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AbraRio auxilia pessoas a terem acesso a cannabis medicinal

AAbraRio (Associação Brasileira de Acesso à Cannabis Medicinal do Rio de Janeiro) vem transformando a vida de mais de mil pessoas de norte a sul do país.

Desde 2020 a ONG auxilia aqueles que desejam dar início ao tratamento com cannabis, mas não sabem por onde começar.

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Na sede da AbraRio que fica no Centro de Niterói, as famílias encontram apoio psicológico, jurídico e social. Uma equipe multidisciplinar capacitada ajuda as pessoas que chegam, seja por meio de informação ou acesso direto ao tratamento.

A fundadora e presidente Marilene Esperança relata que a missão da associação é democratizar o acesso à cannabis no país. “Tem muita gente doente desacreditada e que não sabe mais o que recorrer para aliviar as dores. Nosso objetivo é que mais pessoas possam conhecer os benefícios dessa planta e consequentemente ter uma qualidade de vida melhor”, relata.

A batalha com o filho Lucas inspirou tudo Foi após ver a vida do filho mudar completamente, que Marilene resolveu fundar a AbraRio com a ajuda de familiares e amigos. Diagnosticado aos 5 anos com a Síndrome de Rasmussen, uma doença neurológica rara e progressiva, caracterizada por ataques epiléticos frequentes e severos, Lucas só teve suas convulsões controladas quando deu início ao tratamento com cannabis.

“O Lucas tinha em torno de 50 crises convulsivas ao dia e fazia uso de 5 an- ticonvulsivantes diferentes. Ele vivia apático, sem equilíbrio, babava, usava fraldas e tinha com frequência quadros de infecções. Hoje, com o tratamento, o Lucas está com as crises controladas, fez o desmame de todas as medicações, anda, fala e dança. Hoje o Lucas vive”, conta a mãe emocionada. Desde julho de 2021 Marilene tem permissão individual para plantar e fazer o óleo para o filho Lucas, mas seu desejo sempre foi poder ajudar mais famílias. Diante disso, ela ingressou com uma ação individual em favor da AbraRio e seus associados para que seja possível cultivar a cannabis e fazer o extrato do medicamento para o tratamento dos pacientes.

“O meu filho é a prova de que a cannabis terapêuti- ras entre o negociável e o inegociável. Não é mais algo do campo e da bola. Não se restringe à violência dos zagueiros. Vai muito além: é ódio em sua maneira mais vil por meio dos mecanismos mais antigos da biopolítica. O silêncio também é parte da biopolítica. Quando ele é sepulcral, ou reduzido a pequenas frases de efeitos nos jogos, as principais instituições esportivas indicam negligência e cumplicidade. Medidas paupérrimas, punições inexistentes e a comunidade futebolística ignorando a responsabilidade necessária do debate. A instituição do futebol, dona do esporte oficial, adora "campanha" publicitária contra o racismo, mas na prática é especialista em sportswashing.

Alguns "ídolos", hoje cartolas, deveriam se posicionar. Aliás, à exceção de Kaká, todos os jogadores brasileiros reconhecidos pelo prêmio de melhor da Fifa a partir da década de 1990, são negros e jogaram na Espanha. Sabemos que a ascensão social não necessariamente produz consciência crítica ou senso de pertencimento racial. Porém, esse vácuo tem sido às custas de muita dor, indignidade e violação de direitos. Até quando continuará a consciência crítica e coletiva tão rara quanto água no deserto?

O caso Vini Jr. está longe de ser novidade ou isolado. A conotação e os contornos ameaçam sua existência, é biopolítica, respaldando a velha e conhecida necropolítica. O propósito é límpido: não permitir que um sorriso negro, da zona tórrida tupiniquim, vença como um corpo negro, que baila de forma intrépida sobre empáfia do velho mundo dos colonizadores que parecem ainda não terem superado a mentalidade colonial.

Mal eles sabem: o Vinícius José, de tantos outros Josés, já venceu. Em São Gonçalo, nas favelas e nas comunidades brasileiras, ele sempre será muito mais do que um jogador de futebol. Ele é um super-herói bailarino e sorridente que, por meio de sua arte, de seu corpo e da leveza da referência que já se tornou, transforma o mundo.

Parafraseando Sidney Poitier na obra Ao mestre, com carinho: "É dever de vocês mudar o mundo, se puderem". Tem sido o jogo de Vinicius. Se é consciente, o tempo dirá. Mas transformador, sem dúvidas, é. Ao Vinicius José Paixão de Oliveira Júnior, cidadão do mundo, com carinho. #bailavinijr

FLÁVIO BUENO — Professor, especialista em geopolítica e relações internacionais, geógrafo, sociólogo e pedagogo (@ flaviobueno13)

HECTOR L. C. VIEIRA —

Doutor e mestre em direito, sociólogo, advogado e professor universitário, é membro da Comissão de Igualdade Racial da OAB/ DF (@hectorlcvieira) ca salva vidas e não vou medir esforços para levar este tratamento para cada vez mais pessoas. Os advogados, médicos, farmacêuticos e biólogos já estão mobilizados trabalhando na nossa produção. Um projeto previamente desenhado tem como meta chegar a 2 mil plantas durante o transcorrer do tempo e das autorizações judiciais e administrativas”, explica.

Os desafios são grandes

A presidente enfatiza que a equipe que conta atualmente com 23 funcionários ainda tem muito trabalho e barreiras a serem conquistadas pela frente. Um dos desafios é tirar do papel o projeto de lei que dispõe sobre o uso da cannabis para fins medicinais e distribuição gratuita na rede privada e conveniada ao SUS de Niterói.

“Em 2021 o vereador Leandro Portugal criou um projeto de lei batizado em homenagem ao meu filho de Lei Lucas Esperança. O PL foi aprovado em primeira discussão de forma unânime, mas infelizmente vetado pelo prefeito. Esse ano tentaremos novamente esse diálogo com o poder público para que milhares de pessoas da nossa cidade possam ter acesso a esse medicamento.”

O outro desafio para o ano é a retomada da liminar aprovada pela 3ª Vara Federal de Niterói que garantia a AbraRio o direito de cultivar, produzir, importar e pesquisar produtos derivados da cannabis para fins medicinais. “Em dezembro fomos surpreendidos com a derrubada da nossa liminar pelos De- sembargadores Federais do TRF-2. Já recorremos, estamos fazendo todas as adequações necessárias e acreditamos que logo retomaremos nossa autorização.”

Faça uma visita a AbraRio A sede da AbraRio fica na rua Rua Dr Borman, nº 6 no Centro de Niterói (próximo a praça do Rink). O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira das 9 às 17 horas. Para saber mais informações sobre a associação basta entrar em contato pelos telefones (21) 3254-1995, (21) 98204-3786, (21) 975290319, pelo site www. abrario.org ou pelas redes sociais.

CONTATO: Marilene Esperança (21) 964729235

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