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“ A pista está muito difícil este ano. Está muito apertada. No ano passado era mais fluida, este ano tem muitas paragens, mas é igual para todos.” Steve Peat “O percurso este ano está mais escorregadio que o ano passado, senti isso na minha descida. Passei à final, que era o meu objectivo, agora vou dar tudo por tudo para tentar entrar na elite Mundial. “ Emanuel Pombo NUNO AFONSO TEXTO FILIPE FONSECA FOTOS

Mais uma vez os melhores especialistas de Downhill do mundo responderam à chamada e vieram a Lisboa para uma prova que todos apontam como difícil, técnica e fisicamente. Mas, o que ninguém nega é o interesse único pelo percurso e pelo ambiente, a anunciar o Verão, com muito calor, muita música e muita cerveja. Com tantos atractivos não faltaram o líder do ranking mundial de DH, Samuel Hill, Steve Peat, com os galões de seis vitórias seguidas em Lisboa, Cédric Gracia, vencedor da primeira edição, em 2000, o sul-africano Greg Minnaar, ainda fresco na equipa Santa Cruz, Polc, Salvador… Com apenas pequenas modificações em relação a 2007, a descida de Alfama voltou a não poupar os concorrentes: sequências de lanços de escadas, cotovelos muito fechados com degraus pelo meio, quase obrigando a parar, secções onde era preciso dar mesmo ao pedal para não perder décimas de segundo preciosas,

paredes tão próximas que não acabaram o dia sem vários baptismos… Tudo por cima de um piso muito escorregadio. Os saltos eram o mais simples e, como sempre, foram vários os que aproveitaram para exibir artes aéreas, sempre do agrado do público, à custa de uns poucos centésimos. Neste percurso, os melhores do mundo mediram forças com a nata lusa do DH, que deu boa conta de si, principalmente Emanuel Pombo, sétimo da geral e melhor português, que na descida final fez acreditar que poderia sentar-se, mesmo que por alguns minutos, no trono do Downtown, tirando o lugar ao campeão do mundo. Não aconteceu, por pouco mais de meio segundo, intervalo onde só viriam a caber Gracia e Salvador. O eslovaco Filp Polc, que teve que repetir a descida, (um transeunte atravessou-se à sua frente…) foi quem conseguiu tirar Hill do trono, mas sentou-se nele pouco tempo. “Peaty” desceu a seguir, e numa prova sem falhas pulverizou todos os tempos feitos até aí, deixando Polc a mais de dois segundos, uma eternidade. O colega Minnaar, o mais rápido na primeira manga, ainda conseguiu melhorar o seu próprio tempo em exactamente um segundo, mas ficou a mais de meio de Peat, que mais

uma vez saiu coroado de Lisboa. Reconhecendo que na primeira descida não esteve ao seu melhor nível (1:43.792), devido a um dedo deslocado nos treinos da manhã, Steve Peat acabou por guardar o jogo. Apesar da lesão, antes da descida final garantiu à Freebike que a esperança de ganhar estava intacta, apesar de uma pista “muito apertada, com muitas paragens, menos fluida que no ano passado, mas é igual para todos”. No stand da Oakley Commençal, mesmo ao lado da Santa Cruz, onde Peat dava autógrafos em série, Gracia, mais reservado, descontraia com os seus mecânicos e queixava-se à Freebike que a pista estava difícil, com muitas secções bastante estreitas, “pouco adequada às minhas características ou às de Peat”. Viu-se… pela vitória do inglês e pelo seu quinto lugar, bem melhor que o 11º do ano passado. Quanto ao madeirense Emanuel Pombo confessou em declarações à Freebike que estava “contente por ter passado à final”, não sem modéstia, pois fê-lo com o quinto tempo da primeira manga, logo seguido de Paulo Domingues, que foi dos poucos a não conseguir melhorar o tempo na final, mas ainda assim fechou o Top 10 da geral.

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