A chave de hiram

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porque acreditamos que eles não as usavam. O método usual para que um homem alcançasse os céus pela morte era atravessar essa ponte ainda em vida, usualmente com a ajuda de narcóticos: A ponte funerária, um elo entre a Terra e o Céu que os humanos usam para se comunicar com os deuses, é um símbolo comum a todas as antigas práticas religiosas. Em algum ponto do passado distante tais pontes eram de uso muito habitual, mas com o declínio do homem tornou-se cada vez mais difícil usar essas pontes. Pessoas só podem cruzar esta ponte com seu espírito estando mortas ou em estado de êxtase. Tal travessia seria cheia de dificuldades: nem todas as almas conseguiriam atravessá-la, porque demônios e monstros poderiam derrotar aqueles que não estivessem adequadamente preparados. Apenas os ''bons'' e traquejados adeptos que já conheciam o caminho através de um ritual de morte e ressurreição poderiam atravessar a ponte com facilidade, Essas idéias do Xamanismo se coadunam em todos os sentidos com o que sabemos das crenças do Egito. Demônios eram afastados da passagem de Osíris por meio de maldições proferidas, mas na realidade o caminho seria bastante seguro por duas razões: inicialmente, ele vivia segundo os preceitos de Ma'at, e, portanto, era um bom homem: segundo, ele já conhecia o caminho por tê-lo atravessado quando fora transformado em Horus. Talvez a passagem do novo rei fosse conduzida em silêncio para não chamar a atenção de demônios. O novo rei podia então seguir o velho rei através dos céus, aprendendo o caminho para que um dia pudesse guiar o próximo rei, quando de sua própria morte. Mais tarde descobrimos que Henri Frankfort havia percebido que os ritos de renascimento do rei morto eram conduzidos paralelamente aos rituais de coroação de seu herdeiro. Isso confirmou nossa visão de uma cerimônia dupla para o rei morto e o vivo. Além do mais, uma passagem dos Textos da Pirâmide mostra que o novo Horus era considerado como sendo a estrela da manhã, quando o novo Osíris diz: Os juncos flutuantes do céu estão postos em seu lugar para mim, para que sobre eles eu atravesse até Rá no horizonte... eu me erguerei entre eles, pois a lua é meu irmão e a Estrela da Manhã é meu descendente. . . Cremos que muito da teologia e tecnologia dos egípcios foi adotada dos segredos dos construtores de cidades da Suméria, e que os sumérios eram extremamente bem versados no uso de drogas para propósitos religiosos. A próxima pergunta que tínhamos a fazer era se os rituais de ressurreição eram ou não reservados com exclusividade para as cerimônias de coroação. A resposta parece ser que não. Lá pelo final do Velho Reino (cerca de 2181 a.C.) alguma forma de cerimônia de ressurreição real era realizada anualmente, e com o progresso do Meio-Reino, o ritual começou a ser aplicado às pessoas graduadas, provavelmente fora do grupo interno do rei. Essas pessoas não-reais com toda certeza não teriam acesso ao conhecimento do grupo real. A Estrela da Manhã Brilha Novamente Agora era preciso que levássemos em conta um elemento vital da teologia egípcia. Como dissemos antes, a teologia do Egito era um desenvolvimento das crenças da Suméria. Mais ainda: as crenças dos futuros hebreus (e por conseqüência dos cristãos) eram um desenvolvimento da teologia egípcia acrescentada de posteriores versões babilônicas do mesmo material fonte. Já havíamos chegado a uma identificação em comum da estrela da manhã como símbolo de renascimento na Comunidade Essênia/Igreja de Jerusalém e a Maçonaria: agora reencontrávamos o tema mais uma vez no Antigo Egito. Os Textos da Pirâmide 357, 929, 935 e 1707 se referem à descendência do rei morto (Horus) como sendo a Estrela da Manhã. É interessante notar que o hieróglifo egípcio para a Estrela da Manhã tem o significado literal de "conhecimento divino". Isso parece apoiar nossa tese de que o candidato à realeza era elevado ao status de novo deus/rei Horus ao partilhar os segredos dos deuses na terra dos mortos, onde aprendia todos os grandes segredos antes de voltar à Terra quando a Estrela da Manhã surgisse no horizonte imediatamente antes do nascer do sol. Estávamos trabalhando nessa fase de nossa pesquisa quando um novo livro foi publicado, alegando trazer nova luz ao objetivo da construção das pirâmides simplesmente pela análise de seu projeto astrologicamente inspirado. Robert Bauval e Adrian Gilbert divulgaram um caso bem montado e defendido em que mostram que as pirâmides de Gizé estão arrumadas sobre o solo em uma cópia


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