Gazeta do Rio Pardo 2654

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A-2 - 15 de junho de 2013

Não é assim que se vive a democracia Já dizia o velho ditado popular que “A liberdade de um acaba quando começa a liberdade do outro”. Nos últimos dias, o país tem assistido a uma série de manifestações populares que se espalham e se multiplicam por capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Contra os aumentos nas passagens de ônibus, os cidadãos foram às ruas em protesto. Nada mais democrático, afinal, como a célebre frase de Abraham Lincoln, “A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo “. Sendo políticos ou não, os protestos foram um exemplo de como o povo brasileiro é capaz de se mobilizar e exigir os seus direitos. Assim deveria ser feito em relação a muitos outros casos, como corrupção, inflação, abuso de poder, impunidade, revisão de leis e tantos outros por este Brasil afora. Um povo que conseguiu, de maneira pacífica e ordeira, derrubar um presidente, é capaz de muitas outras conquistas. Mas o caso dos protestos contra o aumento das passagens em nada pode ser comparado à mobilização que ficou conhecida como “caras pintadas”, e que conseguiu o impeachment do presidente Fernando

Collor. No caso das passagens, o que era para ser um movimento pacífico acabou se transformando em uma guerra entre civis e militares. Não há culpados nem inocentes. Os abusos, pelo que a televisão veiculou, foram cometidos de ambos os lados. Uma parte dos manifestantes (é claro que não é a maioria) cometeu atos de vandalismo, depredou, pichou e queimou ônibus, além de investir contra estabelecimentos comerciais que nada tinham a ver com a história. A polícia, para conter os abusos dos civis, precisou agir de forma enérgica. Mas ela também teve atitudes desnecessárias, como as agressões contra jornalistas e fotógrafos. Vários deles ficaram feridos. Protestar é uma forma legal de exigir e fazer valer os direitos do povo. Faz parte, como já mencionado, da democracia. Mas que jeito democrático é este, que acaba em pancadaria, em dezenas de feridos e centenas de presos? E tão ruim quanto as cenas proporcionadas pelos envolvidos foi a repercussão que elas causaram em todo o Brasil e também além das fronteiras. A ponto de a Anistia Internacional divulgar nota salientando que

é preocupante o aumento da violência “na repressão aos protestos contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro e em São Paulo”, e que “também é preocupante o discurso das autoridades sinalizando uma radicalização da repressão e a prisão de jornalistas e manifestantes, em alguns casos enquadrados no crime de formação de quadrilha”. Na nota, a Anistia destacou que o direito à manifestação e da realização de atos de forma pacífica deve ser assegurado, mas se coloca contra a depredação do patrimônio púbico e atos violentos. É “urgente o estabelecimento de um canal de diálogo entre governo e manifestantes para que se encontre uma solução pacífica para o impasse”. O povo brasileiro ainda precisa aprender muito. Não se consegue respeito quando não se tem respeito. De ambos os lados. Não se trata aqui de culpar este ou aquele, todos tiveram sua parcela de culpa. É preciso aprender que democracia se vive com paz, com os direitos preservados e respeitados, com diálogo e com a busca de entendimento. É isso o que se espera de um país democrático.

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Ressurge o “Volta Lula” Com a queda de oito pontos nas pesquisas, a presidente Dilma Rousseff passou a ter a sua reeleição questionada e ressurgiu dentro do PT o movimento “Volta Lula “. Essas possibilidades voltaram a ganhar força entre aliados políticos e expressivos empresários descontentes com o Palácio do Planalto. Eles estão agastados com a forma como são tratados pela presidente, sentindo saudades das atenções que lhes eram dadas pelo então presidente Lula. No empresariado nacional já surgem vozes discordantes com os rumos adotados pela presidente Dilma na área econômica. O ex-ministro Delfim Neto , tido

como um dos principais conselheiros da presidente , veio a público para dizer que o governo está perdendo credibilidade. O empresário Abílio Diniz, outro conselheiro da presidente, fez duras críticas ao excesso de ministérios, hoje são 39 , afirmando ser essa uma ‘’governança inadministrável’’. A crise econômica é cada dia mais grave. Não se sabe até que ponto ela poderá ser contornada pela presidente, para evitar que uma nova pesquisa puxe para ainda mais baixo a sua credibilidade. Se isto vier acontecer, vai ser difícil segurar o movimento ‘’ Volta Lula’’.

Dívida confirmada I Para os que duvidaram, esta semana foi confirmada. A dívida deixada pela gestão municipal 2009-2012 foi de R$ 9 milhões. O trabalho de levantamento dos números foi realizado pela empresa LG Assessoria, de propriedade do assessor financeiro e contábil Luiz Gonzaga de Oliveira. Dívida confirmada II Foram contabilizados R$ 6.000.049,00 (seis milhões e quarenta e nove mil reais) de dívida que não foi paga pela administração passada, bem como não foram deixados recursos para pagar, em 31 de dezembro de 2012. Além disso, também foi deixada uma dívida não contabilizada de cerca de R$ 3 milhões, totalizando cerca de R$ 9 milhões. Dívida confirmada III A atual administração conseguiu acertar parte deste montante, já que cerca de R$ 4 milhões dos R$ 9 milhões foram pagos. Rio-pardense premiado O rio-pardense Jefferson Rueda, proprietário do restaurante Attimo, na capital paulista, foi eleito o Cheff do Ano, ao participar da 10ª edição do Prêmio Melhores do Ano da revista Prazeres da Mesa/Tramontina. A premiação foi feita no dia 9, no hotel Renaissance, em São Paulo. Município premiado A Equipe de Saúde da Família do Vale do Redentor foi reconhecida pelo Ministério da Saúde pelos serviços prestados à comunidade do bairro. São José está entre os 30 municípios do Estado que receberam conceito muito acima da média na avaliação externa. Os municípios premiados receberão um adicional de R$ 11 mil reais por mês, para serem aplicados em melhorias no atendimento à população. As outras equipes da ESF do Vale do Redentor e do Carlos Cassucci também foram avaliadas acima da média. Obra terminada As obras do prédio da Secretaria de Segurança e Trânsito finalmente foram concluídas, após a realização de serviços de adequação, colocação de energia elétrica, construção da rampa de acesso, dentre outras benfeitorias. A mudança deverá ocorrer nos próximos dias.

Enfrentamento de temas tabus Os dirigentes do Congresso Nacional decidiram enfrentar três temas polêmicos, já transformados em tabus, que desafiam há anos o poder decisório dos deputados e senadores. São eles: 1°- Novas regras para edição e tramitação das medidas provisórias; 2°O fim do voto secreto nas votações da Câmara e do Senado; 3°- Apreciação sistemática dos vetos presidências. Na Câmara, foi instalada uma Comissão Especial para estudar o projeto do senador José Sarney, já aprovado no Senado, que fixa um novo rito para as votações das MPs. “O Congresso precisa deixar de ser pautado pela ditadura das atuais regras das MPs. Ultimamente, as duas Casas do Congresso só têm cuidado de medidas provisórias”, disse o presidente da Câmara, depu-

tado Henrique Alves (PMDB-RN). O acúmulo dos vetos presidenciais tem também de acabar. Hoje, dormem nos escaninhos do Congresso três mil vetos de presidentes da República, com um bom número deles há mais de dez anos. Numa outra frente, está a questão chamada de PEC do Voto Aberto. Hoje, na Câmara e no Senado, são usados nada menos do que 28 tipos diferentes de voto. Para regulamentá-los, tramitam dois projetos: um quer o fim de qualquer tipo de voto secreto e o outro impõe condições para a ocorrência de votação não secreta. A ideia é que os três temas tabus tenham uma solução ainda neste semestre, até o inicio do recesso parlamentar, previsto para 17 de julho.

Governador premiado O governador Geraldo Alckmin foi vencedor da edição 2012 do prêmio South Australian International Climate Change Leadership Award, estabelecido em 2009 pela Austrália do Sul (estado australiano). Alckmin foi agraciado pela liderança nas áreas de meio ambiente, desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas. A premiação foi anunciada oficialmente por uma carta do governo australiano endereçada ao governador de São Paulo.

Contestado perdão de dívidas A presidente Dilma Rousseff visitou há duas semanas a Etiópia, na África, e lá prometeu perdoar dívidas ao Brasil de cinco países africanos, num total de R$1.5 bilhão. Os países beneficiados são: CongoKinshasa (US$4.7 milhões); Congo Brazaville (352,2 milhões de dólares); Zâmbia (113 milhões de dólares), Tanzânia (237 milhões de dólares) e Costa do Marfim (1,2 milhões dólares). A bondade da presidente Dilma foi encaminhada para aprovação do Senado, mas os senadores não

estão querendo avalizar o gesto presidencial. Líderes da oposição desconfiam que o perdão de Dilma tem por objetivo facilitar obras para empresas brasileiras nesses países, com financiamento do BNDES. Para o líder do PSDB, senador Aloísio Nunes Ferreira, tem que se levantar a situação econômica de cada um dos cinco países beneficiados por Dilma. “Alguns têm dinheiro a dar com pau. Quem está se apropriando dessas riquezas?”,indaga o senador tucano.

Chegando lá Os seguidores de Marina Silva já conseguiram chegar às 550 mil assinaturas, colhidas em todo o País , necessárias para requerer junto ao Tribunal Superior Eleitoral o registro do partido Rede Sustentabilidade. A etapa seguinte do processo será a confirmação dessas

assinaturas pelos Cartórios Eleitorais dos Estados. Depois, a decisão de registro do novo partido caberá ao TSE. Marina Silva já tem como certo o lançamento da sua candidatura à presidência da República, em 2014, pela Rede Sustentabilidade.

GAZETA DO RIO PARDO é uma publicação semanal de GAZETA DO RIO PARDO LTDA, editada à Avenida Olinda Ralston, 411- Vila Formosa - Fone: (19) 3682-8879 - CEP 13.720-000 - São José do Rio Pardo - SP. Editor: Giselle Torres Biaco Redação: Giselle Torres Biaco e Eduardo Eron Colaboração: Fagner Nasser. Diagramação: Marco Antônio Cassucci. Departamento Comercial: Elisete Paduelli GAZETA na INTERNET: e-mail: redacao@gazetadoriopardo.com.br e-mail: publicidade@gazetadoriopardo.com.br e-mail: diagrama@gazetadoriopardo.com.br e-mail: reportagem@gazetadoriopardo.com.br e-mail: assinante@gazetadoriopardo.com.br http://www.gazetadoriopardo.com.br Circulação Aguaí, Caconde, Casa Branca, Divinolândia, Itobi, Mococa, São José do Rio Pardo, São Sebastião da Grama, São João da Boa Vista, Tapiratiba, Vargem Grande do Sul Os artigos assinados não representam necessariamente a opinião do jornal e são de responsabilidade de seus autores.


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