Caderno Especial 2640

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Cidade abençoada entre planos e planaltos Minha querida cidade, moldada com planos e planaltos. Atraiu e encantou os primeiros povoadores, que ficaram deslumbrados pelas riquezas de café. E foi a base econômica do desenvolvimento da nossa cidade. Faz divisa com Minas Gerais, aonde herdamos vários costumes, entre elas as congadas e folia de reis... Mineiras eram as reuniões, regadas a leite e café, queijo, bolachas de nata, doces secos... E também a interjeição “uai” que faz parte até hoje do nosso cotidiano. Nossa cidade recebeu de braços abertos os primeiros desbravadores e imigrantes que vieram tentar a vida, e fazer a nossa história. Um povo religioso que não mediu esforços para as construções de nossas igrejas, fazendo quermesses e doações. Foi graças a estes esforços que podemos dizer que temos o maior orgulho de nossa cidade, e que manteve suas tradições e culturas. A nossa catedral com seus vitrais lindos, e sua arquitetura exuberante que nos deixa encantados. A gruta “Nossa Senhora de Lourdes”, que teve a sua inauguração no dia 18 de maio de 1918... Que lugar abençoado e quantos milagres foram realizados naquele lugar. E o nosso Recanto Euclidiano, lá podemos reviver a história do nosso escritor e engenheiro, que enquanto trabalhava na construção da ponte deu continuidade ao seu livro mundialmente conhecido, “Os Sertões”. Nossa cidade deixou saudade até para o escritor, que em um trecho de uma de suas cartas a Francisco Escobar escreveu “Que saudades do meu escritório de zinco e sarrafos da margem do Rio Pardo! Creio que se persistir nesta agitação estéril não produzirei mais nada de duradouro”. Não foi só uma ponte que Euclides da Cunha nos deixou, foi toda uma história

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O antigo Mercado Municipal hoje é Mercado Cultural

cultural importantíssima para o nosso desenvolvimento. Fomos também presenteados com um rio, que nasce numa grota, na Serra do Cervo em Ipuiúna a 70 quilômetros de Poços de Caldas, banhando 12 cidades mineiras e 38 paulistas. Um rio que dá vida, irriga plantações, sacia a sede da nossa população, e que atrai pescadores às suas margens. Um rio que corre e passa levando o suor dos trabalhadores, odores das matas, e que no passado foi usado por lavadeiras, que enquanto cantavam, batiam suas roupas nas pedras... Falar da nossa ilha São Pedro é um orgulho para nós, rio-pardenses, com seus cantos e encantos. Um lugar privilegiado com uma natureza bela e farta... Uma dádiva de Deus... Contemplo o Cristo Redentor que é considerado um dos pontos turísticos mais bonitos de nossa cidade. Sempre de braços abertos, acolhendo o nosso povo, e todos que nos visitam... A vista panorâmica é de tirar o fôlego. Na capelinha se pode orar e pedir bênçãos. Nas tardes de domingo, se pode aproveitar o sossego da Praça VX, ouvindo a bandinha no Coreto, apreciar a figueira centenária, as estátuas de mármore que vieram da Itália, para embelezar o nosso jardim. A praça recebe um grande público, em grandes eventos, principalmente na Semana Euclidiana e no carnaval. O Mercado Municipal, que hoje não tem mais as bancas de verduras, a conversa

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O Mercado Municipal recebia dezenas de vendedores de frutas e verduras

animada dos vendedores, as dezenas de carrocinhas de produtores de sítios e fazendas que de madrugada enchiam a praça. Hoje o prédio abriga uma instituição cultural, com diversas apresentações teatrais e musicais. Temos também os museus e a biblioteca, que se destacam por ter um grande centro de estudo para jovens, e que estão guardados e preservados... Graças ao ótimo trabalho dos nossos historiadores. A Nestlé, que teve sua inauguração em 2 de janeiro de 1974, a maior em área

construída no Brasil, e teve uma grande participação no desenvolvimento do nosso município. Para recepcionar os visitantes, contamos com excelentes hotéis e pousadas. Apesar do progresso, São José do Rio Pardo não perdeu suas características originais, revelando sempre uma forte identidade cultural. Estas são as razões que fazem da nossa cidade incomparável. Parabéns, São José do Rio Pardo, pelos seus 148 anos! (Carta anônima à redação de Gazeta)

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CARTA ANÔNIMA

O rio Pardo percorre 12 cidades mineiras e 38 paulistas


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Uma cidade, seus mitos e fatos PAULO HERCULANO Cada dia que passa, mais me convenço que São José é única. Não, não esperem de mim mais um texto ufanista sobre nossas virtudes provincianas, nosso peculiar passado ou nosso potencial de futuro. Digo que somos únicos porque sabemos como poucos transformar virtudes em defeitos. Outra nossa especialidade: reverenciar o passado num tom ufanista, mas sem que nos detenhamos sobre ele com o devido senso crítico. Penso mesmo que um dos problemas mais sérios e urgentes que temos a resolver é a carência de ideias inovadoras. Precisamos de intérpretes de nós mesmos, de alguém que entenda nossa identidade coletiva e com ela construa uma cidade à altura de nosso potencial. Não me perguntem capítulo, versículo e nem evangelista, mas sei que em algum lugar da Bíblia há uma parábola sobre qualquer coisa como “separar o joio do trigo”, ou algo que o valha. (Parênteses para um comentário: Cristo era um senhor contador de histórias, com o perdão do trocadilho de mau gosto! Capaz de atrair a atenção de multidões ávidas para ouvi-lo e Ele, numa sagaz compreensão da importância da palavra humana, falava de jeito simples, para pessoas simples.) Então, penso mesmo que precisamos de semeadores. De alguém que separe de nós os mitos e os fatos, aquilo que verdadeiramente “É” daquilo que nós gostaríamos que fosse, mas não é. O que sobraria de nós se nos tirassem as coisas que consideramos importantes na cidade? A propósito, o que é verdadeiramente importante na cidade? Nossa praça? Nossa raiz caipira? A curiosidade histórica de sermos berço de um livro? O cenográfico Episódio Republicano, que pelo que sei está, sozinho, se transformando em joio e deixando o status de trigo?

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Sobrou pouca coisa, é verdade. Talvez nossas memórias pessoais. Afinal, é aqui que vivemos, constituímos famílias e possivelmente ficaremos até o fim de nossos dias, que não tardam para uns e que custam a chegar para outros. Precisamos de um processo de depuração, praticamente uma coletiva terapia psicológica. Sairmos dessa crise de identidade em que nos metemos, em que não sabemos direito o que queremos, fazemos as coisas duas ou mais vezes, e insistimos em erros passados. Bom, parece que tenho pouca coisa positiva para escrever sobre nossa cidade. Mas minha visão caótica tem lá sua razão de ser e se justifica pelo fato de que todos sentimos verdadeira paixão por esse quinhão de terra a que chamamos de nossa. Por isso, nossa necessidade premente de separar o que é mito do que é fato. Julgar os fatos, esses mesmos fatos que se repetem e se revezam nas páginas dos jornais, com a equidistância necessária, deixando de lado essa paixão por cada centímetro quadrado da cidade. É possível construir um passado sobre mitos – mas o futuro se constrói sobre fatos. Então, precisamos começar a deixar os mitos de lado, reverenciá-los com a honra que merecem – mas acima de tudo dar lugar aos fatos. E os fatos são os seguintes: não dá mais para esperar. São José tem pressa para que as coisas aconteçam – e já está mais do que na hora de não deixarmos que os mitos atrapalhem, que os fatos aconteçam como devem acontecer. Vou ficando por aqui esse ano. Que todos possamos comemorar o aniversário de nossa cidade. Que sejamos protagonistas de fatos, e não deixemos que os mitos sejam maiores que nossos sonhos. (pauloherculano@ig.com.br)


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De 4 de abril de 1865 aos dias atuais,

Textos do livro “São José do Rio Pardo: história que muitos fi É possível que os índios Caiapós e Catuás tenham coabitado em nossa região, não em grande número pela escassez de caça, segundo um relato ao governador (1765), feito pelo capitão Inácio da Silva Costa, primeiro comandante do Descoberto do Rio Pardo. João Batista Blandim contou a um repórter a sua história, para o Álbum Riopardense: Esta entrevista se deu em 1917. O entrevistado tinha, então, 84 anos. Nasceu em São João Del Rei. Já casado, atraído pela fama da boa terra de São José do Rio Pardo, aqui chegou em 1866, com 34 anos, onde já estavam muitos dos seus amigos, vindos de Minas Gerais, donos de terras. No seu relato, recordou-se de casas esparsas, cobertas de sapé, no meio do mato. Morou numa delas, onde, tempos depois, ergueu-se o palacete de Antônio Ribeiro Nogueira (Nhô Ribeiro), hoje, substituído por um prédio de morada e casas comerciais, na esquina da Praça XV de novembro com a rua Marechal Floriano. Também li, que em dezembro de 1868, a pedido de Antônio Marçal Nogueira de Barros, a Câmara Capitular de São Paulo concedeu licença para se benzer, na forma do Ritual Romano, depois de cercado, o cemitério do bairro de São José do Rio Pardo, Distrito da Freguesia do Espírito Santo do Rio do Peixe. Relendo a crônica do velho Blandim e cópias do livro de tombo da igreja da Freguesia do Espírito Santo do Rio do Peixe (hoje, Divinolândia), perguntava-me: - Onde começa a história da minha cidade? Documentos antigos foram encontrados e divulgados, os arquivos remexidos, velhas crônicas relidas... O velho jornalista Paschoal Artese, na sua Resenha de 1965, batalhava para que o centenário de São José do Rio Pardo

fosse comemorado naquele ano, depois de transcrever a ata da primeira reunião de um grupo de fazendeiros, registrada em 4 de abril de 1865 no Livro de Reuniões dos Fundadores da Capela de São José, encontrado na fazenda Tubaca. Artese não foi ouvido. A historiadora Amélia Franzolin Trevisan, num dos seus artigos de Gazeta do Rio Pardo, afirmava que “as origens de nossa cidade remontam ao início do século XIX, quando por volta de 1815, o sesmeiro português, Capitão Alexandre Luís de Mello, e seu clã, vindos de Minas Gerais, instalaram-se nas terras do vale do Rio Pardo entre os afluentes: rios Fartura e do Peixe”. Depois do Capitão Melo, muitos agricultores vieram de outras províncias, principalmente da de Minas Gerais, atraídos pela fertilidade do nosso solo. Entre muitos, aqui se fixaram: Ananias Joaquim Machado, Antônio Marçal Nogueira de Barros (eleito a 10/09/1864 vereador à primeira Câmara Municipal de Caconde, com 345 votos), Cândido de Faria Moraes, Cândido de Miranda Noronha, Francisco e Custódio de Assis Nogueira, Francisco das Chagas e João Damasceno Negrão, Francisco Barbosa Sandoval, Gabriel José Nogueira, João Honório de Araújo, João José de Souza, José Teodoro Nogueira de Barros, Luciano e Raimundo Estelino Ribeiro da Silva, Luís Antônio Nogueira de Noronha, Tomás de Andrade, Venerando Ribeiro da Silva, Vicente Dias. Quando em 1858 o bispo de São Paulo, D. Antônio Joaquim de Melo, esteve na paróquia de Monte Santo, em Minas, o Capitão Francisco de Assis Nogueira o procurou, obtendo licença para mandar celebrar ofícios divinos na capela de sua fazenda Pião do Rio Pardo, sendo “possível que a primeira missa da região tenha sido celebrada no mês seguinte, isto é, em setembro de 1858.”

Coronel Antônio Marçal Nogueira de Barros, de barbas brancas, com a família

No império (forma de governo deste período relatado), a Igreja estava intimamente ligada ao Estado. A Capela, para a população, além de representar a assistência religiosa ao lugarejo, era a esperança de autonomia política, que adviria com a Freguesia. O livro encontrado na Fazenda Tubaca documenta a fundação da Capela de São José do Rio Pardo, em 4 de abril de 1865, quando alguns fazendeiros se reuniram, traçando os planos para edificar a capela, primeira etapa para a criação da futura Freguesia. Eis trechos da ata daquela primeira reunião, com ortografia atualizada: Trechos da Ata da Fundação da Capela “Futura Freguesia de São José do Rio Pardo 4 de abril de 1865 GLORIA IN EXCELSIS DEO!!! Cópia do 1º Passo que os devotos do Glorioso São José deram. - Os habitantes que circundam esta futura Freguesia concorrerão para se dar princípio a esta nova obra de Deus com uma quantia que chegue para compra de

Palacete de Antônio Ribeiro No por um prédio de morada e

2 sinos, todos os pertences para Missa, todo material para fazer-se uma Capela Mor, de cinqüenta palmos de comprido e vinte e seis de largo, com sacristia de ambos os lados, em com um alpendre em forma de rancho em lugar onde há de ser o corpo da Igreja (....) e para o andamento desta obra se fará votação para um Diretor das obras o qual ficará encarregado a todo expediente da mesma, para três Procuradores os quais terão todo cuidado e zelo em fazer arrecadações do dinheiro (....): um procurador além do Rio Pardo, um segundo além do Rio Fartura, um terceiro aquém desta e do Rio Pardo (....) Passando-se a fazer a votação já mencionada saíram com a maioria de votos os cidadãos seguintes: Antônio Marçal Nogueira de Barros para o cargo de Diretor; suplente do mesmo José Teodoro de Noronha; para procurador Francisco de Assis Nogueira e para suplente do mesmo Raimundo Estelino Ribeiro da Silva, segundo procurador Luciano Ribeiro da Silva, terceiro João Damasceno Negrão, quarto Ananias Joaquim Machado dando-se por findo assina-se diante desta cada um lançará sua cota. NOVA FREGUESIA DE SÃO JOSÉ DO RIO PARDO, 4 de abril de 1865.(....)”


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, uma história feita com muitas mãos

izeram”, do professor e historiador Rodolpho José Del Guerra FOTOS: “SÃO JOSÉ DO RIO PARDO: HISTÓRIA QUE MUITOS FIZERAM”

ogueira, hoje, substituído e casas comerciais

A Casa da Câmara e Cadeia, inaugurada quando se instalou a Vila, em 08/05/1886

Era preciso um patrimônio para a Capela. “O primeiro alqueire já fora doado por João José de Souza, em 6 de fevereiro de 1865, com título passado na Fazenda da Laje. As outras doações foram de Cândido Faria Moraes, três alqueires, com título passado na Fazenda da Cachoeira da Boa Vista, em 17 de junho; Antônio Marçal Nogueira de Barros, três alqueires, com título passado na Fazenda Becerábia; José Teodoro Nogueira de Noronha, quatro alqueires, com título passado em São José do Rio Pardo e Cândido de Miranda Noronha, um alqueire, com título passado em São José do Rio Pardo. Os três últimos títulos foram passados em 19 de junho de 1865.” As prendas doadas pelos moradores do bairro de São José, para a construção, foram leiloadas sob a grande figueira, perto da futura Capela (hoje árvore-monumento, na Praça XV de Novembro). No início de 1872, com o término da Capela, o procurador de São José do Rio Pardo, Antônio Marçal Nogueira de Barros, solicitou a bênção da mesma, ao Bispo de São Paulo: (....) a fim de que aí possa celebrar-se missa no dia 19 de março, não por ser dia daquele santo, como ainda por atender à urgente necessidade de ministrar sacramentos aos moradores, quinhentos mais ou menos.(....)” O pedido não foi atendido por não estarem concluídos os Registros do Patrimônio da Capela. O processo foi refeito rapidamente e enviado à Câmara Episcopal de São Paulo. Mais uma vez foi rejeitado, por estar incompleto. Finalmente em 30 de maio de 1873, o Vigário Capitular do Bispado de São Paulo assinou documento autorizando bênção e celebração da missa e dos demais ofícios divinos na Capela de São José do Rio Pardo, filial da Matriz do Espírito Santo do Rio do Peixe. A primeira missa só foi celebrada em 19/03/1874. E o bairro de São José do Rio Pardo, subordinado à Vila de Caconde, passou pelos estágios: 1º) Capela com patrimônio, 2º) Capela Curada, em 30/10/1875, que se desligou da Matriz do Espírito Santo do Rio do Peixe, quando foi nomeado um capelão (cura) para os ofícios religiosos. Os primeiros sacerdotes foram: Padre João da Fonseca de Melo (1876-1878), Padre Gaudêncio Ferreira Pinto (18791880) e D.Antonio Sanches de Lemos, vigário de Caconde, que substituía os curas nas suas ausências. A Capela Curada de São José foi elevada à categoria de Freguesia em 14 de abril de 1880, pela Lei nº 70, da Assembléia Provincial. São José do Rio Pardo, desanexou-se da Vila de Caconde, passando à de Casa Branca, constituindo-se em Paróquia, confirmada pelo Bispo de São Paulo, em 1º de fevereiro de 1881. A primeira missa paroquial foi oficiada pelo Padre Antônio Sanches de Lemos. Em maio de 1881, tomou posse o vigário Padre José Cantan Lisa, seguido pelos padres: Antônio de Freitas Novaes, Joaquim Thomaz Ancassuerd e, encerrando o século, o Padre José Thomaz Ancassuerd. O próximo passo dos rio-pardenses seria a autonomia municipal: elevar a Freguesia a Vila. Por este objetivo lutavam todos. Em São Paulo, o Dr.Antônio Cândido Rodrigues não media esforços. Pela Lei nº 49, de 20 de março de 1885, a Freguesia foi elevada à categoria de Vila, vinte anos depois daquela primeira reunião dos fundadores. Mas outra lei determinava que sem o edifício da Casa

de Câmara e Cadeia, construído às expensas dos respectivos povos, a Vila não poderia ser instalada. Os rio-pardenses se mobilizaram, conseguindo dezessete conto de réis (17:000$000), construindo rapidamente o belo edifício numa esquina na Praça Matriz. No ano seguinte, aos 8 de maio de 1886, a Vila foi instalada. Diante do presidente da Câmara de Casa Branca, os sete primeiros vereadores eleitos da nova Vila juraram bem desempenhar suas funções e sustentar a felicidade pública. Primeiros Vereadores da recém-instalada Vila: Capitão Antônio Corrêa de Souza, Coronel Antônio Marçal Nogueira de Barros, Alfrres Joaquim Gonçalves dos Santos, José Ezequiel de Souza, Luís Carlos de Melo, Capitão Saturnino Frauzino Barbosa e Capitão Vicente Alves de Araújo Dias. Por maioria de votos foram eleitos o Presidente e o Vice-Presidente da nova Câmara, respectivamente, Antônio Marçal Nogueira de Barros e Joaquim Gonçalves dos Santos. Antes da Capela, já existia um quadro rural formado. Senhores, os aristocratas rurais, os coronéis, donos da vila sóciopolítico-enconômica da Vila, conviviam com os escravos. Com o movimento abolicionista e a decadência da mão-de-obra escrava, novos personagens aqui aportaram, trazendo um novo calor de vida à cidade: os imigrantes, que trabalharam racionalmente nos cafezais, ampliando, também, o quadro urbano. Os imigrantes desenvolveram a cidade, com um novo comércio; pequenas fábricas; oficinas de fundo de quintal; casas bancárias, de câmbio e descontos; restaurantes, pousadas... Movimentaram a vida cultural com suas sociedades, festas, escolas, concertos e sessões literárias, imprensa, manifestações políticas... Aqui residiram o português Nascimento; o francês-professor Charles Noguères, depois conhecido como Carlos Nogueira, o suíço Braghetta; muitos austríacos, japoneses e milhares de italianos. Graças ao café, a base da economia brasileira, nossa vida urbana já estava formada. Em São José, o café florescia, excelente, apreciado, procurado, precisando de fácil escoamento. Foi quando um grupo de arrojados agricultores, liderados por José da Costa Machado e Souza, criou o Ramal Férreo do Rio Pardo, inaugurado em 1887, com a chegada do primeiro trem, e, no ano seguinte, transferido à Companhia Mogiana. E a vida municipal corria tranquila. Conviviam conservadores e liberais com republicanos. Estes agitavam uma nova forma de governo: a República. E chegou 1889, o ano da Proclamação da República. Um acontecimento político, ocorrido em 11 de agosto, três meses antes da Proclamação, ressoou, projetando nacionalmente a Vila de São José do Rio Pardo. O episódio teve seu prelúdio em junho, quando membros da Sociedade Italiana XX de Setembro, infiltrada de republicanos, depois de uma festa de assentamento da pedra fundamental de sua sede, saíram às ruas, cantando a Marselhesa, defrontando-se com monarquitas. Houve agressão, confusão e envio de tropas. Dois meses passados, depois de aparente paz, a contenda recomeçou. Na noite de 10 de agosto, o Hotel Brasil, do republicano Ananias Barbosa, foi atacado pela polícia, depois de uma reunião e homenagens ao pregador republicano e líder, Francisco Glicério. Na manhã seguinte, 11 de agosto de 1889, os republica-

A primeira estação ferroviária de São José do Rio Pardo

nos prenderam o sub-delegado de polícia, José Honório de Araújo, e o chefe liberal, Saturnino Barbosa. Apoderarm-se do edifício da Casa da Câmara e Cadeia, que representava a força e a lei, hasteando, a bandeira revolucionária de Júlio Ribeiro, proclamando a República, sob o som da proibida Marselhesa. O sobrado de Honório Luís Dias (hoje, demolido) transformou-se em fortaleza e sede do governo municipal. No dia seguinte, à tarde, a tropa chegada de São Paulo retomou a cidade dos republicanos. Três meses depois, 15 de novembro, uma nova forma de governo se implantava no Brasil: a república. Pela atuação incomum e única dos riopardenses no movimento republicano, o Decreto 179, de 29 de maio de 1891, elevou a Vila de São José do Rio Pardo à categoria de Cidade, com a denominação de Cidade Livre do Rio Pardo, que vigorou por apenas oito dias, pois os riopardenses, embora engrandecidos e orgulhosos, preferiram a denominação primeira e original. O Decreto 207, de 6 de junho, retificou o anterior, passando a Cidade a denominar-se, novamente, São José do Rio Pardo. A comarca de nossa Cidade se instalou em 8 de dezembro de 1892, pela Lei nº

Grande figueira, na Praça XV de Novembro

80, separando-se da de Casa Branca, tendo vida jurídica autônoma. O Dr.Eliseu Guilherme Christiano foi o primeiro Juiz de Direito da nova Comarca. “E a Casa da Câmara, abrigando os três poderes, aos poucos tornou-se pequena para o pujante município. Em suas dependências achavam-se instalados: a Câmara, a Intendência, o Fórum, a Coletoria, o corpo de guardas e duas celas para presos”. A reforma pleiteada da Casa da Câmara e Cadeia, não se realizou. A Câmara encontrou a solução para preservá-la. Adquiriu, em 1901, o terreno ao lado do seu, doando-o ao Estado para a construção do Fórum. Com o decidido apoio do Dr.Antônio Cândido Rodrigues, então Secretário da Agricultura, o edifício do Fórum e Cadeia foi inaugurado em 1902, desafogando a Casa da Câmara. Em 1968, os poderes constituídos: Legislativo, Executivo e Judiciário transferiram-se da Praça Capitão Vicente Dias para edifícios próprios, construídos na Praça dos Três Poderes. E a antiga Casa da Câmara e Cadeia, que abrigou tantos lances históricos de São José do Rio Pardo, resiste. Hoje, está preservada pelo Município, pela Lei 1.067, de 3 de outubro de 1979, que a declara de interesse histórico e cultural.


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Memórias, músicas e bordados (Continuação) Com certeza, naquele baile, nos de hoje e de antigamente, nesta e em outras cidades, aconteceram e ainda acontecem histórias iguais a essa. Para ela, foi diferente, um momento especial, e prometi registrá-lo. Confidenciou-me, muitos anos depois, que, nos momentos de reflexão, compreendera que aquelas palavras, embora sinceras, gentis e amorosas, prenunciavam insegurança, desejo de posse e dominação, sintomas perigosos de amor egoísta. Ela nada perguntou e nada exigiu. Com a ingenuidade própria da idade, sentimentalmente fragilizada, desprovida de alertas psicológicos, comportou-se, amorosamente, como ele esperava e como seu coração mandava: “faço o que você deseja porque o seu desejo é o meu”. As aulas recomeçaram e ele passou a esperá-la no final de toda manhã, encarapitado, com seus companheiros, numa romântica grade de ferro, que cercava um antigo jardim. Esperava-a sempre sorrindo e perguntava: “bom dia, meu anjo, você pensou em mim?”. Encabulada, ela baixava a cabeça e fingia que não ouvia. Sentia falta quando ele não vinha. O pedido de namoro acabou acontecendo, como sempre, num encontro que marcaram numa sessão de cinema. Ela disse que não podia. Tinha receio do pai, muito severo, e do irmão mais velho, que era uma fera. E, foi ali, naquele “escurinho”, namorando escondido, que trocaram o primeiro beijo. Com gosto de batom Tangee, na tonalidade pink queen. Ele insistia no namoro à luz do dia. Ela era medrosa e não cedia. Medo do quê, de quem, por quê? Então, ele mudou de tática. Visitou o pai da mocinha e conseguiu da autoridade paterna a permissão que tanto queria. Argumentou sobre suas

boas intenções e que pensava em casamento. Profecia naquele tempo funcionava: “O primeiro foi seu pai, o segundo, seu irmão, o terceiro foi aquele que a mocinha deu a mão”... Qual Cinderela mal despertada com o beijo do príncipe encantado, ela não percebia que, enquanto a corrente da guarda paternal se afrouxava, ela entrava, docilmente, pela porta de uma gaiola dourada, que às suas costas se fechava. Um noivo amoroso, atencioso, insistia em cobri-la de presentes e de cortejá-la como a um anjo. Apaixonado pela suave e meiga jovenzinha, ele desejava ardentemente possuí-la, projetando-a como a mulher ideal, perfeita, obediente, silenciosa, com que sempre sonhara: um verdadeiro anjo feito mulher. Ficou preso a essa imagem, por toda a vida. Não se esforçou para enxergar, compreender, compartilhar a criatura interior. Não procurou alcançar o que era autêntico e original naquela mulher, forte, determinada, mais feminina e maleável como mulher, muito superior àquela jovenzinha dócil que ele tanto admirava. A “outra” o incomodava. Perturbava-o. Intimidava-o. Preferiu ignorá-la. O tempo demonstrou que eram “personas” diferentes. Desapegado de bens materiais, era um hedonista. Solidário e cooperativo, seria um companheiro ideal para as arriscadas aventuras dos Argonautas. Alegre e participativo, faria boa figura nas festas de Dioniso. Dedicado a disputas e competições esportivas, figuraria nos pódios dos “olimpiônicos coroados”, nos jogos do templo de Zeus. Se tivessem vivido na mítica época de Homero. Mas era um aquariano, regido por Urano, vivendo desgarrado na puritana sociedade burguesa, da segunda metade do século XX. Ela era devota de Deméter. Preferia os debates do templo de Atena. Acompanhava as pegadas de Clio.

Completavam-se. Ela era racional e ele emocional. Para os filhos, ela era a mais responsável, e ele, o mais querido. Ela era a filha mais velha e pela primeira vez a família se envolvia com um casamento. Os preparativos para o enxoval começaram de imediato. A família não queria fazer feio, pois a mãe do noivo tinha fama de exigente. Foram muitos lençóis, muito brancos, ricamente bordados. Toalhas de mesa de todos os tamanhos e feitios, algumas de banquete (que nunca foram usadas). Foram muitos, muitos bordados e crochês, feitos a mão, ponto por ponto, anos a fio, por mãos femininas abençoadas. Eram peças preciosas, verdadeiras obras de arte, produzidas por mulheres prestimosas, que sobreviviam desse trabalho, nunca devidamente valorizado. Peças que tiveram um alto custo e sacrificaram os recursos da família. A maioria, no entanto, ficou guardada sem uso, numa enorme mala de madeira, por muitos anos. Sou um desses bordados encomendados e acompanho-a por todos esses anos: uma toalha de mesa muito grande, vivamente bordada com motivos de Natal. Para ela, sou um ícone. Simbolizo todos os bordados que foram feitos para o seu enxoval. Nessa toalha, havia sinos bordados. Sinos de formatos e tamanhos variados. Havia muitos sinos bimbalhando e alertando nos quatro cantos dessa toalha. Os sons dos sinos bordados confundiamse com os sons dos sinos, que badalavam na torre da igreja matriz da cidade. Ora alegres e estridentes. Ora graves e melancólicos. Pensativos, desconfiados, esperançosos, badalando, badalando, atordoando, confundindo, tumultuando... Lentamente, bordados afloravam entre agulhas, linhas e suas mãos delicadas. A princípio, mãos inseguras; depois, mais experientes; com o tempo, mãos doloridas, que não demonstravam cansaço. Resoluta, encarou esse desafio e concluiu seus bordados, que lhe serviram de alerta: precisava manter-se atenta, enxergar sempre à frente, fazer escolhas sensatas, assumir riscos moderados, porque, de repente, podia ocorrer o inesperado. Foram reflexões e trabalhos decisivos, que fizeram desaparecer sua aparência de jovem frágil e boazinha. Casaram-se. Como costumam dizer, viveram felizes por muitos, muitos anos. Não para sempre, como nos contos de fada. Brancos lençóis de linho, bordados com tanto esmero, os envolveram em noites de amor e carinho. Macias e suaves camisolas, costuradas a mão, com cambraias, cetins, rendas e delicados bordados, enredaram-se na intimidade dos seus corpos, dos seus desejos e guardaram lembranças (censuradas). Durou muito essa paixão? Perguntarão os curiosos. Provavelmente, o tempo que duraram os bordados. Casada, envolveu-se profundamente nos ritmos da vida, aspirando por quatro vezes “o cheiro acre do ferro no sangue fresco do parto”. Viveu intensamente os ciclos da sexualidade, do amor, do nascimento e criação dos filhos, da família, das amizades, da profissão, das perdas, da solidão. Com os filhos reunidos, gosta de rememorar quadros de sua vida, os alegres e os tristes. Justifica-os dizendo fiz do meu jeito, lembrando o ídolo do seu tempo, Frank Sinatra interpretando “May Way”. Como esposa e mãe, nunca deixou de atiçar o fogo da cozinha e o da alma. Amassou pães e decepções. Promoveu faxinas físicas e psíquicas. Lavou roupas, finas e grosseiras. Removeu manchas dos tecidos (e da vida), até que os bordados (e as ilusões) se desmancharam. Aprendeu a separar as coisas, a descartar o que não presta, a preservar o que tem valor. Como mulher doméstica, aprendeu a administrar, a organizar, a tomar decisões, a renovar a casa, continuamente. Compreendeu um dia que também ela precisava se renovar, repensar o que era essencial para sua vida. Aquele ciclo estava superado. Conquistou espaço e tempo para colo-

car em prática suas preferências, seus planos e projetos pessoais. Permitiu-se um mergulho transformador, com ferramentas, metas e objetivos totalmente novos: volta aos estudos, desafios profissionais, projetos arrojados, estudos especializados, muito papel, tinta, computador, impressora. Livros. Muitos livros. Leituras e releituras do mundo. Transformou-se. Recuperou energias. Desvendou sua autêntica personalidade, sua “natureza ancestral”. Ardeu de paixão, novamente. Pelo saber, pelas ideias, pelos conhecimentos, pelas palavras. Mudou o comportamento exterior da sua personalidade, sem afrouxar o comando do seu caráter. Superou obstáculos, resistências, dificuldades, discriminações, preconceitos, familiares e profissionais. Alcançou o que desejava. “Born Free”! Quando se casaram, transformações impressionantes aconteciam no mundo. Fizeram parte de uma geração que não conheceu incertezas, privações e guerras como seus antepassados. Tiveram oportunidades de estudo e de trabalho, nunca antes imaginadas. Mas tiveram que se adaptar a realidades bem diferentes. Viveram experiências de dois mundos: o mundo romântico, edênico, artesanal, estagnado, próprio da economia rural e da sociedade patriarcal, já em declínio, e o mundo industrializado, urbanizado, fervilhante de novidades, organizador de uma nova sociedade. Eles nasceram no tempo das carroças, do trem “Maria fumaça”. Hoje, deslocamse em aviões a jato, comunicam-se pela Internet, por redes mundiais de computadores. Viveram na juventude o romantismo, os devaneios e as esperanças dos “anos dourados”. Seus filhos cresceram na época “hippie”, nos “tempos da brilhantina”, defendendo ideais libertários, ideologias confusas, sofrendo efeitos da ditadura. Seus netos fazem parte do mundo globalizado, comprometido com a ecologia e com causas nobres. Estão expostos aos perigos da violência e das drogas. As mulheres cozinhavam no fogão a lenha, davam à luz pencas de filhos, viviam sob o jugo dos maridos. Hoje, dominam seus corpos, graças à invenção da “pílula”, libertaram-se da escravidão da cozinha, graças aos eletrodomésticos e aos produtos eletrônicos. Esposas e mães dirigem empresas corporativas. Tribunais superiores. Ocupam poderes máximos da República. Mulheres são maioria nas universidades e invadem o mercado de trabalho. Necessitam de praticidade. Roupas, tecidos, bordados, atitudes, antiquados e obsoletos, foram descartados. No último Natal, até notei algo diferente no ar. Não havia gritos e choros de crianças. Nada de comida derramada na mesa. Nenhuma louça quebrada. Nem mães ralhando com os filhos. Nem cachorros latindo. Não havia presentes. Ninguém tirava fotografia. Nada do alarido dos filhos e seus amigos. Nem a mãe esbaforida arrumando pratos, assados, frutas, flores e doces sobre a mesa. Não havia música, gente cantando, nem exageros de comida. Ninguém estourando champanhe e brindando com a bebida. Não havia castanhas assadas, frutas e vinhos importados, que o pai tanto gostava e que, quando vivo, não deixava faltar. Só eu, um filho, um peru solitário e mais algumas coisinhas... Ah, claro! Cobrindo a mesa, a mesma toalha bordada com motivos de Natal. Já velha, com o tecido bem puído. Chega bem tarde uma das minhas netas e diz: “Está faltando uma coisa”. O quê? Perguntei. Para mim faltam tantas! “Uma música para encerrar sua história, minha avó!”. Eu pensei bastante e sugeri “Autumn Leaves”. “Nada disso. Essa é muito triste! Você adora o Queen e o Freddy Mercury, bota logo “We Are the Champions”, que é mais vibrante, emocionante e combina mais com vocês”. Vocês, quem? Perguntei. “Ora, você e meu avô.” Nem pensei, obedeci... Então, percebi, surpreendentemente, que eu havia recuperado a minha voz!


E-7 - 16 de março de 2013

Memórias, músicas e bordados FOTOS: “SÃO JOSÉ DO RIO PARDO: HISTÓRIA QUE MUITOS FIZERAM”

CÁRMEN CECÍLIA TROVATTO MASCHIETTO Devo avisar que não venho contar nada extraordinário. Nem fazer revelações surpreendentes. Venho celebrar lembranças. Apenas registrar memórias. Resgatar o que para mim é memorável. Momentos com que me identifico e que são lembranças de um grupo e de uma época. Evoquei histórias e memórias subjetivas, que selecionei e interpretei do meu ponto de vista, muitas vezes até de forma distorcida. Tenho como motivação libertar emoções do passado, antes que o velho Cronos as devore com os filhos. Para me assessorar nessa viagem, invoquei a proteção de Mnemosine, a memória amada por Zeus, e ela enviou-me as filhas como companheiras. Inspirei-me nessas cantoras divinas, que me ajudaram a narrar com dignidade e a revelar com responsabilidade, o que para mim é indestrutível. Ao som de “Memory” e sob efeitos de bálsamos, incensos e cores, as Musas inebriaram meus sentidos, sussurraram nos meus ouvidos, impregnaram minha alma e, lentamente, deixaram sua contribuição neste relato. Providenciaram livros, ideias, artigos, canções, músicas, poesias. Remexeram as gavetas do meu quarto, os retratos amarelados, o baú de bordados. Provocaram lágrimas e gargalhadas ao relembrar os momentos felizes e os difíceis da minha vida. Reviraram pedras e cinzas do passado (até onde foi permitido) e recuperaram lembranças perdidas ou escondidas. Persuadiram-me, enfim, a me soltar, a reconciliar-me com o passado, a libertá-lo de uma vez, completamente. Aconselharam-me a revisitar momentos e lugares que vivi, porque voltando tudo fica mais claro. Assim, o passado poderá ser organizado, analisado, compreendido. Pressenti que se tratava de rara oportunidade para acabar de vez com a confusão, a inquietude e as dúvidas que ficaram pelo caminho. Finalmente, convenceram-me a começar como toda histó-

Casal no Recanto Euclidiano: retrato de uma época em que a mulher ainda aprendia a desafiar seu destino

ria. Pelo começo. Era uma vez uma época, não muito distante... Naquele tempo, princípios rígidos regulavam a vida das pessoas. A adolescência – breve momento entre a infância, nem sempre vivida plenamente, e a precoce maturidade - terminava abruptamente aos dezoito anos. Era difícil a vida das famílias. Os filhos tinham que amadurecer rapidamente. Famílias numerosas, pais severos, limitadas oportunidades de trabalho, futuro imprevisível, controles sociais implacáveis, sutis formas de discriminação. O contexto, social e familiar, pressionava os jovens, ainda muito cedo, a assumirem responsabilidades de adultos. Raramente havia possibilidade de uma mulher desenvolver a sua individualidade. Fiscalizadas, submissas, desde meninas, viviam como seres disfarçados. Dentro delas, entretanto, brilhava a luz da sua personalidade, iluminando-as, deixando rastros por onde passavam. Aos quinze anos, engessada culturalmente, começava um novo ciclo na vida de uma dessas meninas. Seu mundo era

pequeno. Uma cidade do interior. Movimentava-se entre a casa, a escola, a praça, a igreja, o cinema, o clube social. Nunca desacompanhada. Sonhava com a felicidade, talvez ultrapassar os muros da cidade, conquistar coisas que a vida ainda não lhe proporcionara, sem muita noção do que realmente desejava. Acompanho-a, desde esse tempo. Hoje, compreendo que, naquele momento, entre insuspeitadas pressões, preponderavam nos seus sonhos e no seu corpo que desabrochava impulsos e tensões próprios da idade. O ideal de menina-moça já estava mudando, mas apenas as muito corajosas desafiavam o destino que lhes fora reservado. Curiosa, acossada pelas novidades vindas de fora, imaginava que um dia viveria as maravilhas existentes do outro lado do muro. Porém, como todas as outras, “amarradas pelo tornozelo”, teria que se contentar com “ aquilo que for será... o que será, será”... Analisando de longe, avalio que foi uma jovem privilegiada, embora não percebesse. Era saudável, bem humorada, introvertida e tranquila, um pouco tímida e arredia, semblante enigmático. Era o que os outros enxergavam. No seu interior, entretanto, fervia curiosidade, percepção aguçada, perspicácia, força, resistência, criatividade, devotamento, qualidades próprias do “ser” mulher. Nasceu numa família bem constituída, com valores e princípios morais bem estruturados. Estudos e ambientes sociais adequados não lhe faltaram, proporcionados com sacrifício e muita responsabilidade pelos pais, que contavam com modestos recursos e numerosa prole para sustentar. Preparando-se para um bom desempenho como mulher, a personagem desta história seguiu cega e religiosamente o modelo cultural do seu tempo. Assim moldada e direcionada, não demorou a perceber que à sua volta existia um jogo de sedução entre moças e rapazes. Entre amigas, comentavam o comportamento dos meninos da sua idade: tímidos e desajeitados, inseguros, pouco arrojados, que mal conseguiam disfarçar a ansiedade, controlar os sentimentos, o palpitar do coração e a tremura das mãos, molhadas pela emoção de segurar, pela primeira vez, a mão quente e macia de uma menina, que já tinha ares de mulher. Observando, conversando, instintiva-

mente, as meninas nessa idade já pressentiam a força do espírito e a sabedoria próprias da mulher. Pressentiam que tinham algo a ensinar e que eles queriam aprender. Inconscientemente, totalmente desprotegidas, adentravam no novo ciclo da vida: o dos “relacionamentos compartilhados”. Enquanto a menina morria, nascia uma mulher... Ao lado das irmãs e das amigas, ela foi amadurecendo, entre os deveres da casa e os da escola, entre as missas de domingo e as voltas e voltas no ajardinado da praça, entre enlevos provocados por filmes românticos, suspirando pelos inatingíveis astros e estrelas do cinema. Com as colegas de classe, aguardava com ansiedade pelo primeiro baile, na formatura do curso ginasial. Foram noites de insônia, dias de preparação e desassossego, até a chegada daquele momento mágico. O acontecimento mais esperado pelos jovens, naquela faixa de idade. Pela primeira vez, vestindo trajes de gala, todos imaginavam testar encantos, provocar desejos, demonstrar intenções até então dissimuladas, na intimidade de corpos enlaçados, volteando pelo salão de baile. Para ela, foi uma noite inesquecível, de intensidade rara, um dos momentos fortes da sua vida. Foi ali, naquele ambiente de sonho, que, pela primeira vez, os olhos dos dois se encontraram. Ele dançava com outra. Era forte, simpático, elegante num terno preto de bom talhe. Mais velho, não fazia parte do seu grupo. Era um atleta da escola, bem conhecido. Ela usava um vestido longo, de organza cor de rosa, bem juvenil, próprio para sua idade. No intervalo de uma dança, alguém a pegou pelo braço e perguntou baixinho: dança comigo? Era “ele”. Ela gelou, perdeu a fala, as pernas bambearam, o coração disparou, ficou sem forças para responder. Ele tomou-a pela mão. Ela deixou-se levar. Dançaram. A orquestra tocava “Too Young”. Ela flutuava. Não sentia os pés no chão. Jamais experimentara tamanha sensação de calor e tantos arrepios, como ao tocar aquele corpo tão vigoroso e sentir no seu rosto o roçar daquela barba perfumada. Dançaram em silêncio. Apenas corpos em sintonia. Até que ele se afastou, fitou-a e perguntou: “Quem é você, menina linda, que mais parece um anjo? Qual é o seu nome? Aonde se esconde que só agora a conheci?”. Aquelas palavras tiveram o efeito do estrondear de um “big bang”. Estouraram na sua cabeça. Explodiram no seu coração. Bem ao longe, os dois mal conseguiam ouvir a orquestra tocando “I could have danced all night”. Anestesiados, profundamente enamorados, dançaram até a última música daquele inesquecível baile: “Tonight”. A partir daquele momento, ele passou a chamá-la de “meu anjo”. Moravam muito próximos, em ruas paralelas, mas nunca tinham se encontrado. Naquela noite em que se conheceram estavam iluminados pelos fluídos mágicos do amor. Apaixonaram-se. Terminada a dança, ele fez um pedido inesperado: “Promete que não vai dançar com mais ninguém? Você ainda será minha namorada e vou me casar com você”. Inebriada pelas sensações da dança, atordoada com a prematura declaração e inesperado pedido, nem pensou. Obedeceu. (Continua)


E-8 - 16 de março de 2013

Guia de turistas REPORTAGEM

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MÁRCIO JOSÉ LAURIA

A praça principal da pequena cidade mineira de Camanducaia se chama “Senador Francisco Escobar”. Tendo conhecido o então prefeito de lá, perguntei-lhe – mais para conferir do que para aprender – quem tinha sido o tal senador. Ele pensou um pouco e me confessou: - Sabe que eu não sei? Para não o colocar em situação constrangedora, também fiz de conta que nada sabia a respeito do dileto amigo de Euclides da Cunha, aqui em nossa cidade.

Para muitas pessoas, ávidas de viagens e de conhecimento de novas terras, soa estranho que alguém se tenha dado bem na restrita área desta cidade, quando, se quisesse, poderia haver partido em busca de maiores oportunidades de trabalho e de ascensão profissional. Conforta-me saber que não estou só nesta espécie de contentamento em percorrer caminhos conhecidos, em achar sempre novidades na mesma paisagem e nos pequenos incidentes do cotidiano, em considerar como bens indisponíveis valores mais fáceis de aqui se realizarem, como a amizade, a solidariedade, a paz interior. *** Dizem que os rio-pardenses não são lá muito bons acolhedores. Não concordo por inteiro com isso, mas entendo. É que, fundada por mineiros de Baependi e situada a menos de cinquenta quilômetros da divisa estadual, esta nossa cidade deve ter, mesmo, certa desconfiança de pessoas espalhafatosas, exibicionistas, muito senhoras de si. E sabemos, não por ouvir dizer, que um pouco de mineirice não faz mal a ninguém. A essas particularidades todas acresça-se o espírito em geral fechado do imigrante italiano e se terá a justificativa de sermos como somos. *** Não posso escrever nas proximidades do dia 19 de março sem me lembrar com muita afeição da figura ímpar da Prof.ª Amélia Trevisan, a rio-pardense honorá-

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O Recanto Euclidiano é um dos pontos turísticos mais procurados

ria que tratou os pequenos problemas da cidade com a mais adequada visão histórico-científica. Acostumada à leitura criteriosa de milhares de documentos com que lidou no Arquivo Histórico do Estado de São Paulo, Amélia Trevisan veio a São José do Rio Pardo prestar serviços junto à Casa Euclidiana e desde logo se enfronhou na História local e forneceu os elementos necessários à correta observação dos eventos históricos. Ficou sabendo, por exemplo, que a 19 de março de 1970 a cidade havia comemorado, tardiamente e com a melhor das intenções, o seu centenário de fundação. Como conciliar isso com a ata que dava 4 de abril de 1865 como o marco inicial de sua existência? Forneceu-me os argumentos que tornaram possível a aprovação de meu projeto de lei, na Câmara

Municipal, que concentrou em torno do dia 19 de março as comemorações de fundação da cidade, reconhecendo expressamente a validade histórica da ata de 4 de abril de 1865. Perguntei-lhe então o que poderia ter ocorrido a 19 de março de 1870. - Nada, documentadamente nada – resumiu ela. *** Às vezes, sem clara percepção do estrago que fazem, pessoas que juram amar a cidade acabam aceitando a triste ideia de que o bom, mesmo, é viver meio isolado do mundo, sem mexer em nada, repetindo à exaustão gestos e símbolos que se desgastaram à passagem dos anos. Tudo precisa evoluir e acompanhar os novos tempos que, queiramos ou não, chegaram e só vão para a frente, inexoráveis.

Isso de as pessoas saberem algo da história local não só evita esse tipo de vexame, como também rende bons frutos. Um dia destes eu caminhava, como de costume, pelo Recanto Euclidiano, pela área de lazer. Um grupo de visitantes via com interesse a cabana, o mausoléu, aquelas inscrições todas. Uma delas se aproximou de mim e me pediu informações a respeito de Euclides da Cunha Filho, colocado ali ao lado do pai. Dei-lhe a notícia mais sucinta possível. Outras perguntas vieram e eu respondi com a máxima brevidade. Agradecendo-me a atenção, aquele interessado visitante quis ser gentil e me disse que eu bem podia ser o guia de turistas naquele local. Só me coube responder que, infelizmente, na minha idade eu não já podia pleitear ser funcionário público municipal.


16 de março de 2013 - D-1

1ª RODADA DOS VETERANOS

Grêmio Nestlé, Mogiana e Vila Gomes vencem DOMINGÃO

Competição começa no dia 24 No próximo domingo, dia 24, terá inicio o Campeonato Domingão de Futebol, promovido pelo Departamento de Esportes e Cultura (DEC). A competição será disputada por oito (8) equipes, divididas em dois grupos. Os jogos na rodada de abertura serão realizados nos estádios do Botafogo e Associação Atlética Riopardense. No estádio da AAR vão jogar: 08h15 - Coffee the Morning x AAR;

10h00 - Ponte Preta x Escritório São Lucas. No estádio do Botafogo ocorrerá a abertura oficial, com execução do Hino Nacional. Depois disso o presidente do DEC, José Carlos Zanetti, dará o pontapé inicial da competição. Após o cerimonial vão jogar: 08h15 - Chaveiro Melo x Padaria São Francisco/Bebidas Potí; 10h00 - Botafogo x Carlos e Edgard. Este ano os jogos semifinais e finais serão realiza-

dos com partidas de ida e volta. Em caso de vitória para cada equipe, sem importar o saldo de gols, a decisão irá para os pênaltis. As equipes disputarão o certame sem custos, sendo tudo será custeado pelo DEC através da Prefeitura Municipal. Grupo A - AAR, Coffee the Morning, Ponte Preta e Escritório São Lucas. Grupo B - Chaveiro Melo, Padaria São Francisco/Bebidas Potí, Carlos e Edgard e Botafogo FC

Misto do Botafogo, campeão do ano passado, tenta chegar a quarta final consecutiva

Teve inicio sábado, dia 9, mais uma edição do Campeonato Regional de Futebol Veteranos 35 anos, este ano organizado pelo Departamento de Esportes e Cultura (DEC). A abertura oficial aconteceu no estádio do Grêmio Nestlé, onde houve a execução do Hino Nacional e depois o presidente da autarquia, José Carlos Zanetti, deu o pontapé inicial na partida. “Foi com muito esforço e dedicação a realização deste e outros campeonatos que estão por vir. A proposta do prefeito João Santurbano está sendo colocada em prática, que é de dar total apoio ao esporte rio-pardense”, disse Zanetti. Na oportunidade três jogos foram realizados na primeira rodada. No estádio do Grêmio Municipal, o

time do Vila Gomes (Grama) derrotou o Paraná (Grama) por 4 a 1, gols de João Carlos (3) e Valdir para o Vila Gomes e Nando para o Paraná. No estádio do Grêmio Nestlé o time da casa venceu a AA Divinolandense por 2 a 0, gols de Feijão e

Celso Ferreira. Em Guaxupé (MG), o time do Mogiana venceu a AA Ponte Preta por 2 a 1, gols de Zé Eduardo e Zé Roberto para o Mogiana e Lila para a Ponte Preta. Neste sábado, 16, mais três jogos serão realizados a partir das 15h15.

15h15 - AA Ponte Preta x Paraná ( Vale Redentor) 15h15 - Cruzeirinho x Grêmio Nestlé (em São João) 15h15 - AA Divinolandense x EC Mogiana (em Divinolândia)

Vila Gomes goleou o Paraná por 4 a1

Gremio Nestlé venceu a Divinolandense por 2 a 0


D-2 - 16 de março de 2013

BASQUETE

Definidos os adversários da equipe rio-pardense Na semana passada a Associação Regional de Basquetebol de Iracemápolis divulgou os adversários da equipe AAR/DEC/Rio Pardo/ABS, nas categorias sub-12, sub-14 e sub-17. Na oportunidade as equipes também conheceram a forma de disputa do Campeonato Regional, previsto para começar em abril. Na categoria sub-12, a primeira fase será disputada em formato de festival, ou seja, cada equipe jogará duas partidas em uma sede. O primeiro festival será realizado em São José do Rio Pardo no próximo dia 7 de abril, o segundo em Santa Cruz das Palmeiras e o terceiro em Mococa. Após essas fases será feita a divisão dos campeonatos em séries Ouro e Prata. Na categoria sub-14, a competição será disputada por 10 equipes e todas jogarão em turno único. Após essa fase os quatro primeiros formarão a série Ouro e os demais times a série Prata. Na categoria sub-14 estão confirmadas as seguintes equipes: Associação Esportiva Mocoquense,

Clube de Campo de Piracicaba, CCR Cristóvão Colombo/Piracicaba, Nosso Clube de Limeira, Jundiaí Clube, Liberal Americana, Prefeitura do Munícipio de Itatiba, AABI/Itapira, Prefeitura Municipal de Itupeva e AAR/DEC/Rio Pardo/ ABS. Na categoria sub-17 o campeonato será disputado por 16 equipes, divididas em 2 grupos: A e B. As equipes jogarão em turno e returno, classificandose os quatro primeiros de cada grupo para a fase seguinte. Na segunda fase acontece o cruzamento olímpico em melhor de três jogos. Grupo A: Clube de Regatas e Natação Campinas, Clube de Campo de Piracicaba, CCR Cristóvão Colombo/Piracicaba, Clube Atlético Atibaia, Jundiaí Clube, Prefeitura Municipal de Valinhos, Prefeitura Municipal de Itupeva e SESI Amoreiras/Campinas. Grupo B: Associação Esportiva Mocoquense, Sociedade Hípica de Campinas, Uniararas/SME, Liberal Americana, Prefeitura do Município de Itatiba, AABI/Itapira, Prefeitura Municipal de Paulínia e AAR/DEC/Rio Pardo/ABS.

COPA COC DE FUTSAL

Competição começou no CT da escola Teve início na última quarta-feira, dia 13, a Copa COC de Futsal, promovida pelo Departamento de Educação Física e Esportes da Escola DGG/COC. O lançamento oficial da tradicional competição foi feito no último dia 1º de março, nas dependências da própria

escola, durante o “recreio” do Ensino Fundamental e Médio. O lançamento foi marcado pelo torneio de habilidades entre estudantes, com o aluno Gustavo Afonso, do 9º ano, sagrando-se campeão. Essa será a 12ª edição da Copa COC de

Futsal, que acontecerá nas categorias sub-13 e sub-18. A competição vai prosseguir na próxima quarta e quinta-feira, com mais quatro jogos.

PRIMEIRA RODADA: Quarta-feira (13) Sub-18: Time Nine x RTFC Quinta-feira (14) Sub-13: Ponte Preta x Santos Sub-13: Corinthians x Palmeiras Sub-18: All Chitas x Nine Team PRÓXIMOS JOGOS: Quarta-feira (20) 17h20h – Time Nine x Nine Team (sub-18) Quinta-feira (21) 15h40: São Paulo x Ponte Preta (sub-13) 16h00: Santos x Palmeiras (sub-13) 16h30: All Chitas x RTFC (sub-18)

Gustavo Afonso demostrou toda sua habilidade com a bola


16 de março de 2013 - D-3

FUTSAL FEMININO

FUTSAL MASCULINO

DEC/São José faz amistoso em Campinas A equipe de futsal feminina do DEC/São José intensificou treinamentos para as competições deste ano. Neste sábado, 16, as riopardenses disputam um amistoso às 14 horas contra o EC Vila Rica (Campinas), na casa do adversário, em comemoração à reinauguração da Praça de Esportes e Lazer do Bairro Vila Rica, naquela cidade, na categoria sub-14. E neste domingo, 17, terá inicio o Campeonato Regional de Futsal Feminino 2013, organizado pela Liga Riopardense de Futsal. A equipe adulta do DEC/São José faz sua estreia diante do DEREL/Aguaí, em jogo previsto para iniciar às 10h30, no Ginásio Municipal de Espor-

tes “Mário Dário” (Russão), em Mococa. As equipes de futsal feminina do DEC estão sendo treinadas pelo assistente técnico Alexandre Luvi-

saro, uma vez que o técnico Marco Moreira ainda está afastado para se recuperar de uma cirurgia no tornozelo, devendo retorar em abril.

Taça TVD começou com três jogos Teve inicio na noite de quinta-feira, dia 14, mais uma edição da Taça TVD de Futsal Adulto Masculino, organizada pela Liga Rio-pardense de Futsal. A rodada de abertura foi realizada no Ginásio Municipal de Esportes “Tartarugão”, com os seguintes resultados: Arceburgo 1 x 1 Santa Cruz das Palmeiras; Guaxupé 3 x 2 Pirassununga; DEC/São José 0 x 2 São

Sebastião da Grama. O campeonato será disputado por equipes da região que utilizam da competição como preparação para a Taça EPTV de Futsal. As equipes participantes são as seguintes: DEC/ São José, Guaxupé, Santa Cruz das Palmeiras, Leme, São Sebastião da Grama, Arceburgo, Pirassununga e Casa Branca. A segunda rodada será

realizada terça-feira, dia 19, no Ginásio Municipal de Esportes “Juca Mendes”, em Santa Cruz das Palmeiras. Próximos jogos: Santa Cruz das Palmeiras 20h15 – Leme x Casa Branca 20h45 – DEC/São José x Pirassununga 21h15 – Santa Cruz das Palmeiras x Guaxupé

DOIS TOQUES Equipe do DEC/São José em treinamento no Ginásio do Tartaruguinha

Basquete - A equipe sub-17 masculina da AAR/DEC/RPFC/ABS fará sua estreia no Campeonato Regional de Iracemápolis na sexta-feira, dia 22, a partir das 19horas, no ginásio do Rio Pardo FC. O adversário será a equipe da AEM/Mococa. Para os técnicos Hebinho e Bruno, será “uma pedreira logo na estreia”, uma vez que a qualidade do adversário é de alto nível e está bem mais entrosado que o time rio-pardense. “Em se tratando de estreia a ansiedade pode ser um fator que ajudará a nossa equipe”, disse Hebinho de Souza. Nesta semana, a Associação Regional de Basquetebol de Iracemápolis divulgou a tabela completa da primeira fase e os festivais da equipe sub-2. O festival vai começar no dia 7 de abril, em São José do Rio Pardo. No dia 27 de abril o festival será realizado em Santa Cruz das Palmeiras e no dia 19 de maio, em Mococa. Jiu-Jitsu – No último dia 9 de março o sensei Ricardo Magela foi convidado a participar de um Seminário de Jiu-Jitsu na Academia Pessoa, em São Paulo. O evento teve a presença do tetracampeão mundial de Jiu-Jitsu e atleta profissional de MMA-UFC, Sergio Moraes. “Foi de grande importância ter participado deste seminário, aprendi muito, o Serginho é uma pessoa com uma técnica formidável e excelente atleta”, disse Ricardo Magela, informando que é faixa preta de Judô e Jiu-Jitsu. O sensei rio-pardense ministra aula de Judô e Jiu-Jitsu no DEC no Ginásio Municipal de Esportes “Tartarugão” e em Mococa na Academia FJ. “Sempre estou aprendendo, após cheRicardo Magela com o campeão gar à faixa preta percebi que tenho que estumundial Serginho Moraes dar mais e mais porque sempre há novidades, nunca paramos e quem pensa que sabe tudo está enganado. A dica é estudar e estudar, nunca parar no tempo”, finalizou Magela. Badminton - A convite dos professores Fábio Perri e João Duva, o professor de Badminton ‘Skerda’, da cidade de Mococa, esteve em São José do Rio Pardo na última sexta-feira, dia 8, para uma troca de experiências. Além de tirar dúvidas na parte teórica e prática dos alunos do Rio Pardo FC, os atletas puderam ver de perto o trabalho de um profissional que foi um dos pioneiros na implantação deste esporte na região. “Aproveitamos para trocar idéia sobre a implantação deste esporte no Colégio Santa Inês e até mesmo uma realização de um torneio em São José do Rio Pardo”, disse Fábio Perri. Este trabalho já vem sendo realizado pelo professor João Duva no clube alvinegro e os interessados deverão procurar por ele na sede do clube. Aproveitando o encontro, Skerda fez o convite ao professor e aos seus alunos do Rio Pardo FC para a participação do Torneio Escolar de Badminton, a ser realizado nos próximos João Duva, Skerda e Fábio Perri no Rio Pardo FC dias em Mococa.


D-4 - 16 de março de 2013

FUTEBOL

AMISTOSO

Escolinha Flamengo/Rondinelli enfrentou a Escolinha do Santos A Escolinha do Flamengo/Rondinelli, em parceria com a Escolinha ADEIF (Mococa), enfrentou a Escolinha Oficial do Santos F.C., mas a que é sediada em São José dos Campos. Os jogos foram realizados no último sábado, dia 9, no estádio do Mocoquinha FC, com presença de um bom público. “Devido ao mau tempo foi necessária a paralisação dos jogos por alguns minutos”, disse Fábio Perri, professor da Escolinha Flamengo/Rondinelli, informando que foram realizados quatro jogos, sendo dois contra a equipe do Santos e dois contra a equipe ADEIF/Mococa. Na categoria sub-17, a Escolinha Flamengo/Rondinelli enfrentou o time de Mococa, que foi composta por atletas sub-18 do Radium FC (Mococa). Os rio-

pardenses perderam por 3 a 0. Na categoria 97/98, a Escolinha Flamengo/Rondinelli venceu a Escolinha Oficial do Santos por 5 a 0. Na categoria 99/00, a Escolinha Flamengo/Rondinelli empatou em 0 a 0 com a Escolinha Oficial do Santos e na categoria 01/02, a Escolinha Flamengo/Rondinelli perdeu para a Escolinha ADFI (João /Mococa) por 4 a 1. “Foram bons jogos e já deixamos um amistoso agendado para a Escolinha Flamengo/Rondinelli visitar as dependências da Escolinha do Santos, em São José dos Campos, para o mês de abril”, finalizou Fábio Perri, agradecendo aos treinadores João Duva (Escolinha Flamengo/Rondinelli), Thiago (Santos) e João (Mococa) pelo auxílio na realização dos jogos.

Ponte quer disputar todos os campeonatos nesta temporada A diretoria da Ponte Preta, através do seu presidente Celso Apolinário, informou no último domingo, dia 10, que a “macaca” pretende participar de todos os campeonatos nesta temporada 2013, em eventos organizados pela Liga Riopardense de Futebol e DEC. As primeiras competições que a Ponte participará são os Campeonatos de Veteranos 35 anos e Domingão. “Outra competição que pretendemos participar é a Taça São José de Futebol 1ª Divisão, estamos torcendo para que este ano tudo dê certo e a competição seja realizada”, disse Celsinho, informando que a equipe tem uma base pronta, desde que representou a cidade no Inter Ligas 2012. “Estamos trabalhando com atletas mais novos e revelando jogadores para os futuros campeonatos”, finalizou Celsinho. Sobre a reforma do estádio ‘José Sérgio Apolinário’, o presidente da “macaca” adiantou que já entrou em contato com as autoridades responsáveis para que sejam reformados os vestiários, estacionamento, bar e alambrado do estádio.

No último domingo a Ponte Preta enfrentou a equipe do Vila Carvalho, de Mococa, nas duas categorias. Entre aspirantes, a Ponte Preta venceu o adversário por 8 a 1, gols de Lukinha (2), Diol (2), Cleitinho, Betinho, Edgard e Bebê para a Ponte e Alex

para o Vila Carvalho. No duelo entre titulares a Ponte Preta venceu o adversário por 4 a 2, gols de Coelho (2), Japão e Britinho para a Ponte e Christian (2) para o Vila Carvalho. Aspirante Ponte Preta - Bebê, Paulinho Silva,

Fabinho, Josué, Betinho, Evandro, Edgard, Gian, Lukinha, Juninho e Diol. Técnicos André e Antonio. Titular - Marcelo, Silas, Leivinha, Fábio, Azeitona, David (Coelho), Fuminho, Du Cabeça, Fabiano (Brito), Josué e Japão. Técnico Teta.

Aspirante da Ponte Preta goleou o time mocoquense

Titulares da Ponte aproveitaram as oportunidades de gol


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