Parque Municipal Hellen Keller

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PARQUE MUNICIPAL HELLEN KELLER

Uma arquitetura lĂşdica e inclusiva no Distrito de Jundiapeba

Universidade Braz Cubas Mogi das Cruzes 2015


PARQUE MUNICIPAL HELLEN KELLER

Uma arquitetura lúdica e inclusiva no Distrito de Jundiapeba Trabalho apresentado como requisito para avaliação final de graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Braz Cubas. Orientador: Profº Celso Ledo Martins Co – Orientadoras: Profª Erineuda Clementino Ventura e Profª Fernanda Lemes de Santana

Aluna: Gabriela do Nascimento Tavares da Silva RGM: 256.478

Universidade Braz Cubas Mogi das Cruzes 2015


Agradecimentos

PARQUE MUNICIPAL HELLEN KELLER

Primeiramente agradeço a Deus por toda a trajetória de luz que me envolveu até aqui e me deu forças e sabedoria para realizar todos os trabalhos desenvolvidos durante os 5 anos de curso. Todavia, agradeço a minha mãe Luciana Tavares por toda dedicação, auxilio e paciência durante todos os dias de minha vida, sempre me mostrando o caminho certo. Agradeço a minha avó Rute, que me fez rir nas horas que mais precisava, seja por que não escutou o que falamos ou por ter esquecido o nome de algum ator da televisão. A minha amiga e irmã de alma, Aline Terolese, menina autentica e sincera que está sempre ao meu lado, nas horas boas e ruins, me auxiliando em todos os momentos seja por telefone, mensagem e com aquele abraço que somente uma irmã pode dar. Aos professores dessa instituição, pois sem eles, hoje não estaria aqui e principalmente ao profº Celso

Ledo Martins que me orientou e incentivou do principio ao fim deste trabalho, a profª Erineuda Clementino Ventura, que além de co orientadora, professora e “chefa”, descobri uma grande amiga que logo no inicio já se prontificou em me ajudar e sem ela com certeza não teria nem mesmo metade de toda essas informações e por fim a professora Fernanda Lemes de Santana, que apesar de não ter me acompanhado desde o inicio, foi de extremo auxilio as conversas, as aulas e todas as informações passadas por ela.

Dedicatórias Dedico este trabalho e toda minha trajetória acadêmica ao meu avô João Maia da Silva (já falecido), que

influenciou na escolha da minha profissão, a minha mãe Luciana Tavares e á todas as crianças com necessidades especiais, que como toda criança, também tem o direito de ser feliz, nem que seja uma única vez.


SUMÁRIO Introdução........................................................................................................................... pág. 6

5.3. Decretos .................................................................................................................... pág. 15 6. Estudo de Caso 6.1. AACD Mooca – São Paulo – playground adaptado .................................................. pág. 16

1. Contexto Histórico

6.2. Parque no Exterior..................................................................................................... pág. 18

1.1. Preservação do meio ambiente.................................................................................... pág. 6 1.1.1. A Evolução da Legislação Ambiental Brasileira........................................................ pág. 6

7. Observação de Parque Público Local

1.2. Evolução dos Parques públicos no Brasil.....................................................................pág. 7

7.1. Parque Leon Feffer.................................................................................................... pág. 18

1.3. A evolução do conceito de Acessibilidade e o Desenho Universal...............................pág. 7

7.1.1. Acessos.................................................................................................................. pág. 18

1.4. Contexto Histórico de Localização................................................................................pág. 8

7.1.2. Brinquedos.............................................................................................................. pág. 19

1.5. História de Hellen Keller................................................................................................pág. 8

7.1.3. Mobiliário Urbano.................................................................................................... pág. 21 7.1.4. Análise de Swot....................................................................................................... pág. 22 8. Projeto

2. A importância do lazer e dos parques públicos para os P.N.E

8.1. Apresentação............................................................................................................. pág. 26

2.1. Conceituação de Lazer.................................................................................................pág. 8

8.2. Leituras Urbanísticas.................................................................................................. pág. 26

2.2- Conceito de Parque Urbano.........................................................................................pág. 8

8.2.1. Localização............................................................................................................. pág. 26

2.3. O espaço paisagístico de lazer.................................................................................... pág. 9

8.2.2. Levantamento do entorno....................................................................................... pág. 26

3. Portadores de Necessidades Especiais

8.3. Acessos físicos ao parque......................................................................................... pág. 27

3.1. Histórico....................................................................................................................... pág. 9

8.4. Mobiliário urbano e brinquedos adaptados................................................................ pág. 27

3.2. Conceituação............................................................................................................. pág. 10

8.5. Paisagismo sensorial................................................................................................. pág. 28

3.3. O PNE e as atividades físicas - recreativas............................................................... pág. 10

8.6. Programa arquitetônico de necessidades.................................................................. pág. 29

3.4. Equipamentos lúdicos para PNE................................................................................ pág. 10

8.7. Organograma..............................................................................................................pág. 31 8.8. Implantação e Edifícios Propostos............................................................................. pág. 33

4. Permacultura 4.1. Conceituação............................................................................................................. pág. 11

Considerações finais. ....................................................................................................... pág. 67

4.3. Técnicas e Materiais.................................................................................................. pág. 11 5. Legislação..................................................................................................................... pág. 12 5.1. Normas Técnicas....................................................................................................... pág. 13 5.2. Leis Estaduais e Federais.......................................................................................... pág. 14

Referências bibliográficas................................................................................................. pág. 68



6 Dentro da arquitetura a preocupação maior em

equipamentos não oferecem segurança e nem conforto,

mudar a relação entre as áreas verdes protegidas e

tanto para pessoas portadoras e não portadoras de

acessibilidade são recentes, desde que utilizem técnicas de

necessidades especiais.

construtivas que não agridam o meio ambiente.

permanente. A proteção ambiental é influenciada por três fatores interligados: legislação ambiental, ética e educação. Cada

Em conjunto com as observações referidas acima,

um desses fatores desempenha o seu papel em influenciar

No âmbito do paisagismo e da inclusão recreativa se

foi realizado a análise do distrito de Jundiapeba, onde

decisões ambientais a nível nacional e os valores e

tornou primordial a criação de espaços públicos, com

constatou-se a inexistência de áreas de lazer ao ar livre

comportamentos ambientais a nível pessoal.

amplos acessos, equipados com equipamentos adaptados

para a população e a falta de preservação da Área de

à atividade de lazer para portadores de necessidades

Proteção Ambiental – APA -

especiais,

estação de trem do distrito.

preocupando-se

com

sua

segurança

e

locomoção dentro do espaço e com a preservação dos ecossistemas.

localizada no lado norte da

19 de dezembro de 2000:

Portanto o objetivo geral desta pesquisa é a criação

a inclusão do portador de necessidade especial na sociedade e a conscientização da população em prol ao meio

ambiente,

no

qual

realidade, é importante que as sociedades desenvolvam cada uma dessas áreas que, em conjunto, irão informar e

de um parque com total acessibilidade, tendo como objetivo

Segundo o disposto no Art. 4º da Lei nº 10.098, de

Para que a proteção do meio ambiente se torne uma

proponho

a

técnica

de

[...] os parques e os demais espaços de uso público

Permacultura, um sistema de desenho ambiental fundado

existentes, assim como as respectivas instalações de

em éticas e princípios que trabalham para um futuro

serviços e mobiliários urbanos deverão ser adaptados,

sustentável.

obedecendo-se ordem de prioridade que vise à maior

conduzir as decisões ambientais. Desde os anos 1960, a atividade dos movimentos ambientalistas criou a consciência de várias questões ambientais. Uma das primeiras manifestações partiu do Clube de Roma (1960-1970), um grupo informal de economistas, educadores e industriais se uniram com o objetivo de contribuir para a compreensão dos principais fatores econômicos, políticos e sociais causadores da degradação ambiental .

eficiência das modificações, no sentido de promover mais

Proponho que, o parque receba o nome de: Parque

Em 1972, 113 países participaram da Conferência

ampla acessibilidade às pessoas portadoras de deficiência

Municipal Hellen Keller, em homenagem à história de sua

de Estocolmo. Vinte anos depois, realizou-se, no Rio de

ou com mobilidade reduzida (p. 2).

vida, que lutou bravamente em prol aos deficientes.

Janeiro, a Conferência das Nações Unidas de 1992, conhecida como Eco-92, é igualmente reconhecida como

Por tanto, se faz necessário levantar o problema:

1. Contexto Histórico

Conferência,

Porque os brinquedos da maioria dos playgrounds de parques públicos e os parques em si, não são adaptados a crianças

e

a

adultos,

portadores

de

1.1.Preservação do meio ambiente

Observações realizadas nos playgrounds, parques públicos e praças da cidade de Mogi das Cruzes, os

ambientes

não

importantes

documentos

internacionais, como a Agenda 21 e a Declaração sobre

Convenção sobre Diversidade Biológica, da Convenção A preservação do meio ambiente, cada vez mais,

que

resultaram

Meio Ambiente e Desenvolvimento do Rio, além da

necessidades

especiais, visto que, está na Constituição?

demonstram

um marco no direito ambiental internacional. Desta

facilitam

a

acessibilidades dos PNE. A maioria dos brinquedos e

Quadro sobre Mudanças Climáticas.

vem sendo objeto de preocupação da sociedade. Devido às pressões populacionais e de tecnologia, o ambiente biofísico está sendo degradado, por vezes de forma

1.1.1.A Evolução da Legislação Ambiental Brasileira


7 1.4. Contexto Histórico de Localização

Na década de 30 que surgiram as primeiras normas

O primeiro parque nacional do Brasil foi criado em

específicas de bens ambientais, tal como o Código

Itatiaia, em 1937, anterior a constituição de 37, que

Florestal (Decreto 23.793/34), Código de Águas (Decreto

abordava a questão da natureza no artigo 134, com o

Mogi das Cruzes é um município brasileiro do

24.643/34 – ainda hoje com dispositivos em vigor), a

propósito de incentivar a pesquisa científica e oferecer

estado de São Paulo com área de 713,291 km², situado

disciplina sobre a Caça (Decreto 24.645/34), o regulamento

lazer às populações urbanas. A proposta fôra feita

na região metropolitana da capital paulista (fig. 1). Segundo

sobre patrimônio cultural (Decreto-lei 25/37).

inicialmente pelo botânico Alberto Löfgren, em 1913, com o

estimativas do IBGE, em 2014 o município já contava com

objetivo de pesquisa e lazer para as populações dos

419.839 habitantes, sendo o maior e mais desenvolvido

que ainda hoje se encontra em vigor (Lei 4.771/65) e a Lei

centros urbanos. A figura do

município da Região do Alto Tietê .

de Proteção à Fauna (Lei 5.197/1967). Na década seguinte,

estabelecida pelo artigo 90 do Código Florestal, aprovado

Jundiapeba é um distrito do município de Mogi das

alguns Estados instituíram seus sistemas de combate à

em 1934, que definiu parques nacionais como monumentos

Cruzes e possui cerca de 80.000 habitantes. O Distrito é

poluição, como é o caso do Rio de Janeiro que editou o

públicos naturais que perpetuam, em sua composição

cortado pelo Rio Tietê, Rio Taiaçupeba (parte oeste) e pelo

Decreto-lei 134/75, instituindo o Sistema de Licenciamento

florística primitiva, trechos do país que, por circunstâncias

Rio Jundiaí (parte leste).

de Atividades Poluidoras.

peculiares, o mereçam (Brasil, 1934).

Na década de 60, foi editado o novo Código Florestal,

Parque Nacional foi

A prefeitura pretende construir uma nova avenida para interligar o distrito de Jundiapeba até o distrito vizinho

Não havia, contudo, a proteção do meio ambiente de modo integral e como um sistema, tal como ficaria evidente

1.3. A evolução do conceito de Acessibilidade e o Desenho

de Brás Cubas, ligando a Avenida Guilherme Giorgi até a

a necessidade e cuja conscientização aumentava a partir

Universal.

Via Perimetral (via axial que interliga a Rodovia Ayrton Senna até o perímetro urbano de Mogi das Cruzes), além

da Conferência de Estocolmo. No entanto, foi com a edição da Lei Federal 6.938/81

Na década de 40, o termo acessibilidade, referia-se

que o Direito Ambiental brasileiro alcança o patamar que

apenas ao acesso do portador de necessidade especial

hoje se encontra. Esta Lei, conhecida como a Lei da Polícia

aos serviços de reabilitação física. Após 10 anos, a

Nacional de Meio Ambiente, traz o meio ambiente como “o

reintegração dos mesmos, ocorria dentro da própria família,

conjunto de condições, leis, influências e interações de

no mercado de trabalho e na comunidade em geral, porém

ordem física, química e biológica, que permite, abriga e

era dificultada e até impedida pela existência de barreiras

rege a vida em todas as suas formas” e inaugura uma nova

arquitetônicas

fase no direito ambiental: o do tratamento ao meio

residências e nos meios de transporte coletivo. Surgia

ambiente em sua máxima complexidade, em sua máxima

assim a fase da integração, que duraria cerca de 40 anos.

extensão; todas as formas de vida interagindo entre si e com todas suas manifestações e criações.

nos

espaços

urbanos,

nos

trânsito da Rodovia Henrique Eroles (fig. 3).

edifícios,

Na década de 90, a acessibilidade segue o padrão do desenho universal, segundo o qual, os ambientes, os meios de transportes e os utensílios sejam projetados para

1.2. Evolução dos Parques públicos no Brasil

de ter uma ponte sobre o rio Taiaçupeba, desafogando o

pessoas portadoras e não portadoras de necessidades especiais.

Figura 1: Esquema viário de Jundiapeba até Brás Cubas Fonte: Google Maps – imagem modificada pelo autor

A população da cidade de Mogi das Cruzes, conta com três parques abertos ao público, visto que, apenas o


8 Parque Leon Feffer, possui alguns brinquedos adaptados

escritora, filósofa e conferencista, uma personagem famosa

realização de alguma delas pode causar um estresse

para PNE, porém, o acesso ao parque e a essas atividades

pelo trabalho incessante que desenvolveu para o bem-estar

emocional, atingindo a saúde da pessoa.

de recreação não possui acessibilidade plena, apresenta

das pessoas portadoras de deficiências.

Segundo GAELZER (1979, p.56), existe diferença

barreiras arquitetônicas e topográficas , impossibilitando o

De 1924 até sua morte, ela foi membro da fundação,

entre as atividades de lazer na infância e na fase adulta,

acesso e o uso desses brinquedos pelas pessoas com

servindo como conselheira em relações internacionais e

conforme conceitos de Joseph Lee, que definiu as

mobilidade reduzida.

nacionais.

brincadeiras para crianças como criação ou conquistas, e

1.5. História de Hellen Keller

Nascida em 1880, na cidade de Alabama, EUA, Hellen Adams Keller, foi uma criança que aos dezoito meses de idade ficou cega e surda, devido a uma febre muito alta. Ao completar sete anos de idade, seus pais contrataram a professora Anne Sullivan. Anne, com 21 anos, havia estudado na Escola Perkins para Cegos (Perkins School for the Blind), pois quando criança tinha sido cega, precisou ir morar na casa de Hellen, para ensiná-la. Necessitou de muita coragem e persistência,

porque

a

menina

não

falava

e

não

compreendia o significado das coisas. Numa sucessão rápida, ela aprendeu os alfabetos

Hellen Keller, sempre se dedicou ao trabalho em prol

as atividades de lazer para adultos como renovação da

as pessoas cegas e surdo-cegas, influenciando na criação

vida, sendo recomendado para qualquer pessoa, sendo

de legislação e serviços especializados. Hellen foi, por si

uma forma de aliviar um mal psíquico ou físico.

mesma, uma grande obra de educação. Por tudo isso ela

Para que essa tensão emocional não ocorra,

foi chamada por seus amigos americanos "A primeira

especialistas em comportamento humano, agregam uma

mulher de coragem do mundo".

enorme importância nas atividades recreativas de lazer na

Faleceu em 01 de junho de 1968, em "Arcan Ridge",

vida da população, e no caso dos portadores de

algumas semanas antes de completar 88 anos. Suas

necessidades especiais a importância é maior ainda, visto

cinzas foram colocadas na Capela de São José na Catedral

que, o lazer auxilia no desenvolvimento motor

de Washington, ao lado das de Anne Sullivan.

psicológico.

Por tais fatos, que o parque proposto nesse trabalho leva o nome de Hellen Keller, em sua homenagem. 2. A importância do lazer e dos parques públicos para os

esses espaços são restritos.

Parque urbano é uma área verde com função por uma obrigação, é uma forma de liberar energias e

Boston, e depois na Escola Wright-Eumason Oral de Nova

propiciar a sensação de prazer.

para integrar-se na sociedade, tornando-se além de célebre

necessidades

2.1. Conceituação de Lazer

matriculou-se no Instituto Horace Mann para Surdos, de

“ A História de Minha Vida”. Lutou árdua e vitoriosamente

de

2.2.Conceito de Parque Urbano

O lazer está na vida das pessoas pelo querer e não

Em 1902, Hellen Keller publicou sua autobiografia

portadores

P.N.E

aprender a falar e sob a orientação de Anne Sullivan,

linguagem falada e de leitura pelos lábios.

aos

pois há poucos espaços de lazer adaptados e muitas vezes

Em 1890 ela surpreendeu a professora pedindo para

Iorque, onde durante dois anos recebeu lições de

relação

especiais, as oportunidades de lazer são ainda raríssimas,

braille e manual, facilitando assim, sua aprendizagem da escrita e leitura.

Em

social e

divertir), essa satisfação também se desenvolve na área do (necessidade

(necessidade

de

de

conhecer

extensão maior que as praças e jardins públicos. De acordo com o Art. 8º, § 1º, da Resolução

Atualmente, além do lazer (necessidade de se

trabalho

ecológica, estética e de lazer, no entanto, com uma

atuar) e

e

na

educação

compreender),

a

não

CONAMA Nº 369/2006, considera-se área verde de domínio público "o espaço de domínio público que desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e


9 ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e

o projeto final, buscando sempre um padrão elevado de

espaços livres de impermeabilização”.

qualidade e de respeito às limitações de cada usuário.

As áreas verdes urbanas são consideradas como o

Assim, é de responsabilidade do poder público:

Hoje, há inúmeras leis, normas e decretos sobre os direitos dos portadores de necessidades especiais. Isto se deve

pela atuação da mídia, das associações de

conjunto de áreas intra-urbanas que apresentam cobertura

deficientes, a participação da população nas ações a favor

vegetal, arbórea (nativa e introduzida), arbustiva ou rasteira

da acessibilidade universal e pelo crescente número de “planejar, criar e ajudar a manter ambientes agradáveis e estéticos, além de acomodações e instalações variadas, de modo a facilitar a cada pessoa fazer escolhas acertadas de ocupações de lazer, segundo o seu gosto e sob a própria responsabilidade”.(MEDEIROS, 1975, p.120)

(gramíneas) e que contribuem de modo significativo para a qualidade de vida e o equilíbrio ambiental nas cidades. Essas áreas verdes estão presentes numa enorme variedade de situações: em áreas públicas; em áreas de preservação permanente (APP); nos canteiros centrais; nas praças, parques, florestas e unidades de conservação (UC)

Deve-se salientar que a manutenção e conservação também são de responsabilidade da comunidade.

urbanas; nos jardins institucionais; e nos terrenos públicos não edificados.

SOUZA (2003), espaços livres

são

espaço livre urbano que exercem importantes papéis na vida do P.N.E, possuem função social, ecológica e cultural. Sob o olhar de um arquiteto e urbanista, todas os espaços livres são muito importantes, pois modificam a paisagem urbana e interferem na configuração e escala da cidade e pensando nessa modificação que se faz mais necessário pensar em áreas renovadas e reformuladas baseadas nas normas de acessibilidade e do desenho universal para atender a população em geral e tornar esses lugares seguros, confortáveis, acessíveis e atrativos.

Deficiência, promulgada em 2006, é o documento que reconhece o valor de cada indivíduo independente de sua funcionalidade e apresenta linhas de ação que permitam que todas as pessoas atinjam seu potencial.

da

contribuição

de

uma

A preocupação com essa parte da população se deu a partir da Segunda Guerra Mundial, por conta do grande número de soldados feridos em batalhas, que perdiam membros e começavam a ter problemas de locomoção, audição e visão e também por pessoas que viviam escondidas pelo fato de apresentarem alguma anomalia. Com o Humanismo em alta, iniciaram os novos conhecimentos científicos, e a medicina e enfermagem iniciaram um trabalho de assistência e de reabilitação, que se expandiu notadamente no final do século XIX, chegando até ao Brasil, que era um país com um alto número de

Gráfico 1: População com Deficiência no Brasil no ano de 2010 Fonte: Cartilha Do Censo 2010 - Pessoas com Deficiência, Brasília, 2012.

acidentes de trabalho devido à prematura industrialização

É importante ressaltar que a concepção de um advém

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com

3.1. Histórico

espaços projetáveis, geralmente não edificados, é um

parque,

por pessoas que se acidentam.

3. Portadores de Necessidades Especiais

2.3. O espaço paisagístico de lazer

Segundo

crianças que nascem com alguma necessidade especial ou

equipe

sem qualificação dos funcionários para trabalhar com grandes maquinários.

Segundo o IBGE 23,9% da população, possuí pelo menos uma das deficiências investigadas: visual, auditiva,

multidisciplinar, propondo idéias de equipamentos de lazer,

motora e mental ou intelectual. A prevalência da deficiência

avaliar as formas e materiais antes de construir e implantar

variou de acordo com a natureza delas. A deficiência visual


10 apresentou a maior ocorrência, afetando 18,6% da

Com esse pensamento colocado em Lei, veio a

equipamentos que serão trabalhados para que não ocorra

população brasileira. Em segundo lugar está a deficiência

analise das barreiras que um portador de necessidade

nenhum desconforto ou acidente durante a prática da

motora, ocorrendo em 7% da população, seguida da

especial ou com mobilidade reduzida tem em sua vida.

atividade.

deficiência auditiva, em 5,10% e da deficiência mental ou

Essas barreiras foram classificadas como:

intelectual, em 1,40%.

Consequentemente, abrem-se possibilidades de projeto e programas arquitetônicos para espaços e

3.2. Conceituação

1. BARREIRA FÍSICA: São as barreiras arquitetônicas,

equipamentos de recreação, onde o P.N. E possa utilizar

facilmente derrubadas. Depende apenas do desejo, do bom

os mesmos mobiliários que os demais, mas com os

senso e da determinação em não mais permitir que sejam

devidos ajustes.

O conceito de deficiência vem se modificando para

criadas ou mantidas. É pensada desde a concepção da

Sendo assim o desenvolvimento de um equipamento

acompanhar as inovações na área da saúde e a forma com

idéia de projeto até a construção de fato da área urbana ou

lúdico para espaço público que seja adequado a P.N. E é

que a sociedade se relaciona com a população que

de lazer;

um projeto complexo que exige segurança, que trate de

apresenta algum tipo de deficiência. Dessa forma, a

forma correta as especificidades das crianças com

abordagem da deficiência evoluiu do modelo médico – que

2. BARREIRA ATITUDINAL: As barreiras atitudinais são as

restrições, que ajude na inclusão social, que contribuem

considerava somente a patologia física e o sintoma

mais difíceis de serem combatidas, eliminadas, pois

para o seu desenvolvimento da criatividade e incentivá-la

associado que dava origem a uma incapacidade – para um

depende das pessoas entenderem e respeitarem as

para um comportamento social equilibrado, além de

sistema

diferenças, aceitando as pessoas como elas são, sem

fornecer divertimento, transmitir emoções positivas entre

querer modificá-las.

outros aspectos.

como

a

Classificação

Internacional

de

Funcionalidade, Incapacidade e Saúde - CIF, divulgada pela Organização Mundial da Saúde - OMS (World Health Organization

-

WHO)

em

2001,

que

entende

a

A deficiência não modifica o ser em sua essência, apenas o limita em alguns aspectos.

3.4.- Equipamentos lúdicos para P.N. E.

incapacidade como um resultado tanto da limitação das funções e estruturas do corpo quanto da influência de

3.3. O P.N.E e as atividades físicas - recreativas

fatores sociais e ambientais sobre essa limitação. OMOTE (1991, p.67) já dizia o que foi colocado em Lei no ano de 2000:

A deficiência não é algo que emerge com o nascimento ou com a enfermidade que alguém contrai, mas é produzida e mantida por um grupo social, na medida em que interpreta e trata como desvantagens, certas diferenças apresentadas por determinadas pessoas. As pessoas deficientes, mesmo que sejam portadoras de alguma incapacidade objetivamente definida e contestável, não constituem exceções da normalidade, mas fazem parte integrante e indissociável da sociedade.

São recreação:

considerados

equipamentos

bolas,

bancos,

rolos,

planos

lúdicos

de

inclinados,

Segundo AGRE apud KOTTKE e LEHMANN, a

espelhos, andadores com sons diferenciados, prancha de

atividade física em atividades esportivas são importantes

equilíbrio, carrinhos, cama elástica, piscina de bolinhas,

componentes da vida diária de indivíduos normais e

pneus, piscinas de

deficientes.

playground feitos para o P.N. E, como por exemplo, o

hidroginástica

e

brinquedos

de

É importante encontrar atividades com as quais o

Barco de Brincar (fig. 7), projetado pela Multinacional

P.N.E não apenas se divertia com outras pessoas, mas que

Lappset, o balanço frontal (fig. 8) e o duplo (fig. 9) e o

também o ajudem a estimular as funções motores .

carrossel (fig. 10) fabricados pela empresa Vanzetti. Estes

Antes de recomendar programas de atividades

três últimos podem ser observados no Parque Municipal

físicas e recreativas, deve-se conhecer o material, a

Leon Feffer, na cidade de Mogi das Cruzes, que será mais

pessoa, o ambiente, condições climáticas do dias e os


11 detalhado no capítulo 7, que se refere a observações de

apenas um fruto deles, e de permitir que os sistemas

parques públicos da cidade.

demonstrem sua própria evolução. Para Bill Mollison 1 (1999), a permacultura consiste em elaborar, implantar e realizar a manutenção de ecossistemas que mantenham a diversidade, a resistência, e a estabilidade dos ecossistemas naturais, promovendo energia,

moradia

e

alimentação

humana de

forma

harmoniosa com o ambiente, tendo como principais aspectos à criação de comunidades humanas sustentáveis que integra design e ecologia, a união dos conhecimentos Figura 3: Balanço Duplo Fonte: Catálogo Vanzetti, 2009.

de diferentes épocas aplicáveis no meio urbano e rural de maneira a utilizar o sistema natural como modelo,

É importante frisar que independentemente da idade, interesse ou habilidade, há atividades recreativas para atender as necessidades de todos os portadores de

projetando ambientes sustentáveis sem agredir o ambiente de inserção do projeto e tornar a população mais consciente frente à degradação ambiental.

necessidades especiais, sendo aconselhável apresentar várias oportunidades para que eles descubram suas áreas

4.2. Técnicas e Materiais

particulares de interesse ou destreza. A permacultura engloba diversas técnicas desde a 4. Permacultura Figura 2: Barco de Brincar – em projeto e implantação

arquitetura vernácular mundial (bioconstruções), algumas delas com centenas de anos de história e experiência,

4.1. Conceituação

tendo como característica a preferência por materiais do

Fonte: Lappset. Disponível em: http://www.lappset.pt/Projecto/

local, como a terra, diminuindo gastos com fabricação e A palavra permacultura significa cultura permanente, mas dentro da arquitetura seu conceito é planejar, projetar e executar ocupações

humanas

sustentáveis,

transporte e construindo habitações com custo reduzido e que oferecem excelente conforto térmico (SOARES, 1998).

unindo

práticas antigas aos modernos conhecimentos das áreas

São geralmente técnicas simples que qualquer pessoa é capaz de fazer (autoconstrução), incluem grande

de engenharias, arquitetura, agrária e ciências sociais, 1

todas abordadas sob a ótica da ecologia, onde devemos trabalhar com a natureza, e não contra ela. É olhar os sistemas em todas as suas funções ao invés de tirar

No final dos anos 70, os cientistas Bill Mollison e David Holmgren,criam o termo Permacultura, que foi concebida como um método de agricultura permanente, porém nos dias de hoje se apresenta como sendo uma proposta para uma “cultura humana” permanente. Rapidamente o termo surgido na Austrália, difundiu-se pela América do Norte e Europa, chegando à América Latina e ao Brasil em meados dos anos 80. Fonte: Os Fundamentos da Permacultura.


12 dose de criatividade, vontade pessoal do proprietário e

ordenando o território, considerando o desenvolvimento

responsável pela obra e o uso de soluções ecológicas

socioeconômico, as funções sociais da cidade e seu uso

pontuais adaptadas a cada caso.

justo e ecologicamente correto, proporcionando sempre o

As

bioconstruções

buscam

a

integração

das

unidades construídas com o seu ambiente, segundo o

bem estar dos habitantes da cidade. Conforme descrito no Artigo 5º tem-se:

design permacultural estabelecido na área, analisando

I - a política de desenvolvimento sustentável do Município; II - as funções sociais da Cidade; III - a função social da propriedade urbana e rural; IV - a gestão democrática do Município. (Secretaria de Planejamento urbano, 2006).

desde o planejamento, execução e utilização, o máximo aproveitamento dos recursos disponíveis com o mínimo impacto, utilizando:

Terra: Pau-a-pique, Cob,

Taipa

de

Adobe,

Super-Adobre,

pilão,

Solocimento,

Contém

no

Plano

Diretor,

as

divisões

pelo

zoneamento, demonstradas em texto com as coordenadas

Ferrosolocimento,

e por mapas, onde é possível observar que o objeto de

Fibras

estudo, lado norte da estação de Jundiapeba, possui usos

renováveis: Palha,

Fardo

Palha,

Bambu.

bem diversificado, que são as zonas preferenciais para

Coberturas vegetais

mineração, para provisão de habitação social, para indução

Ecossaneamento: Círculo

de

Bananeiras,

Figura 4: Zoneamento conforme Plano Diretor Fonte: Plano Diretor de Mogi das Cruzes - imagem modificada pelo autor

á ocupação industrial, áreas de interesse ambiental

Bacia de Evapotranspiração.

formando o parque linear rio abaixo

Mosaicos: reutilizando materiais disponíveis

recuperação ambiental.

e zonas de

Todas as zonas acima citadas ficam próximo ao Rio Para a construção das edificações do Parque

Tietê e Rio Jundiaí, sendo a área para indústria e habitação

Municipal Hellen Keller, será utilizada a técnica de terra

social um dos pontos mais equivocados encontrados no

(adobe, taipa de pilão e solocimento), de fibras renováveis

Plano Diretor, pois essas zonas são cortadas pelos rios, ou

(palha e bambu), de coberturas vegetais e de mosaicos.

seja, estão dentro da Área de Proteção Ambiental – APA e a poluição acaba se tornando inevitável, nos fazendo

5. Legislação

refletir do porque essas zonas foram determinadas para aquele local, onde o correto seria incorporar essas áreas

Para este trabalho foram consultados várias leis, normas, decretos e o Plano Diretor da cidade de Mogi das Cruzes, este documento estabelece normas para a política de desenvolvimento urbano e rural do Município, sendo parte integrante do processo de planejamento municipal,

no âmbito do interesse e recuperação ambiental.

Figura 5: Zoneamento conforme Plano Diretor Fonte: Plano Diretor de Mogi das Cruzes - imagem modificada pelo autor


13 1.1 Esta Norma estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados quando do projeto, construção, instalação e adaptação de edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às condições de acessibilidade. (Norma Brasileira 9050, 2004)

Especifica os requisitos de segurança para os equipamentos de playground. Esses requisitos foram desenvolvidos considerando os fatores de risco baseados em dados disponíveis. Especifica os requisitos que reduzam os riscos aos usuários de danos que não sejam capazes de prever quando usarem o equipamento, conforme previsto ou de forma que possam ser razoavelmente antecipados. Aplica-se aos seguintes equipamentos, para uso em escolas, creches, áreas de lazer públicas (praças, parques e áreas verdes), restaurantes, bufês infantis, shopping centers, condomínios, hotéis e outros espaços coletivos similares: balanços, escorregadores, gangorras, carrosséis, paredes de escalada, playgrounds, plataformas multifuncionais, “brinquedão” (kid play) e redes espaciais. Não se aplica aos produtos de uso doméstico e familiar, como: equipamentos de ginástica com função esportiva, que estão independentes das estruturas dos equipamentos listados anteriormente, equipamentos para uso doméstico e familiar inclusos na NBR NM 300; produtos como, camas e mobiliário infantil, cercado para bebê (“chiqueirinho”), mesas de piquenique e produtos para uso terapêutico infantil, pistas de skate. Não trata da qualidade do playground.

NBR 13994 – Acessibilidade em Elevadores de Passageiros – Elevadores para Transportes de Pessoa Portadora de Deficiência;

NBR 14021 - Transporte - Acessibilidade no Sistema de Trem Urbano ou Metropolitano

NBR 14022:2006 - Acessibilidade em Veículos de Características Urbanas para o Transporte Coletivo de Passageiro (Ônibus e Trólebus para Atendimento Urbano e Intermunicipal);

Figura 6: Zoneamento conforme Plano Diretor

Deficiência no Transporte Rodoviário;

Fonte: Plano Diretor de Mogi das Cruzes - imagem modificada pelo autor

NBR 15320:2005 - Acessibilidade à Pessoa com

NBR 16071-1 - Playgrounds - Parte 1: Terminologia

NBR 16071-3 - Playgrounds - Parte 3: Requisitos de segurança para pisos absorventes de impacto

5.1. Normas Técnicas

Define os termos utilizados para playgrounds. Aplica-se aos seguintes equipamentos, para uso em escolas, creches, áreas de lazer públicas (praças, parques e áreas verdes), restaurantes, bufês infantis, shopping centers, condomínios, hotéis e outros espaços coletivos similares: balanços, escorregadores, gangorras, carrosséis, paredes de escalada, playgrounds, plataformas multifuncionais, “brinquedão” (kid play) e redes espaciais. Não se aplica aos produtos de uso doméstico e familiar, como: equipamentos de ginástica com função esportiva, que estão independentes das estruturas dos equipamentos listados acima; equipamentos para uso familiar/doméstico inclusos na NBR NM 300; produtos como camas e mobiliário infantil, cercado para bebê (“chiqueirinho”), mesas de piquenique e produtos para uso terapêutico infantil; pistas de skate.

A existência de legislação por si só não basta, é fundamental que esta esteja aliada à conscientização técnica para a sua aplicação, determinando parâmetros de adaptação dos ambientes e estudos das necessidades de seus usuários, segundo a nossa realidade, para serem adotados por profissionais da área e educadores na prática de “projetar”. Para projetar um parque acessível serão utilizadas as seguintes normas: 

NBR 9050 – Acessibilidade a Edificações Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos;

NBR 16071-2 - Playgrounds - Parte 2: Requisitos de segurança

Especifica os requisitos de segurança para pisos a serem utilizados em playgrounds e em áreas onde é necessária a atenuação do impacto. A NBR16071-3 também especifica os fatores que devem ser considerados ao ser selecionado o piso do playground, bem como o método do ensaio pelo qual a atenuação do impacto pode ser determinada. Esse ensaio estabelece a altura crítica de queda para o piso, que representa o limite superior de sua eficácia em reduzir a lesão na cabeça ao usar o equipamento do playground que está de acordo com a NBR 16071

NBR 16071-4 - Playgrounds - Parte 4: Métodos de ensaio Aplica-se aos seguintes equipamentos, para uso em escolas, creches, áreas de lazer públicas (praças, parques e áreas verdes), restaurantes, bufetes infantis, shopping centers, condomínios, hotéis e outros espaços coletivos similares: balanços,


14 escorregadores, gangorras, carrosséis, paredes de escalada, playgrounds, plataformas multifuncionais, “brinquedão” (kid play) e redes espaciais. Não se aplica aos produtos de uso doméstico e familiar, como: equipamentos de ginástica com função esportiva, que estão independentes das estruturas dos equipamentos listados acima; equipamentos para uso familiar/doméstico inclusos na NBR NM 300; produtos como camas e mobiliário infantil, cercado para bebê (chiqueirinho), mesas de piquenique e produtos para uso terapêutico infantil; pistas de skate

independentes das estruturas dos equipamentos listados anteriormente; equipamentos para uso doméstico e familiar inclusos na NBR NM 300; produtos como camas e mobiliário infantil, cercado para bebê (“chiqueirinho”), mesas de piquenique e produtos para uso terapêutico infantil; pistas de skate.

topo da pirâmide das diversas leis que formam o complexo ordenamento jurídico do país, ela regula as atribuições, relações e competências de cada uma das esferas de poder,

preservando-as

em

sua

independência

e

NBR 16071-7 - Playgrounds - Parte 7: Inspeção,

autonomia. As leis complementares têm por objetivo

manutenção e utilização

detalhar matérias já previstas na Lei Orgânica e na Constituição.

Especifica os requisitos para inspeção, manutenção e utilização dos equipamentos de playground. No que se refere a essa parte, o termo ‘equipamento’ inclui também os revestimentos das superfícies. Esta Parte aplica-se aos seguintes equipamentos, para uso em escolas, creches, áreas de lazer públicas (praças, parques e áreas verdes), restaurantes, bufês infantis, shopping centers, condomínios, hotéis e outros espaços coletivos similares: balanços, escorregadores, gangorras, carrosséis, paredes de escalada, playgrounds, plataformas multifuncionais, “brinquedão” (kid play) e redes espaciais. Esta Parte não se aplica aos produtos de uso doméstico e familiar, como: equipamentos de ginástica com função esportiva, que estão independentes das estruturas dos equipamentos listados anteriormente; equipamentos para uso doméstico e familiar inclusos na NBR NM 300; produtos como camas e mobiliário infantil, cercado para bebê (“chiqueirinho”), mesas de piquenique e produtos para uso terapêutico infantil; pistas de skate.

NBR 16071-5 - Playgrounds - Parte 5: Projeto da área de lazer Especifica requisitos para implantação dos equipamentos de playground destinados ao uso infantil individual e coletivo. Esta Parte aplica-se aos seguintes equipamentos, para uso em escolas, creches, áreas de lazer públicas (praças, parques e áreas verdes), restaurantes, bufetes infantis, shopping centers, condomínios, hotéis e outros espaços coletivos similares: balanços, escorregadores, gangorras, carrosséis, paredes de escalada, playgrounds, plataformas multifuncionais, “brinquedão” (kid play) e redes espaciais. Essa parte não se aplica aos produtos de uso doméstico e familiar, como: equipamentos de ginástica com função esportiva, que estão independentes das estruturas dos equipamentos listados anteriormente; equipamentos para uso doméstico e familiar inclusos na NBR NM 300; produtos como camas e mobiliário infantil, cercado para bebê (“chiqueirinho”), mesas de piquenique e produtos para uso terapêutico infantil; pistas de skate.

NBR 16071-6 - Playgrounds - Parte 6: Instalação No que se refere a essa parte, o termo ‘equipamento’ inclui também os revestimentos das superfícies. Esta Parte aplica-se aos seguintes equipamentos, para uso em escolas, creches, áreas de lazer públicas (praças, parques e áreas verdes), restaurantes, bufês infantis, shopping centers, condomínios, hotéis e outros espaços coletivos similares: balanços, escorregadores, gangorras, carrosséis, paredes de escalada, playgrounds, plataformas multifuncionais, “brinquedão” (kid play) e redes espaciais. Não se aplica aos produtos de uso doméstico e familiar, como: equipamentos de ginástica com função esportiva, que estão

Com o aumento da responsabilidade social em prol ao portador de necessidades especiais e ao meio ambiente, foram criadas e sancionadas leis complementares como veremos a seguir. 

Lei nº 5.598, de 6 de fevereiro de 1987: Declara Área de Proteção Ambiental das regiões urbanas e/ou rurais dos Municípios de Salesópolis, Biritiba Mirim,

Mogi

das

Cruzes,

Suzano,

Poá,

Itaquaquecetuba, Guarulhos, São Paulo, Osasco, Barueri, Carapicuíba e Santana do Parnaíba 

Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989: Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência,

As Normas Técnicas relativas à acessibilidade podem ser

A Constituição Federal é a lei suprema que fica no

baixadas

gratuitamente

no

sua integração social, instituindo a tutela jurisdicional

site:

www.acessibilidade.org.br.

de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas. 

Lei nº 11.065, de 04 de setembro de 1991: Torna obrigatória a adaptação dos estádios desportivos

5.2 - Legislação Estadual e Federal

para facilitar o ingresso, locomoção e acomodação das pessoas com deficiência física, especialmente

As leis se relacionam com a ordem política dominante e abordam as condutas permitidas e proibidas, considerando as necessidades e interesses gerais da sociedade. O objetivo das leis é disciplinar a vida social e as relações entre o Estado e a sociedade.

os paraplégicos. 

Lei nº 11.345, de 14 de abril de 1993: Dispõe sobre a adequação das edificações a pessoas com deficiência.


15 

esquinas e faixas de pedestres do Município de São Paulo com a finalidade de possibilitar a travessia de pedestres portadores de deficiências físicas. Parágrafo Único - Para o cumprimento do disposto no "caput" deste artigo serão priorizados: I - terminais rodoviários e ferroviários;

Lei nº 11.424, de 30 de setembro de 1993: Dispõe sobre o acesso de pessoas com deficiência física a cinemas, teatros e casas de espetáculos.

Lei nº 11.441, de 12 de novembro de 1993: Dispõe sobre

instalação

ou

adaptação

de

II - serviços de assistência à saúde;

box com

5.3. - Decretos

sanitários destinados aos usuários de cadeiras de

III - serviços educacionais;

rodas nas edificações com mais de 60 usuários.

IV - praças e centros culturais;

Lei nº 11.506, de 13 de abril de 1994: Dispõe sobre

V - centros esportivos;

autoridade superior ou órgão que determina o cumprimento

a criação de vagas especiais para estacionamento

VI - conjuntos habitacionais;

de uma resolução ainda não sancionada ou transformada

de veículos dirigidos ou conduzindo pessoas com

VII - principais vias. (Lei nº 12.117,1996).

em lei. Conforme veremos a seguir existe vários Decretos

Um decreto é uma ordem emanada de uma

deficiência nas vias públicas municipais. 

que referente ao termos estudados nesse trabalho.

Lei nº 11.987, de 16 de janeiro de 1996: Dispõe

Lei nº 12.363, de 13 de junho de 1997: Dispõe

sobre a obrigatoriedade de instalação nos parques

sobre a obrigatoriedade da utilização de cardápios

do Município de São Paulo de, pelo menos, um

impressos em “braile” em bares, restaurantes,

Declara área de proteção ambiental regiões urbanas

brinquedo destinado para crianças com deficiência

lanchonetes, hotéis e similares, no Município de São

e rurais ao longo do curso do Rio Tietê.

mental ou deficiência física (lei inexistente na cidade

Paulo. 

de Mogi das Cruzes).

crianças

portadoras

de

doenças

mentais

ou

ingresso

de

cães-guia

para

pessoas

com

privado. 

Lei nº 12.658, de 18 de maio de 1998: Obriga

física.

cinemas, teatros, bibliotecas, ginásios esportivos,

Parágrafo único. Os brinquedos mencionados no

casas noturnas e restaurantes a manter, em suas

artigo 1º deverão ser criados por pessoal capacitado,

dependências, cadeiras especiais para o uso de

deficiência

que adequará o brinquedo à criança portadora dos problemas acima citados. (Lei nº 11.987,1996).

Lei nº 12.117, de 28 de junho de 1996: Dispõe sobre o rebaixamento de guias e sarjetas para possibilitar a travessia de pedestres com deficiências

pessoas obesas. 

Art. 1º O Poder Público Municipal promoverá o rebaixamento de guias e sarjetas em todas as

da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as

Autoriza a instalação, nas praças e parques

desenvolvidos

de

Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999: Dispõe sobre a Política Nacional para a Integração

equipamentos

para

crianças

condições que especifica.

físicas.

Lei nº 14.090, de 22 de novembro de 2005:

municipais,

Decreto nº 42.837, de 3 de fevereiro de 1999:

Considerando que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações, conforme determina o artigo 225 da Constituição Federal; Considerando que para assegurar a efetividade desse direito compete ao Poder Público preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais das espécies e dos ecossistemas, nos termos do disposto no artigo 225, § 1º, inciso I, da Constituição Federal e no artigo 193, inciso IX, da Constituição do Estado;

deficiência visual em locais de uso público ou

no Município de São Paulo ficam obrigados a instalar pelo menos um brinquedo destinado às

Lei nº 12.492, de 10 de outubro de 1997: Assegura o

Art. 1º Todos os parques de diversões localizados

Art. 1º Fica o Executivo autorizado a instalar, nas praças e parques municipais, equipamentos especialmente desenvolvidos para o lazer e recreação de crianças cadeirantes, visando sua integração com as demais crianças. (Lei nº 14.090, 2005)

especialmente

cadeirantes,

nas

normas de proteção, e dá outras providências. 

Decreto nº 36.071, de 9 de maio de 1996: Institui, no Sistema de Transporte Coletivo, um serviço destinado a atender pessoas com mobilidade reduzida.


16 

Decreto nº 36.073, de 9 de maio de 1996: Dispõe

parque foi inaugurado no dia 25 de janeiro de 2014 e

sobre a reserva de vaga nos estacionamentos

recebeu o nome de Anna Laura parque para Todos. O Projeto ALPAPATO - Anna Laura Parques

rotativos pagos, tipo Zona Azul, para veículos

dirigidos ou conduzindo pessoas com deficiência

Para

Todos

disponibiliza

espaços

estruturados

que

ambulatorial, e dá outras providências.

proporcionam alegria, integração, motivação para todos,

Decreto nº 39.651, de 27 de julho de 2000: Institui

uma vez que é composto por diversos recursos lúdicos que

a Comissão Permanente de Acessibilidade – CPA

propiciam às crianças com e sem deficiência um momento

no Estado de São Paulo.

de troca ao compartilharem as mesmas experiências.

Decreto nº 45.122, DE 12 de agosto de 2004:

Ao todo, o parque conta com 15 peças (como

Dispõem sobre a adequação das edificações à

balanços, escorregador, trepa-trepa, cama elástica, entre

acessibilidade das pessoas com deficiência ou com

outros), que tiveram seu design concebido com a ajuda de

mobilidade reduzida.

arquitetos e engenheiros voluntários, e terapeutas da

Decreto nº 45.552, de 29 de novembro de 2004:

AACD. Desta forma, as crianças com mobilidade reduzida

Dispõe sobre o Selo de Acessibilidade, tornando o

e/ou

seu uso obrigatório.

oportunidade de brincar de forma segura e ampliar

Decreto nº 45.904, de 19 de maio de 2005: Refere

experiências motoras, cognitivas e sensoriais, gerando

à padronização dos passeios públicos.

sensações prazerosas que favorecem a melhora da

alterações

sensoriais

e

intelectuais

terão

a

autoestima, promovendo a acessibilidade social, caminho 6. Estudo de Caso

que conduz a uma sociedade sem preconceitos. A ideia foi evoluindo e ganhando apoiadores e

6.1. AACD Móoca – SP

voluntários, tendo como objetivo mais quatro parques construídos por ano em várias cidades que tenham a

Em 2012, o executivo financeiro Rudi Fischer perdeu

necessidade de locais acessíveis de lazer abertos ao

sua filha de três anos em um trágico acidente de carro.

público. Os brinquedos do playground são feitos com

Com o objetivo de amenizar sua dor, viajou para Israel.

barras de aço, PVC e os cintos de segurança são feitos de

Durante a viagem, Rudi conheceu um parque que possuía

nylon, a manutenção é feita 2 vezes ao ano pensando

um escorregador projetado para crianças com deficiência.

sempre na segurança da criança.

A partir deste momento, ele teve a ideia de criar em São Paulo, um parque infantil adaptado para crianças portadoras de deficiência, em memória a sua filha. O

Figura 7: Fotos e explicações dos equipamentos do Projeto da AACD da Mooca. Fonte: ONG Anna Laura Parque para Todos, 2014.


17

Figura 8 : Fotos e explicações dos equipamentos do Projeto da AACD da Mooca. Fonte: ONG Anna Laura Parque para Todos, 2014.

Figura 9: Planta de Implantação Geral Fonte: ONG Anna Laura Parque para Todos, 2014.


18 6.2 Parque no Exterior 7. Observação de Parque Público local Atualmente é possível encontrar muitos parques acessíveis

no

exterior,

o

Dream

Harrisonburg,

Virginia,

de

criação

Come das

True

7.1. -Parque Leon Feffer

empresas

PlayCore Play & Estruturas Parque e Southern Playground, foi

inaugurado

em

Parque Leon Feffer possui uma área de 304.521,21m² ,

de escoteiras cujo sonho era ter um espaço onde todas as

sendo inaugurado em 07 de agosto de 2004, com projeto

crianças

outro,

de ponte pênsil, pista de arborismo, quiosques com

independentemente das suas capacidades. As escoteiras

churrasqueiras e bancos de madeira, pistas de skate,

embarcaram em uma missão para adquirir o financiamento

quadras poliesportivas em concreto e areia, estufas de

necessário, aproximando-se os grupos religiosos locais e

flores, 2 lagos que existem devido à escavação das

empresas para doações ao mesmo tempo, aplicação de

mineradoras

subvenções e venda de bolos e biscoitos. Demorou quase

vestiários, administração, portaria e estacionamento para

uma década para conseguirem dinheiro suficiente, sendo

500 veículos.

ao

Localizado

Mello Freire

Harrisonburg, Virginia, o projeto foi idealizado por um grupo

um

2010.

Valentina

Borenstein, na Vila São Francisco, distrito de Brás Cubas, o

jogar

de

Avenida

em

pudessem

abril

Localizado na

lado

do

que

ali

estavam

instaladas,

Figura 11: Estacionamento do Parque Fonte: do Autor

sanitários,

levantada um total de US $ 1,4 milhão. O equipamento coloridos atende a diferentes faixas etárias, e há balanços

7.1.1. Acessos

pensados para as crianças portadores de necessidades especiais ou mobilidade reduzida.

O acesso ao parque se dá pela Avenida Valentina Mello

Freire

Borenstein,

onde

está

localizado

Figura 12: Estacionamento do Parque Fonte: do Autor

o

estacionamento, este que possui um piso totalmente irregular (Fig. 11 e 12) em terra e pedrisco, possui apenas uma via central asfaltada que corta todo parque e acaba no nada, porém o acesso dessa via para os equipamentos é realizado por áreas em terra com pedrisco, sem guias rebaixadas dificultando o acesso ao deficiente físico aos equipamentos e a área definida para estacionamento de P.N.E é em pedrisco (fig. 14) com terreno inclinado e Figura 10: Parque Dream Come True Fonte: Special Education Degree, 2014.

próximos a áreas sem nenhuma rampa. Figura 13: Fim da via ao fundo e poste de iluminação torto. Fonte: do Autor


19 viver naquele local. Todavia é visível a degradação do pisos tanto dessa via asfaltada que está quebrado em alguns lugares, necessitando de um recapeamento, como o único local que possui rampa que a piso em concreto está totalmente quebrado e impossibilita o P.N.E utilizar os sanitários do local.

Figura 18: Asfalto quebrado em declive Fonte: do Autor

Figura 14: Estacionamento P.N.E Fonte: do Autor

Figura 16: Intertravado com danificado Fonte: do Autor

Figura 15: Degrau de acesso ao lado do estacionamento do P.N.E Fonte: do Autor

Figura 19: Rampa com concreto quebrado Fonte: do Autor

Na entrada do parque, os pisos são intertravados de

7.1.2. Brinquedos

concreto, mas encontram-se danificados (fig. 16), há grandes desníveis ao longo da via asfaltada (fig. 18), não

O Parque Leon Feffer é o único na região que possui

possui nenhuma sinalização de alerta, nem guarda-corpo e

brinquedos adaptados para crianças com necessidades

o local está cheio de mato (fig. 17), um perigo aos utilizadores por conta de bichos peçonhentos que podem

Figura 17: Vegetação alta e densa Fonte: do Autor

especiais (fig. 20), contudo a falta de divulgação de sua existência, a segregação entre P.N.E outras crianças, falta


20 de manutenção e piso inadequado para o uso transforma o

e sem a trava do pilar central (fig. 26)que pode machucar a

playground em um local inutilizado.

mão da criança caso ela coloque a mão no pilar central do

Esse playground conta com 2 balanços frontais (fig.

brinquedo quando ele esta em uso.

21 e 23), porém impossibilita o uso devido às alças de segurança em nylon estarem cortadas (fig. 22) e o piso de areia estar muito longe da base do brinquedo, criando uma barreira entre o cadeirante e o brinquedo.

Figura 22: Alça de segurança cortada Fonte: do Autor

Figura 24: Portão do gira gira com trava improvisada Fonte: do Autor

Figura 20: Playground Adaptado Fonte: do Autor

Figura 23: Balanço frontal Fonte: do Autor

Há ainda um gira gira adaptado em péssimas Figura 21: Balanço Frontal Fonte: do Autor

condições, com travas improvisadas com parafusos (fig. 24)

Figura 25: Gira Gira adaptado Fonte: do Autor


21

Figura 30: Chalés sem bancos Fonte: do Autor Figura 26: Pilar central sem tampa de segurança Fonte: do Autor

Figura 28: Escorregador em má condições Fonte: do Autor

Ao analisar os demais brinquedos disposto ao longo do parque, é possível verificar que a falta de manutenção não é privilegio apenas dos brinquedos adaptados, mas também dos brinquedos não adaptados, as balanças estão enferrujadas ou sem as balanças, escorregadores de plástico em mal estado de conservação, o local de escalada não possui a malha em corda para tal brincadeira,

Figura 31: bebedouro na entrada do parque Fonte: do Autor

contudo há apenas 1 brinquedo de playground que está em perfeitamente preservado e muitas crianças e adolescentes

Figura 29: Brinquedo em bom estado de conservação Fonte: do Autor

utilizam. 7.1.3. Mobiliário Urbano

Quando analisamos o mobiliário urbano, sentimos falta deles em quase todo parque, não há existências de bancos nos chalés (fig. 31) presentes no parque, alguns chalés estão perdendo as telhas (fig. 34) por falta de manutenção, há apenas 2 bebedouros (fig. 32) na entrada no parque e com apenas 1 torneira e 2 lixeiras (fig. 33) Figura 27: Balanços e escorregador Fonte: do Autor

também localizadas no inicio do parque.

Figura 32: Lixeira na entrada do parque Fonte: do Autor


22

7.1.4. Análise SWOT

A análise SWOT dentro da arquitetura é uma forma muito difundida de fazer o diagnóstico estratégico dos projetos. O que se pretende é definir as relações existentes entre os pontos fortes e fracos de um projeto com as Figura 35: Área coberta para eventos Fonte: do Autor

tendências

mais

importantes

que

se

verificam

na

envolvente global que o mesmo participa, ou seja, se o projeto é referente a um parque acessível, é necessário analisar o ponto forte e fraco de vários projetos de parques acessíveis.

Figura 33: Chalés com falta de manutenção Fonte: do Autor

O modelo SWOT é também conhecido como o Ao analisar as áreas edificadas dentro do parque, a

modelo de Harvard, já que a sua metodologia se baseia no

edificação da administração e sanitário estão com os vidros

modelo de Harvard. SWOT é a junção das iniciais (em

dos caixilhos quebrados, sendo substituídos por papelão (fig. 41). Apesar de áreas em detrimento, há também áreas que são

cobertas para eventos (fig. 42), quadras

inglês) Figura 36: Quadra poliesportiva Fonte: do Autor

poliesportivas (fig. 43) e pista de skate (fig. 44) que

quatro

elementos-chave

desta

análise

estratégica. A saber: 

agradam ao usuário.

dos

Strenghts - pontos fortes: vantagens do projeto em

relação aos outros 

Weaknesses - pontos fracos: desvantagens do projeto

em relação aos outros  Figura 37: Pista de Skate Fonte: do Autor

Em entrevista com os responsáveis dos brinquedos

Opportunities - oportunidades: aspectos positivos da

envolvente com o potencial de fazer crescer o projeto 

Threats - ameaças: aspectos negativos da envolvente

com o potencial de comprometer o projeto

de playground, a fábrica Vanzetti, informou que a Figura 34: Administração do parque Fonte: do Autor

manutenção é de responsabilidade da prefeitura e que

Para este trabalho, foram analisados cerca de 10

nunca foi solicitado a troca dos brinquedos, ao questionar a

projetos de parques públicos e playgrounds adaptados,

prefeitura, a mesma informa que a manutenção é realizada

sendo 2 deles descritos nos capítulos anteriores. A seguir

porém os próprios usuários não preservam.

veremos a tabela completa da análise.


23


24


26 8.1. Apresentação

Guilherme George e curiosamente uma fábrica de produtos A área está localizada ao norte da estação

O arquiteto paisagista além de projetar belos jardins

ferroviária de Jundiapeba, mas precisamente na Rua

e paisagens, deve realizar um estudo ambiental e social

Romildo Tardelli (ao oeste), na Avenida Joaquim Pereira de

que alie o prazer estético aos usos e funções imaginados

Carvalho “Zito” (ao norte) e na Rua Tamotsu Horita (ao

para uma edificação. Sendo assim, foi importante levantar

leste), sendo localizada dentro da área de preservação

e analisar estudos de caso, analisar o Plano Diretor de

ambiental (REN), que é margeada ao sul pela zona

Mogi das Cruzes e o índice do IBGE sobre o número de

residencial (ZR) e zona mista de uso diversificado (ZUD)

pessoas

conforme zoneamento da prefeitura de Mogi das Cruzes

com

necessidades

especiais

na

cidade,

concluindo então, a necessidade de criação de um projeto

químicos (fig. 40) localizada a cerca de 100 metros de Rio Jundiaí.

(fig. 38).

para área de lazer, que seja totalmente acessível para todas as pessoas, sendo elas, idosas, P.N.E, adultos ou crianças, com o intuito de trazer para a sociedade a relação entre as pessoas, hoje já esquecida por conta da tecnologia ou pela falta de costume de conviver e se importar com o próximo. O projeto de parque Hellen Keller contempla a idéia de parque linear, visto que se encontra na área de preservação ambiental do Rio Tietê e do Rio Jundiaí, conta

Legenda

com uma área total de 355,8 ha que se estende do Distrito de Jundiapeba até o Distrito de Brás Cubas. Neste trabalho será apresentada a proposta da área de Jundiapeba, servindo como modelo para as demais áreas e para revitalização do parque Leon Feffer. O

projeto

arborização

com

conta floração

com em

caminhos

8.2.2. Levantamento do Entorno

sensoriais,

épocas diferenciadas,

mobiliários e brinquedos adaptados, escola de educação ambiental e oficinas de inclusão e cultura.

Figura 38: Delimitação de área projetual e suas divisões – modificado pelo autor Fonte: do Autor

A área projetual do parque proposto, localizada no lado norte da estação ferroviária de Jundiapeba, mesmo sendo, zona de uso residencial (fig. 39), há poucas edificações, devido à falta de infraestrutura básica.

8.2. Leituras Urbanísticas

Há apenas o condomínio Real Park Tietê, que está a cerca de 350metros do início da área projetual, algumas

8.2.1. Localização

edificações residenciais (fig. 40) que margeam a Avenida

Figura 39: Carta sem escala do uso do solo Fonte: do Autor


27 Figura 40: Casas a serem demolidas Fonte: do Autor

Todos os acessos possuirão rebaixo de guia e sinalização tátil direcional e de alerta para acessibilidade plena (fig.45), conforme Norma NBR 9050 e guia dos critérios de Desenho Universal. Os portões de entrada terão dimensões recomendadas para a passagem de 4 cadeiras de rodas e pedestres com mobilidade reduzidas sem perigo de choques entre usuários, e, ambos os

Figura 43: Via em terra e ponte interditada Fonte: do Autor Figura 41: Fábrica de produtos quimicos Fonte: do Autor

sentidos. Pensando nos usuários que utilizarão transporte

8.3. Acessos físicos ao Parque

público para acessar o Parque Hellen Keller, serão

Atualmente a área é utilizada para descarte de resíduos

provenientes

de

construções

e

resíduos

domésticos (fig. 42).

realizados recuos próximos aos acessos e uma entrada Os acessos serão realizados por 4 portais (fig. 44) localizados na Rua Romildo Tardelli , Avenida Joaquim Pereira de Carvalho “Zito”, Rua Tamotsu Horita onde se

exclusiva para ônibus que acessará uma plataforma para embarque e desembarque de passageiros.

encontra um grande terminal de ônibus e o acesso principal pela Avenida Guilherme George. Todos os acessos possuem recuo para ônibus e estacionamento próximos aos portais.

Figura 42: Resíduos de obras e domésticos Fonte: do Autor

Como proposta as casas dentro da área de projeto serão demolidas e as famílias realocadas em edificações de habitação social dentro do próprio bairro. O projeto ainda contempla uma nova ponte para interligar os lados do rio Tietê, visto que, a atual está danificada e não oferece segurança para os usuários (fig. 43) e o asfaltamento de

Via trafegável

ciclofaixa

toda as vias que circundam a área, pois as mesmas hoje, ainda se encontram em terra batida, sendo impossível o trajeto durante a época das chuvas.

Figura 44: Tipologia De Rampa Usada Para Os Acessos Ao Parque Fonte: do Autor

Figura 45: Tipologia De Rampa Usada Para Os Acessos Ao Parque Fonte: Guia Operacional De Acessibilidade Para Projetos De Desenvolvimento Urbano, 2004.

8.4. Mobiliário Urbano e Brinquedos Adaptados


28 Todos os mobiliários urbanos serão acessíveis e

do que um conceito filosófico, essa é uma ótima maneira

utilizadas para este fim são: alecrim, hortelã, manjericão,

construídos utilizando a técnica da permacultura, descrita

para instigar o amor às plantas em pessoas deficientes

salsinha, cebolinha, gengibre e coentro.

no capítulo 4 deste caderno, para que não atinja o solo,

assim como em crianças.

5.

que será preservado totalmente, já que a área projetual visa à preservação ambiental.

O jardim sensorial deve ficar suspenso a uma altura de 60cm do piso, considerando passagem para qualquer

Os brinquedos adaptados (fig. 46) seguiram medidas

tipo de redução de mobilidade. Este recurso garante o livre

da empresa Vanzetti, que já implantou esse tipo de

acesso a todos que queiram tocar as espécies com

brinquedo no Parque Leon Feffer e novos brinquedos

facilidade. Este tipo de jardim sensorial possui grande

poderão ser criados pela autora deste projeto.

influência oriental, manifestando-se através dos sentidos:

Todo o parque possuirá sinalização em braile, sonora e visual.

1.

Gustação: tão importante na formação do paladar

junto com a olfação, a associação será feita através do gosto de algumas ervas do jardim.

Tato: as diferentes espécies possuem diferentes

texturas e através delas é possível garantir a sensação do tato. Um bom exemplo disso é o caso das plantas suculentas, que podem apresentar infinitas texturas e um resultado

excelente,

principalmente

considerando

os

deficientes visuais; 2.

Audição: as pequenas fontes e repuxos d’água,

Figura 47: Orquídeas em caminho sensorial em Socorro-SP Fonte: do autor

também são responsáveis por agradáveis sensações e podem

ser

inseridas

através

de

um

sistema

de

bombeamento de água semelhante ao utilizado em aquários, onde é estimulada a audição; 3.

Visão (fig 47 e 48).: As cores exuberantes das flores e

folhagens também garantem excelentes resultados no que se refere ao aspecto visual do jardim, onde suas combinações Figura 46: Balança adaptada em Socorro-SP Fonte: do autor

podem

expressar

as

mais

infinitas

combinações. Petúnias, rabos-de-gato, violetas, lírios-dapaz, gerânios, ixoras e plumbagos, que estão entre as mais

8.5. Paisagismo Sensorial

cotadas para pequenos vasos e jardineiras. O resultado policromático varia de acordo com as estações do ano;

Um jardim sensorial propõe-se mostrar mais do que

4.

Olfato: O olfato no jardim é trabalhado por meio de

os olhos estão acostumados a ver. É reconhecer a

plantas aromáticas em que é possível distinguir o agradável

natureza por meio da textura das folhas, do cheiro das

aroma das ervas e temperos caseiros. As espécies mais

flores e do sabor ou do som dos pássaros e do vento. Mais

Figura 48: Flores em caminho sensorial em Socorro-SP Fonte: do autor

As ervas aromáticas possuem efeitos terapêuticos, penetrando através de células especializadas que revestem


29 a mucosa nasal, chegando direto ao cérebro. Dessa forma,

O parque será totalmente elevado por eucaliptos

tais ervas afetam as emoções, atuando no sistema límbico

autoclavados, em uma altura de 0.80m do chão, possuindo

que controla as principais funções do corpo.

uma base em madeira transformando todo o caminho que

Para os deficientes físicos e visuais, os jardins das

interliga os edifícios em grandes decks.

sensações “sensoriais”, oferecerá um contanto mais

Todo o encanamento sanitário proposto para o

próximo e seguro com a natureza. Os médicos e

parque será elevado do chão cerca de 0.60m, os dutos

educadores ,descobriram que eles podem ser usados com

terão proteção de alumínio parafusado na madeira do deck

sucesso para estimular os sentidos e acalmar crianças com

elevado.

dificuldades de aprendizagem e idosos com demência. Mas,

O parque contará com um núcleo de educação

os benefícios de um jardim das sensações são inúmeros.

ambiental, centro de exposição, oficinas de: artes marciais,

Tocar as plantas e senti-las com as pontas dos dedos e

artesanato, teatro, cinema, música, artes plásticas, danças,

apreciar seu aroma, também é uma experiência sensorial

administração, sanitários, espaços para aparelhos de

que ajuda a aguçar os sentidos.

ginástica, decks de contemplação, áreas de esportes e

Durante muito tempo, subestimamos a importância

aeróbica com pista de ciclismo, caminhada e skates,

dos jardins como fonte de estímulo e repouso para pessoas

quadras de futebol de salão, playgrounds totalmente

com demência. Sabemos, agora, que elas respondem

adaptados, trilhas sensoriais, estacionamentos, vestiários,

muito bem a estímulos sensoriais. O aroma de plantas e

tendas de massagem, yoga, meditação, quiosques para

ervas ajuda a acalmar e a despertar lembranças

lanchonete e 2 palcos, sendo um coberto e um descoberto

A

diversidade,

a

constante

renovação

e

a

para apresentações artísticas.

multisensorialidade oferecida por esses espaços levam os

Todas as atividades serão realizadas com total

pacientes, crianças, adolescentes e adultos a uma busca

acessibilidade e com intuito de inclusão, preservação e

constante

de

novas

interações,

estimulando

os

desenvolvimentos físicos, mentais e espirituais. A escolha das plantas utilizadas, citadas acima,

Figura 49: Caminho sensorial em Socorro-SP Fonte: do autor

8.6. Programa Arquitetônico de Necessidades

baseou-se no seu fácil manejo, aquisição e controle, além de serem as plantas que se apresentam em jardins sensoriais brasileiras.

estabelecidos

em

diversas

instituições

O programa de necessidade de um parque acessível com cunho de inclusão e preservação ambiental deve ser bem analisado e elaborado, para que não ocorra nenhuma segregação e que traga atrativos para todos os tipos de usuários.

integração social.


30


31 8.6. Organograma


32


33

IMPLANTAÇÃO E


ESC.1:2500




41

Portal de Entrada

Administração e Apoio



45

Vista AĂŠrea

Entrada e palco principal

Labirinto Colorido



46

Janela Sanfonada e Adobe

Perspectiva

Entrada


COMPLEXO CULTURAL PROF LUCIANA TAVARES ESC. 1:400

2

PLANTA DE COBERTURA - SEM ESCALA

CORTE A.A

CORTE B.B

PLANTA BAIXA


52

Palco Arena

Entrada


B 3

ESC. 1:250

4

ACESSO AO PARQUE

A

A

2

1

B

DETALHE DA COBERTURA


56

Entrada

Vista Aérea

Perspectiva




57

Restaurante

Enfermaria


ENFERMARIA

4

0

8

1

5

9

ESC. 1:250

acesso ao parque

PNE INFANTIL

ADULTO

MASCULINO

FEMININO

ESPERA

INFANTIL

ADULTO

EXPURGO

SANIT. MASC. FUNC. COMUM

8

SAN. FEM. FUNC.

4

DIRETORIA

ALMOXARIFADO

1

5

9

COPA

0

DML


ESC. 1:500

ACESSO CENTRO DE

ACESSO AO PARQUE

ACESSO CENTRO DE

ACESSO AO PARQUE

ACESSO AO PARQUE


58

Entrada

Perspectiva Aérea

Fundos




MIRANTE SEM ESCALA


PONTO DE ONIBUS

SEM ESCALA

PONTE SOBRE RIOS SEM ESCALA

BITUQUEIRAS

SEM ESCALA

BEBEDOURO

SEM ESCALA

LIXEIRAS SEM ESCALA



67 Considerações Finais.

Os principais resultados desta pesquisa têm a sua relevância para o campo da arquitetura, da preservação ambiental, da reabilitação e da inclusão de pessoas portadores de necessidades especiais, enfatizando a importância que as áreas de lazer públicas ao ar livre, possuem no cotidiano de um P.N.E. e como esse convívio social melhora a qualidade de vida dessas pessoas. Ao fazer este trabalho, vivenciei as barreiras urbanas, arquitetônicas e de lazer que um portador de necessidades especiais enfrenta todos os dias para sobreviver. Não foi nada fácil adequar o conhecimento adquirido ao longo dessa pesquisa em poucas páginas. Vivenciei momentos de grandes emoções ao ver uma criança com paralisia cerebral sorrir por brincar em um gira gira junto com outras crianças, foi naquele momento que tive a certeza que o tema proposto era importante, porque o sorriso de uma criança ou a euforia de um adulto cadeirante que sente pela primeira vez o que é o ato de balançar, é compensador para qualquer profissional envolvido nesta situação. Percebi que, a falta de espaços de lazer, faz com que o P.N.E se sinta excluído da sociedade, trazendo problemas psicológicos e o confinando em suas residências, algo cruel que não deve ser feito com nenhum ser humano. Ao concluir esse trabalho, compreendo o quanto o arquiteto e urbanista auxilia na inclusão social, o quanto ele pode agregar a vida de pessoas que ele nem mesmo conhece, porém, percebi em olhares de profissionais da área, o preconceito ao se falar em acessibilidade, considerando essa necessidade um vilão para os projetos. Alguns arquitetos estão tão acostumados a construir grandes edifícios que esquecem o seu lado humano e utilizam apenas o racional, esquecendo que nossa missão profissional vai além de simples construtores. Nossa missão é propiciar a integração social e uma melhor qualidade de vida para os usuários de nossos projetos. Por fim, vejo, que área de arquitetura ainda é carente de profissionais especializados em acessibilidade universal e até mesmo em recuperação ambiental.


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