Manual de Primeiros Socorros
Escorpiões O envenenamento escorpiônico, muito freqüente no Brasil, é o responsável por um significativo número de mortes, especialmente entre crianças. Cerca de 80% dos acidentes registrados são da região Sudeste e 15% da região Nordeste, com coeficiente de incidência anual de 2,5 casos por 100.00 habitantes e com letalidade em torno de 1%. Tal como ocorre com as serpentes, o maior número de acidentes surge nos meses de calor, diminuindo muito no inverno; além disso, é interessante notar que o número de acidentes, nos diversos períodos do dia e da noite, parecem depender tão somente das circunstâncias e não de alguma particularidade ecológica. Os acidentes têm ocorrência regional e sazonal, sendo a maioria em indivíduos de 15 a 50 anos, com discreto predomínio no sexo masculino. Os membros superiores e inferiores são os locais mais acometidos (70%) dos casos). O gênero Tityus é o que tem maior importância no Brasil. Estes tipos de escorpiões têm na maioria de 6 a 7 cm de tamanho. Freqüentemente escondem-se em lugares sombrios e frescos, sob madeiras, pedras, cascas de árvores, tijolos, folhas, telhas, etc, junto a domicílios. Picam ao serem molestados.
Escorpiões
Nomes populares
Corpo/coloração
Toxicidade
Tityus serrulatus
Escorpião amarelo
Tronco amareloescuro, com manchas escuras ventrais
Acidentes graves
Tityus bahiensis
Escorpião marrom
Tronco marromescuro, patas manchadas
Acidentes graves
Bothriurus bonariensis
Escorpião preto
Preto
Baixa toxicidade
Quadro XXVII - Características de alguns dos escorpiões mais comuns no Brasil O veneno do escorpião exerce uma ação neurotóxica direta sobre os neurônios do córtex, cerebelo e medula espinhal. Pode ocorrer a impregnação dos núcleos neurovegetativos do bulbo, levando à morte por choque e apnéia. Muitos escorpiões, porém, produzem ferroadas inócuas, com os sinais comuns de vários graus de edema, com dor e alteração de cor da pele.
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