Legend - marie lu. Livro 1

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então me dou conta de que estou olhando fixamente para uma luz fluorescente, e que um médico está me olhando. Ele usa óculos de proteção e máscara. Grito e tento me sentar reto, mas estou preso a uma mesa de operação por um par de cintos. O médico suspira e abaixa a máscara, dizendo: — Que absurdo! Eu tendo de pôr ataduras num criminoso, quando eu podia estar ajudando soldados do front. Olho em volta, confuso. Guardas se enfileiram contra as paredes desta sala de hospital. Uma enfermeira está limpando equipamentos ensanguentados na pia. — Onde estou? O médico me olha, impaciente: — Você está na ala hospitalar do Batalla Hall. A agente Iparis me ordenou que cuidasse de sua perna. Parece que não temos permissão para deixar você morrer antes de sua execução formal. Levanto a cabeça ao máximo, e olho para minha perna. Ataduras limpas cobrem o ferimento. Quando tento mexer a perna um pouquinho, noto com surpresa que a dor diminuiu muito. Olho de relance para o médico e pergunto: — O que foi que o senhor fez? Ele apenas encolhe os ombros, tira as luvas e começa a lavar as mãos em uma das pias: — Dei um jeito. Você vai poder ficar de pé em sua execução. — Ele faz uma pausa e diz: — Não sei se você queria ouvir isso. Eu desabo de novo na maca e fecho os olhos. A pouca dor na minha perna me alivia tanto que tento saboreá-la, mas trechos do meu pesadelo permanecem na minha cabeça, recentes demais para serem eliminados. Onde estará Tess? Será que ela consegue se sair bem sem ninguém lá para cuidar dela? Ela é míope. Quem vai ajudá-la quando não conseguir distinguir as sombras da noite? Quanto à minha mãe... não estou forte o bastante para pensar nela agora. Alguém bate ruidosamente na porta:


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