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Caderno G

Estado do Rio de Janeiro, 01 de fevereiro de 2023

Paulo Silva

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O Processo

Difícil entender certas notícias no Brasil atualmente, muitas fabricadas propositalmente como mentiras, outras apenas para desestabilizar o bom andamento da vida cotidiana, outros apenas para aparecer.

Esta semana surge uma noticia que ainda não se sabe realmente sobre sua veracidade uma vez que um grupo dividido estão de lados opostos a noticia. A CNN Brasil informou que parentes do caso Boate Kiss querem processar a Netflix, após o lançamento de “ Todo Dia a Mesma Noite”, série que retrata o acontecimento de forma semi documental. Um grupo formado por cerca de 40 famílias contratou a advogada Juliane Muller Korbm para representálas no caso contra a Netflix. À CNN, Juliane afirmou que as famílias se queixam da exploração comercial da tragédia pela plataforma de streaming, “que sequer teve a sensibilidade de informá-los que uma série dramática seria produzida”. No entanto, a associação de familiares de vítimas da tragédia discorda do processo, afirmou que estava ciente da produção e se sentiu representada pela série.

Todo Dia a Mesma

Noite”, baseada no livro de mesmo nome da jornalista Daniela Arbex, mistura realidade com ficção. No trailer da série, os atores reproduzem a cena de vários corpos dispostos no chão de um ginásio para reconhecimento pelos familiares. “Muitos pais não tiveram estrutura para entrar no ginásio com todos aqueles corpos e reconhecer os filhos, muitos nunca tiveram estrutura até hoje para ver as imagens dos corpos e essa cena é passada no trailer da série”, disse a advogada.

Antes da formalização de uma representação judicial, o grupo de familiares orientado pela advogada pretende dialogar com a Netflix. “O pedido para a Netflix é de algumas adequações de exposição, especialmente do trailer, e que a série não seja só explorada comercialmente.

Precisamos tratar da responsabilidade social sobre a dor desses pais. A

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Aloysio Araripe

que custo uma plataforma de streaming pode lucrar em cima de uma tragédia como essa?”, afirmou. Ainda segundo a advogada, os familiares integrantes do grupo não solicitaram nenhum tipo de indenização à plataforma de streaming.

Um outro grupo que forma a Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de SM (AVTSM) informou que não tem relação com o caso. Em nota, a Associação informou que estava ciente de que a produção estava sendo realizada com base nos personagens do livro. A advogada Juliane explica que seus clientes querem entender porque não foram ouvidos e ainda debater sobre a responsabilidade social das plataformas de streaming ao produzirem séries baseadas em acontecimentos reais.

Vale lembrar que a série sobre Jeffrey Dahmer enfrentou o mesmo tipo de problema pouco tempo depois de seu lançamento. Por outro lado a Globoplay, que tambem lançou uma miniserie documental sobre o caso não teve seu nome envolvido. Os dois produtos tem suas diferenças, um sobre as reportagens amplamente divulgada por todas as empresas de comunicação do país e fora dela, outro aproveita um fato e dramatiza, isso no meio cinematografico é conhecido como docudrama, onde partes reais da historia é interpretada port atores para melhor entendimento do publico e para sensibilizar o espectador. O filme "Cidade de Deus" de Fernando Meireles e Katia Lund, tiveram muitas criticas de moradores da comunidade retratada.

Os produtores do filme, que tambem foi inspirado em um livro homonimo de um ex morador, o escritor Paulo Lins, optaram por fazer um final bem diferente do livro. Justifica-se. Afinal é uma obra de ficção não a realidade. no caso da boate Kiss temos uma dramatização que os envolvidos não concordam. Para o bem ou para mal da obra, esperamos que ambas as partes entre em um acordo.

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