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Inclusão e perseverança > Educação

INCLUSÃO E PERSEVERANÇA

ALUNOS CEGOS OU COM BAIXA VISÃO TÊM DORINA NOWILL COMO EXEMPLO

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Ativista conseguiu aprovar uma lei que permitiu a integração de estudantes com deficiência visual em classes regulares

Cerca de 89 mil livros foram produzidos em formatos como áudio, digital acessível, fonte ampliada e braile

Vencer na vida sempre foi sinônimo de resistência para a educadora Dorina Gouvêa Nowill (19192010). Em uma época em que a inclusão não estava no centro dos debates, a ativista paulistana abriu caminhos para os direitos das pessoas cegas ou com baixa visão no Brasil.

Assim nasceu a Fundação para o Livro do Cego no Brasil. Atualmente, a organização leva o nome da sua fundadora. De acordo com Dorina, era impossível pensar em educação para pessoas cegas sem dar esse primeiro passo. Na década de 1940, quando a Fundação foi criada, livros, placas, cardápios e catálogos de estabelecimentos comerciais não contavam com nenhum tipo de acessibilidade.

“Ela sentiu na pele a dificuldade de estudar sem livros em braille. O propósito de Dorina era priorizar a produção e distribuição de livros acessíveis. De tal forma que o direito à educação fosse assegurado às crianças cegas”, afirma Regina Lopes, assistente social da área de Serviços de Apoio à Inclusão da Fundação Dorina Nowill.

De acordo com Regina, as ações mobilizadas pela ativista foram precursoras no Brasil do que hoje conhecemos como educação inclusiva. Em 1953, através de sua atuação junto a Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo, Dorina conseguiu aprovar uma lei que permitiu a integração de estudantes com deficiência visual em classes regulares.

A aprovação de leis de inclusão e a disseminação do termo capacitismo foram acendendo alertas importantes para a sociedade. No entanto, muito antes desse movimento, Dorina conduzia ações para que esses debates não fossem necessários. Afinal, para ela as pessoas com deficiência não deveriam precisar de tais leis.

Dorina não desconsiderava a necessidade de preparar empresas, instituições de ensino e professores para receber adequadamente pessoas com deficiência visual.

“Embora ainda tenhamos muito para avançar no que se refere às tecnologias assistivas e à acessibilidade, a maior barreira é o preconceito. Um dos maiores legados de Dorina foi assumir, com protagonismo, o papel de educadora, administradora, ativista, voluntária, filantropa, esposa, mãe e avó”, conclui Regina.

Cerca de 89 mil livros foram produzidos e distribuídos gratuitamente em formatos diversos, como, por exemplo, áudio, digital acessível, fonte ampliada e braille. E mais de 7 mil educadores brasileiros foram impactados por palestras e cursos de especialização em educação inclusiva.

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