A Mediadora #5 - Assombrado

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tempo todo lançando olhares nervosos para mim. - Paul, olá. Terra para Paul. A eleição. Lembra? A eleição? Esta tarde? Então Paul fez uma coisa que, como percebi logo depois, entraria para os canais da Academia da Missão - e não somente porque Cee Cee viu também e anotou para informar mais tarde no jornal estudantil. Não, Paul fez uma coisa que ninguém, com a possível exceção de mim, tinha feito em todos os 11 anos em que Kelly freqüentava a escola. Deu um fora nela. - Por que você não pode me deixar sozinho por cinco minutos, droga? - falou arrancando o casaco de entre os dedos dela. Kelly, tão pasma como se tivesse levado um tapa, ficou dizendo: - O... o quê? - Você ouviu - disse Paul. Ainda que ele não parecesse ter consciência disso, todo mundo na passagem coberta tinha parado subitamente para ver o que eles estavam fazendo, só para saber o que ele faria em seguida. - Eu estou de saco cheio de você, dessa eleição estúpida e dessa escola estúpida. Sacou? Agora saia da minha frente, antes que eu diga alguma coisa de que possa me arrepender. Kelly ficou boquiaberta, como se estivesse no consultóri o do dentista. - Paul! - disse ela, perplexa. - Mas... mas... a eleição... os chocolates... Paul apenas olhou para ela. - Pegue seus chocolates e enfie no... - Sr. Slater! - Uma das noviças encarregadas de patrulhar a passagem entre as aulas, para se certi ficar de que nenhum de nós fizesse barulho demais, bateu com o punho em Paul. - Vá para a sala do diretor, imediatamente! Paul sugeriu a noviça alguma coisa que eu tinha bastante certeza que iria lhe garantir uma suspensão, se não a expulsão. Na verdade o negócio foi tão exagerado que até eu ruborizei por ele, e eu tenho três meios-irmãos, dois dos quais usam esse tipo de linguagem regularmente quando seu pai não esta por perto.


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