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O aniversário do Volkswagen SP2

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Turismo

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Os 50 anOs dO sp2

Um projeto brasileiro mundialmente reconhecido

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OVolkswagen SP2 comemora seus 50 anos de lançamento. E isso eu lembro bem, já que, em 1972, eu estudava em um colégio bem em frente a uma concessionária VW. Isso me fez acompanhar todos os lançamentos da marca de 1966 a 1973, que foi o período que estive por lá. Mais, ainda, do que os carros de teste da marca que meu pai trazia para casa, já que eu atravessava a rua praticamente todos os dias para ver os novos modelos.

Foi assim com o Fusca “Tigre”, que eu ficava parado vendo aquele falso rabo se mexer, com os novos Karmann Ghia e com o Zé do Caixão, um VW 1.600 que ainda não tinha esse apelido. Mas não lembro muita coisa do SP2.

Assim como acontece com todos aniversariantes, o VW SP2 está recebendo, neste momento, muitos elogios, sendo que o mais recorrente é o de ser o mais belo Volkswagen da história da marca. Eu não acho.

O esportivo merece comemoração, sem dúvida, é um projeto ousado de um fabricante que sempre marcou pelo conservadorismo. E mais, um projeto brasileiro, que acabou por causar a inveja de muitos projetistas de outros países, principalmente os da própria Volkswagen.

Eu sempre achei que o VW SP2 era um carro estranho, e o fato de um esportivo ter a mesma frente da Variant e do TL, dois carros bem “caretas”, tirava a sua verdadeira esportividade.

Nesse aspecto, eu fiquei sabendo nesta semana, que não foi o SP2 que copiou os dois Volkswagen, mas ao contrário, eles é que se aproveitaram daquele desenho para se atualizar. Quem me contou isso foi o expert em SP2 Juan Dierckx, autor do livro “VW SP2, A História de um Ícone”, em um workshop três dias atrás.

Bem, mesmo sabendo disso, o SP2 ainda não me apaixona. Desde aquela época, eu sempre fui muito ligado nos esportivos fora de série, como os Puma (DKW, VW e GT Malzoni) e o Lorena. Além, é claro, dos “de série” Willys Interlagos e do próprio VW Karmann Ghia.

Não vou contar aqui a história do Volkswagen SP2, vou apenas comemorar seu aniversário. Para saber tudo sobre o carro, sua criação e seu desenvolvimento, além de conhecer os “pais” do modelo, sugiro a leitura do livro do Juan. ç

O Volkswagen SP2, lançado em 1972, logo se tornou um objeto de desejo

Os fatos mais interessantes desse VW, no entanto, me atraem. O nome SP2 é quase que automático, quando nos referimos ao esportivo da Volkswagen, mas não são todos que sabem que existe também um SP1. E que “SP” não é a sigla de “Sport Prototype”, ou “Special Project”, como às vezes vemos por aí, mas sim é a abreviatura de São Paulo, o estado onde o carro foi desenvolvido e fabricado.

A Volkswagen repetiu esse padrão algumas vezes, com o VW Brasília, em homenagem à capital do país, e, algum tempo depois, com a perua VW Parati. Já os números distinguem as duas versões do esportivo, SP1 e SP2. A diferença básica entre as versões está na cilindrada do motor, 1.600 cm3 e 1.700 cm3, respectivamente, mas há outras pequenas diferenças, como os relógios de pressão de óleo e amperímetro, de série no SP2 e opcionais no SP1, ou ainda os pneus radiais no SP2 e diagonais no SP1. entre outras pequenas diferenças. ç

Um protótipo do Volkswagen SP2, ainda sem nome, foi exposto na Exposição da indústria Alemã, em 1971, na Bienal

O karmann Ghia conversível foi lançado em 1957, ne Europa, e em 1967, no Brasil

O Volkswagen SP1/SP2 se tornou um dos modelos de série nacionais mais cultuados da atualidade. Tem até livro

O Volkswagen SP2 cativou um público específico, mas não foi um estrondoso sucesso por ser bem mais caro do que qualquer outro VW. E o SP1 ficou esquecido, pois poucos se dispuseram a pagar apenas um pouquinho a menos por um carro menos equipado e menos potente. E esses poucos foram, exatamente, 84 pessoas, que é o número exato de VW SP1 produzidos.

O VW SP2 teve mais de dez mil unidades produzidas e a estimativa é que atualmente cerca de 1.700 deles ainda existem. Mesmo assim, o SP2 se tornou um clássico brasileiro, um tanto raro, muito desejado e bastante valioso, principalmente nos dias atuais. Quanto ao SP1, a rara versão se tornou uma das maiores “moscas brancas”, como se costuma referir a um automóvel realmente dificil de se encontrar. O SP1 foi produzido até 1973 e o SP2 até 1976. l

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