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E tudo os bancos centrais mudaram

NÚMERO 46 SETEMBRO E OUTUBRO 2022 .

ENTREVISTAS MICHAEL KRAUTZBERGER, BLACKROCK PEDRO FERNANDES, HEED CAPITAL NEGÓCIO PORTUGAL- MERCADO TITÃ EM FUNDOS DE INVESTIMENTO ESTRANGEIROS ESTRATÉGIAS OS FUNDOS PORTUGUESES MAIS RENTÁVEIS NA ÚLTIMA DÉCADA

ESTILO VOLTA AO MUNDO EM 10 ANOS 10 ANOS DE FESTA FUNDSPEOPLE

JOÃO ZORRO GESTOR DO NB RENDIMENTO PLUS

“OS BANCOS CENTRAIS OBRIGARAM OS INVESTIDORES A NOVOS COMPORTAMENTOS, TENDO INCLUSIVE RETIRADO ESPAÇO À TRADICIONAL ANÁLISE FUNDAMENTAL E DANDO LUGAR A UM COMPORTAMENTO MAIS OPORTUNISTA”

AMIT MAUGI GESTOR DO IMGA RENDIMENTO MAIS

“A CAPACIDADE DE ANÁLISE E INTEGRAÇÃO DOS AMBIENTES DE ELEVADA VOLATILIDADE EXIGIU UMA MAIOR ASSERTIVIDADE E RAPIDEZ NA DECISÃO, ISTO SÓ FOI POSSÍVEL ATRAVÉS DE EQUIPAS DE ESPECIALISTAS COM AVANÇADO CONHECIMENTO TÉCNICO E MUITA EXPERIÊNCIA”

ANOS

UMA DÉCADA DE TRANSFORMAÇÃO

27/09/2022 12:21

E TUDO OS BANCOS CENTRAIS MUDARAM…

Não há dúvida de que os bancos centrais vieram reformar a maneira como os investidores olham para o mercado obrigacionista. Nos últimos 10 anos, assistimos pela primeira vez a um cenário de taxas de juro negativas, cenário este que ficou recentemente para trás. O que dizem os especialistas?

Numa revista dedicada à última década, os gestores portugueses de fundos de obrigações não podiam ficar de fora. O resumo: seis fundos, cinco gestores, três entidades diferentes e duas perguntas a responder. Quais as principais mudanças que se destacam no mercado obrigacionista nos últimos 10 anos? Qual o outlook para os próximos 10? Perguntamos a quem mais percebe.

Encontramos um consenso: os bancos centrais vieram reformular a forma como os investidores olham para o mercado obrigacionista. João Zorro, gestor do NB Rendimento Plus, afirma: “A principal mudança que destacaria seria, sem dúvida, a entrada ativa e estruturalmente significativa dos bancos centrais como intervenientes no mercado obrigacionista”.

Para Amit Maugi, gestor do IMGA Rendimento Mais, “os últimos 10 anos foram desafiantes”. O gestor explica o

JOEL CARVALHEIRA GESTOR DO CAIXA OBRIGAÇÕES LONGO PRAZO

“EM SUMA, FOI UMA DÉCADA DE BOAS RENTABILIDADES PARA O MERCADO OBRIGACIONISTA”

VASCO TELES GESTOR DO NB FCP EURO BOND E DO NB OBRIGAÇÕES EUROPA

“EXISTE O PERIGO DO EURO SE TORNAR UM PROMOTOR DA DESINTEGRAÇÃO EM VEZ DE UM INSTRUMENTO DE COESÃO ECONÓMICA”

impacto das políticas monetárias expansionistas - como programas de quantative easing - implementadas pelos bancos centrais: “Estas políticas resultaram na queda acentuada das taxas de juro, criando o desafio de gerir carteiras de investimento num novo paradigma de taxas de juro negativas e ajustando os prémios de risco para níveis inferiores”. João Zorro afirma que esta alteração “obrigou os investidores a novos comportamentos, tendo inclusive retirado espaço à tradicional análise fundamental e dando lugar a um comportamento mais oportunista”. Para além do extremar de políticas monetárias, outros marcos macroeconómicos tiveram impacto na forma como se perceciona este mercado. Vasco Teles, gestor do NB FCP Euro Bond e do NB Obrigações Europa, expõe situações mais específicas: “A saída do Reino Unido da Comunidade Europeia, a guerra pela supremacia económica entre EUA e China, a transição energética e o ressurgimento da inflação são alguns outros exemplos de acontecimentos que impactaram o mercado obrigacionista”.

ESPAÇO PARA INOVAÇÃO

Apesar das autoridades regulatórias apertaram o cinto, houve espaço para a criação de novos instrumentos. O gestor do fundo NB Corporate Euro, Hugo Custódio, toca neste ponto: “A alteração do ambiente regulatório obrigou a um nível de reporte e controlo de risco superior o que resultou no aparecimento de novas classes de ativos, como, por exemplo, as obrigações verdes ou mesmo novos níveis de dívida subordinada”. Amit Maugi, gestor da IM Gestão de Ativos, acrescenta ainda que “a introdução de uma legislação mais exigente, derivada da crise financeira e da crise de dívida pública europeia, potenciou a inovação financeira no mercado obrigacionista, através do aparecimento de novos tipos de instrumentos de investimentos como dívida híbrida, capital contingente e dívida senior bail-in”.

Todos os acontecimentos indicados anteriormente exigiram muito das equipas de gestão. “A capacidade de análise e integração dos ambientes de elevada volatilidade exigiu uma maior assertividade e rapidez na decisão, e isto só foi possível através de equipas de especialistas com avançado conhecimento técnico e muita experiência”, congratula Amit Maugi. É verdade que assistimos a uma alteração de dinâmicas e que os gestores foram surpreendidos por uma presença forte dos bancos centrais, ainda assim, este mercado conseguiu dar alegrias aos investidores. Joel Carvalheira, gestor do Caixa Obrigações Longo Prazo, partilha uma reflexão positiva: “Neste período, o mercado de obrigações de dívida pública, em euros, obteve rentabilidades positivas em todos os anos civis, com exceção de 2021 (e possivelmente de 2022). A rentabilidade anualizada foi de quase 4%.

HUGO CUSTÓDIO GESTOR DO NB CORPORATE EURO

“PARA OS PRÓXIMOS ANOS, A SUSTENTABILIDADE E CRITÉRIOS ESG VÃO GANHAR CADA VEZ MAIS PESO NOS PROCESSOS DE INVESTIMENTO”

Se analisarmos o universo de obrigações de dívida privada, este também conseguiu rentabilidades positivas, embora ligeiramente inferiores. Em suma, foi uma década de boas rentabilidades para o mercado obrigacionista”.

E OS PRÓXIMOS 10 ANOS?

Também aqui os gestores concordam: prevê-se uma mudança de paradigma. Joel Carvalheira antecipa “ciclos de crescimento mais curtos à medida que os bancos centrais se tornam mais imprevisíveis na condução da política monetária e mais dependentes dos dados económicos. O mercado obrigacionista deverá ser caraterizado por maior volatilidade.”

Amit Maugi também concorda com a mudança de paradigma. Para o gestor, os “próximos 10 anos diferirão dos últimos 10, uma vez que vamos assistir à contração das políticas monetárias expansionistas implementadas na última década. O aparecimento dos conflitos geopolíticos e crises energéticas conduzirão a ambientes mais inflacionistas e, por consequência, a taxas de juro mais elevadas”. No que lhe concerne, Vasco Teles enumera três principais fatores a que devemos estar atentos: “O ressurgimento da inflação, a reversão ou estagnação do processo de globalização e a sustentabilidade do euro”. Sobre o primeiro ponto, o gestor aponta com certeza uma mudança, com efeitos diretos na subida de taxas de juro. A reversão do processo de globalização deve levar a “uma menor liberdade de capitais e de comércio internacional”. O terceiro ponto é causada pelo insucesso das reformas nos países mais vulneráveis da união europeia, dado que passados 10 anos a generalidade dos países encontra-se com níveis de endividamento superiores e existe uma maior divergência económica. Vasco Teles alerta: “Existe o perigo do euro se tornar um promotor da desintegração em vez de um instrumento de coesão económica”.

Em jeito de conclusão, João Zorro e Hugo Custódio apontam para uma “manutenção dos bancos centrais como árbitro e jogador” e a um “aumento da importância da sustentabilidade e de critérios ESG no peso da tomada de decisão”.

A OPINIÃO DE

DIOGO GOMES Gestor sénior de clientes, UBS AM Iberia

RESPONDEMOS A TRÊS QUESTÕES-CHAVE PARA O RESTO DE 2022

Há três questões-chave nas três principais regiões económicas que acreditamos irão influir no desempenho das diferentes classes de ativos durante o último terço de 2022: A Fed vai insinuar alguma possibilidade de inverter o rumo da subida das taxas de juro? Não. O mais provável é que a Fed continue a comunicar que as taxas permanecerão em território restritivo para atenuar as pressões inflacionistas. A inflação no setor dos serviços, relativamente resiliente, deverá manter-se muito acima do objetivo de final do ano, e mesmo que haja um alívio a curto prazo no preço das matérias-primas e bens essenciais, não será suficiente para inverter a situação. Quão negativo será o inverno da Europa, numa perspetiva de crescimento? As perspetivas são bastante pobres e há um elevado grau de incerteza. O dilema para os investidores que olham para os ativos europeus é que o leque de estimativas para o quão negativo este inverno será numa perspetiva económica e de resultados é demasiado amplo. O abrandamento económico da China vai acabar? Sim. Mas a estabilização só será suficiente para ajudar o mercado interno e das matérias-primas – não será suficiente para ter repercussões positivas a nível global. A nossa opinião é que o otimismo deve manter-se moderado porque acreditamos que o governo chinês estará bastante reticente em inverter o rumo das políticas que procuram corrigir os desequilíbrios no mercado imobiliário.

ALLIANZ CYBER SECURITY A CIBERSEGURANÇA É UMA NOVA PRIORIDADE

7,8 biliões de pessoas no mundo cada vez mais conectadas. Nos últimos anos, a digitalização cresceu a uma velocidade inesperada, tornando-se uma megatendência. Do trabalho ao tempo livre: estamos “sempre ligados”. A transformação digital facilita nossa vida, mas nos torna mais vulneráveis a possíveis ataques cibernéticos. A forte expansão do cibercrime aumenta a demanda por proteção de organizações, empresas e indivíduos. O Allianz Cyber Security investe em empresas ativas na defesa contra crimes cibernéticos: recuperação de desastres, treinamento de usuários finais, segurança cibernética são apenas alguns exemplos. Da ameaça à oportunidade: uma importante temática de investimento em crescimento.

Possibilidade de transferência da equipa de investimento para a Voya IM nas próximas semanas, sem alterar a composição da equipa, a filosofia de investimento ou o processo de investimento. A Allianz Global Investors e a Voya IM anunciaram a sua intenção de firmar uma parceria estratégica de longo prazo.

*Allianz Cyber Security foi classificado como um Artigo 8 sob SFDR: EU Sustainable Finance Disclosure Regulation. Informação exacta no momento da publicação. Os investidores devem ter em conta todas as características e/ou objectivos do fundo tal como descritos no seu prospecto e no KIID (regulatory.allianzgi.com). O investimento no Fundo envolve riscos. Os investimentos no Fundo e o rendimento obtido poderão oscilar para cima e para baixo, dependendo dos valores ou previsões existentes no momento do investimento e, portanto, poderá não recuperar o seu investimento na íntegra. O Allianz Cyber Security é um subfundo da Allianz Global Investors Fund SICAV, uma sociedade de investimento aberta de capital variável constituída de acordo com a legislação luxemburguesa. O valor das unidades de participação/ações, que pertencem às Categorias de Unidades de Participação/Ações do Subfundo denominadas na divisa base, poderá estar sujeito a volatilidade bastante elevada. É possível que a volatilidade de outras Categorias de Unidades de Participação/Ações seja diferente. O desempenho anterior não garante resultados futuros. Os investimentos em uma moeda diferente da do país onde reside o investidor, podem estar sujeitos a flutuações cambiais, ascendentes ou descendentes. O presente documento tem efeitos meramente informativos e não constitui uma proposta ou um convite a realizar uma oferta, a celebrar um contrato, a comprar ou vender quaisquer valores mobiliários. Os produtos ou valores mobiliários aqui descritos poderão não estar disponíveis para venda em todas as jurisdições ou para certas categorias de investidores. Esta informação tem apenas como fim a sua divulgação, de acordo com a legislação aplicável, e não está disponível para residentes e/ou cidadãos dos Estados Unidos. As oportunidades de investimento aqui descritas não têm em conta objetivos de investimento específicos, a situação financeira, o conhecimento, a experiência ou necessidades específicas de qualquer indivíduo em particular e não oferecem garantias. A sociedade gestora pode decidir pôr termo às formas previstas para a comercialização dos seus organismos de investimento coletivo, nos termos do os regulamentos de desnotificação aplicáveis. Os pontos de vista e opiniões expressas neste documento refletem o entendimento da sociedade gestora na data da publicação e estão sujeitos a alterações a qualquer momento e sem aviso prévio. Os dados facultados neste documento provêm de várias fontes e são considerados corretos e fiáveis na data da publicação. Prevalecerão os termos de qualquer oferta ou contrato subjacente que tenha sido ou venha a ser celebrado. Para obter uma cópia gratuita do prospecto, documentos de constituição, cotações diárias, informações fundamentais destinadas aos investidores e últimos relatórios financeiros anuais e semestrais, entre em contacto com a entidade gestora Allianz Global Investors GmbH no país onde o fundo está sediado (Luxemburgo), ou com a entidade emitente no endereço abaixo indicado ou em regulatory.allianzgi.com. Por favor leia atentamente estes documentos antes de investir, os quais são obrigatórios. Este material promocional foi elaborado pela Allianz Global Investors GmbH, www.allianzgi.com, uma sociedade de investimento de responsabilidade limitada, constituída na Alemanha, com sede em Bockenheimer Landstrasse 42-44, 60323 Frankfurt/M, com número de registo no tribunal local de Frankfurt/M, HRB 9340, autorizada pelo Bundesanstalt für Finanzdienstleistungsaufsicht (www.bafin.de). O resumo dos direitos dos investidores está disponível em inglês, francês, alemão, italiano e espanhol em https://regulatory.allianzgi.com/en/investors-rights. Não é permitida a duplicação, publicação ou transmissão do conteúdo deste documento, independentemente da forma de transmissão considerada. Março 2022. Admaster 2098485. Fundo classificado como um Artigo 8 sob SFDR *

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