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Moto Major, a futurista retrô

Motocicleta do futuro projetada pela Fiat nos anos 40 é arte sobre rodas

Alguns fabricantes de carros também fazem motos. E viceversa. A alemã BMW é o mais patente dos exemplos, mas a inglesa Triumph, que também fez excelentes automóveis esportivos e agora nos oferece algumas das melhores motocicletas que existem, não deve ser esquecida. A marca de maior volume, sem dúvida, é a Honda, e a também japonesa Suzuki segue seus passos. Marcas como NSU, DKW e Peugeot, historicamente, também se enveredaram nos dois caminhos, sem mencionar algumas motocicletas ou automóveis especias, como Maserati ou KTM, ou mesmo Dodge e Aston Martin. Esqueci alguém? Pode ser.

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A Audi nunca produziu motos, mas atualmente é a dona da Ducati, a italiana que também tem uma orgulhosa história, e pertence ao grupo Volkswagen, cujo nome figura em um curioso exemplar artesanal, a motocicleta Von Dutch XAVW. Ah! E também na bem sucedida marca brasileira Amazonas, que utilizou, nos anos 80, motores VW para produzir suas enormes motocicletas.

O que dizer, então da Fiat? A gigante italiana quis, por duas vezes, entrar para o apaixonante mundo dos veículos de duas rodas, sem sucesso. Da primeira vez o resultado foi um scooter, em 1938, bonitinho, até, e depois veio a pura arte.

O motor monocilíndrico refrigerado a ar da Moto Major, de inspiração aeronáutica, ficava totalmente escondido

Em 1947, com investimentos bem substanciais, surgiu a Moto Major, um verdadeiro ensaio aerodinâmico e artístico em forma de motocicleta, fruto da criatividade do engenheiro italiano Salvatore Maiorca.

Além do visual futurista, em especial para a sua época, a Moto Major é tecnicamente inovadora. A estrutura é exatamente o que se vê, um monobloco de chapas de aço que envolve a mecânica, escondendo um motor monocilíndrico de 350 cm3 com tecnologia aeronáutica. A refrigeração a ar é forçada por uma ventoinha, o câmbio tem quatro marchas e a partida é feita por um pedal removível. Um motor de dois cilindros refrigerado a água também foi projetado, mas não construído.

A primeira “moto” da Fiat foi esse scooter, em 1938

O guidão, ao virar, corre dentro da carenagem, que cobre também o farol, o velocímetro e o bocal de abastecimento

Apenas um dos escapamentos é funcional A Moto Major é considerada uma autêntica obra de arte

O melhor da moto Major, no entanto, eram as suspensões. Ou a falta delas. O amortecimento de impactos era feito por um sistema conhecido por rodas elásticas, ou seja, as rodas da Moto Major estão ligadas ao chassi por meio de borrachas dentro dos cubos. Esse sistema, convenientemente adequado para uma época anterior aos garfos dianteiros e aos braços oscilantes traseiros, era muito melhor do que os “rabos duros”. Dizia-se, também, que o funcionamento do sistema, sob o ponto de vista de absorção de choques e estabilidade direcional, era bastante satisfatório.

A motocicleta da Fiat não passou da fase protótipo e um deles, ainda em sua forma original, sem restauro, pertence ao Hockeihein Museum e costuma ser exposto em encontros de veículos clássicos e em alguns outros museus. l

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