Entrelinha

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A apreciação pela arte cresce a cada dia, e o teatro está aos poucos conquistando o público, mas ainda falta apreciação. Francisco Carlos Vieira de Sá, que trabalhou na Associação Artistas no Palco na Cidade de Bento Gonçalves e também trabalha no grupo de teatro Malagueta, acredita que o teatro ainda precisa cair no gosto popular, pois as pessoas não têm o hábito de ver e de valorizar o trabalho feito na região. “É preciso pegar o que já existe e trabalhar mais. Tornar um hábito na vida das pessoas. Hoje já existe muita coisa boa, só falta o público”, conta o ator. Francisco ainda comenta que é difícil viver só da arte e, muitas vezes, a saída é criar uma empresa. “Tu acaba tendo que transformar o teatro em um empreendimento pra poder sobreviver. Muitas vezes não tem o retorno financeiro desejado, mas tem outro tipo de retorno, de muito mais valor”, afirma Francisco. A arte não tem faixa etária, seja para apreciá-la ou para viver dela. Caciano Kuffel (22), jovem estudante de Publicidade e Propaganda da Universidade de Caxias do Sul, atua no cenário artístico há oito anos. Desde os 17 anos ele vive da arte e há três abriu sua empresa de eventos artísticos com a sócia Maryleen Kathelin Horstmann (20).

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Caciano comenta que o teatro empresarial é o mais rentável atualmente e diz que cidade de Caxias é uma das poucas do estado que incentiva a cultura e a arte com projetos. “Dá sim para viver da arte, mas é complicado. Talvez falte um pouco de compreensão das pessoas com a classe artística como um todo, principalmente no teatro. O problema é que as pessoas não entendem, parece que é fácil e todo mundo pode fazer”, afirma Caciano. Maryleen trabalha com arte desde os 13 anos e diz que uma das dificuldades de viver da arte é o fato dela ser imensurável. “Por tu não ter um produto físico, as pessoas acham que o teu trabalho pode ser trocado por qualquer coisa. Querendo ou não, nós (atores) nos frustramos muito. A gente estuda tanto... e quando agridem o teu trabalho agridem a você, porque você é o teu trabalho. Se o cliente não gostou, não é o produto que deu problema, ele não gostou de ti. Às vezes acontece, faz parte”, conta a artista. Trabalhar com arte, em especial com o teatro, é coisa séria. Exige muito preparo. Somente assim, é possível transportar o público para este universo mágico onde tudo é possível, e fazer com que eles esqueçam, pelo menos por alguns instantes, seus problemas e dificuldades.

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Foto: S

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Ensaio

Ao final de cada espetáculo, o resultado esperado não é apenas financeiro, mas sim a alegria e satisfação do público. É incrível quando o sorriso é o portfólio do profissional.


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