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FREGUESIA NEWS/ NORTE NEWS

De 08/05 à 14/05/2015

EM DEFESA DO BAIRRO Por Célio de Araújo

SOS SAÚDE

freguesianews@gmail.com

Problemas enfrentados no PS João Paulo I Cris Kiuane diz que esteve com sua mãe, às 21 horas de sexta-feira, dia 1/maio/2015, no Pronto-Socorro João Paulo I. “Infelizmente havia uma fila de pessoas aguardando há tempos, sem médico. Perguntei a um atendente e ele afirmou que havia médicos, porém, quem está lá dentro saia afirmando que não tinha. Peço que mais uma vez denuncie esse descaso com as pessoas desta região, pois estamos à mercê. As pessoas que vão a este PS ão tem opção na região. Estamos rendidos” disse. - “Fiquei aguardando duas horas e simplesmente sumiram com a ficha da minha mãe. Não havia pediatra e as mães estavam sendo mandadas para o Santana ou Santa Casa. É um absurdo uma região tão populosa dessa não ter hospitais que atendam adequadamente. Esse é um lugar que ninguém quer ir, mas infelizmente é a única opção de quem mora aqui” – diz Cris. Tal fato repercutiu na página do Facebook do Jornal: Kiinho Souza confirmou: “Infelizmente não é novidade no PS João Paulo I, está só o pó há tempos”.

Rita de Cássia disse que no PS tem uma sala perto de onde faz eletrocardiograma, que os médicos e enfermeiras entram com travesseiros nas mãos para dormir, enquanto isso o povo fica lá fora esperando para ser atendido. Eu sei disso porque meu sobrinho precisava fazer eletro e ficou esperando alguém aparecer” Dulcinéia Sá: “Todo feriado é a mesma coisa”. Rosangela Santos: “Eles estão lá, só que não atendem direito. Fui lá levar meu filho, passando mal e fui muito mal atendido, inclusive, pela médica, na hora que foi fazer exame, cadê a enfermeira? Entrou em uma sala de com o travesseiro debaixo do braço pra descansar”. Jo Honorato: “E faz tempo hein! É desumano ver as pessoas chegarem precisando de ajuda, se arrastando e saírem desesperadas

FENÔMENO

Prefeitura apoia festas funk, uma febre entre jovens

Pronto-Socorro João Paulo I

sem saber aonde ir!” Arlete Manoel conta: “No dia 08/nov.2014 meu filho foi atropelado e não havia médicos, mas quando citei o Estatuto da Criança e do Adolescente que ele não poderia ficar sem atendimento e que iria chamar a Polícia, logo apareceu um médico com um baita mau humor por que deveria estar dormindo e não queria ser

incomodado... Ele não colocou no atendimento que meu filho havia sido atropelado e socorrido pelos pais, um irmão maior e um amigo que ficou conosco, agora o Depvati

esta dificultando o pagamento ao meu filho pois ele teve fratura gravíssima da tíbia e fístola no osso do crescimento é muito grave tivemos que transferir meu filho para o Hospital do Servidor Publico Municipal, onde ele foi medicado operado ...”

TUDO COMO ANTES

VIOLÊNICA ABSURDA

Jovem morre por ter errado Rolezinho voltou com tudo de apartamento em Pirituba no Jardim Icaraí/ Brasilândia O jovem Matheus Moreno das Chagas, de 18 anos, trabalhador e estudante, foi brutalmente assassinado por um policial federal aposentado na madrugada de sexta-feira, dia 1/maio/2015,no condomínio em que residia - Portal dos Bandeirantes, em Pirituba. O rapaz errou de andar ao chegar de madrugada em casa - morava do 16º e foi parar no 18º andar, por ter bebido, e não conseguindo abrir a porta ficou na tentativa. O policial que ali residia lhe deu dois tiros matando-o. O policial aposentado fugiu do local e se apresentou na manhã no DP da Vila Mangalot/ Pirituba, onde foi ouvido e liberado. Alegou que o estudante estava na sua cozinha e que perdeu a arma na fuga. Ele registou o caso como invasão de domicílio, o que deverá ser esclarecido. Segundo testemunhas, o

Matheus Moreno das Chagas

jovem forçou a fechadura, mexeu na maçaneta e chegou a bater na porta várias vezes, até que o agente federal Claudécio Ferreira Nascimento abriu a porta e atirou. Matheus era filho único de Verônica Gomes, 47 anos, que é divorciada. “Perdi a única pessoa que eu tinha. Perdi tudo”, disse. Ele estava no terceiro ano do ensino médio e trabalhava no Fórum de Santana como jovem aprendiz. O assassino já teria tentado matar um outro vizinho que teria passado sobre seu pé com um carrinho de mercado, segundo informou

Moradores reclamam que voltaram os pancadões (ou rolezinhos) funk no Largo da Pancada, Jardim Icarái/ Vila Brasilândia. Na quinta-feira (dia 29/maio/2015) começou as 23h30 e foi madrugada afora. Som alto demais, bagunça total. “Agora são 3h40 e ninguém consegue dormir nesta bagunça. Eu com criança em casa e extremamente nervosa com o descaso das autoridades que não fazem nada. Nos dias seguintes do baile a rua fica

Foto ilustrativa

repleta de garrafas quebradas no chão. Nunca vi tanta garrafa no chão. Um lixo total. Triste demais. A Polícia nem aparece”. Parece que a Subprefeitura Freguesia/Brasilandia ao fazer rolezinhos oficiais, não conseguiu atingir o suposto objetivo, que era acabar os não-oficiais. Na realidade apenas criou novas opções e novos points ou fluxos. Enquanto isso os trabalhadores que fiquem sem dormir.

Rolezinho oficial na R. da Balsa

Os “pancadões funk” – também chamados de rolezinho ou fluxo - têm dominado a periferia há tempo e avançou também nos redutos das faculdades particulares e em lugares antes imunes a esse tipo de evento, como os Shoppings, onde foi duramente reprimido. Em quase toda comunidade de favela na região da Brasilândia os pancadões estão presentes, para desespero dos moradores que trabalham, já que os mesmos varam madrugadas. Moradores do Largo da Matriz, Freguesia do Ó, também reclamam desses encontros, que ali são semanais. A prefeitura tenta domesticar o movimento, realizando-os oficialmente e dando-lhes títulos amenos, como: “Rolezinho da Cidadania”, “Fluxo da Hora” – títulos bonitos, mas que não atingem o suposto objetivo, que é esvaziar os pancadões nas comunidades, que continuam ocorrendo da mesma forma, embora muitos dos organizadores tenha aderido aos oficiais. De qualquer forma a defesa é irrestrita por parte da Prefeitura, inclusive levando os

bailes funk para dentro de espaços públicos, como Centro Cultural da Juventude e CEU’s, como algumas restrições a horários e temas das músicas. Entretanto, os pancadões continuam nas comunidades, com letras apelativas e o som em volume estrondoso, geralmente saído de carros com autofalantes potentes, têm causado estrago e protesto por parte da vizinhança, que reclama ainda das danças sensuais e do consumo de bebidas e drogas. – além da sensualização e erotização até de crianças. As mulheres – nem sempre maiores de 18 anos – geralmente fazem coreografias que lembram o ato sexual e as letras das músicas usam palavrões e incentivam a prática sexual. Mas porque isso se tornou uma febre? Porque jovens da periferia aderiram a essa onda? Há tempo o funk já domina os morros cariocas e, há cerca de seis, sete anos, chegou à periferia da Capital paulista, arrefecendo o movimento rap, que até então parecia promissor entre os jovens?

PORQUE?

Punk carioca ocupou o lugar do rap entre jovens da periferia de S.Paulo

LIXO

ATÉ QUANDO?

Pancadão na Favela Boi Malhado é tormento para os moradores M. (moradora local) diz que na comunidade Boi Malhado (V.N. Cachoeirinha) “vivemos um inferno, pois tem um bar localizado numa garagem, onde as festas começa às 22 horas e terminam às 7 horas da manhã seguinte. “Encostam uns carros de som e as janelas parece que vão cair; a Polícia, quando acionada e vai ao local, eles desligam o som, quando a polícia sai aumentam de novo e ficamos sem dormir e ainda somos ameaçados” Tiago Ferreira diz que tormento é grande. “Sou morador daqui, sei muito bem o

Umas&Outras

sofrimento, é difícil!”. Magda Abreu confirma: “A gente não dorme aqui, não se tem respeito por ninguém”. Kelly Nunes diz: “Eu sei o que é viver num inferno, pois aonde eu moro também teve de quinta pra sexta-feira (do feriado de 1/maio). A gente tem crianças pequenas e idosos doentes que moram no mesmo quintal e precisamos de uma providência... Deixem o povo que trabalha o dia todo descansar. E ainda o prefeito vem falar que é cultura só se for da raça dele”.

Depois do Lixo vêm os Urubus “ O p o v o, que além de não cuidar das praças, suja, jogando lixo e até fazendo despachos nos espaços públicos como ocorre na Praça Domingos Ragatieri, Freguesia do Ó - no local é comum ter galinhas e até bode morto... ... Agora a nossa Freguesia do Ó vive com a presença diária dos urubus! Onde vamos parar?” - questiona Fernando Jesus Desafio, que

Capa da Revista Renova SP

Praça Domingos Ragatieri

fez o registro. Ainda bem que os urubus - os faxineiros da natureza fazem o seu trabalho, imagine sem estes, o cheiro e o risco de doenças.

Segundo o cineasta Leandro HBL, diretor do documentário “Funk da Cidade Tiradentes: a Invasão do Funk em São Paulo”, em entrevista à revista Renova São Paulo (de 2012), “o rap brasileiro ficou sisudo, engessado, monotemático, e negou a sexualidade brasileira por décadas.” O funk se expandiu porque trouxe para a periferia diversão e apelo sexual. “É um ritmo que atrai mais as mulheres, e elas trazem os homens”, disse. Outra explicação é que, hoje, o funk dá mais dinheiro. “Muitos funkeiros curtem rap, tentaram ganhar a vida com ele e mudaram de estilo, porque o funk tem mais mercado”, resumiu. Para o pesquisador Charles Kirschbaum, do

Centro de Estudos da Metrópole do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, o fato de ser mais fácil fazer funk também entra no jogo. “Ele quase não exige letras e rimas”. O fator dinheiro chamou a atenção da Rede Globo, que é a maior divulgadora do funk carioca para o Brasil, destacando o ritmo em suas novelas e programas, numa tentativa de glamourizar uma expressão que nasceu da chamada “vidaloka” nos morros cariocas. - “Além disso, o rap é mal-humorado, suas letras são discursos de conscientização social. Já o funk é alegre, jovial, descontraído”.. A jornalista Débora Yuri constatou que muitos rapper’s mudaram de estilo

DUDA RIBEIRO NO MEMORIAL, DIA 8/MAIO No Memorial da América Latina, na sexta-feira, dia 8/ maio, às 19h30, acontece o evento que lembra ser este local ponto pioneiro do samba paulistano, onde havia o Largo da Banana, onde nasceu cordões antigos, dentre eles

o do Camisa Verde e Branco. Neste sábado show com Duda Ribeiro e banda, com a presença da Velha Guarda do Camisa.

mensal que acontece na Rua

Pascoal da Costa, 4, no CDc Clipper, o deste mês é no sábado, dia 9/maio, das 15 às 21 horas. Leve um agasalho para ser entregue à entidades RODA DE SAMBA Samba do Canjico é o encontro filantrópicas e curta o melhor

EXPEDIENTE

Jornalista Responsável: Célio Pires de Araújo Registro Ministério do Trabalho 13.594 - DRT 463/82 Diagramação:

Adercio Oliveira Cláudia Cesquini

Impressão: Grupo Estado - Tel. 3856-2408

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“Todo homem deve dominar sua preguiça e, inventando sem cessar novos compromissos, lutar contra as fraquezas que descobriu em si, a fim de chegar à meta que se fixou”. (G. L. Gurdjieff)

"Qualquer pessoa que sentir-se ofendida em alguma matéria, terá direito de resposta à ser publicado na edição seguinte"


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