste processo, colo nizado desde o ambiente rizosférico até os tecidos internos das plantas.

Extração pelas plantas Micorrizas arbusculares (captura de formas solúveis e transporte para as plantas) Estoque P inorgânico Estoque P orgânico • P-argilas • P-Ca, P-Fe, P-Al • P-minerais • fitato • inositol • membranas • ácidos nucléicos ácidos inorgânicos)(orgânicos/ enzimas (fosfatases/fitases) Formas solúveis de P H2PO4- / HPO4-2 A biodiversidade

na

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cos para a nutrição da cana-de-açú car devem ser determinados experi mentalmente, e dentro de cada um dos ambientes de produção da cana -de-açúcar. São fatores interferentes na determinação destes valores o solo empregado para o cultivo (mais do que textura, pedologia e conser vação são importantes), a qualidade biológica do solo (representando a capacidade de realizar as atividades desejadas), e a demanda da cultura (diferenciada deste o plantio até as diferentes Certamente,rebrotas).muitos avanços deverão ser atingidos dentro desta temática num futuro próximo, auxiliando no uso mais assertivo de recursos micro bianos para a eficiente nutrição das plantas. Permeiam as inovações as estratégias de manejo que promo vem a biodiversidade e a atividade microbiana nas áreas de cultivo, bem como o desenvolvimento de bioinsu mos com as diversas características que contribuem para disponibilização de nutrientes para a cana-de-açúcar. É evidente, portanto, a participação da microbiologia na montagem de sistemas de nutrição mais eficientes, contribuindo como sólido pilar de ino vação no manejo e na eficiência no cultivo da cana-de-açúcar.

Vale lembrar que outros nutrientes podem também ser disponibiliza dos para a cana-de-açúcar por meio da atividade microbiana, como por exemplo, nos processos de solubili zação do potássio, ou de oxidação do enxofre elementar. Assim, a visão da biodiversidade do solo se reflete di retamente na dinâmica nutricional na interface solo-planta, resultando na contribuição da microbiologia do solo para suprir as demandas vege Retomandotais.

32 a óxidos de Fe, Al e Ca (dependendo do pH do solo), além de P associado a argilas e a minerais primários. Por meio da atividade biológica, algumas destas formas podem ser converti das em P solúvel por meio da ativi dade de ácidos orgânicos ou inorgâ nicos, produzidos e secretados por diversos fungos e bactérias durante seus respectivos metabolismos. Este processo é bastante diversificado e principalmente induzido pela dis ponibilidade de energia (a rizosfera é um exemplo deste ambiente). Ou tra reserva que pode estar presente no solo está sob a forma de P orgâ nico, onde tem destaque compostos como o fitato e o inositol (além de outras moléculas em menores quan tidades). As formas orgânicas de P podem ser convertidas em formas solúveis por meio da atividade de en zimas, como as fitases e fosfatases, as quais clivam os radicais fosfáticos presentes em matrizes orgânicas. Em conjunto, observa-se que podem ocorrer nos solos dois grandes reser vatórios de P, sendo as chaves para exploração dos mesmos representa das por processos microbianos. Vol tando estas referências para o cultivo da cana-de-açúcar, podemos inferir sobre o reservatório de P inorgânico como resultante do uso de fertilizan tes fosfatados, e o estoque de P orgâ nico como reflexo direto do conteúdo de matéria orgânica no solo, ou do uso de torta de filtro como adubação orgânica. No entanto, pode-se anali ticamente determinar estas quanti dades numa análise detalhada sob as formas de P presentes nos solos. Por fim, é essencial falarmos sobre micorrizas quando comentamos so bre processos biológicos e disponi bilidade de P para as plantas. Apesar deste tema merecer um texto a parte, deve ficar claro o papel de micorrizas arbusculares na cana-de-açúcar, atu ando na captação não apenas de P, mas de outros nutrientes, em formas solúveis, e transporte destes elemen tos para o interior das plantas. Numa visão mais abrangente, sabe-se que as micorrizas atuam não apenas na nutrição das plantas, mas servem também como um sistema eficiente de comunicação entre plantas, ainda a ser mais bem explorado no contex to da agricultura.

o questionamento apre sentado no início do texto, haveria en tão a chance de usar estes processos para a nutrição das plantas em subs tituição aos fertilizantes? A resposta é bastante conhecida: Depende! Ao observarmos que as plantas obtêm sua nutrição de diferentes fontes (ver figura), esta resposta seria espe rada, sendo toda generalização nes te tema bastante passível de erro, e consequente ineficiência na nutrição das plantas cultivadas. Os valores de contribuição dos processos biológi

Os danos na cana são causados em três períodos: a) logo após o plan tio, nas gemas dos toletes da cana -planta; b) no início do crescimento e perfilhamento, causando injúrias e c) após o corte, quando as soqueiras ficam vulneráveis devido ao “stress”.

CONTROLE DE CUPINS E FORMIGAS NA CANA-DE-AÇÚCAR

CUPINS A cana-de-açúcar é uma das princi pais culturas do Brasil, chegando a 10 milhões de hectares de área planta da, sendo só no Estado de São Pau lo de aproximadamente 6,5 milhões de hectares. A produtividade poderia ser maior se não fosse pelos preju ízos causados por pragas, sendo os cupins uma das mais importantes, principalmente a espécie Heteroter mes tenuis, pois é a mais freqüente e de maior distribuição, sendo que os danos atingem a 10 toneladas por hectare por ano. O manejo através do levantamento de espécies e população em áreas de reforma de cana, o uso racional de inseticidas químicos e a melhoria do teor de matéria orgânica no solo, produz uma condição mais adequa da para o controle e a convivência da cultura com essas pragas. Bioecologia A principal família dos cupins-pra ga é a Rhinotermitidae, sendo que a espécie mais importante do Brasil é Heterotermes tenuis. Essa espécie é a mais comumente encontrada na cultura da cana, causando o maior prejuízo devido ao seu hábito subter râneo, atacando as raízes da planta e chegando ao colmo. Seu ninho é difuso e possui grande capacidade de adaptação ao agroecossistema da cana, já que se trata de uma cul tura semiperene, com renovação do canavial após cada 5 anos, ou seja, as operações de aração, gradagem, subsolagem, sulcamento, calagem e adubação são realizadas a cada pe ríodo de 5 anos, destruindo grande parte das galerias desta espécie de cupim, porém não destrói os ninhos com a respectiva rainha, permitindo novos ataques quando ocorre o novo plantio da cana.

Por Dr. José Eduardo Marcondes de Almeida Pesquisador Científico do Instituto Biológico (APTA/SAA)

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A isca Termitrap foi desenvolvida na ESALQ/USP, Piracicaba, SP, a partir de testes de materiais atrativos à H. tenuis em laboratório e campo. O pa pelão corrugado foi o mais atrativo, sendo então utilizado na confecção de iscas para estudos de levanta mento de cupins em cana, flutuação

Ataque de Heterotermes tenuis em rizoma de cana-de-açúcar.

Monitoramento O monitoramento de cupins na cana deve ser realizado após a última co lheita, antes da reforma da área, ado tando os seguintes procedimentos: a) Levantamento nas soqueiras: de ve-se realizar a avaliação de so queira de cana em dois a quatro pontos por hectare, retirando-se a touceira de cana e cavando-se uma trincheira de 50 x 50 x 50 cm. Avalia-se o número de espé cies de cupins e a população de cupins através da escala: 0 – au sência de cupins; 1 – 1 a 10 insetos; 2 – 11 a 100 insetos e 3 – mais de 100 insetos. b) Levantamento com iscas Termi trap: deve-se instalar 20 iscas por hectare, eqüidistantes ou em ca minhamento diagonal na área, marcadas com estacas de bam bu, após a colheita da cana do canavial a ser reformado. Após 15 dias, avalia-se as iscas com a esca la de notas igual à utilizada para o levantamento nas soqueiras. A isca Termitrap permitiu realizar um levantamento de espécies de cupins na região de Piracica ba, SP durante três anos, sendo que a espécie mais atraída foi H. tenuis, porém foi possível coletar ainda as espécies: Cornitermes cumulans, Procornitermes spp., Nasutitermes spp., Anoplotermes spp., Constrictotermes spp., Ruptitermes spp., Syntermes molestus, Cylindrotermes sp., Neocapritermes spp. e Coptoter mes havilandi. Os danos nas raí zes da cana foram associados à H. tenuis e Procornitermes sp.

Morte de perfilho de cana-de-açúcar causada por cupins subterrâneos.

Soldado de Heterotermes tenuis

34 Os danos podem ser reconhecidos por falhas de germinação, em rebo leiras, galerias nos toletes e presença de fezes próximo às soqueiras.

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Inseticidas recomendados: • Fipronil (Regent 800 WG): 250 a 500 g ha-1; • Tiametoxam (Actara 250 WG): 400 a 800 g ha-1.

35Tecnobio populacional e controle. Deve-se realizar o controle quími co quando houver mais de 30% de pontos infestados com cupins pelo levantamento populacional em so queiras ou mais de 20% com as iscas Termitrap. Controle químico O controle químico geralmente é fei to com aplicação em área total, pul verizando o solo no momento do pre paro dos sulcos para o plantio.

Controle biológico e iscas

Ataque

tenuis

As iscas para cupins subterrâneos possuem um potencial grande de utilização, pois são capazes de atrair grandes quantidades de insetos, utili zam os aspectos de biologia, compor tamento de trofalaxia e tunelamento dos cupins e ainda podem levar um agente químico ou biológico para dentro da colônia, disseminando-o e eliminando a rainha e o ninho do cupim, além de se constituir em uma alternativa barata e ecológica. Assim, o emprego de iscas, que uti liza em favor do controle o compor tamento social dos cupins, como trofalaxia, grooming e tigmotropis mo, têm surgido como alternativa viável. Dessa maneira, a utilização de isolados selecionados dos fungos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae é uma alternativa viável. Esses entomopatógenos encontram condições favoráveis de temperatura e umidade nas colônias dos cupins. Os fungos são impregnados na for ma de conídios em iscas atrativas tipo Termitrap, já desenvolvida para o monitoramento e controle em cana -de-açúcar e florestas. Trata-se, por de Heterotermes tenuis em colmos de cana-de-açúcar. de operários de Heterotermes

Atta laevigata Isca Termitrap® com soldados

Atta bisphaerica, conhecida como saúva mata-pasto, tem os soldados parecidos com A. capiguara, porém sua cabeça é mais pontiaguda e tem um sulco mais profundo. Seus ninhos possuem um monte de terra solta, sem crateras, com olheiros de aber turas estreitas na sua superfície. Essa espécie corta: arroz, cana-de-açúcar, capins e milho. Atta laevigata, saúva-de-vidro ou saúva cabeça-de-vidro. Os soldados possuem cabeça grande, com bri lho semelhante ao vidro. Seu formi gueiro apresenta terra solta, sobre a sede real, com olheiros que se abrem diretamente ao nível da terra solta e servem para retirar partículas de ter ra para o exterior quanto à entrada de material cortado. Ataca: milho, ca pins e florestas. Atta sexdens rubropilosa, saúva li mão. A cabeça do soldado é opaca, com muitos pelos. É comumente en contrada atacando capins, milho e

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FORMIGAS CORTADEIRAS

Atécana-de-açúcar.hoje,nãose conseguiu medir os danos, em termos de porcentagens, pois a determinação dos danos é muito complicada. tanto, de uma introdução inoculativa do patógeno na colônia, podendo ser usado em associação com um inse ticida ou regulador de crescimento em subdosagem.

Fazem parte do grupo das formigas cortadeiras chamadas saúvas. Seus ninhos são grandes, com grande população e a dimensão do corpo é maior que o da formiga quenquém. A espécie Atta capiguara - saúva parda ataca especialmente as gra míneas, sendo que o seu ninho é um murundum de terra fora da projeção da panela ativa, diferente das demais espécies, cujos montes de terra estão sobre a panela de fungo. É menos agressiva que as outras, mas suas operárias trabalham mesmo com o tempo fechado e temperatura baixa.

Formigas saúvas (Atta capiguara e Atta bisphaerica)

As formigas cortadeiras são impor tantes pragas da cana-de-açúcar, visto que cortam grande quantidade de folhas, causando a diminuição da massa verde e chegando a matar a touceira. Esses insetos possuem co lônias divididas em castas no subso lo. As castas são as seguintes: rainha, responsável pela organização e re produção da colônia; operárias, fa zem todo o trabalho de corte e trans porte de folhas, além da limpeza do ninho; jardineiras são operárias me nores, responsáveis pelo cultivo do fungo que vai alimentar toda a colô nia e soldados que são mais robustos e fazem a defesa da colônia.

Formiga quenquém (Acromyrmex sp.)

A formiga quenquém forma ninho pequeno, com população menor que as saúvas, porém são importan tes pragas das pastagens, principal mente a espécie Acromyrmex lan dolti balzani, “formiga de raspa” ou “formiga boca de capim”. Estas for

36 migas formam grandes quantidades de formigueiros isolados e chegam a raspar o solo das pastagens.

A dosagem recomendada é de 10 g de iscas/m2 de sauveiro, sendo acon selhável a aplicação em época seca, de preferência com o solo seco.

Deve-se levar em conta algumas re comendações:

Controle Iscas granuladas As iscas granuladas são a base de ba gaço de laranja, impregnado com o inseticida sulfluramida. Esse insetici da tem ação letal sobre as jardineiras e operárias, matando o formigueiro de forma lenta, mas eficaz.

• Para quenquém, pode-se utilizar iscas atrativas, idem a saúvas.

• Para saúva parda, se a quantidade de sauveiros for maior que 13 por hectare, é importante fazer ara ção e gradagem (reforma do pas to), mantendo o terreno limpo de vegetais durante 120 dias.

• Não aplicar iscas granuladas den tro do olheiro, pois as formigas vão retirá-las, perdendo-se o efei to.

O termonebulizador deve ser ope rado corretamente para que possa apresentar bons resultados. Após li gar o motor, deve-se esperar esquen tar o queimador, colocar a ponta do cano aplicador na entrada do lheiro e abrir a torneira dosadora do formi cida, fechando-a assim que começar a sair uma fumaça branca e densa. A torneira deve ser aberta e fechada sempre que houver diminuição da densidade da fumaça. Todos os olhei ros que saírem fumaça devem ser tapados, até que todo o formigueiro seja aplicado, sendo que o olheiro de aplicação deve ser tapado após a re tirada do cano de aplicação. O termo nebuizador deve ser trocado de lugar no caso de algum olheiro não emitir Osfumaça.inseticidas mais usados são clor pirifós e fenitrotiom. Pós secos Existem no mercado inseticidas em pó finíssimo que podem ser aplica dos com uma polvilhadeira manual. Um dos produtos mais aplicados é a Estadeltametrina.técnica não deve ser utilizada em formigueiros grandes. Controle biológico As formigas cortadeiras possuem ini migos naturais, tais como mosquitos da família Phoridae, que parasitam as formigas na entrada ou saída do Alémformigueiro.disso, os fungos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae e nematóides do gênero Steinerne ma infectam as formigas cortadei ras, porém os resultados positivos de controle só foram conseguidos até o momento em laboratório.

Para a aplicação de iscas granuladas é importante fazer uma avaliação da infestação, ou seja, o número de for migueiros existentes na área, bem como identificar se é saúva parda ou mata-pasto, pois no caso de saúva parda, o cálculo do tamanho da área do formigueiro é diferente. Enquanto para as outras saúvas o cálculo é fei to medindo-se a maior largura pelo maior comprimento do murundum, através de passadas largas de apro ximadamente 1 metro, para a saúva parda a área é calculada medindo -se o maior comprimento pela maior largura do retângulo formado pelo monte de terra solta, mais a área de montículos menores e seus olheiros. As iscas formicidas deverão ser colo cadas nesta área.

• Para saúva mata-pasto deve-se usar 20% menos de inseticida

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• Não manusear as iscas com a mão nua, pois além do risco de conta minação do aplicador, o cheio hu mano impede de a saúva carregar as iscas.

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Termonebulização A termonebulização é um método mais rápido, porém com alguns in convenientes, tais como a degrada ção do inseticida devido a alta tem peratura e problemas mecânicos com o aparelho, além de ser neces sário localizar cada olheiro.

As principais vantagens da termo nebulização são: rapidez, pode ser utilizada em qualquer época do ano, em qualquer tipo de terreno, consu mir pouco formicida por formigueiro, não ser necessária a medição do for migueiro e especialmente indicada para locais com grandes quantida des de formigueiro.

Por Dra. Patricia Elias Haddad Bióloga Itatijuca Biotech e Instituto Biológico

Hifa de Trichoderma (seta verde) enovelada sobre hifa de Rhizocto nia solani (seta vermelha) no início do processo de parasitismo.

Dessa forma, é como se Trichoderma funcionasse como um tipo de “vaci na” contra diversos tipos de fitopató genos, pois no momento da infecção

TRICHODERMAUSAR?

T richoderma é um fungo que existe há mais de 100 milhões de anos, porém só se tornou alvo do in teresse científico no final dos anos 70. Durante a segunda guerra mundial, notaram que o algodão das tendas e roupas dos soldados estava sendo deteriorado por um fungo verde que foi coletado e estudado, recebendo o nome de Trichoderma viride. Mais tarde foi descoberta a excepcional capacidade de produção de enzimas celulolíticas, e então Trichoderma passou a ser utilizado na indústria de Muitoenzimas.tempo depois as demais habi lidades de Trichoderma foram reve ladas e esse fungo passou a ser em pregado na agricultura. Inicialmente era utilizado somente como fungi cida biológico pois eles conseguem parasitar outros fungos e exercer um excelente controle de doenças. Hoje sabe-se que Trichoderma pode ofer tar outras melhorias para diversas culturas de interesse econômico. Dentre os principais benefícios que Trichoderma pode trazer para plan tas estão o biocontrole de diversas doenças de solo e parte aérea, a pro moção de crescimento e a indução de resistência contra diversos pató Nogenos.biocontrole de doenças Tricho derma têm demonstrado excelente atividade contra mofo branco, podri dão radicular, requeima e algumas nematoses. É um fungo que apre senta diversos mecanismos de ação contra os fitopatógenos. Pode agir de forma direta parasitando e ma tando outros fungos ou suprimindo o desenvolvimento dos microrganis mos prejudiciais por competir por es paço e nutrientes presentes no meio ambiente. Além disso, pode produzir e liberar mais de 100 tipos de com postos que podem ser tóxicos para os patógenos e nematoides do solo.

Outra forma de controle que é bas tante relatada é a indução de resis tência que esse fungo pode causar nas plantas. Trichoderma consegue se comunicar com as plantas pelo sistema radicular. Após colonizar as raízes, planta e fungo começam a se relacionar de forma a se ajudarem Quandomutuamente.acolonização ocorre o fun go adentra pelas camadas das raízes crescendo internamente até certo ponto e essa invasão sinaliza para a planta a presença de um “intruso”. Com esse aviso a planta começa a liberar muitos compostos que vão ajudá-la a se proteger de ataques de agentes causadores de doenças.

38 Tecnobio POR QUE

Sistema radicular de cana-de-açúcar sem microrganismos inoculados (A), inoculado com o nematoide Meloidogyne javanica (B), e inoculado com M. javanica e tratada com Trichoderma (C).

tos químicos, fato que as torna muito funcionais para aplicação no mane jo integrado. Enquanto outras, tem potencial para degradar compostos xenobióticos do solo, fazendo um trabalho de bioregeneração onde é possível recuperar o solo danificado. Portanto, quando aplicado na do sagem correta, a utilização de Tri choderma pode colaborar para um cultivo mais sadio, produtivo e sus tentável, podendo ser utilizado den tro do manejo integrado de diversas culturas aumentando a produtivida de, diminuindo o uso de fertilizantes e outros insumos químicos, reduzin do a população de patógenos de solo e nematoides, e tornando a planta mais resistente aos estresses bióticos e abióticos.

39Tecnobio a planta estará com suas defesas ati vadas para combater os invasores, di minuindo os prejuízos do ataque. Na indução de resistência toda a planta é afetada, ou seja, a inocula ção de Trichoderma é via radicular, porém observa-se resistência tam bém para os patógenos da parte aérea, onde é obtida uma proteção completa que possibilita a diminui ção dos sintomas de qualquer tipo de patógeno ou praga. Além de cooperar para controlar as doenças e pragas, Trichoderma tem se revelado um ótimo promotor de crescimento de várias culturas agrí colas. Quando o fungo se associa com a planta ele pode aumentar o sistema radicular fazendo com que a absorção de água e nutrientes de solo seja mais eficiente, refletindo em aumento da parte aérea que por sua vez favorece a produtividade. Além disso, o uso de Trichoderma também aumenta a quantidade de pelos radiculares e raízes laterais, fa vorecendo um maior alcance para a planta utilizar os elementos do solo para seu crescimento.

Diversos estudos têm demonstrado que algumas linhagens de Trichoder ma podem solubilizar e disponibili zar muitos nutrientes do solo como fosfato de rocha, ferro, zinco, man ganês para as plantas, contribuindo para o crescimento principalmente em solo mais pobres, onde a condi ção nutricional pode ser limitante para a cultura. Outra vantagem do uso de Tricho derma é que muitas linhagens apre sentam compatibilidade com produ

O manejo biológico é realidade em 100% das nossas áreas, com resulta dos comprovados de eficiência, seja na atuação preventiva e no controle de pragas e doenças, como também na renovação da biota do solo, tra zendo benefícios de solubilização e melhor absorção de nutrientes, as sim como estímulo de produção de hormônios fundamentais para o de senvolvimento do canavial. Nesta sa fra, a aplicação de produtos biológi cos nas nossas áreas, variando com a necessidade, será equivalente a mais de 1 milhão de hectares tratados com bioinsumos. Pragas e doenças A BP Bunge adota o controle de ne matoides em sua totalidade com bioinsumos, não sendo necessário a complementação de produtos quí micos, garantindo eficiência similar ou até superior em alguns casos.

40 MANEJO BIOLÓGICO ACELERA

DESENVOLVIMENTO E REDUZ PERDAS NO CANAVIAL

Tecnobio

A BP Bunge Bioenergia, empresa formada pela joint venture das operações de açúcar e etanol da BP e da Bunge, tem projetos em curso para ampliar a aplicação de biológi cos nos canaviais, em larga escala. As ações auxiliam a planta a atingir seu máximo potencial genético, dimi nuem riscos de perdas e garantem altas produções.

Para a cigarrinha-das-raízes (Maha narva spp.), utilizamos o fungo Me tarhizium anisopliae nas áreas onde temos a infestação da praga. Acredi tamos que, em um curto espaço de tempo, a concentração desse fungo no solo, resultado das sucessivas apli cações, permitirá o controle da praga somente com essa ação. Além do controle das cigarrinhas, esse fungo vem mostrando redução dos ovos da broca-da-cana (Diatraea saccharalis) e broca-gigante (Telchin licus) e está colonizando as cochoni Shutterstock

Por Thiago de Paula e Silva Gerente Fitotecnia Corporativo na BP Bunge Bioenergia

Cigarrinha

maneira mais eficiente, garantin do que a área permaneça com uma infestação baixa, dentro dos níveis aceitáveis. Para essa próxima safra, iremos validar a utilização de Tetras tichus howardi como alternativa para a aplicação de C. flavipes Com relação ao controle de Sphe nophorus levis, atualmente utiliza mos a Beauveria bassiana em todas as áreas com a presença da praga.

41Tecnobio lhas-das-bainhas, que vêm aumen tando gradativamente em algumas variedades em determinado período do ano. O fungo Cordyceps (=Isaria) fumosorosea tem mostrado resulta dos satisfatórios para o controle das cigarrinhas, além de ter excelente atuação de controle em broca-da-ca Parana. a broca-da-cana, além de todos os benefícios indiretos já citados, fa zemos a liberação de Cotesia flavipes via drone em 100% de nossas áreas. A distribuição aérea, que obedece a um planejamento georreferenciado para a melhor eficiência de localiza ção, garante resultados adequados para o bom manejo. Um deles é a redução do tempo de distribuição do agente biológico, que pode variar de 15% a 20% em relação ao sistema Amanual.liberação de C. flavipes é feita de forma complementar à aplicação de inseticidas, para que consiga contro lar os possíveis escapes que possam vir a ter da aplicação do defensivo, visto que um percentual da infes tação presente em campo pode ter uma diferença de momento do ciclo biológico, e, com esse manejo, con seguimos fazer um controle de uma

Essa aplicação é feita no período de maior ocorrência de adultos, que normalmente fica dentro do período úmido na região Centro Sul. Ainda com atuação biológica nessa praga, infectada por Metarhizium Cochonilha infectada por Metarhizium

Liberação de Cotesia flavipes via drone

42 Tecnobio nos últimos dois anos estamos utili zando nematoides entomopatogêni cos (Heterorhabditis bacteriophora), que neste caso é benéfico e vem tra zendo bons resultados com redução de população da praga. É importante ressaltar, que para a me lhor eficiência de controle dessa praga e redução da população logo no início de instalação da cultura, o principal manejo é feito no preparo de solo, atra vés de eliminador de soqueira, para realmente erradicar todas as formas biológicas que estavam presentes na cultura anterior, além dos manejos no sulco de plantio e na soqueira, dentro de um manejo integrado, para garan tir um controle satisfatório. Outra praga de extrema relevância é Migdolus fryanus, que tem presença regionalizada em algumas de nossas usinas. É uma praga de difícil con trole, e, por isso, demanda diferentes estratégias de manejo. Nesses locais, fazemos a coleta massal da praga no período da revoada, que consiste em instalar armadilhas com feromônio ao redor dos talhões que tem a presença da praga, visando retirar os machos da área, reduzindo a cópula e, conse quentemente, uma menor quantida de de ovos e larvas em campo.

Para chegarmos nesse modelo atu al, foram necessários alguns estudos prévios, como conhecer exatamente o hábito da praga, analisando qual o período para instalação, horário de saída do solo, caminhamento, entre outros, e não só estar ligado ao ciclo biológico. Assim como nas demais pragas, é importante ressaltar que essa é uma parte do manejo como um todo, não podendo deixar de fa zer a barreira química no preparo de solo, além de intervenções no sulco de plantio e na soqueira. Um dos nossos grandes êxitos está no controle da broca-gigante, resul

parasitado

43Tecnobio tado de um conjunto de práticas, desde o preparo de solo, plantio e tra tos culturais. O nosso maior foco hoje é com relação à redução da popula ção de adultos. Atrelado ao processo, notamos que o uso do M. anisopliae, o mesmo fungo para controle da ci garrinha-das-raízes, atua indireta mente pela infecção de ovos de bro ca-gigante. Nutrição Com relação aos demais microrga nismos voltados para nutrição, des taque para a fixação biológica de nitrogênio e a solubilização de al guns nutrientes, além da ativação de alguns hormônios. Esses recursos promovem o crescimento das raízes, tornando as plantas mais resistentes e trazendo benefícios como melhor absorção de nutrientes e água, le vando para um melhor aumento de produtividade, e reduzindo a depen dência de adubações minerais, visto que conseguem otimizar melhor os nutrientes já existentes no solo. Além de alguns produtos que es tamos aplicando para outros fins, como os bioinsumos para controle de nematoides que indiretamente tem atuação em alguns dos fato res mencionados anteriormente, no sulco de plantio em 100% de nossas áreas usamos o Nitrospirillum ama zonense e, em 100% de nossa área de tratos, fazemos a aplicação do Azos pirillum brasilense, ambos voltados para a fixação biológica de nitrogê nio, com foco em reduzir as doses de aplicação desse nutriente de forma Jámineral.estamos com inúmeros trabalhos a campo com outros bioinsumos para capturar o fósforo que temos disponível em nossos solos, fazendo com que possamos diminuir tam bém a adubação mineral deste nu triente, otimizando melhor os recur sos que temos em nossos solos. De forma geral o manejo biológico deixou de ser complementar e se tornou essencial para o manejo da cana-de-açúcar. Temos bioprodutos capazes de substituir o manejo quí mico com eficiência similar ou até superior, e outros que, em breve, irão dispensar qualquer outro tratamen to, pela inoculação e reativação de microrganismos de solo. No processo diário de evolução na gestão do cam po, é essencial melhorar a produti vidade e a qualidade, promovendo economia de recursos financeiros e ambientais. Liberação de Cotesia flavipes via drone Armadilha de feromônio para migdolus Machos de Migdolus fryanus coletados em ar madilha de feromônio

Ovos de broca-gigante parcialmente parasita dos por Metarhizium anisopliae

rorhabditis bacteriophora

Sphenophorus levis por Hete

CONTROLE

44 Empresa UMA REVOLUÇÃO NO

Por Dr. Alexandre de Sene Pinto Sócio e Consultor em Manejo Inteligente de Pragas da Occasio, Piracicaba, SP A cana-de-açúcar é uma das culturas mais importantes do Brasil e um or gulho para os brasileiros, pela alta tec nologia que desenvolve e usa. Isso é necessário, pois a cultura sofre com as intempéries ambientais, com os solos mais fracos e pobres e com os proble mas Dentrefitossanitários.osproblemas fitossanitários estão o ataque de diversas pragas e os surtos de diversas doenças. A bro ca-da-cana, Diatraea saccharalis e D. impersonatella, é a principal praga da parta aérea da cultura e os nematoides dos gêneros Pratylenchus e Meloidoy ne estão entre as pragas importantes do solo. Ambas as pragas derrubam a produtividade dos canaviais de forma silenciosa, uma “comendo” por cima e as outras por baixo. A queda na produtividade causada pela broca gira em torno de 1% para cada 0,7% de índice de intensidade de infestação ou quando 5.000 lagar tas grandes se alimentam dos col mos por um mês. Para os nematoi des são necessários 25-90 juvenis ou adultos de Meloidogyne ou 250-1.000 de Pratylenchus por 50 g de raízes para se perder, mais ou menos, 1% na produtividade em cana-planta - soca (valores estimados). Não se pode brincar com essas pragas! São muitas as opções para o contro le das lagartas de primeiros instares da broca-da-cana, mas são poucas as opções ovicidas. Segundo Paulo S. M. Botelho, os ovos da broca-da-ca Shutterstock

DAS PRAGAS DOS CANAVIAIS!

45Empresa na são o fator-chave de crescimento populacional dessa espécie, ou seja, se essa fase for afetada a praga tem dificuldade de se restabelecer no ca navial durante a safra. É uma opção muito Recentemente,importante.aCorteva

lançou um produto novo no mercado, o Revo lux, que tem como princípios ativos metoxifenozida e espinetoram, um inseticida fisiológico e uma espinosi na. O Revolux, além da comum ação larvicida dos demais inseticidas, tem ação ovicida, o que amplia a sua efi cácia e período de ação em campo. Nos nossos testes em campo, o Revo lux vem se destacando e ganhando espaço entre os chamados “produtos de elite” ou “classe A” para o controle da broca-da-cana, até então domi nados pelas diamidas. E surge como uma opção para a rotação de grupos químicos com os demais produtos já Noutilizados.contexto de Manejo Integrado de Pragas, o Revolux é uma ótima opção, Período de ação de inseticidas no controle da broca-da-cana. Indiara, GO, pulverização em 05/01/2021.

22,01,51,00,50,0,5 14 28 )(fInestaçãonotopodocolmo% Dias pós a aplicação B bassiana ESALQ PL63 (500) Clorantraniliproli Flubendiamida (100) I. fumosorosea ESALQ1296 (500) Metoxifenozida + espinetoram (200) Testemunha Be au ve r i a iD fl ubenzurom 49 63 70 Diflubenzurom (50) Metoxifenozida + espinetoram (150) Triflumurom (80) lililCorantranproe Tr ifl mormuu I s a r i a ublFendiamida R e v o l u x 15 0 R e v o l u x 20 0 Shutterstock

Produtividade média de canaviais tratados com diferentes produtos. Paranacity, PR, plantio em 13/08/ 2021.

39,3 Testemunha P r o du � v i dad e ( t / ha ) 53,8 55,8

46 Empresa pois é muito seletivo para Cotesia fla vipes e Trichogramma galloi, ambas liberadas para o controle da broca -da-cana. Também é seletivo para os fungos e bactérias utilizadas nos canaviais para o controle de nema toides, de patógenos fitopatogênicos e de pragas e como bioestimulantes ou disponibilizadores de nutrientes. E é seletivo para os predadores de ocorrência natural no campo, como os crisopídeos da espécie Chrysoper la externa Os nematoides fitopatogênicos eram controlados, até 2021, predominan temente por nematicidas químicos, mas em 2022 os bionematicidas su peraram eles em área tratada. A Cor teva, conectada com as inovações do setor, está lançando um bionematici da a base da bactéria Bacillus amylo liquefaciens para a cana-de-açúcar, o Inlayon Eco. Nos nossos ensaios, o Inlayon Eco tem mostrado bom controle de ne matoides e tem contribuído para o aumento de produtividade dos cana viais, em todo o Brasil. Por enquanto esse produto tem sido usado para o controle de nematoi des, mas certamente outras ações secundárias serão exploradas em breve, talvez tão importantes como a função Particularmente,principal. tenho observado eficácia muito alta no controle de Meloidogyne e alta para Pratylen chus, com reflexos no desenvolvi mento das plantas e na produtivida de da cultura. Em minhas consultorias, tenho indi cado Bacillus amyloliquefaciens para o controle da maioria dos patógenos que causam doenças nas plantas de soja e de outras culturas. Na cana-de -açúcar, também tem ação contra as doenças de solo, como bioestimu lante e disponibilizadora de nutrien tes para as plantas. E provavelmente terá ação contra as ferrugens dessa Ocultura.setor canavieiro vem passando por muitas mudanças e o lançamento de novos produtos, químicos de baixo impacto ambiental e biológicos mul tiusos, é uma enorme contribuição para o agricultor.

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