Edição 14 - Jornal Santa Notícia

Page 1

O jornal da

Região dos Imigrantes

#14

Ano 2 Agosto 2015

Fundado em Outubro de 2013

25

centavos

Santa Maria de Jetibá · Santa Leopoldina · Santa Teresa · Itarana · Itaguaçu · São Roque do Canaã · Fundão

M REPORTAGE ESPECIAL

Itarana:

história de fé e gradiosidade é resgatada Fiéis estão resgatando a história da Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora, que completa 64 anos de inauguração e consagração quando a paróquia comemora seu centenário

SÃO ROQUE DO CANAÃ

Referência na fabricação de instrumentos musicais pág. 5

SANTA LEOPOLDINA

Jovens músicos no ritmo da cultura capixaba

pág. 8 e 9

pág. 6

ESTUDO CIENTÍFICO

Pesquisador de Santa Teresa tem reconhecimento internacional pág. 14

ENTREVISTA COM ESTHÉRIO SEBASTIÃO COLNAGO

“O cooperativismo é a principal alternativa para combater a crise econômica” pág. 4

~ italianas em federação. pág. 15 Comitê quer unir associaçoes 7

268266 842427


Agosto 2015 | Edição 14 | pág. 2

editorial

M

antendo o foco em divulgar o que a Região dos Imigrantes tem de melhor, esta edição do Jornal Santa Notícia está recheada de bons exemplos. São ações que provam que o talento, a criatividade, o empreendedorismo e a união de comunidades em prol de projetos econômicos, culturais e sociais são capazes de transformar vidas e mudar a realidade local.

Outro projeto, que está concorrendo a um prêmio estadual, oferece aulas de balé de graça para crianças e adolescentes de Santa Maria de Jetibá, no turno oposto ao escolar. Com isso, ocupa-se o tempo ocioso de crianças e adolescentes com uma atividade que faz bem para o corpo e também para a alma, descobrindo novos talentos.

Igreja Matriz, um marco na cidade.

São muitas as curiosidades que envolvem essa construção, uma obra ousada para a época, que mobilizou toda a comunidade e levou três décadas para ficar pronta. Detalhes podem ser E por falar em talento, um jovem Um exemplo é a entrevista desta conferidos em nossa reportagem de Santa Teresa, que aos 22 anos é edição, que traz uma análise do professor e cursa mestrado, recebeu especial. presidente do Sistema OCBreconhecimento internacional por Sescoop/ES, Esthério Colnago. O fortalecimento da cultura seu trabalho, um estudo pioneiro Ele afirma que o cooperativismo italiana no Estado é outro aspecto sobre os temidos escorpiões. Em capixaba cresce a cada ano e abordado em reportagem que sua pesquisa ele explica alguns demonstra que é um importante aponta os objetivos dos capixabas mitos em torno do aracnídeo, que aliado da sociedade em busca de que foram eleitos para integrar o desenvolvimento, sendo a principal também são revelados nesta edição. Comitê dos Italianos no Exterior. alternativa para combater a crise O resgate da história também faz econômica que o País atravessa. Já deu para ver que são muitos bons parte da construção da identidade exemplos relatados nas próximas Na área cultural, reportagens sobre e da valorização de uma região. Um páginas. Aproveite para se inspirar. dois projetos sociais mostram como exemplo é o que está sendo feito em Itarana, onde relatos, documentos a arte pode ser transformadora. antigos e até filmagens estão sendo Boa leitura! Um deles é o Brasil Tambores, em que adolescentes e jovens de Santa utilizados por moradores para Leopoldina têm aulas de percussão recontar a história da imponente de graça, viajam pelo Estado e o País levando a cultura capixaba e aprendem muito mais que tocar instrumentos musicais: têm a visão de mundo ampliada.

Expediente

Diretora Comercial /claudiapizz

Fred Colnago Diretor Executivo /fredcolnago

Contribuíram nesta edição:

» Pedro Padilha (Dir. Adm. e Financeiro) » Valbert Vago » Flávia Martins » Danilo Facco » Jean Tavares » Amanda Butzke » Sarah Stuhr Agradecimentos: Carla Caliman, Gerson Tavares da Motta, Isaac Beber Padilha, José Elias S. Colnago, Victor Humberto Salviato Biasutti, Eduardo Destefani, Lígia Tedeschi, Alessandro Eller, Geraldo Francisco Cicero Pinto (Lalado) , Maria Auxiliadora Maso Casagrande, Leda Diana Rogge, Maestro Mhellão, Ana Beatriz Müller, Germano Hilgert Filho Ivonete Rodrigues de Souza Hilgert, Arthur Felipe Andrade, José Maria Caetano, Wesley Dondoni Colombo, Fernanda Coutinho, Mariana Tavares Garcia, Dona Alba Venturini, Wilson Côrrea e a todos que com muito amor ajudaram o jornal Santa Notícia.

(27) 4141-4551 | 9 9758-6001 contato@santanoticia.com.br Visite: www.santanoticia.com.br O jornal da Região dos Imigrantes É o jornal de maior circulação da Região dos Imigrantes do Espírito Santo e tem como foco potencializar a cultura e as características regionais dos municípios de Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina, Santa Teresa, Itarana, Itaguaçu, São Roque do Canaã e Fundão. Atuando no meio impresso (jornal) e digital (site e rede social). Missão: Informar, entreter e prestar serviços de comunicação ao público da Região dos Imigrantes, com qualidade, ética e inovação, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico, cultural e turístico. Circulação: Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina, Santa Teresa, Itarana, Itaguaçu, São Roque do Canaã, Fundão, Colatina, Laranja da Terra e Grande Vitória. Impressão: 8 mil exemplares Santa Notícia é uma publicação da empresa: Fred Colnago Publicidade e Design CNPJ: 12.975.036/0001-70 Av. N. S. da Penha, Tiffany Center - Praia do Canto - Vitória - ES

Os artigos assinados pelos colunistas são de inteira responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião do jornal.

fredcolnago

Cláudia Pizziolo

Anuncie!

(27) 9 9758-6001 É o jornal de maior circulação da Região dos Imigrantes e tem como foco potencializar a cultura e as características regionais al da os O jorng e R ião drantes Imig

www.santanoticia.com.br


Agosto 2015 | Edição 14 | pág. 3


Agosto 2015 | Edição 14 | pág. 4

ENTREVISTA COM ESTHÉRIO SEBASTIÃO COLNAGO

“O cooperativismo é a principal alternativa para combater a crise econômica” FOTOS: DIVULGAÇÃO

Presidente do Sistema OCB-Sescoop/ES, Esthério Colnago afirma que o investimento em capacitação e tecnologia fortalece o setor

O cooperativismo capixaba cresce a cada ano e demonstra que é um importante aliado da sociedade em busca de desenvolvimento

O

Espírito Santo tem 143 cooperativas, que reúnem cerca de 240 mil cooperados e empregam mais de 25 mil pessoas direta e indiretamente, segundo dados do Sistema OCB-Sescoop/ES. Grande parte está ligada ao agronegócio. E na busca pelo fortalecimento do setor, a Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi) realiza, entre os dias 12 e 15 de agosto, a IV Semana Tecnológica do Agronegócio (STA), no Parque de Exposições de Santa Teresa. Um dos apoiadores do evento é o Sistema OCB-Sescoop/ES. Em entrevista ao jornal Santa Notícia, o presidente da instituição, Esthério Sebastião Colnago, destacou a importância da busca por tecnologia, capacitação e novos mercados, para fortalecer o setor, que tem se mostrado a principal alternativa para combater a crise econômica. Maior evento de transferências e negócios do cooperativismo capixaba, que movimentou no ano passado R$ 10 milhões, a STA vai reunir avicultores, cafeicultores, pecuaristas e horticultores. Santa Notícia – Qual a importância do evento para o setor e para o fortalecimento do cooperativismo no Estado? Esthério Colnago – Assim como em outros setores, todo e qualquer evento que promova conhecimento e educação é muito importante. No caso dessa feira da Coopeavi, o cunho é extraordinário, pois conseguimos unir desde aqueles produtores antigos da lida no campo, acostumados com a prática, até estudantes jovens com pouca experiência. Todos eles aprendendo e trocando experiências! Como será a participação do Sistema OCB-Sescoop/ ES? O Sistema OCB-Sescoop/ ES não poderia ficar de fora desse grande evento. Nós estamos trazendo o palestrante principal, José Luiz Tejon,

além de apoio ao evento como um todo. Queremos também que nossos técnicos estejam lá, participando e aprendendo, para posteriormente levar o aprendizado para o cooperativismo capixaba. Em 4 de julho, comemorou-se o Dia do Cooperativismo. Qual o balanço que o senhor faz da atividade no Estado? O cooperativismo tem um papel fundamental para a economia e para a sociedade capixaba. Humaniza as pessoas por não ter como principal função o retorno financeiro. É claro que ele é importante, mas o modo cooperativista de ganhar dinheiro não vem apenas com o trabalho, vem com realização de diversos patamares como inclusão social, bem-estar familiar, educação e, aí sim, o trabalho! Pois quem trabalha realizado, trabalha

As cooperativas do Espírito Santo movimentam R$ 4,1 bilhões por ano e representam cerca de 4% do PIB capixaba

feliz, e quem trabalha feliz e junto produz mais e com mais qualidade. O cooperativismo está presente em que atividades no Estado? O cooperativismo do Espírito Santo atua em nove ramos diferentes: Agropecuário, Consumo, Crédito, Educação, Habitacão, Produção, Saúde, Trabalho e Transporte. São 143 cooperativas. Elas movimentam R$ 4,1 bilhões por ano e representam cerca de 4% do PIB capixaba. Veja alguns exemplos da atuação do cooperativismo no ES: Maior repassador de crédito para a cafeicultura; 60% do leite e 20% do café do Estado passam por uma cooperativa. Como ele contribui para o desenvolvimento das regiões e do agronegócio? O cooperativismo capixaba cresce a cada ano e demonstra que é um importante aliado da sociedade em busca de desenvolvimento e, principalmente, é a principal alternativa para combater a crise econômica. Nossa principal marca é que as cooperativas são sociedades de pessoas e não de capitais. Nosso objetivo principal é prestar serviços aos seus associados, dar informação,

Muitas cooperativas estão investindo em industrialização, melhoria de produtos e agregando valor. Mas precisamos mais disso inclusão social e assistência técnica, diferente das empresas mercantis, que visam única e exclusivamente o lucro. Além de melhorar diretamente a renda dos cooperados, as cooperativas amplificam mercados, trazem economia com o compartilhamento de serviços, facilidade para acesso a recursos, pulverizam o risco, pois o investimento é coletivo, além de ter os resultados distribuídos de forma justa e igualitária, na proporção de sua participação na cooperativa. Se um ganha, todos ganham. Como a OCB atua para auxiliar na busca por capacitação, modernização de processos e novos mercados? É fato que o cooperativismo é a principal alternativa para combater a crise econômica.

Mas ainda precisamos avançar! Muitas cooperativas estão investindo em industrialização, melhoria de produtos e agregando valor. Mas precisamos mais disso! Precisamos também pensar mais em intercooperação e as incorporações, fusões de cooperativas. Devemos fazer parcerias, juntar forças, compartilhando produtos e serviços por meio de cooperativas centrais ou negociações em conjunto. Só assim, o cooperado terá maiores benefícios e as cooperativas se tornarão mais competitivas. Superando esses desafios, avançaremos ainda mais com o cooperativismo capixaba. Incentivamos essas práticas através de reuniões, visitas técnicas, intercâmbios para locais onde esses avanços foram extremamente positivos, dentre outras formas. A OCB/ ES, em parceria com a Aderes, tem um programa de capacitação para que as cooperativas tenham acesso ao mercado externo. Acreditamos que cooperativas unidas fazem mais e melhor do que isoladamente. Quanto mais a cooperativa interage com o seu cooperado, mais crescem o cooperado e a cooperativa. Qual a importância do cooperativismo, no momento que o País vive? Muitas pessoas têm me perguntado sobre o assunto e sempre afirmei que as cooperativas são filhas da crise. Tenho certeza de que neste momento que o País está vivendo muitos setores estão sofrendo, mas nós como cooperativas, uma sociedade de pessoas, que somos baseados na doutrina, em valores sociais e princípios universais, estamos em vantagem! Nós somos o único modelo socioeconômico capaz de enfrentar a crise e ainda apresentar crescimento. Foi assim em 2008, quando o mundo enfrentava uma das piores crises econômicas e financeiras, que o cooperativismo cresceu mais de 35%; e será assim em 2015! Temos esta certeza que isso irá acontecer se a cooperativa tiver planejamento, estratégia de ação, profissionalismo, transparência nos seus atos, ética nos relacionamentos e for uma instituição confiável.


Agosto 2015 | Edição 14 | pág. 5 FOTOS: VALBERT VAGO FOTOS: ROGÉRIO MEDEIROS

Tião Nunes em sua oficina que reúne peças de colecionadores

SÃO ROQUE DO CANAÃ

Referência na fabricação de instrumentos musicais Apaixonado por música, aos 94 anos o luthier Tião Nunes mantém a tradição de fazer violões, violinos e guitarras sob encomenda Valbert Vago

U

m dos pensamentos mais conhecidos atribuídos ao pensador e filósofo chinês Confúcio (551 a 551 a.C) é o de que “não importa que você vá devagar, contanto que você não pare”. Quem mora em São Roque do Canaã confirma a veracidade do ditado ao observar um de seus moradores mais antigos. De farta memória e ao largo de seus 94 anos, o mineiro Sebastião Nunes da Silva, o Tião Nunes, é referência num ramo pouco comum em tempos atuais: conserto de máquinas de costura e aparelhos musicais antigos e a arte da luthieria – fabricação e conserto de instrumentos musicais. Em sua oficina no último número da rua Lourenço Roldi, é possível encontrar raridades como vitrolas e rádios, verdadeiras peças de colecionadores. Depois de décadas

como referência em venda e conserto de aparelhos eletrônicos, a oficina que outrora atraía crianças e curiosos como vitrine de novidades, hoje, num endereço afastado, mais parece um museu.

Paixão A paixão de Tião pela música despertou ainda na mocidade. E muito antes da eletrônica, ele ganhava a vida como marceneiro. Daí o ofício da luthieria. Sua relação com a música lhe confere certa fama e um tanto de histórias pitorescas. Um exemplo é o

lendário violão de fabricação italiana, adquirido em 1948, parceiro indispensável por décadas. “Na época em que comprei esse violão, muita gente me chamou de doido. O preço que paguei era suficiente para comprar uma colônia de terras”, relata. Tamanho apego, só com os instrumentos que fabrica. “Faço para uso próprio, mas logo aparecem compradores”. Por ironia do destino, alguns acabaram voltando ao seu acervo, caso de um vioTião Nunes mostra uma de suas criações

Na época em que comprei esse violão, muita gente me chamou de doido. O preço que paguei era suficiente para comprar uma colônia de terras Tião Nunes, luthier

lino e uma guitarra que Tião insistiu em comprar de volta, após constatar que os mesmos haviam sido danificados pelos novos donos. Músico autodidata, excepcional violonista, Tião orgulha-se de ter tocado em vários grupos e animado muitos bailes, festas e missas. Atualmente, pode ser visto executando os sacros hinos, aos domingos pela manhã, na Igreja Matriz da cidade, ofício que desempenha há décadas. “Para mim, que cresci cantando no coro da igreja, é algo inimaginável as missas de domingo sem o som do violão do Tião”, declara Daniele Piontkowsky, admiradora confessa.

Memórias de uma figura folclórica na região Sebastião Nunes chegou a São Roque acompanhando os pais e uma irmã, em 1930. Ele lembra com detalhes a viagem de trem de Minas Gerais até Colatina e, de lá, a pé, até o então pequeno povoado teresense. Apesar do farto repertório de causos, não é por eles que seu Tião é conhecido, mas sim por suas habilidades e virtudes, principalmente a inteligência musical e a paciência. Testemunha e protagonista de quase um século da história local, não são poucas as histórias – quase lendas – sobre o Tião. Na cidade, quem tem mais de 30 anos já ouviu falar de alguma. “Quando criança ouvia dizer que o Tião Nunes não tomava água e, por isso, não tomava choques”, lembra Renam Martinelli, 38 anos. Até hoje há quem sustente o fato como verdade. Casado com dona Iria Zanetti, além de tocar uma variedade de instrumentos, Tião também compõe. Dos filhos, alguns herdaram a arte musical e outros o ofício da carpintaria. Atualizado e jovial, empenha-se na fabricação de uma guitarra com formato inspirado no baixo do ex-beatle Paul McCartney. Bem-humorado, não esconde o segredo de tanta vitalidade: “Manter o cérebro ocupado e o corpo em atividade”. Recentemente, subiu a Serra do Canaã para prestigiar um de seus artistas preferidos, o violonista Yamandu Costa. “Fui lá para o ver tocar, mas, quando soube que tinha um admirador de mais de 90 anos na plateia, ele que quis tirar foto comigo”, contou, sorridente. Perguntado sobre o projeto da nova guitarra, responde com convicção: “Está me dando um trabalho danado! Mas... não estou com pressa mesmo!”.

O luthier toca vários instrumentos


Agosto 2015 | Edição 14 | pág. 6

SANTA LEOPOLDINA

Jovens músicos no ritmo da cultura capixaba Integrantes do projeto aprendem a tocar tambor, surdo e casaca, entre outros instrumentos de percussão

Projeto Brasil Tambores tem aulas gratuitas de percussão para jovens e adolescentes de Santa Leopoldina, que já tocaram em São Paulo

N

a batida do tambor, do tamborim, do timbal e ao som de instrumentos que fazem parte da cultura capixaba, como a casaca, adolescentes e jovens de Santa Leopoldina viajam pelo Estado e pelo País para fazer apresentações cheias de ritmo. Eles fazem parte do Brasil Tambores, um projeto da prefeitura do município que é coordenado pelo maestro e percussionista Silvio Rogério Raul, 58, o Mhellão. O maestro, que já viajou o mundo apresentando o ritmo brasileiro, faz shows ao vivo de jazz e bossa nova e já gravou CDs com bandas e artistas capixabas – como Manimal, Amaro Lima, Tamy e Marcela Lobo –, criou o projeto há 10 anos, após voltar de uma temporada estudando música em Portugal. Desde então, cerca de 500 jovens de Santa Leopoldina já passaram pelo Brasil Tambores. Atualmente, são 18 alunos, entre 12 e 27 anos, que têm aulas gratuitas de música às quintas-feiras, das 19 horas às 20h30, em um estúdio no município. E há vagas para

quem desejar participar. Eles aprendem a tocar instrumentos de percussão como caixa, surdão, repinique, tamborim, agogô, timbal, cajon, tambor de congo, casaca e pandereta. “Tem muita coisa do ritmo do Espírito Santo, do congo. Mas eles tocam também salsa, hip hop, samba, ritmo do Olodum, entre outros, como músicas do Manimal, do Carlinhos Brown e do Monobloco”, contou Mhellão. Os jovens artistas viajam pelo Espírito Santo e já se apresentaram em eventos como o Festival de Música de Domingos Martins, a Feira Sabores da Terra, na Praça do Papa, em Vitória, e nos Passos de Anchieta. Também fazem apresentações em outros estados, como São Paulo, onde já representaram a cultura musical capixaba em um salão de turismo.

Mhellão ressaltou a importância do projeto para a formação dos alunos. “É uma forma de ocupar o tempo desses adolescentes e ajuda também na disciplina, exercita o cérebro. Além disso, eles viajam e conhecem novos lugares, novas culturas”, destacou. Para participar do projeto ou convidar os jovens músicos para apresentações, basta entrar em contado com o maestro, por meio do telefone (27) 99998-9798.

É uma forma de ocupar o tempo desses adolescentes, e ajuda também na disciplina, exercita o cérebro Mhellão, maestro e percussionista

Aulas do Brasil Tambores acontecem em um estúdio em Santa Leopoldina

Alunos do Brasil Tambores têm entre 12 e 27 anos

Banda mirim faz música com material reciclado Além do Brasil Tambores, o maestro e percussionista Mhellão desenvolveu o projeto Trakalatas, em parceria com prefeituras, voltado para crianças de 6 a 10 anos. Com materiais recicláveis como latas de tinta de 18 litros, bombonas de plástico e canos de PVC, os pequenos formam uma banda com sons agudos e graves de percussão. “Esse projeto foi desenvolvido em Domingos Martins e é itinerante, já passamos por vários municípios, em parceria com as prefeituras. As aulas também são gratuitas e ele surgiu da necessidade de incluir as crianças menores e ajuda muito no desenvolvimento das crianças, como a coordenação motora”, desta-

cou Mhellão. O maestro contou que teve o primeiro contato com a música muito cedo, quando ainda era criança, por influência do irmão, Raul Cavalheiro, já falecido, que foi presidente da Ordem dos Músicos do Espírito Santo. “Ele tinha um conjunto chamado Arrastão, que viajava bastante. Nessa época, eu tinha uns 10 anos e ajudava a montar bateria, ficava assistindo aos ensaios e me apaixonei pela música”, lembrou. Mhellão chegou a estudar Edificações e a trabalhar em outras áreas, mas a paixão pela música falou mais alto. “É muito gratificante trabalhar com o projeto Brasil Tambores”, ressaltou.


Agosto 2015 | Edição 14 | pág. 7

SANTA MARIA DE JETIBÁ

#CULTURA

Wilson Coêlho

é “Commandeur Exquis” do Colégio de Patafísica de Paris

Política cultural O Projeto de Lei 10.296/2014, que institui o Plano Estadual de Cultura do Espírito Santo, foi aprovado pela Assembleia Legislativa em outubro de 2014 e, no mês seguinte, sancionado pelo Executivo. Resultado de diversos seminários e encontros, tanto na Grande Vitória quanto no interior do Estado, inclusive, em 10 microrregiões, o Plano Estadual de Cultura (PEC-ES), com base no Plano Nacional de Cultura – instituído pela Lei Federal 12.343/2010 –, estava pronto desde 2013. Tendo o Conselho Estadual de Cultura como o catalisador da vontade popular na elaboração do projeto e, como já era uma expectativa da sociedade, o diálogo não foi difícil. Houve consenso em grande parte das propostas que se deram através de Seus eixos são norteados pelo respeito e valorização da diversidade artística, do patrimônio material e imaterial e do acesso à produção.

escutas e debates com os segmentos organizados da sociedade civil, definindo estratégias para a cultura dos próximos 10 anos. O projeto tem por objetivo viabilizar as políticas culturais por meio do Fundo Estadual de Cultura como o principal mecanismo para receber recursos, tanto dos governos federal

e estadual quanto de parcerias com empresas privadas. O órgão de acompanhamento de fiscalização da execução do plano será o Sistema Estadual de Cultura. Levando em conta que dos 78 municípios somente 14 têm conselho municipal de cultura, bem como considerando que no corpo do projeto as palavras “descentralização”, “regionalização” e “interiorização” balizam os anseios do movimento cultural capixaba em prol de uma aproximação das cidades do interior, tanto entre si mesmas quanto com a capital, faz-se necessária uma estratégia de criação de seus próprios sistemas municipais de cultura, como está prevista no PEC-ES. As propostas do PEC-ES visam efetivar uma política pública de cultura, integrada nas esferas federal, estaduais e municipais. Seus eixos são norteados pelo respeito e valorização da diversidade artística, do patrimônio material e imaterial e do acesso à produção. Daí, a necessidade de reestruturar as gestões para fazer a lei funcionar, profissionalização de agentes e demais funcionários das secretarias de cultura, criação e manutenção de espaços e equipamentos culturais, como teatros, cinemas, museus e bibliotecas. Na verdade, o projeto é a tentativa de reparar uma dívida de 500 anos.

Squeeze personalizada com a sua marca. Conheça mais!

(27) 4141-4551

www.canetaperfeita.com.br .com.br

Projeto de balé concorre a prêmio estadual Primeiro projeto social de dança em Santa Maria, com aulas de graça para adolescentes e crianças, está na disputa pelo Prêmio Inoves 2015

E

ntre rodopios e passos precisos, crianças e adolescentes de Santa Maria de Jetibá têm contato com a arte, desenvolvem a criatividade, suas habilidades e ainda fazem uma atividade física, tudo isso em aulas de balé que são oferecidas de graça. Trata-se do projeto Ballet, que começou a ser desenvolvido em 2014 pela Secretaria Municipal de Esportes e Lazer e oferece aulas para alunos de 4 a 17 anos. Primeiro projeto social de dança no município, o Ballet está concorrendo ao Prêmio Inoves 2015, iniciativa do governo do Estado que premia trabalhos inovadores em diferentes áreas no serviço público. A coordenadora e professora do projeto, Ana Beatriz Müller, ressaltou que ele contribui principalmente para a diminuição da exposição aos riscos sociais, pois recebe crianças e adolescentes de várias comunidades e bairros. As aulas do projeto são realizadas no contraturno escolar, no Núcleo de Artes Marciais e Dança da Secretaria de Esportes e Lazer. As turmas são divididas em categorias: Baby Class (4 a 6 anos), Infantil (7 a 12 anos) e Juvenil (13 a 17 anos). Cada turma tem duas aulas por semana. Para Ana Beatriz, alguns fatores para o sucesso da proposta são a dedicação de todos os participantes, a parceria e o envolvimento da Prefeitura de Santa Maria de Jetibá, o reconhecimento do projeto pelos moradores e os convites para a participação em eventos da cidade. “Desenvolver o projeto de dança é a realização de um sonho, pois sempre quis trabalhar com crianças e adolescentes e dar aula é o que gosto de fazer”, destacou. Ela contou que já foi aluna de alguns projetos sociais também oferecidos pela Secretaria de Esportes, como Bom de Bola feminino e Segundo Tempo. “Sei que as crianças e adolescentes vêm

Meninas de 4 a 17 anos fazem aulas de balé durante o contraturno escolar, no Núcleo de Artes Marciais e Dança da Secretaria de Esportes e Lazer de Santa Maria de Jetibá

para os projetos para aprender, mas também para brincar e se divertir e é isso que tento proporcionar nas aulas do projeto de dança”, ressaltou. O projeto Ballet está entre os 264 selecionados na primeira fase do Prêmio Inoves. Agora, está na etapa de análise técnica, que será encerrada em outubro. A premiação acontece em dezembro.

As crianças e adolescentes vêm para os projetos para aprender, mas também para brincar e se divertir Ana Beatriz Müller, professora de balé

Saiba mais » As aulas do projeto Ballet são realizadas no contraturno escolar, no Núcleo de Artes Marciais e Dança da Secretaria de Esportes e Lazer de Santa Maria de Jetibá, que fica na rua Alfredo Potraz, 60, Centro. » As turmas são divididas em categorias: Baby Class (4 a 6 anos), Infantil (7 a 12 anos) e Juvenil (13 a 17 anos). » As aulas são às segundas, terças, quintas e sextas-feiras, no turno da manhã ou tarde. Cada turma tem duas aulas por semana. » Mais informações: (27) 3263-4807.


Agosto 2015 | Edição 14 | pág. 8

REPORTAGEM ESPECIAL

Igreja Matriz de Itarana: história de fé e grandiosidade é resgatada

Fiéis estão resgatando a história da Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora, que completa 64 anos de inauguração, no ano do centenário da paróquia

Q

uem chega a Itarana, na Região dos Imigrantes, logo vê a Igreja Matriz de Nossa Senhora Auxiliadora. Construída no alto, em um lugar que pode ser avistado praticamente de toda a cidade, a igreja está completando 64 anos de inauguração e consagração, no ano em que a paróquia também comemora seu centenário. Com uma arquitetura que chama a atenção, a construção da igreja é cercada de histórias. Para se ter uma ideia, o prédio levou três décadas para ser erguido, desde o início da obra, em 1920, considerada um projeto ousado para a época. “O dinheiro acabava, foram feitos leilões para angariar mais, o padre rodava as propriedades pedindo ajuda. Foi muita ousadia, fizeram uma igreja grande, toda trabalhada, e até hoje ela se destaca. Conta-se que, na época, a ideia era construir uma basílica”, contou a aposentada Maria Auxiliadora Maso Casagrande, a Dora. A pedido do padre Neil Joaquim de Almeida e com o au-

xílio da sobrinha, Nilza Maria Covre Bergamaschi, Dora realizou pesquisas para resgatar a história da igreja. A ideia é transformar as informações em uma publicação. Após pesquisas em documentos antigos e ouvindo relatos de fiéis que viveram naquela época, ela reuniu várias curiosidades sobre a construção da Matriz. A Paróquia de Nossa Senhora Auxiliadora foi instalada em 24 de julho de 1915, na então vila de Figueira de Santa Joana, que pertencia a Afonso Cláudio. Havia uma igreja, mas, em 17 de abril de 1919,

iniciou-se uma sociedade para angariar fundos para a construção da nova Matriz. Cada um pagava mil réis por mês para a obra, que teve início em 17 de novembro de 1920. No dia 1° de outubro de 1933, a obra da Igreja Matriz estava parada havia dois anos. Cerca de um ano depois, em 3 de setembro de 1934, as paredes da velha Matriz caíram. Nessa época, as missas da paróquia eram realizadas na capela de São Sebastião, devido aos problemas de estrutura da igreja. Mas, segundo relatos, a capela era pequena e mal cabiam as crianças. Os homens e as mulheres ficavam do lado de fora, expostos ao sol e à chuva. Então, o bispo nomeou nova comissão, com supervisão do vigário Paulo de Tarso, para o término da obra. Segundo documentos históricos levantados por Dora Maso, ele sempre dizia que seria erguido no local um templo magnífico, “sem dúvida, o maior e o mais belo de todo o Estado do Espírito Santo”. A partir de 1939, foram feitos leilões para ajudar na obra. “Padre Henrique Zamperetti muito contribuiu para a construção dessa igreja, indo visitar as famílias a cavalo, pedindo doações, sacas de café para o término da obra”, contou Dora.

Foto antiga mostra imponência da igreja, que começou a ser construída em 1920

Adornos da Igreja Matriz feitos com moldes do projetista Vitorio Stringari. Formas usadas para moldar as peças foram encontradas sob da escada da casa canônica

Projeto com luxo e riqueza de detalhes Com uma arquitetura no estilo eclético, a Igreja Matriz de Itarana chama a atenção pelos detalhes. O altar é feito em mármore Carrara, que veio da Itália, e tem adornos no estilo rococó, assim como as colunas, que lembram as de construções romanas. O projetista Vitorio Stringari – que era técnico, professor de Artes e trabalhava na Escola Técnica do Espírito Santo e trabalhou também na construção da Igreja de São Sebastião, Praça Oito e Santo Antônio de Sossego – passava as férias, entre dezembro e fevereiro, na região, e ajudou na obra. Foi ele quem moldou em gesso as peças estilo rococó que adornam o templo. As formas que ele preparou para moldar as peças ficaram por anos guardadas sob a escada da casa canônica. Elas foram encontradas somente em 2009.

Os anjos que seguram o candelabro de Nossa Senhora Auxiliadora foram feitos pelo professor Américo, da então Escola Técnica Federal do Espírito Santo. Ele os moldou tendo Olivia Cei de Araújo como modelo. O quadro para colocar a planta da matriz foi feito por Pedro Sepulcri e a planta foi trazida pelo padre Frederico. A construção da arte dos arcos, colunas e outras partes da construção foram feitas por Quintino dos Santos, que fazia as peças nos moldes e depois adornava os arcos e colunas dentro e fora da igreja, no altar. O piso da Igreja Matriz é conhecido como ladrilho hidráulico e é um tipo de revestimento artesanal feito à base de cimento, usado em pisos e paredes, que teve seu apogeu entre o fim do século XIX e meados do século XX.


Agosto 2015 | Edição 14 | pág. 9

REPORTAGEM ESPECIAL

Primeira a ser consagrada no Estado A inauguração da Igreja Matriz Nossa Senhora Auxiliadora, em 15 de julho de 1951, em Itarana, foi um grande evento. O templo foi o primeiro a ser consagrado no Estado antes mesmo do Convento da Penha. A sagração foi feita pelo bispo dom Luiz Scortegagna. Na época, o padre Henrique Zamperetti, que chegou em outubro de 1946, não mediu esforços com objetivo de angariar fundos para a conclusão da obra. A celebração foi acompanhada por pessoas de outros municípios, incluindo autoridades. A notícia sobre a festa foi publicada em jornais do Estado, como A Tribuna, e até da Itália, e chegou a ser filmada. As ruas ficaram lotadas, pois na consagração os fiéis ficaram do lado de fora, enquanto os padres e bispos faziam a consagração e as autoridades acompanhavam. Segundo relatos, a solenidade durou cerca de seis horas. Quem estava lá era a aposentada Alba Venturini, 89 anos. Ela era corista e cantou durante a celebração. Ela lembra que o grupo era formado por cerca de 15 pessoas, que acompanharam o evento. Em casa, guarda com carinho e cuidado recortes de jornal que relatam a consagração. Em A Tribuna de 19 de ju-

Ruas em torno da igreja ficaram lotadas no dia da inauguração

lho de 1951, Osvaldo Zanello descreveu: “Oficiadas por Dom Luiz Scortegagna, com acompanhamento de cerca de dez sacerdotes, entre os quais se encontrava o ilustre diretor do Colégio Sacramentino Pio XI de Manhumirim, as solenidades duraram cerca de seis horas”. A publicação descrevia a igreja: “Rendas e filigranas imortalizam um artista, cuja sintonia de cores reflete o bom gosto e o conhecimento do belo, cujo altar-mor, ta-

Memórias bem guardadas Aos 89 anos, Alba Venturini lembra bem da conquista que foi para Itarana a conclusão da obra da Igreja Matriz de Nossa Senhora Auxiliadora. Ela era integrante do grupo de coristas e participou ativamente do evento de inauguração e consagração da igreja, em 1951. “A construção da paróquia foi sempre muito difícil, tudo feito pela comunidade mes-

mo. Tinha muita festa para arrecadar dinheiro. O dia da consagração foi muito especial”, contou ela, que lembra o nome de cada um dos colegas de coro que participaram da missa. Dona Alba guarda recortes antigos de jornal e um deles, de 1965, ressalta a comemoração dos 50 anos da paróquia. “Achei o jornal no lixo e guardei”, contou ela.

Curiosidades

O símbolo Na fachada da Igreja Matriz de Nossa Senhora Auxiliadora tem um pelicano. Na Europa medieval, considerava-se a ave um animal especialmente zeloso com seu filhote, ao ponto de, não havendo com que o alimentar, dar-lhe de seu próprio sangue. O pelicano tornou-se, então, um símbolo da Paixão de Cristo e da Eucaristia.

A imagem

lhado de mármore Carrara, nos trouxe a contribuição dos artistas da lendária e amiga Itália, procuramos conhecer um pouco da história daquele templo que se consagrava com tanto esplendor e suntuosidade à Virgem Auxiliadora dos Aflitos”. De acordo com o jornal, com divergências entre os políticos sobre emancipação, entraram num acordo em que Itaguaçu ficaria com a sede do município e Itarana com a sede da Paróquia.

Rendas e filigranas imortalizam um artista, cuja sintonia de cores reflete o bom gosto e o conhecimento do belo, cujo altar-mor, talhado de mármore Carrara

A imagem de Nossa Senhora Auxiliadora é de madeira e foi esculpida na Escola Pavoniana de Escultura em Santo Antônio, em Vitória, a pedido do padre Henrique Zamperetti. O escultor foi Tomaselli e o doador foi Salvador Fardin. A imagem mede 1,70m e tem o cetro solto com coroas fixas. Foi levada em procissão desde a Canônica até a Matriz.

Trecho da reportagem publicada no jornal A Tribuna em 1951, do qual dona Alba Venturini guarda exemplar original

Em 1951, evento registrado em filme A importância da construção da Igreja Matriz para Itarana foi tanta que a celebração para inauguração e consagração do templo foi registrada em filme, quando filmar um evento ainda era algo pouco comum e guardado apenas para ocasiões muito especiais. Quem contratou a filmagem, em preto e branco e sem áudio, foi Elias Estevão Colnago. Um cinegrafista contratado foi de Vitória a Itarana para fazer o trabalho. Posteriormente, o filme foi dado a Florisval Vieira Malta, marido de Alba Venturini. Ela contou que ele tinha na época um cinema itinerante e recebeu as imagens em 16 milímetros. As imagens, resgatadas recentemente e transformadas em DVD, mostram as ruas em torno da Matriz lotadas de fi-

éis e o bispo dom Luiz Scortegagna fazendo os ritos da consagração, com água benta. Dona Alba Venturini, que era corista da igreja e cantou durante a celebração, lembra que a igreja estava vazia, sem os bancos. “Dentro dela estavam somente os padres, o bispo e as cantoras do coro, que eu fazia parte. O bispo ungiu as cruzes da parede, tudo foi ungido”, lembrou. Confira o vídeo na íntegra no site do Santa Notícia: www.santanoticia.com.br

A consagração da igreja foi filmada em preto e branco

O cruzeiro O cruzeiro atrás da Igreja Matriz substituiu um mais antigo que ficava próximo à antiga igreja por estar corroído pelo tempo. Com mais de 50 anos, foi lavrado por João Alves e os detalhes foram feitos por Andréa Cei. Luiz Galvagne, Wandir Follador e Herlio Sepulcri ajudaram a construí-lo.

Reforma em 1961 A primeira remodelação da Igreja Matriz começou em 14 de agosto de 1961. A torre estava cheia de cupim e o telhado dos vãos laterais precisava de conserto. Foi trocada a madeira da torre, que ganhou cimento e foi aumentada em 3 metros. O término das obras da Matriz aconteceu em 18 de agosto de 1962. Além de modificarem a torre, construíram um cômodo atrás da igreja para guardar madeira.


Agosto 2015 | Edição 14 | pág. 10

Oferecimento:

Na rota dos

imigrantes

SANTA MARIA DE JETIBÁ

SANTA MARIA DE JETIBÁ

Disputa do Xadrez

SANTA TERESA JEFINHO EXPEDIÇÕES

Capital estadual do xadrez, Santa Maria de Jetibá recebeu, no dia 18 de julho, a etapa final da modalidade nos Jogos Escolares do Espírito Santo. O evento foi realizado pela Secretaria de Estado de Esportes e Lazer, a prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Esportes e do Clube de Xadrez, e a Federação Espírito-Santense de Xadrez. O município foi representado na competição por dois campeões estaduais: Thaliane Kriiger e Abias Jacobsen, que participam de disputas nacionais. SANTA MARIA DE JETIBÁ

Novo caminhão para os bombeiros

Os bombeiros voluntários de Santa Maria de Jetibá receberam, no dia 29 de julho, um novo caminhão doado por bombeiros de Potsdam, da Alemanha. Participaram da entrega o cônsul da Alemanha Joernhinrich Duus e o governador do Estado, Paulo Hartung. O veículo será utilizado principalmente em atendimentos a acidentes automobilísticos.

Representantes da beleza capixaba

As irmãs teresenses Milena, 9, Vice-Mini Miss Brasil 2014, e Nicole Blank Zamprogno, 14, Miss Brasil Pré-Teen 2014, estão retomando a rotina dos desfiles para representar a beleza do Estado nos concursos nacionais. Nicole vai em agosto para Maceió (AL), onde disputa o título de Miss Brasil Teen. Já Milena desfila em dezembro.

SANTA TERESA

Projeto social ensina jiu-jítsu

Passeio de tirar o fôlego

A animação tomou conta de Santa Maria de Jetibá durante a 35ª Festa do Colono, que aconteceu entre os dias 23 e 26 de julho. Uma atração foi o passeio de helicóptero, que proporcionou emoção e vistas da

cidade de tirar o fôlego (foto acima, Jefinho Expedições). Nomes nacionais, como a banda Raimundos e Gabriel Gava, foram alguns dos artistas que agitaram o público, que lotou a área de eventos da cidade.

ITARANA

ITAGUAÇU

Após passar uma temporada no Canadá e nos Estados Unidos, Rodrigo Ferrari voltou a Itarana, sua cidade natal, com uma ideia e muita vontade. Ele e o irmão, Tiago Ferrari, decidiram compartilhar os conhecimentos em artes marciais. Daí surgiu a Ferrari Bros, uma escola sem fins

lucrativos que ensina jiu-jítsu gratuitamente. Atualmente, são mais de 20 alunos, de todas as idades e os professores buscam patrocínio para que eles possam participar de competições. Uma boa iniciativa que merece ser compartilhada e apoiada!

ITARANA SANTA MARIA DE JETIBÁ

Saúde mais perto

O Economic Saúde, serviço de assistência médica voltado para trabalhadores do comércio, abriu em junho uma filial no centro de Santa Maria de Jetibá, facilitando o acesso para quem mora no município e em cidades vizinhas.

Rainha do Piquenique Ecológico

Carros de boi nas ruas

A Missa Sertaneja e o Desfile de Carros de Boi pela cidade foram destaques durante a XIV Festa Julina da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, que aconteceu no dia 11 de julho, em Itarana. Teve também comidas típicas, prêmio para o rei e a rainha caipira, além de muita música.

Miss Plus Size

Representando o Espírito Santo, a Miss Plus Size ES Milena Tietz, 21, ficou em terceiro lugar no concurso nacional, com o título de 2ª Princesa Plus Size. A premiação foi em São Paulo, no dia 25 de julho. Parabéns!

Com objetivo de conscientizar sobre a preservação do meio ambiente, o XXII Piquenique Ecológico, que já se tornou tradição em Itarana, reuniu cerca de 700 pessoas na Reserva Ecológica Angelo Manieiro, no dia 27 de junho. O evento, organizado por Angela Maria Caetano de Souza, teve trilha, palestras brincadeiras e a eleição da Rainha do Piquenique Ecológico, a pequena Helena, de 4 anos.


Agosto 2015 | Edição 14 | pág. 11

Squeeze

!

da Personaliza

300 ml 6,5 x 15,5 cm 500 ml 7,2 x 20,5 cm 750 ml 7,2 cm x 26 cm

Inúmeras cores, inclusive metálicas, para tampa e garrafa, em polietileno de baixa densidade. Matéria-prima virgem com grau alimentício e pigmentos atóxicos com certificação. Impressão: Serigrafia em até 4 cores Pedido mínimo: 100 peças Tempo de produção: 15 dias corridos

Squeeze é na

www.canetaperfeita.com.br (27) 4141-4551 | 9 9758-6001

Tampa de rosca com fechamento rápido e válvula com trava de segurança


Agosto 2015 | Edição 14 | pág. 12

Prefeitura Municipal de Santa Teresa

Assessoria de comunicação: João Luiz Tamagnoni

Projeto Fundágua: conservação das águas e das estradas rurais com caixas-secas Para amenizar os impactos das chuvas que acontecem periodicamente no município, a Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Econômico está construindo caixas-secas para a retenção hídrica nas estradas rurais das comunidades de Várzea Alegre, Alto Várzea Alegre, Itanhanga e Pedra da Onça, por meio do Projeto Fundágua. A região, fortemente atingida pela seca histórica do verão de 2015, receberá a abertura de 5028 caixas-secas com utilização de maquinários (retroescavadeira e escavadeira hidráulica) contratados pelo Fundágua. A Prefeitura Municipal de Santa Teresa disponibiliza maquinários (caminhão basculante, retroescavadeira e motoniveladora) e apoio técnico (projetos das caixas-secas, orientações técnicas aos agricultores e divulgação das benfeitorias) por meio da Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Econômico. A parceria institucional firmada entre a Secretaria de Agricultura,

o Escritório Local do INCAPER e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Teresa vem viabilizando a elaboração dos projetos técnicos das caixas dentro do cronograma pré-estabelecido. A contrapartida dos agricultores participantes do Projeto Fundágua é realizar a manutenção das caixas, pelo menos uma vez por ano. Segundo o Secretário Municipal de Agricultura, João Eduardo Avila, as caixas-secas são escavações realizadas às margens das estradas de terra com o intuito de

reter as águas pluviais que correm pela estrada e reabastecer o lençol freático. “Sem as caixas-secas, a água gera erosão nas estradas e carrega o solo para os rios e córregos. Uma caixa-seca construída pelo projeto retém, em média, 6 metros cúbicos (6000 litros) de água que antes correriam pelas estradas e assoreariam os rios”, afirmou o Secretário. O projeto já está em andamento e prevê a abertura de todas as 5028 caixas-secas antes do início do período chuvoso deste ano.

Projetos em desenvolvimento ADM – Avaliação Diagnóstica Municipal A Prefeitura Municipal de Santa Teresa, por meio da Secretaria de Educação, está elaborando a Avaliação Diagnóstica Municipal – ADM, através da qual serão estudados mecanismos de intervenção na melhoria da qualidade de ensino em nossa rede municipal. Reforma e reparos nas Unidades de Ensino O Prefeito Claumir Zamprogno (PSB), juntamente com a Secretária Municipal de Educação e sua equipe de projetos,

iniciou as visitas às escolas municipais para diagnóstico quanto à necessidade de reformas e reparos nas unidades de ensino. As obras acontecerão no segun-

do semestre de 2015. Já se encontra em processo licitatório a Reforma e Ampliação da Escola EMEF “Serra do Gelo”.

Esporte e Lazer em ação

mundial, duas edições ( 2014 e 2015) do Manhã Radical, Moto Cross, Escalada Vertical, Parkour, Slack Line, BMX, Skate Street. Ah! Tem mais, pela primeira vez, esta secretaria foi parceira do tradicional Campeonato de Bocha. Falando em descentralização das ações, destaque para “Dia de Lazer na Minha Comunidade”. Projeto executado em parceria com o curso de Educação Física da ESFA que tem feito a alegria da criançada levando esporte, arte, entretenimento e claro, lazer para as comunidades do interior do município.

Santa Teresa sempre atraiu olhar de todo o Estado e porque não dizer do Brasil e do mundo. As atrações vão desde o meio ambiente preservado, clima agradável, e a história de seu povo e filhos notáveis como o cientista e ambientalista Augusto Ruschi. Nos últimos dois anos, a grande novidade que tem chamado a atenção tem sido as atividades da Secretaria de Esporte e Lazer de Santa Teresa. Isto por dois motivos: a diversificação das ativida-

des esportivas e a descentralização das ações. No quesito diversificação, o Secretário Welder Ribeiro fala com empolgação das novidades como o SOAF (Serviço de Orientação à Atividade Física) que está concorrendo este ano ao prêmio INOVES, Torneio Regional de Handebol, Campeonato Estadual de Drift Trike, que foi pauta do programa “Em Movimento” da TV Gazeta, Campeonato de Skate Speed, que atraiu até campeão

Retirada de Quebra-Molas Nota de Esclarecimento Cumprindo com nosso papel de representante legítimo da população teresense e diante da omissão do DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO ESPÍRITO SANTO que não atendeu as solicitações de instalação de redutores de velocidade na rodovia que liga Santa Teresa a Fundão, a fim de evitar que mais vidas humanas fossem ceifadas precocemente, com coragem e consciência, tomamos a decisão de construir os quebra-molas em dois pontos na sede: em frente à Escola Ethevaldo Damazio; na entrada da Rua Bernardino Monteiro; e na chegada do distrito de Santo Antônio do Canaã. Tomamos o devido cuidado de sinalizar os quebramolas bem como obedecer aos padrões estabelecidos pela legislação brasileira de trânsito. Mas, na última quinta-feira, dia 23 de julho, fomos surpreendidos pela remoção, sem comunicação, dos quebra-molas instalados em Santo Antônio do Canaã. Em contato com o Sr. Américo Luiz Pereira da Silva, superintendente regional de operações do DER, este justificou a retirada pelo DER por achar que tinha sido uma atitude isolada da população local, mas que bastaria uma correspondência informando que a Prefeitura havia feito a obra, com concordância dos moradores, para que não houvesse mais intervenções. A correspondência assinada pela Associação de Moradores de Patrimônio, pelo Presidente da Câmara Municipal e por este prefeito foi

protocolada no DER no dia 27/07, exigindo a imediata recolocação dos redutores em Santo Antônio, já que este é o desejo daquela comunidade. Para nossa surpresa, nesta terça-feira, 28/07, o DER mandou uma máquina para retirar os quebramolas da sede do município. Aqueles instalados nos locais onde cidadãos teresenses perderam suas vidas. A revolta dos moradores é inevitável e a nossa também. Dizer que os quebra-molas não foram autorizados pelo DER, não se justifica diante da inércia e descaso demonstrado pelo Governo do Estado do Espírito Santo, por meio de seu departamento. A Prefeitura Municipal de Santa Teresa, de 02 de janeiro de 2013 até hoje, protocolou 6 (seis) pedidos de instalação de sinalização horizontal e vertical e redutores de velocidade para o perímetro urbano e para as rodovias Josil Espíndola Agostini (Santa Teresa-Fundão) e Armando Martinelli(Santa Teresa-São Roque do Canaã). Com exceção da curva na Penha, no trevo com Santa Leopoldina, onde um redutor eletrônico foi instalado recentemente, nenhum dos outros pedidos sequer foi respondido. Eu, Claumir Antonio Zamprogno, prefeito eleito democraticamente pela maioria da população teresense, declaro que continuarei a agir para cumprir com o compromisso assumido de proteger a liberdade e a vida humana. Que Deus abençoe a todos.


Agosto 2015 | Edição 14 | pág. 13

Superação

Paixão por abelhas ajuda lavrador a superar trauma Após perder a perna em acidente na lavoura, Germano Hilgert Filho descobriu na apicultura uma forma de terapia contra a depressão

Investimento para produzir café gourmet tipo exportação

P

or causa de um acidente de trabalho, o lavrador Germano Hilgert Filho, 47 anos, passou dias internado, contraiu uma superbactéria, chegou a um quadro de infecção generalizada e teve de amputar a perna direita. Acostumado a trabalhar com a terra, na propriedade da família, em Alto Tabocas, Santa Teresa, entrou em depressão ao se deparar com as novas limitações. No entanto, descobriu uma nova paixão que se tornou uma terapia e o ajudou a superar o trauma: a apicultura, que é a criação de abelhas. “O acidente foi um baque para mim. Tive a perna imprensada por um eucalipto. Quando estava no hospital, o médico me disse que só tinha dois dias de vida. Depois que voltei para casa, me sentia um lixo. Mas, hoje, vejo a vida de um modo diferente. Uso uma perna mecânica e sou mais feliz que antes”, contou Germano. Ele começou a pesquisar sobre abelhas e deu início a uma coleção que se tornou um hobby. “Fui pesquisando, aumentando a coleção com diferentes espécies, observando o bem que o mel faz para a saúde do ser humano e me tornei um apaixonado por essa área. Amo o que eu faço”, afirmou. O apicultor tem 13 espé-

Fui pesquisando, aumentando a coleção com diferentes espécies e me tornei um apaixonado por essa área Germano Hilgert Filho, apicultor

cies de abelhas sem ferrão e produz de forma artesanal tipos raros de mel, como o jataí, muito usado para tratar problemas de saúde e com sabor diferenciado. “Ele custa cerca de 10 vezes mais que o mel comum e tem muita procura para fins medicinais. É uma abelha muito pequena, que produz pouco. Tenho oito colmeias dela. Quando alguém pede, nem

Biomedicina Estética

Germano cria abelhas sem ferrão que produzem mel raro. Produto é embalado de forma artesanal

vendo, faço doação”, contou. A lavradora Ivonete Rodrigues de Souza Hilgert, 35, mulher de Germano, contou que, embora o marido tenha investido na atividade como uma terapia, muitos amigos se tornaram seus clientes. Ele também possui colmeias da espécie europeia africanizada, que tem ferrão e produz maior quantidade de mel. São cerca de 500 quilos por ano que o casal engarrafa de forma artesanal para comercializar. Membro do conselho fiscal da Associação de Apicultores

Rua das Acácias, 60 B. Jardim da Montanha Santa Teresa - ES

de Santa Maria de Jetibá, ele contou que um dos projetos da instituição é construir a Casa do Mel, para que a produção artesanal possa ser profissionalizada. Um terreno já foi doado por um dos associados, e agora os produtores buscam apoio para iniciar a construção. Filho do pioneiro no plantio de eucalipto em Santa Teresa, Germano tem outro projeto, que é utilizar um tipo da árvore que floresce e permite a criação de um pasto apícola, expandindo sua criação de abelhas.

Além da apicultura, os produtores rurais Germano Hilgert Filho e Ivonete Rodrigues de Souza Hilgert, 35, têm outra paixão: a produção artesanal de café gourmet. Para garantir a qualidade da bebida, com grãos selecionados, eles estão aperfeiçoando as técnicas de plantio e colheita. Hoje, o casal tem 6 mil pés de café. “Montamos estruturas e estamos melhorando a qualidade para produzir um café especial”, disse Germano. Ele explicou que entre as medidas estão deixar a lavoura mais baixa, utilizar uma máquina que separa apenas os grãos chamados cereja madura, que são de alta qualidade, e mexê-los a cada 20 minutos. “Estamos melhorando o café para entrar em competições. Se o degustador não sente gosto de terra, se não há fermentação, é um grão que pode ser exportado”, ressaltou o produtor. Segundo Germano, a saca de café gourmet pode custar entre R$ 500 e R$ 3 mil, dependendo da qualidade.

Cafés especiais

(27)99875-8082 (27)3259-3293

Depilação à laser

Congele a gordura sem prejudicar a pele ou qualquer outro tecido

Light Sheer Elimina os Pêlos indesejados, foliculite e clareia as manchas. Indicado para todos os tipos de pele, inclusive negras e bronzeadas.

R$400,00 /sessão

R$60,00 /sessão

Criolipólise

à partir de:

AVALIAÇÃO GRATUITA DURANTE A PROMOÇÃO VALIDADE : JULHO E AGOSTO DE 2015


Agosto 2015 | Edição 14 | pág. 14

Estudo científico

Pesquisador de Santa Teresa tem reconhecimento internacional O biólogo e professor Wesley Dondoni Colombo, de 22 anos, fez um estudo pioneiro sobre a visão de estudantes em relação aos escorpiões

E

les são animais mais antigos que dinossauros e estão entre os primeiros, na evolução, a saírem da água para dominar o ambiente terrestre. Milhões de anos depois, sua existência ainda é cercada de mistérios e mitos. Foi justamente para resDIVULGAÇÃO

Estou desbravando uma área que não tem pesquisas no Estado. Trata-se de um animal invertebrado do qual muitos têm medo, mas pouco sabem sobre ele Wesley Dondoni Colombo, biólogo

gatar o medo que as pessoas têm das picadas desse animal invertebrado e compreender mitos que o biólogo, professor e pesquisador Wesley Dondoni Colombo, de 22 anos, realizou um estudo pioneiro sobre escorpiões. Sua pesquisa científica sobre a percepção das pessoas em relação a esses aracnídeos, realizada com alunos na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Frederico Pretti, em Santa Teresa – onde Wesley cursou todo o ensino básico –, foi publicado no dia 30 de junho na Revista Ibérica de Aracnologia, com sede na Espanha. “É um reconhecimento para o Espírito Santo, pois esse tipo de pesquisa é muito recente. O estudo é um dos pioneiros no Brasil e no mundo”, ressaltou o pesquisador, que é graduado pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) - Campus Santa Teresa, fez a pesquisa durante a sua especialização em Ensino de Biologia e hoje cursa mestrado em Ciências Biológicas (Biologia Animal) na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). “Estou desbravando uma área que não tem pesquisas no Estado. Trata-se de um animal invertebrado do qual muitos têm medo, mas pouco sabem sobre ele. Meu objetivo foi compreender e explicar os mitos em torno do animal”,

DIVULGAÇÃO

Escorpião-amarelo é a espécie mais predominante na Região dos Imigrantes

destacou. Para fazer o estudo, o pesquisador buscou conhecer os conceitos e percepções de alunos do ensino médio sobre o animal. “Um dos mitos que reproduzem é que fazer um círculo de fogo em torno do escorpião faz com que ele se ferroe para não morrer queimado, mas sim com o próprio veneno. Na verdade, ele apenas se contorce, porque, com o calor, perde muito líquido”. Wesley explicou que estu-

dos etnozoológicos, como o realizado por ele, permitem a interpretação do histórico construído por animais e homens em uma determinada região, identificando novas estratégias para a conservação de espécies, entendendo os processos ecológicos das regiões e, ainda, subsidiando ações educativas. Ele está ampliando a pesquisa sobre escorpiões, que pretende transformar em livro, já que há poucas publicações no mundo sobre o tema.

Saiba mais » A espécie de escorpião mais perigosa da América do Sul e predominante na Região dos Imigrantes é o escorpião-amarelo, que tem o nome científico Tityus serrulatus, devido às serrilhas que possui na cauda. » São Roque do Canaã é um dos municípios do Estado com maior incidência do animal. » O escorpião é considerado uma praga urbana e se alimenta de baratas. Por isso, geralmente, é encontrado em imóveis onde há entulhos que servem de abrigo tanto para as baratas quanto para os escorpiões. » O escorpião não é venenoso, mas sim peçonhento. Isso significa que, além de ter o veneno, ele o inocula, ou seja, consegue injetá-lo em alguém por meio de seu ferrão, que é chamado aguilhão. » O veneno pode ser mortal para crianças até 14 anos e idosos acima de 60 anos. Nas outras faixas etárias, a picada causa muita dor, pois o veneno do animal ataca o sistema nervoso periférico, mas não chega a matar. O tratamento é feito com soro antiescorpiônico. » Os escorpiões são exclusivamente noturnos e não atacam as pessoas. Eles apenas se defendem se tocados ou pisados, por exemplo.

PRODUTOS ORTOPÉDICOS (27) 3259-2322 (27) 99500-2322 SANTA TERESA / ES

Na Via Trento você pode adquirir passagens aéreas, pacotes turísticos nacionais e internacionais, cruzeiros marítimos, aluguel de veículos, reservas de hotéis, orientação sobre visto consulares e muito mais. Turismo receptivo: Visitas programadas aos roteiros turísticos de Santa Teresa e região.


Agosto 2015 | Edição 14 | pág. 15

SEUS DIREITOS

com Isaac Beber Padilha Advogado

Você conhece o Estatuto da Pessoa com Deficiência? Trazemos uma novidade de grande importância social. Ao mesmo tempo, fazendo com que a serventia deste jornal abranja a todos. Assim, respeitando a Lei 13.146/2015, este advogado que vos escreve vem cumprir parte de seu papel social, trazendo ao conhecimento de todos que foi publicado no último dia 7 de julho o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que começará a valer em 180 dias. A lei ainda será bastante comentada, mas para você já podemos adiantar alguns pontos importantes: Pessoa com deficiência é aquela com impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que obstrua sua participação plena na sociedade em igualdade com as demais pessoas. Pelo estatuto, toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação, como lhe restringir ou excluir, por ação ou omissão, prejudicar, impedir ou anular exercícios dos seus direitos, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas. Atenção: o zelo pela pessoa com deficiência não é só responsabilidade do Estado, mas de to-

dos. É nosso! É lei. “É dever de todos comunicar à autoridade competente qualquer forma de ameaça ou de violação aos direitos da pessoa com deficiência.” E mais: quem prejudica deficiente comete crime específico, dos artigos 88 a 91 do estatuto. Exemplo: praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência (reclusão, 1 a 3 anos), sendo esta majorada se cometido por quem cuida da vítima. E cuidado quem gosta compartilhar piadas nos Facebook: Cadeia de 2 a 5 anos para quem comete o crime citado por meios sociais ou qualquer outro tipo de publicação. Também é crime apropriar-se ou desviar bens, proventos, pensão, benefícios, remuneração ou qualquer rendimento de pessoa com deficiência. Especial é o artigo 91: até 3 anos de reclusão para quem abandona deficiente em hospital, casa de saúde ou outras entidades. E para quem pensa que essa lei é só para deficiente, não se engane, pois tais direitos devem ser observados por todos e quem não o fizer, já fica o alerta: a pior deficiência é a ignorância e o descaso, só que estas não estão contempladas pela proteção do estatuto.

Ítalo-capixabas

Comitê quer unir associaçoes italianas em federação Um dos objetivos dessa iniciativa do Comitato degli Italiani all’estero, o Com.It.es, é fortalecer e preservar a cultura italiana no Espírito Santo

DIVULGAÇÃO

De Carli, Rita, Margon, Fernanda e Cilmar

O

s cinco integrantes capixabas do Comitato degli Italiani all’estero (Com.It.es) querem unir as associações de cultura italiana do Estado em uma federação. O objetivo, segundo eles, é fortalecer essas entidades para aumentar seu poder na preservação da cultura e também na hora de fazer reivindicações para a comunidade ítalo-capixaba. O assunto foi tema de reunião, no último dia 10 de julho. O Espírito Santo pertence à circunscrição do Consulado Geral da Itália no Rio de Janeiro. Cilmar Franceschetto, Rita Bortoluzzi Herzog, José Renato Margon, João Otávio De Carli e Fernanda Coutinho fazem parte, com mais 11 conselheiros cariocas, do Comitê dos Italianos no Exterior, do Consulado. “O Com.It.es é o órgão que serve para ligar a comunidade ao Consulado. Queremos estimular o associativismo, o interesse pela língua italiana. Unir as associações, como o Circolo Trentino di Santa Teresa e a Società Italiana di Castelo, em uma federação vai permitir fortalecer essas entidades”, disse Rita Bortoluzzi Herzog. O presidente do Circolo Trentino di Vitória e conselheiro, José Renato Margon, destaca a importância da contribuição financeira dos associados. “É o que mantém a associação viva. Quanto mais associados, mais as

entidades terão forças para fazer reivindicações pelos ítalo-capixabas”. Ele destacou que os preDIVULGAÇÃO

Acredito que é vital para a comunidade italiana do Espírito Santo estar organizada por meio das associações Cilmar Franceschetto

(27)99999-5945

contato@robertagrillo.com.br Santa Teresa - ES

a r q u i t e t u r a

sidentes das associações italianas podem votar, assim como os Conselheiros do Com.It.es, para escolher os membros do Conselho Geral dos Italianos no Exterior (CGIE). Este conselho representa a ligação entre a Itália e as instituições pelo mundo. É um órgão de consultoria do governo italiano sobre a realidade dos italianos que residem fora da Itália. A comunidade pode entrar em contato com os conselheiros por meio do Facebook na página “Italianos Espírito Santo - Com.It.Es”.

-COMUNICADO-

Canaã Lajes e Pré Moldados Ltda Me Torna público que Requereu do Iema, através do processo nº 71148175, Licença para Lar para fabricação de estrutura pre moldados de concerto armada, em serie e sob encomenda. São Roque do Canaã - ES

-COMUNICADO-

ABILIO KELHERT, torna público que Requereu da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Santa Teresa/ES, através do processo n° 007877/2015, Licença Municipal Simplificada, para Terraplenagem na localidade de Rua Arnaldo Gareau Moreira, Vila Nova, Município de Santa Teresa - ES.


Agosto 2015 | Edição 14 | pág. 16


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.