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maratona de edição de verbetes na Wikipédia

Opapa Francisco atribui a "uma cultura de opressão patriarcal e machista" a violência contra as mulheres e lembra as diferenças que ainda existem na igualdade de gênero. As afirmações foram feitas no prefácio do livro Mais liderança feminina para um mundo melhor: o cuidado como motor da nossa casa comum, divulgado hoje (8). A obra foi editada por Anna Maria Tarantola, ex-diretora do Banco de Itália e atual presidente da Fundação Centesimus Annus pro Pontifice.

No volume publicado na Itália, e cujo conteúdo foi divulgado hoje pelo portal Vatican News, o papa afirma que "o mundo será melhor se houver igualdade na diversidade entre homens e mulheres".

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Lembra que a igualdade não é a adoção de comportamentos masculinos pelas mulheres.

"Se as mulheres pudessem desfrutar de plena igualdade de oportunidades, poderiam contribuir substancialmente para a mudança necessária rumo a um mundo de paz, inclusão, solidariedade e sustentabilidade integral", destacou o chefe da Igreja Católica. Francisco declarou que "ainda há muito por fazer para a plena emancipação da mulher".

O papel da mulher na Igreja foi outro ponto destacado pelo pontífice. "O papel da mulher na Igreja vai muito além da funcionalidade. Devemos continuar a trabalhar nisso. Muito mais além", acrescentou.

Destacando a necessidade de igualdade para um mundo melhor, o papa afirmou que "o caminho para a afirmação da mulher é recente, acidentado e, infelizmente, não definitivo".

"A capacidade de cuidar, por exemplo, é sem dúvida uma característica feminina que deve se expressar não só no seio da família, mas igualmente e com êxito na política, nos negócios, no mundo acadêmico e no local de trabalho".

Ele observou que 130 milhões de meninas no mundo não vão à escola. "Não há liberdade, justiça, desenvolvimento integral, democracia e paz sem educação", disse.

No Dia Internacional de Luta pelos Direitos das Mulheres, comemorado ontem, em 8 de março, a Embaixada da França no Brasil e a Aliança Francesa promoveram, o evento Desbravadoras, com foco em mulheres voltadas para ciência e tecnologia, uma forma de conhecer e valorizar sua contribuição no decorrer da história e, atualmente, por suas descobertas importantes, seu pioneirismo e coragem de explorar novos caminhos.

A programação teve início pela manhã de ontem, com a realização da Editatona - Wikitathon, uma maratona de edição de verbetes da enciclopédia livre online Wikipedia, em parceria com a associação Wiki Movimento Brasil, para a criação de novas páginas sobre cientistas brasileiras. O objetivo é dar visibilidade a mulheres da ciência e da tecnologia que são autoras de feitos consideráveis e ainda não têm um artigo no site, como as cientistas Andreia Coutinho e Zelia Ludwig e a matemática Eliza Maria, a primeira mulher negra a ter doutorado na área no país, algumas das que serão contempladas no evento.

"O que sabemos é que há uma deficiência estrutural de representatividade de biografias de mulheres em diversas áreas do conhecimento, comparativamente com pares do gênero masculino. Isso, porque a Wikipédia, de forma geral, repercute modelos dominantes de representação do conhecimento. Todo bloco de informação inserido na Wikipédia precisa estar associado a uma fonte confiável e verificável. E pelo próprio Efeito Matilda [que esconde as mulheres cientistas e atribui seus feitos a homens, ato descrito pela sufragista do século XIX Matilda Joslyn Gage], inclusive, mulheres são menos mencionadas em fontes que consideramos confiáveis, como artigos científicos e aparições em veículos midiáticos consolidados, o que, consequentemente, contribui para a invisibilidade delas na enciclopédia livre também."

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