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REVISTACOLHER DE CULTURA

DANÇA & MÚSICA

REDES SOCIAIS FOTOGRAFIA HQ´s

literatura

TEATRO C I N E M A


COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO Carlen Fonseca REVISÃO Felipe Melo Isabella Cristina MATÉRIAS Elorrane Caroline; Felipe Melo; Isabella Cristina; Karen Duarte; Laís Araújo; Laylla Silva; Sibila Ribeiro. DIAGRAMAÇÃO Gabriel Ribeiro


ÍNDICE F I LO S O F I A

ARTES PLÁSTICAS

CINEMA

FOTOGRAFIA

MÚSICA & DANÇA

T E AT R O

L I T E R AT U R A


FILOSOFIA fisgados pelas redes FELIPE MELO

O fenômeno redes sociais iniciou no Brasil a partir da popularização daquela que foi a primeira a agrupar milhões de usuários conectados via Web. Escrevo esta matéria no dia em que internautas de B r a s i l , Í n d i a , Ta i l â n d i a , Emirados Árabes e Arábia Saudita acessam o Orkut pela última vez – 30 de setembro de 2014 –, passados dez anos da sua criação. A partir do Orkut, outras redes sociais apareceram e conquistaram sua parcela de adeptos. Facebook (2004) e Twitter (2006) estão entre as principais. A viralização de logins de um mesmo usuário em diferentes sites de interação on-line multiplica-se em proporções inéditas. O episódio desperta a atenção de psicólogos, lósofos, sociólogos, comunicólogos, e professores dos diversos níveis de ensino.


Preocupados com a qualidade e com as implicações decorrentes do uso exagerado das redes como intermediárias nas relações humanas – sobretudo as estabelecidas entre jovens –, estes prossionais desenvolvem estudos que rendem resultados, em sua maioria, pessimistas. Renato Nunes, doutor em Filosoa pela UFRJ, reúne reflexões sobre o assunto em artigo publicado na revista Filosoa (ed. 96, 2014), da E d i t o ra E s c o l a . N o t e x t o intitulado A nova fronteira da incomunicação, ele destaca que “apesar de inúmeras tecnologias comunicacionais disponíveis em nossa civilização técnica, não conseguimos estabelecer, de modo geral, relações comunicativas profundas com nossos interlocutores”. Outra questão discutida pelo lósofo é o mascaramento da realidade. Para ele, o virtual não reflete o cotidiano. Redes sociais são espaços “higienizados”: não admitem o feio, o incomum, a reflexão, o trabalhoso, a crítica, o debate consciente. O narcisismo, a perfeição, a felicidade, a bajulação, o bonito, o sucesso, a aceitação são reverenciados.

. Funcionam como padrões a se seguir nos ambientes em rede. Fazem parte das regras do jogo – vide Facebook. Busca-se, em vão, anestesiar a dureza do dia a dia e o tédio por meio de conexões que não promovem engajamentos consistentes; não estimulam a troca de conhecimento; “não desenvolvem o senso sadio de suspeita, de dúvida e de crítica no ato de compartilhar c o n t e ú d o s ”, s e g u n d o o estudioso.

REDES SOCIAIS SÃO ESPAÇOS ‘HIGIENIZADOS’ A jornalista e escritora Martha Medeiros é de opinião diferente. Em entrevista concedida ao programa Roda Viva, da TV Cultura – 01 de setembro de 2014 –, ela compara as redes sociais ao ato de receber convidados em casa. “Servimos o melhor prato; conversamos assuntos agradáveis; vestimos roupa nova; cuidamos da aparência; gastamos simpatia. O que há de mal nisso?”.


Foto: MorgueFile

Medeiros diz que os ambientes de interação on-line não tem obrigação de reproduzir a vida tal como ela é no seu desenrolar diário – o que não signica negar suas diculdades, tristezas, crises. “Não é pecado exaltar o que v o c ê t e m d e m e l h o r, n a Internet. Eu até acho compreensível. As pessoas estão ali se recepcionando. De fato, às vezes dá a impressão de que a vida é só isso. Mas a realidade não é muito diferente. De vez em quando, disfarçamos situações. Pra mim, trata-se de um reflexo da vida real. Pra mim, trata-se de um reflexo da vida real. Se me exponho, prero mostrar o que tenho de bom. Não gosto que

me vejam chorando. A gente não ca alugando os outros falando dos nossos problemas; apenas com os íntimos, com minha melhor amiga. Usando as palavras de Nunes, “o grande problema que envolve as relações humanas na era da v i r t u a l i z a ç ã o d a s comunicações não consiste de modo algum nas próprias inovações tecnológicas, mas em seu uso inadequado”. Ou seja, demonizar a tecnologia não soluciona a questão. Se existe algum elemento que mereça atenção no processo comunicativo, é o emissorreceptor da mensagem; quer dizer, o ser humano, não o veículo.


ARTES PLÁSTICAS

mangá made in Brasil ISABELLA CRISTINA

No mundo das artes plásticas vemos sonhos retratados no papel, realidades revestidas de humor, revoltas escrachadas em tela, pedra, cerâmica. Tudo isso nos traz uma sensação de liberdade que faz expandir o peito. A cada detalhe, conseguimos ver, perceber e sentir aquilo que o artista buscou expressar por meio da sua arte: dores, rancores, alegrias, realizações, medos. Um tipo de arte chegou ao Brasil e conquistou espaço. Falo dos Mangás, histórias em quadrinhos japonesas bastante conhecidas por características destacadas: olhos grandes, redondos ou rasgados e muito expressivos; traços bem denidos; emoção e agilidade nos movimentos; e o caráter singular das personagens principais. Um grupo de fãs desse estilo fez do seu hobby trabalho



de verdade. A Imperial HQs é uma editora online de quadrinhos em estilo mangá, criada e gerenciada por alunos dos cursos de Publicidade, e Jornalismo do Unipam (além de outro integrante concluinte do ensino médio e residente em Brasília). A empresa conta com nove membros com papéis fundamentais. Desenhistas, roteiristas, revisores, administradores, gestores de conteúdo on-line, assessores de imprensa levam a sério seu trabalho. Mais de 20 mil pessoas curtiram a página da Imperial HQs no facebook. A rede social é o meio principal de divulgação das histórias. Há seis meses, a empresa entrou no mercado como precursora no ramo de quadrinhos independentes. Passados dois meses de sua fundação, superou a história em quadrinhos on-line mais popular, até então, com cerca de três anos no mercado.

A IMPERIAL HQS IMPRIME MARCAS DE BRASILIDADE ÀS SUAS HISTÓRIAS

A Imperial HQs posta diariamente, em sua fanpage no Facebook, duas páginas inéditas de histórias em desenvolvimento: uma, às 17h30; outra, às 21h. Cronos, narrativa inscrita no projeto Catarse – que visa arrecadar verba para a edição impressa da trama –, é a primeira criação recentemente nalizada da editora. A empresa HQs imprime marcas de brasilidade às suas histórias, com o objetivo de valorizar a cultura e tradição nacionais. Lendas, folclore, músicas brasileiras têm lugar em suas narrativas. Este é apenas um dos diferenciais da empresa. Quer descobrir outros? Interessou-se pelo trabalho da Imperial HQs? A c e s s e a p á g i n a : www.imperialhqs.com. Juntese você também aos milhares de fãs desta turma.


CINEMA o canibal mais famoso das telonas ISABELLA C. & SIBILA R.

Os lmes estrelados por A n t h o ny H o p k i n s d e i x a m qualquer um paralisado em frente à TV: Silêncio dos Inocentes (1991), Hannibal (2001) e Dragão Vermelho (2002). Impossível não vidrar os olhos no dr. Hannibal Lecter. Hopkins passa, em uma palavra, medo e aflição ao telespectador. Os gestos sutis e renados dão vida à sua personagem, sempre pronta para atacar. Com capacidade intelectual invejável, Lecter manipula, inclusive, os já familiarizados com suas artimanhas. O sucesso dos três lmes homônimos das obras de T h o m a s H a r r i s s o b r e d r. Hannibal Lecter rendeu à personagem a série Hannibal, exibida pela NBC, em 2013. O serial killer ajuda o FBI a solucionar crimes, antes de ser preso. A ausência de pudor em relação a cenas pesadas;


o foco na frieza típica de psicopatas são ingredientes da fórmula bem sucedida aplicada à série. Os colegas do assassino interpretado por Mads M i k ke l s e n , u m t e ra p e u t a calculista e uma fotógrafa engenhosa, conferem à trama um potencial dramático f o r m i d á ve l . A c r e s c e n t e a preferência dos diretores pelo uso do estilo narrativo atemporal. A combinação de elementos como: elenco, narrativa obscura e tensa, e impacto das cenas reverteram a baixa audiência da primeira

temporada no sucesso da Segunda sessão, apresentada em 2014 com ótimas críticas.


FOTOGRAFIA

trauma nos corpos, violência na cidade SIBILA RIBEIRO

O anteatro da Faculdade Pitágoras recebeu, no dia 30 de agosto de 2014, o “XX Encontro Brasileiro do Campo F r e u d i a n o ”. A e x p o s i ç ã o fotográca Trauma nos corpos, violência na cidade fez parte da programação. As fotos compõem a primeira mostra de Ana Gabi Souza Novaes, de Belo Horizonte. Novaes possui dois projetos em curso. Ela falou à Fina Cult sobre seus trabalhos. FC: De onde vem seu interesse pela fotograa? Ana Gabi: Fotografo desde a adolescência. Eu me lembro da primeira câmera que ganhei: modelo analógico da Yashica. À época, eu tinha 13 anos. Desde então, estou ligada à f o t o g ra  a , m e s m o t e n d o começado de maneira muito amadora.


Fotos: Ana Gabi

FC: Quando você decidiu apresentar seu trabalho em uma exposição? Ana Gabi: Sempre estou envolvida em algum projeto. A autoria faz parte da fotograa; é o que me desperta a atenção na prossão de fotógrafa. A n t e s d a m o s t ra , e u m e dedicava somente a projetos pessoais. Vez ou outra, eu divulgava trabalhos no Facebook e Instagram. O convite para expor meu produto veio destas redes sociais. Pensei: “por que não?!”. Foi desaador! O convite já veio acompanhado de tema pré-denido: “Trauma nos corpos, violência nas cidades”.

Tive de criar a partir desta determinação. A exposição divide-se em duas espécies de ambientes com algumas fotograas. As imagens só fazem sentido quando observadas a partir da interação do observador com o espaço onde estão dispostas. O barato está aí: o público participa ativamente da obra. Ela só faz sentido se houver interação, se o apreciador quiser dar sentido ao que ele vê.


MÚSICA & DANÇA arte, entretenimento, prática e benefício FINA CULT

Em entrevista à Fina Cult, Consuelo Nepomuceno, coordenadora do Núcleo de Arte e Cultura (NAC) do Unipam, fala sobre a importância da dança enquanto ferramenta de inclusão e promoção de bem-estar. A conversa resultou na primeira parte desta matéria.

A dança faz bem não só a quem a pratica, mas também aos que assistem a uma apresentação. Ela trabalha o corpo integralmente: desde a capacidade autoperceptiva, ao funcionamento completo do organismo. Esse conjunto de ações e reações é suciente para manter a pessoa atenta, disposta e pronta para absorver novas percepções. O indivíduo se torna mais sensível àquilo que o cerca por meio da dança, dos movimentos, da música que o embala. Percebemos isso em relação aos idosos, por exemplo. Para eles, a dança é uma forma de reengajamento. O idoso costuma se sentir esquecido, excluído, isolado, inútil. A dança, pelo contrário, não discrimina, não inibe, não


se opõe a diferentes estilos, gostos, idades. O ser humano sente necessidade de se expressar, de se manifestar. A dança nos ajuda, neste sentido. Ela é capaz de falar direto às pessoas, de envolvê-las e entrosá-las. Não fosse nossa capacidade de perceber e sentir, a dança (a arte, de modo geral) não existiria. Costumo dizer que algumas pessoas veem, mas não enxergam; tocam, mas não sentem; escutam, mas não ouvem. Muita coisa nos passa despercebida por conta disso. Hoje, o mundo está muito apressado. Desesperados em realizar, produzir, criar, a gente se esquece de fruir a arte, de dar atenção aos nossos sentimentos, de dar atenção a nós mesmos e aos outros. A dança nos permite a pausa e a reflexão necessárias para isso. São estes momentos de reflexão e interiorização que nos ajudam a conhecer nossas limitações e potencialidades. A arte nos ajuda a identicar e entender qual é a nossa parcela de contribuição para o mundo. A dança faz parte desse processo. Ela é como um intervalo repousante no meio da correria. ***

Todas as idades, gostos, estilos, classes, gêneros, épocas orbitam em torno do planeta Música. É difícil imaginar alguém que não goste de ouvir pelo menos um estilo, cantor(a) ou banda. A música está em shows, festas, concertos, reuniões familiares, dispositivos eletrônicos, na natureza. Vânia Amâncio, 56 anos, professora do Conservatório Municipal de Patos de Minas, falou à Fina Cult sobre sua relação com a música. “Comecei a tocar violão aos 14 anos, e me apaixonei. Aos 18, já ensinava o instrumento a duas amigas. Quando me dei conta, estava com uma turma de 40 alunos”. Em relação aos benefícios proporcionados pela música, Vânia não economizou. “Ela estimula a socialização, concentração e raciocínio. Como é bom estudar uma partitura e tocá-la em grupo, depois de ensaiar bastante!”.



Lara Brito, 23 anos, aluna do Conservatório, estuda violão desde os nove anos. “A música põe m à monotonia”, comentou. “Ela funciona como escape ao estresse do dia a dia, da correria do trabalho e dos estudos. Além de tranquilizar, é um meio que alma encontra para se expressar; é o seu grito suave, como costumo dizer”. O estudante de Psicologia, Lucas André de Paula, é integrante da banda O Berço. Interessou-se pela música aos 15 anos. Com 19, iniciou carreira prossional tocando em bares e casas noturnas. O jovem conversou sobre a banda. “Começamos os trabalhos em 2010, influenciados pelo rock das décadas de 1950 e 60. A inspiração para as canções vem da vivência de cada i n t e g ra n t e . N o s s o s o m é dinâmico, natural, espontâneo”.

Não é difícil perceber semelhanças entre os três entrevistados. Suas falas estão carregadas de sensibilidade e de apreço por aquilo que fazem. De fato, dança e música passeiam por caminhos diferentes, mas chegam ao mesmo destino: a apuração d o s s e n t i d o s e o desenvolvimento do gosto artístico, conforme destacou Consuelo. Trazem benefícios ao corpo, à mente, à alma e à saúde de modo geral. Agora, para quem não pratica, mas tem interesse, é só escolher pelo menos uma das duas, começar a se dedicar e tirar bom proveito da nova atividade.

DE FATO, DANÇA E MÚSICA PASSEIAM POR CAMINHOS DIFERENTES, MAS CHEGAM AO MESMO DESTINO.


TEATRO da vida para os palcos – dos palcos para a vida FINA CULT

Montagem de cenário, expressão corporal, interação entre atores no palco, sensação de liberdade. Quem participa ou frequenta o teatro está familiarizado com tudo isso. A Fina Cult conversou com uma das fundadoras do Tupam, grupo teatral do Centro Universitário de Patos de Minas – Unipam, estabelecido pouco tempo após o início das atividades na Instituição. Consuelo Nepomuceno conta que o Tupam surgiu a partir do interesse dos próprios alunos. Eles queriam se envolver com a cultura, sentiam gosto pela arte, desejavam produzir seu próprio material cultural. Além das apresentações convencionais e participação em concursos, o grupo coopera com o Unipam e outras empresas parceiras. Ações dos cursos da Instituição recebem apoio dos artistas. Empresas


solicitam peças para tratar de assuntos relacionados, por exemplo, à saúde, segurança, aperfeiçoamento e desempenho de seus colaboradores. Quinzenalmente, aos sábados, das 10h às 12h, alunos e outros interessados se reúnem no ginásio do centro universitário e estudam teoria e prática do teatro. A partir dos estudos, passam a integrar o g r u p o. “A l g u n s j á s ã o experientes. Em outros, o talento é evidente. Há também os esforçados, que se dedicam e, aos poucos, conquistam espaço. Com mais ou menos tempo investido na aprendizagem, todos têm condições de atuar”, comenta Consuelo. A dedicação do Tupam já lhe rendeu mais de 30 troféus em festivais. A equipe participa de, pelo menos, dois concursos todo ano. Varginha, Conselheiro Lafaiete, Goiânia são algumas cidades-sede

de competições importantes, onde o grupo já se apresentou. Para Consuelo, “estas são ocasiões de pôr em prática os estudos, expor o conhecimento assimilado, ouvir o que os a va l i a d o r e s t ê m a d i z e r, acolher as críticas e elogios. Estes ltros são importantes para ajustar e melhorar o trabalho do conjunto”. Questões sociais também recebem atenção do Tupam. A arte é um caminho saudável e importante de inclusão, t r a n s f o r m a ç ã o e desenvolvimento humano. Ela é ecaz na recondução de crianças em situação de risco, que cometeram pequenos d e l i t o s o u p a s s a ra m p o r problemas familiares, como as assistidas pelo grupo, no bairro Cristavo. Consuelo escreve a maioria das peças. “Busco referências; reconguro elementos de cena; discuto com o conjunto; proponho e recolho ideias; relaciono o perl das personagens da história com os dos atores (são, em média, 25 intérpretes). Tudo em vista de fazer que o resultado seja o melhor possível”. A fundadora concluiu o batepapo relembrando a peça que a equipe mais gostou de encenar. De Camerão se passa na Idade Média, no período da peste.


Pessoas se refugiavam em castelos para se livrar da epidemia. Entediadas, contavam histórias e se entretinham. Cada uma das dez protagonistas da cção c ô m i c a n a r ra u m e n r e d o diferente. “Uma comédia e x c e l e n t e d e s e f a z e r.

O trabalho uniu bastante o grupo. Alguns integrantes que compunham o Tupam, à época, não estão mais no conjunto. Todos, incluindo membros antigos e atuais, ainda falam das premiações e da saudade que sentem desse espetáculo”.

A ARTE É UM CAMINHO SAUDÁVEL E IMPORTANTE DE INCLUSÃO, TRANSFORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO


LITERATURA vampiros, dragões e fadas. o que eles têm em comum?

FINA CULT

Há muitos anos, lemos livros e assistimos a lmes com histórias surreais. Narrativas que, infelizmente, não podem ser transportadas para o dia a dia. Dragões, fadas, bruxos e vampiros estão nas prateleiras de livrarias, adormecidos em tramas de livros com personagens fascinantes. Dá vo n t a d e d e e n t ra r n e s s e universo, participar de todos os acontecimentos e não sair mais de lá. A literatura fantástica funciona como ponte entre os mundos real e ctício. Sucessos como “O Senhor dos Anéis”, “As Crônicas de Nárnia” e “Harry Potter” inspiraram crianças, incentivaram jovens e encantaram adultos, por meio de livros e lmes. E s c r i t o r e s b ra s i l e i r o s aderiram ao gênero e se tornaram referência no país. Carolina Munhóz, 25 anos,


jornalista e romancista, é autora dos best-sellers: “A Fada”, “O Inverno das Fadas” e “ Fe é r i c a ”. Re c e n t e m e n t e , lançou “O Reino das Vozes que não se Calam”, em parceria com a atriz Sophia Abrahão. A autora conta em seu blog: carolinamunhoz.com, que seu gosto por textos fantásticos veio da influência que J. K. Rowling, escritora de Harry Potter, exerceu em sua adolescência. Munhóz é integrante do Potterish, site mais acessado do mundo sobre o jovem bruxo. Ra p h a e l D ra c c o n , 3 3 anos, romancista, roteirista e editor, é outro autor brasileiro de gênero fantástico. Aos 22 anos, lançou seu primeiro livro: “Dragões de Éter”. E não parou mais. Draccon é um dos embaixadores da Exposição de Game of Thrones, no Brasil, pela HBO. Em 2013, alcançou o 4º lugar do top 10 dos livros mais vendidos no México, com “Dragões de Éter: caçadores de bruxas”.

André Vianco, 38 anos, é escritor, roteirista, produtor e autor de 15 livros (até hoje). Suas obras são marcadas pelo terror. Vampiros e m-domundo são temas recorrentes em suas narrativas. Em setembro de 2014, o autor participou do programa “Encontro com Fátima Bernardes”, da Rede Globo. Na ocasião, Vianco falou sobre sua experiência como autor de histórias de gênero fantástico. Q u e s t i o n a d o p e l a apresentadora sobre temasmoda da literatura, Vianco disse: “Teve a época do terror psicológico, um terror muito mais complicado de fazer, mas que tem um resultado impressionante. A moda do vampiro veio por conta da sedução que essa personagem traz às massas. Esse é o mito que as pessoas mais gostam. Não é à toa que, dos meus 15 livros de terror, 9 são sobre vampiros”.


Atentas à demanda crescente por títulos desse gênero, as editoras incentivam escritores a produzir histórias inspiradas em cenários fantásticos. A Editora Rocco lançou recentemente o selo “ Fa n t á s t i c a R o c c o ”, q u e pretende reunir o melhor das produções de fantasia nacional e internacional. Carolina Munhóz e Raphael Draccon foram os primeiros escritores brasileiros a estampar nas capas de seus livros o novo selo da editora.

O Brasil conta com escritores de peso neste segmento. Eles começam a deslanchar com publicações genuinamente nacionais. Há um longo caminho a ser percorrido, em se tratando de produções voltadas à literatura fantástica no país. Mas os primeiros passos já dão a entender que a trilha será bem desbravada, e insinua levar o público a lugares nunca antes visitados. Aguardamos, ansiosos, o que ainda está por vir.

Raphael Draccon, exclusivo para Fina Cult: “A literatura fantástica representa, para mim, uma metáfora espiritual. Ela simboliza, através de arquétipos fantásticos, os nossos medos, anseios e desejos. Ela reflete o melhor e o pior da alma humana. Minhas inspirações são escritores estrangeiros como Neil Gaiman e Stephen King, e brasileiros como Jorge Amado e Monteiro Lobato. Estudei Cinema para aprender a estrutura narrativa. Compreendi como ela é universal, independente da mídia em que a história é contada. O Cinema representou minha formação como contador de histórias – meu avô foi projetista de Cinema – e me deu meu maior ídolo: Bruce Lee. Hoje, sou uma pessoa realizada, tanto por trabalhar com literatura fantástica e Cinema, quanto por viver do meu sonho e estimular outras pessoas a também fazer o mesmo.”


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