A Mediadora #5 - Assombrado

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de uma maçã e um refrigerante diet, subi a escada para o segundo andar e abri a porta do meu quarto. Havia um fantasma sentado no parapeito da janela. Ele ergueu os olhos quando entrei. - Olá - disse Jesse. Capítulo 4 Não falei com Jesse sobre Paul. Provavelmente devia ter falado. Tinha muita coisa que eu provavelmente devia ter contado a Jesse, mas ainda não tinha conseguido exatamente. Só que eu sabia o que aconteceria se contasse: Jesse ia querer entrar num tremendo confronto com o cara, e o resultado seria alguém sendo exorcizado de novo... e esse algué m seria Jesse. E eu realmente não me achava capaz de suportar. Isso não. De novo, não. Por isso fiz segredo da matrícula súbita de Paul na Academia da Missão. Bom, as coisas estavam esquisitas entre mim e Jesse, verdade. Mas isso não significava que eu es tivesse ansiosa por perdê-lo. - Então, como foi na escola? - perguntou ele. - Legal. - Eu estava com medo de dizer mais alguma coisa. Por um lado, me sentia preocupada com a hipótese começar a abrir o bico sobre o Paul. E por outro, bem, eu tinha descobe rto que, quanto menos fosse dito entre Jesse e mim, no geral, melhor. Afinal, eu tinha uma tendência a entrar num blábláblá nervoso. Ainda que eu tivesse descoberto que geralmente o papo furado impedia Jesse de se desmaterializar (como ele tendia a fazer c om mais freqüência agora, com um rápido pedido de desculpas, sempre que qualquer silêncio incômodo surgisse entre nós) isso não parecia provocar um desejo semelhante da parte dele, de ficar falando. Jesse estivera quase insuportavelmente quieto desde ... Bem, desde o dia em que nós nos beijamos. Não sei o que acontece com os caras, num dia dão um beijo de língua e no outro fingem que a gente não existe. Mas esse era o


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