Nt setembro 2013

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Notícias do ténis EDIÇÃO MENSAL ONLINE

SETEMBRO 2013

Portugal decide na Moldávia regresso ao Grupo I da Taça Davis

FERNANDO CORREIA

Querer é poder A seleção nacional apresenta-se em Chisinau, capital moldava, sem ter cedido um único encontro nas eliminatórias com Benim e Lituânia.

FERNANDO CORREIA

De 15 a 22 de setembro, no CT Estoril, os campeonatos nacionais Absoluto, de Padel e de Ténis em Cadeira de Rodas. E mais ações.


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Dias marcantes

Os próximos dias e a semana seguinte serão preenchidos com dois acontecimentos marcantes para o ténis português: a decisiva eliminatória de Portugal na Moldávia, na Taça Davis; e a Semana do Ténis & Padel, no CT Estoril, uma iniciativa inédita da Federação Portuguesa de Ténis, que junta os campeonatos nacionais Absoluto, de ténis em cadeira de rodas e de padel a outras iniciativas. Na Taça Davis, Portugal apresenta-se em Chisinau sem ter consentido um único encontro em dois confrontos, ambos em Lisboa, no CIF. A nossa seleção ganhou por 5-0 ao Benim e por idêntico resultado à Lituânia. Agora, a nossa equipa terá pela frente a Moldávia, que ocupa uma posição abaixo de Portugal no “ranking” da Taça Davis. Não existem vencedores antecipados, só em teoria, mas não é despiciente aludir à experiência — leia-se “ranking” — dos tenistas portugueses. Por isso, podemos reunir confiança numa vitória na capital moldava e alimentar a ideia de que o regresso ao Grupo I da Zona Europa/África da Taça Davis, em 2014,

é um cenário bem possível de concretizar. E é um desejo que todos nós temos, estou certo. A Semana do Ténis & Padel, que apresentamos nesta edição, juntamente com o lançamento do Moldávia-Portugal, recupera a distribuição de prémios monetários no Nacional Absoluto e institui, pela primeira vez, “prize money” nos nacionais de ténis em cadeira de rodas e no padel. Ao todo, serão repartidos 27 mil euros pelos praticantes. Com os mil euros do Nacional de Ténis de Praia, todos as decisões de títulos de 2013, em seniores, tiveram “prize money”. Esta semana inédita, no CT Estoril, de 15 a 22, é possível com o apoio da Câmara Municipal de Cascais, do Grupo Pinto Basto, do Banco BIC e da Angelini Farmacêutica. Não posso esquecer também de mencionar outros patrocínios, menos expressivos, é certo, mas igualmente importantes. Num mercado global, em que a concorrência feroz está omnipresente, uma estratégia empresarial inclusiva é uma aposta acertada. É a desejável intervenção na sociedade levada à prática, contribuindo, de um modo decisivo, para a iniciativa. E o ténis é um veículo com um enorme potencial, disso não tenhamos dúvidas.

FERNANDO CORREIA

EDITORIAL

VASCO COSTA Presidente da Federação Portuguesa de Ténis

«Ao todo, serão repartidos 27 mil euros pelos praticantes, nas três variantes do ténis»

EDIÇÃO ONLINE Direção: Vasco Costa. Coordenação: José Santos Costa

Federação Portuguesa de Ténis Rua Ator Chaby Pinheiro, 7A — 2795-060 Linda-a-Velha Tel.: 214 151 356

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Decisão em Chisinau Os duelos Sexta-feira, 13 Gastão Elias-Radu Albot João Sousa-M. Dubarenco Sábado, 14 Gastão Elias/João Sousa-A. Ciumac/R. Borvanov Domingo, 15 Gastão Elias-M. Dubarenco João Sousa-Radu Albot

JOÃO SOUSA regressa à seleção da Taça Davis. Na ronda com a Lituânia, foi convocado, mas não chegou a atuar devido a lesão num pé

FERNANDO CORREIA

A seleção nacional inicia na próxima sexta-feira, 13 de setembro, a decisiva eliminatória com a Moldávia. Em Chisinau, capital moldava, o coletivo de Pedro Cordeiro vai discutir a presença no Grupo I da Zona Europa/ África da Taça Davis, em 2014. Portugal apresenta-se na capital moldava sem ter cedido um único encontro nas duas eliminatórias anteriores do Grupo II da zona euroafricana da Taça Davis, ambas disputadas no CIF, em Lisboa, na terra batida, a superfície de preferência dos tenistas portugueses. Em fevereiro, no confronto com Benim, a superioridade da equipa de Pedro Cordeiro foi inequívoca. Portugal venceu por 5-0, com João Sousa, Pedro Sousa, Rui Mac hado (regressava à competição, após paragem prolongada devido a lesão) e André Gaspar Murta (estreia absoluta) a vencerem os encontros de singulares. O tradicional embate de pares teve igualmente triunfo de João Sousa e Pedro Sousa. Igualmente no CIF, desta feita no “court” central, com um colorido especial conferido pelas bancadas amovíveis montadas nos topos, a seleção nacional voltou a fechar a ronda com 5-0 frente à Lituânia, carimbando o passaporte para a terceira e decisiva eliminatória. Gastão Elias (um regresso à equi-

pa) e Pedro Sousa completaram o primeiro dia com dois triunfos em singulares. A vantagem seria ampliada após o confronto de pares, com Gastão Elias e Rui Machado sem permitirem uma única partida aos lituanos. Os dois derradeiros encontros individuais, disputados à melhor de três

“sets” tiveram também desfechos favoráveis a Frederico Gil (substituiu João Sousa, que se lesionou num treino) e Rui Machado. Portugal encerrava a segunda ronda do Grupo II da Zona Europa/África

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da Taça Davis sem ter permitido que os lituanos vencessem qualquer partida, ao contrário do que tinha sucedido com o Benim, com Pedro Sousa e Rui Machado a começarem os segundo e terceiro encontros individuais com a desvantagem de um “set”.

Quarteto de cordas Para o compromisso na Moldávia, o selecionador nacional voltou a apostar nos quatro tenistas mais bem cotados na atualidade. Pedro Cordeiro convocou João Sousa, Gastão Elias, Pedro Sousa e Rui Machado. Com este quarteto, o “capitão” de Portugal repete a convocatória da receção à Lituânia, em que João Sousa não chegou a atuar. O tenista vimaranense lesionou-se num pé durante uma sessão de treino antes da eliminatória. Para o seu lugar foi chamado Frederico Gil. Pedro Cordeiro assinala a existência de “boas perspetivas” do selecionado das quinas para a visita ao reduto da Moldávia, a partir de sextafeira. “Sabemos que vai ser uma eliminatória difícil, mas eu confio muito na qualidade e experiência dos meus jogadores”, sublinha o “capitão” de Portugal. No Manejul de Atletica Usoara, em Chisinau, o coletivo de Portugal joga em superfície dura, mas Pedro Cordeiro, que ministra sete sessões de treino no palco do confronto, está otimista numa boa adaptação ao piso e às bolas.

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GASTÃO ELIAS e PEDRO CORDEIRO: o tenista das Caldas da Rainha é o primeiro português a jogar no “play-off” com a Moldávia

Os moldavos do costume Para a receção a Portugal, o “capitão” da Moldávia, Iulie Gorban, escalou os mesmos jogadores que venceram na Bósnia e Herzegovina, por 3-1, na segunda ronda do Grupo II. Radu Albot (212.º no “ranking” ATP em singulares, 246.º em pares, a 9 de setembro deste ano), Maxim Dubarenco (380.º/412.º), Roman Borvanov (506.º/222.º) e Andrei Ciumac (617.º/409.º) formam a seleção. Na primeira eliminatória da prova,

no Manejul de Atletica Usoara o veterano Andrei Gorban ocupou no lugar de Roman Borvanov no triunfo sobre a Hungria, por 3-2. A Moldávia — 50.º no “ranking” da Taça Davis — nunca disputou o Grupo I e tem mais presenças no Grupo III do que no II (quatro apenas). E inclui uma passagem pelo Grupo IV, em 2004. Há dois anos que a seleção moldava integra o Grupo II. A estreia moldava na Taça Davis data de maio de 1995, no Grupo III.

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“Eu sei que não é o piso preferido dos portugueses, mas todos os nossos jogadores já demonstraram que conseguem obter excelentes resultados em pisos rápidos, como provam as últimas prestações de João Sousa no Open dos Estados Unidos”, afirma Pedro Cordeiro.

A receita habitual O “capitão” de Portugal considera importante que João Sousa — que não esteve na última eliminatória de Portugal na Taça Davis — se apresente galvanizado com a presença inédita de um português na terceira ronda no quadro principal do Open dos Estados Unidos e relativiza o facto de Gastão Elias e Pedro Sousa não competirem há algum tempo devido a lesões, ambos desde o início de julho deste ano, o primeiro com um problema num cotovelo e o segundo num pé. “Este é um encontro de equipa e, portanto, todos os elementos são muito importantes”, diz, acrescentando que “a estratégia para estes encontros” da Taça Davis “é sempre a mesma: muita humildade, muito profissionalismo e entrar em todos os encontros para vencer”. A Moldávia atua em casa, no piso preferido dos seus jogadores. Contudo, o selecionador português admite que há “50 por cento de favoritismo para cada lado” e alude à maior experiência de Portugal, que ocupa a 42.ª posição no “ranking” da Taça Davis. A equipa portuguesa apresenta-se na capital da Moldávia com João Sou-

PEDRO SOUSA volta a ser opção do selecionador nacional para mais uma eliminatória da Taça Davis, desta feita para aa ronda decisiva

sa no “top” 100 em singulares [ver página 7], Gastão Elias está colocado em 131.º, Pedro Sousa posiciona -se em 290.º e Rui Machado, o português mais cotado de sempre (59.º, a 3 de outubro de 2011), ocupa a 300.ª posição mundial. Albot, número um moldavo, figura em 212.º, Dubarenco é o atual 380.º, Borvanov está em 506.º e Ciumac queda-se em 617.º. Em pares, a Moldávia apresenta melhores registos, com dois tenistas entre os 250 mais cotados: Albot é o 246.º e Borvanov encontra-se em 222.º. Ciumac ocupa a 409.ª posi-

ção na classificação mundial de duplas e Dubarenco está fixado em 412.º. Com Rui Machado sem cotação atual em pares, Pedro Sousa é o português melhor classificado no presente na tabela mundial. O filho de Manuel de Sousa está em 258.º, João Sousa é o 410.º e Gastão Elias o 444.º em pares. De entre os moldavos e portugueses, Ciumac, de 28 anos, é o que contabiliza mais eliminatórias cum-

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Juiz árbitro O britânico Tom Kinloch foi designado pela ITF para exercer as funções de juiz árbitro. Em Chisinau, Kinloch será auxiliado por dois árbitros de cadeira moldavos.

Programa A eliminatória entre Moldávia e Portugal começa a disputar-se na sexta-feira, 13 de setembro, com os dois primeiros encontros de singulares. No sábado, realiza -se o tradicional embate em pares, enquanto o último dia, no domingo, 15 de setembro, reserva os restantes dois encontros em singulares.

RUI MACHADO é o tenista português em Chisinau mais velho e com o maior número de presenças em eliminatórias da Taça Davis. O Algarvio, o tenista português mais bem cotado de sempre, contabiliza 22

Eliminatória A eliminatória é composta por cinco encontros (quatro em singulares e um de pares) e disputa -se à melhor de cinco partidas. No domingo, se a ronda já estiver decidida, os dois encontros de singulares poderão ser disputados à melhor de três “sets”.

Sorteio O sorteio realiza-se na quintafeira e o “capitão” não pode alterar os dois primeiros encontros de singulares, à exceção de adoecimento ou lesão no aquecimento ou caso de indisciplina de jogador. Nos segundo e terceiro dias, é permitido mudar de jogador por opção técnica, uma hora antes do encontro.

... pridas na Taça Davis: 32. Rui Machado, de 29 anos, soma 22 — é o português em Chisinau que mais vezes jogou na Taça Davis — e Albot, com menos cinco anos do que o algarvio, tem 21 eliminatórias. Roman Borvano é o “trintão” da equipa moldava (tem 31 anos) e reúne experiência na participação em 14 eliminatórias da Taça Davis. O benjamin da Moldávia é Dubarenco, que completou 20 anos há poucos meses e que soma apenas cinco presenças na Taça Davis.

Na equipa portuguesa, a Rui Machado juntam-se João Sousa, com 24 anos e 11 atuações na Taça Davis, Gastão Elias com menos um ano e cinco atuações em sete chamadas à seleção da Taça Davis e Pedro Sousa, de 24 anos, com cinco eliminatórias jogadas em seis convocações. Feitas as contas, a média de idades do selecionado de Portugal — 25 — é três anos mais baixa do que a da Moldávia, que nunca ultrapassou o Grupo II. Portugal não joga no Grupo I desde o ano passado e a vitória em Chisinau garantirá a promoção de escalão, em 2014.

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A delegação portuguesa FOTOS: FERNANDO CORREIA

PEDRO SOUSA

RUI MACHADO

Data nascimento 30.3.1989 Local nascimento Guimarães Residência Barcelona Ranking ATP singulares 89.º Ranking ATP pares 410.º Estreia na Taça Davis 2008, PortugalChipre, 5-0 Eliminatórias 12

Data nascimento 24.11.1990 Local nascimento Caldas da Rainha Residência São Paulo (Brasil) Ranking ATP singulares 131.º Ranking ATP pares 444.º Estreia na Taça Davis 2007, GeórgiaPortugal, 3-2 Eliminatórias 7 (5 jogadas)

Data nascimento 27.3.1988 Local nascimento Lisboa Residência Caxias Ranking ATP singulares 290.º Ranking ATP pares 258.º Estreia na Taça Davis 2006, MarrocosPortugal, 2-3 Eliminatórias 6 (5 jogadas)

Data nascimento 10.4.1984 Local nascimento Faro Residência Lisboa Ranking ATP singulares 300.º Ranking ATP pares Atualmente sem classificação Estreia na Taça Davis 2003, África do SulPortugal, 5-0 Eliminatórias 22

«Capitão»

Enferrmeiro

GASTÃO ELIAS

Presidente FPT

JOÃO SOUSA

VASCO COSTA

PEDRO CORDEIRO

ABÍLIO COSTA

Rankings ATP em singulares e pares a 9 de setembro de 2013


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Uma semana inédita

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FERNANDO CORREIA

A Federação Portuguesa de Ténis promove de 15 a 22 de setembro, no CT Estoril, a Semana do Ténis & Padel, juntando os nacionais Absoluto aos de padel e de ténis em cadeira de rodas. Esta semana, inédita em Portugal, foi apresentada no Salão Nobre da Câmara Municipal de Cascais, numa cerimónia presidida por Carlos Carreiras, presidente da autarquia. O edil realçou o “interesse, a disponibilidade e o empenho” em desenvolver a parceria com a Federação Portuguesa de Ténis, enquanto Frederico Pinho de Almeida, vereador com o pelouro do desporto, assinalou “o orgulho muito grande” da Câmara Municipal de Cascais em ter no concelho “uma iniciativa desta dimensão”. O presidente da Federação Portuguesa de Ténis, Vasco Costa, vincou que a Semana do Ténis & Padel atribui “prize money” de 27 mil euros nos três campeonatos nacionais: 20 mil euros no Absoluto, seis mil no Padel e mil no Ténis em Cadeira de Rodas. “Desde que tomámos posse, no final do ano passado, que tínhamos o propósito de dignificar todos os campeonatos nacionais”, disse Vasco Costa, acrescentando que, na Semana do Ténis & Padel, os nacionais “tinham de ser diferentes do que têm sido até aqui”. Vasco Costa frisou ainda que a ini-

A apresentação da Semana do Ténis & Padel decorreu no Salão Nobre da Câmara Municipal de Cascais

Apoios Um conjunto de entidades e empresas tornaram possível a Semana do Ténis & Padel. A Câmara Municipal de Cascais, o Grupo Pinto Basto, o Banco BIC e a Angelini Farmacêutica são os patrocinadores oficiais da iniciativa. Outros apoios: Altis Hotels, KIA, SportsPartner, Lusitânia Seguros, CopyPrint/ EnterSchool, SportZone, Cerb, Herdade do Esporão, Pilates, K-Open, Prince, Fonte Viva e CT Estoril. O jornal A Bola é o “media partner”.

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Absoluto com 20.000 € O Campeonato Nacional Absoluto/ Taça Guilherme Pinto Basto é a prova principal da Semana do Ténis & Padel, disponibilizando 20 mi euros, 12 mil destinados a masculinos e oito ao setor feminino. O Absoluto regressa ao CT Estoril cinco anos depois da última vez que a competição se disputou nos

FLÁVIO SANTOS

ciativa “terá mais atividades” e apresentou “uma surpresa”: a realização de um encontro de exibição em ténis de praia. O presidente da Federação Portuguesa de Ténis revelou que se pretende que a Semana do Ténis & Padel seja “uma festa” e manifestou o desejo de que possa “envolver todas as pessoas, não só os praticantes como os que não são e que tragam a família ao CT Estoril nesta semana”. “Queremos que a Semana do Ténis & Padel resulte numa ação de divulgação de toda a envolvência do ténis”, sublinhou. Simões de Almeida, vice presidente do CT Estoril, clube que recebeu o Nacional Absoluto pela última vez em 2008, referiu que a Semana do Ténis vai “dar dimensão nova à atividade do ténis e ao desporto em geral” e expressou o desejo de que a iniciativa da Federação Portuguesa de Ténis “resulte num momento de divulgação do desporto e que atraía gente”.

MARIA JOÃO KOEHLER é a principal favorita à conquista do título nacional absoluto. Se assim acontecer, a portuense arrecadará o quinto título consecutivo e na carreira

“courts” de terra batida do CT Estoril. Foi precisamente nesse ano de 2008 que o Absoluto teve “prize money”. Rui Machado — o primeiro cabeça de série da edição deste ano da mais importante competição individual nacional — sagrou-se campeão nacional, após a vitória sobre Leonardo Tavares. Depois da prova no CT Estoril, o Absoluto realizou no Carcavelos Ténis, em 2009, e no Jamor, em 2010. Nos dois últimos anos, o Campeonato Nacional disputou-se em Guimarães, no Open Village Sports. Na edição de 2013, a discussão do título envolverá também João Domingues, campeão em 2011, e Frederico Silva, o único português com triunfos

em provas do “Grand Slam”. Gonçalo Pereira, campeão em 2010, também está inscrito. No Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto em femininos, serão distribuídos pelas tenistas oito mil euros. Maria João Koehler é a primeira pré-designada e a detentora do título. A portuense, a única portuguesa a jogar os quadros principais de singulares dos quatro torneios do “Grand Slam” numa temporada, vai tentar somar o quinto título consecutivo no CT Estoril. Se o fizer, Maria João Koehler, treinada por Nuno Marques, tornase na segunda tenista portuguesa a

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vencer o absoluto por cinco vezes consecutivas. A única que até agora conseguiu esse feito foi Leonor Santos, que venceu o Campeonato Nacional Absoluto por dez vezes seguidas, de 1967 a 1976. A (improvável) finalista vencida do ano passado, Rita Vilaça, também está registada, mas terá de jogar a fase de qualificação. Bárbara Luz, a terceira portuguesa mais bem cotada na tabela mundial, e Joana Valle Costa, que conquistou recentemente o título em juniores, são duas tenistas que poderão contrariar o favoritismo principal atribuído a Koehler.

Seis mil euros no Padel O Campeonato Nacional de Padel/ Banco BIC realiza-se pela primeira vez com “prize money”: seis mil euros. As inscrições encerram a 13 de setembro e espera-se a participação das melhores duplas portuguesas, presentes no Campeonato do Mundo em Moscovo e no Europeu, na Inglaterra, para discutirem os títulos nacionais em pares masculinos, pares femininos e pares mistos. Entre os inscritos figuram Isabel Costa, Vasco Antunes, José Mário Silva, Hugo Anão, Filipa Caldeira, Alexandra Marques, Paulo Ferraz, Vasco Pascoal e João Roque. O Campeonato Nacional de Padel/ Banco BIC tem o “qualifying” previsto para quinta-feira, 19 de setembro. Os quadros principais começam a ser

CARLOS LEITÃO defende o título de campeão nacional no CT Estoril

disputados na sexta-feira. As finais estão programadas para domingo, 22 de setembro. Esta competição realiza-se sob a égide da Federação Portuguesa de Ténis pela primeira vez.

Cadeira de Rodas O terceiro campeonato inserido na Semana do Ténis & Padel é o Nacional de Ténis em Cadeira de Rodas/ Taça Angelini, com início a 20 de setembro. Esta prova, que se realiza desde 2004, tem um “prize money” de mil euros e já conta com as inscrições de

de Carlos Leitão, Paulo Espírito Santo, João Sanona e Pedro Silva. Paulo Espírito Santo foi campeão nacional desde 2004 a 2007, com Paulo Estrela a sagrar-se vicecampeão. A hegemonia de Paulo Espírito Santo foi quebrada em 2008, com o triunfo de Carlos Leitão sobre o então campeão em título. Carlos Leitão e Paulo Espírito Santo defrontaram-se em mais quatro finais do Campeonato Nacional de Ténis em Cadeira de Rodas, com o triunfo a

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sorrir sempre ao primeiro. Leitão tornou-se no primeiro a festejar o pentacampeonato. No CT Estoril, a rivalidade entre Carlos Leitão e Paulo Espírito Santo será reeditada, ficando no ar a dúvida se, no sábado, 21 de setembro, estarão os dois novamente na final do Campeonato Nacional de Ténis em Cadeira de Rodas/Taça Angelini.

Falar de lesões No domingo, 15 de setembro, o “Workshop” Angelini preenche a tarde, a partir das 17 horas. A iniciativa tem inscrição gratuita e destina-se a treinadores, preparadores físicos e fisioterapeutas. O programa inclui as preleções de Luís Lopes, preparador físico, Henrique Jones, médico ortopedista, e João Paulo Guimarães, diretor clínico da Angelini Farmacêutica. O tema da intervenção de Luís Lopes é “Diagnóstico, Lesões e a sua Prevenção”. Henrique Jones, médico dos quadros da Federação Portuguesa de Futebol desde 1998, apresenta preleção com o tema “Desporto e Artrose: Que realidade/Que prevenção?”. “A importância da Suplementação de Magnésio na Prática Desportiva”, intervenção de João Paulo Guimarães, encerra o “workshop”, com inscrição gratuita.

Solidariedade e Pro-Am O jantar oficial da Semana do Ténis & Padel realiza-se na quinta-feira, 19 de setembro, no Centro Cultural de Cas-

PAULO ESPÍRITO SANTO vai tentar quebrar no CT Estoril a hegemonia de Carlos Leitão cais. Ocasião para atribuição dos Prémios Mérito. Para o sábado seguinte, a partir das 12 horas, está programada a realização de exibição de ténis em cadeira de rodas e cumpre-se o Dia da Solidariedade, com uma mini clínica de ténis com antigos campeões nacionais destinada a crianças portadoras de deficiência. Antes do almoço de sábado, dia consagrado às finais do Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto (a partir das 13.30 horas), o Pro-Am junta antigos jogadores de ténis a convidados.

Nesse mesmo dia, realiza-se o ProAm Angelini/Banco BIC, com início às 10 horas, a mesma hora em que começam a final do Campeonato Nacional de Ténis em Cadeira de Rodas/Taça Angelini. No domingo, último dia da Semana do Ténis & Padel, o programa consagra a Clínica de Padel/Banco BIC, com jogadores da variante e convidados da instituição bancária. O início desta iniciativa está aprazada para as 12 horas, enquanto as finais do Campeonato Nacional de Padel/Banco BIC encontram-se programadas para as 15 horas.

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Final de ciclo PEDRO GUIMARÃRES/CHALLENGER GUIMARÃES

Com o título de vice-campeão em pares no torneio júnior do Open dos Estados Unidos, ao lado do francês Quentin Halys, Frederico Silva fechou o ciclo no escalão de juniores. Frederico Silva não conseguiu revalidar o título conquistado no ano passado em Flushing Meadows, com o britânico Kyle Edmund como parceiro, mas encerrou com uma presença numa final de uma prova do “Grand Slam” um percurso recheado de êxitos, com 11 títulos de campeão (nove em pares). Foi vice-campeão em nove ocasiões (cinco em pares). Ainda neste ano, Frederico Silva conquistou o segundo título em pares num torneio de juniores de uma prova do “Grand Slam”, ao vencer em Roland Garros juntamente com Kyle Edmund. No ano passado, o tenista treinado por Pedro Felner desde os oito anos foi vice-campeão europeu de sub-18, na Suíça, arrancando depois para uma época fantástica. Em janeiro de 2012, Frederico Silva foi sexto no “ranking” mundial júnior, classificação que foi liderada por João Cunha e Silva, no início de 1985. “Kiko” igualava a posição alcançada por Gastão Elias, em 2007, e superava os máximos de Nuno Marques (sétimo, em 1996) e

FREDERICO SILVA conquistou este dois títulos no circuito profissional ITF

de Frederico Gil (décimo, em 2003). Em 2010, Frederico Silva conquistou outro título europeu, ao lado de Vasco Mensurado. Os dois foram campeões europeus em pares, no escalão de sub-16. Nesta temporada, Frederico Silva programou a presença em torneios do circuito profissional ITF, depois de ter sido operado a um joelho, o que o obrigou a falhar o Open da Austrália. Frederico Silva já competira no escalão sénior — estreou-se em

Portugal, no “qualifying” do ITF Futures Faro, em 2010, atingindo a terceira ronda —, mas, este ano, apostou forte no circuito profissional da federação internacional e com sucesso: o tenista natural das Caldas da Rainha já regista dois títulos, um em singulares e outro em pares. Em singulares, venceu o ITF Futures Monfortinho (Castelo Branco), enquanto em pares triunfou juntamente com o espanhol David Perez Sanz, no “Futures” de Vigo, em Espanha.

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De volta às lides ATP CHALLENGER PÉTANGE

Jorge Dias foi considerado o melhor árbitro de cadeira do mundo, mas a vida trocou-lhe as voltas e um mau investimento levou-o a fechar a carreira, para se fixar numa pequena localidade belga, próxima da fronteira com o Luxemburgo, onde se tornou operário numa serralharia. Na segunda semana de setembro, Jorge Dias regressou à arbitragem, não para sentar-se na cadeira e dirigir um ou mais encontros do “Challenger” de Pétange, no Luxemburgo, de 64 mil euros, mas nas funções de chefe dos árbitros. Rogério Santos, árbitro de cadeira no “Challenger” de Luxemburgo referiu que “a ajuda de Jorge Dias tem sido importantíssima” para o torneio, que, “no ano passado, teve um mau relatório no que respeita à qualidade dos juízes de linha”. Jorge Dias dá aulas de ténis no clube que alberga o torneio e foi-lhe endereçado o convite para desempenhar as funções de chefe de árbitros. “A ajuda e a experiência de Jorge Dias tem sido fundamental na formação dos juízes de linha, que são voluntários neste torneio”, assinalou Rogério Santos, presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Ténis. Jorge Dias foi o primeiro árbitro de cadeira não inglês que dirigiu uma final de Wimbledon, a terceira prova do “Grand Slam” do ano. Foi em

JORGE DIAS em Pétange, como chefe dos árbitros 2001, no encontro entre o croata Goran Ivanisevic e o australiano Patrick Rafter. No encontro dirigido pelo português, o tenista europeu arrecadou o título, tornando-se no primeiro a vencer em provas do “Grand Slam” depois de ter recebido um “wild card” para o quadro principal de singulares.

Além de numerosas eliminatórias da Taça Davis e da Fed Cup, Jorge Dias, que chegou a trabalhar na Confederação Brasileira de Ténis, arbitrou outra final de uma competição do “Grand Slam” — Roland Garros — e mais de 60 outros encontros de atribuição de títulos, incluindo o Estoril Open.

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«Ténis testa minhas capacidades» D.R.

Nuno Borges (na foto, ao lado de Felipe Cunha e Silva,) é o recém campeão nacional de cadetes. Treinado por João Maio, Nuno Borges pontuou pela primeira vez no circuito júnior da ITF neste ano, depois dos quartos de final em singulares (averbou 15 pontos) no Vila do Conde Junior Tennis Cup, competição em que também atingiu a mesma fase nos pares (somou 10), tendo como parceiro António Sabugueiro. Já na Taça Diogo Nápoles tinha contabilizado 15 pontos em pares com a presença nas meias-finais, juntamente com António Sabugueiro. Nos torneios de sub-16 do calendário da Tennis Europe, Nuno Borges alcançou as meias-finais em duplas no Pont des Générations, em Fraça, fazendo equipa com Francisco Caldas. Nuno Borges integrou a seleção nacional de sub-16 que, na Noruega, no início do ano, disputou a ronda de qualificação para a Winter Cup.

Nuno Borges

Nuno Borges 16 anos O ténis é... uma maneira de poder competir e testar as minhas capacidades. Jogo ténis… para me divertir e procurar superar novas dificuldades. O que mais gosto no ténis… é competir com adversários à minha altura. O que mais detesto no ténis… é perder ou entender que perdi por não ter dado o meu melhor. Para mim, treinar é... uma maneira de evoluir e de melhorar as minhas capacidades. O sucesso significa… que todo o meu esforço e empenho valeu a pena para alcançar a vitória. No ténis, quero atingir... um nível igual ou superior aos melhores atletas nacionais. Depois de vencer um encontro… a sensação da vitória é indescritível. Até ao momento, a minha maior alegria no ténis foi… ter ganho o Campeonato Nacional de Sub-16 [este ano].

E a maior tristeza no ténis... é não ter começado mais cedo a competir nos escalões mais jovens. Se eu mandasse no ténis... criaria mais torneios internacionais em Portugal, ao longo do ano, para que os atletas nacionais são tivessem de viajar tanto para competir internacionalmente. Em Portugal, o ténis precisa de… mais tenistas com nível elevado de jogo. Um ou uma tenista português no "top" 10 seria... Frederico Silva. Um bom treinador é... aquele que sabe ouvir e compreender os problemas e dificuldades do seu pupilo e saber resolvêlas. O meu ídolo no ténis é atualmente... Roger Federer. O meu torneio preferido é… Wimbledon. A minha superfície preferida é… terra batida, apesar de também gostar muito de relva sintética. No meu saco, não dispenso… um boné.


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Todas as condições para o êxito «TIE-BREAK»

CARLOS FIGUEIREDO Jornalista

«Temos uma felicidade muito grande quando vemos a confrontação tenística a juntar as opiniões favoráveis de muita boa gente»

A seleção nacional de ténis, mesmo jogando fora, em piso rápido, mantém-se favoritíssima para concretizar o acesso ao Grupo I da Zona Europa/África da Taça Davis, no próximo ano. Para aqueles que gostam de discutir, às vezes invertendo posições, a verdade é que jogar, mesmo que seja com a Moldávia, no terreno adversário, já representa um grande cometimento, pois Portugal está numa decisão. Lembro-me desses tempos em que os tenistas portugueses andavam de raqueta às costas por esse mundo fora, quando perder pela diferença mínima já era bom. Rememoro também quando equipas sem qualquer tipo de favoritismo, em teoria, vinham a Portugal em simples passeio na Taça Davis. Claro que isto não representa menosprezo por aquilo que os moldavos podem produzir, mas, tendo de admitir todas as hipóteses, concluímos que a seleção nacional já não é a caloira envergonhada, que fazia das tripas coração, não para ganhar, mas para perder pelo mínimo resultado aceitável.

Em suma, a seleção de Portugal tem oportunidade este ano, até por dispor de coincidências de selecionáveis a um nível que já não nos envergonha. Falo de “ranking”, claro está! Penso que Portugal tem todas as condições para obter na Moldávia um resultado muito interessante diante de um adversário que, digo honestamente, ainda não demonstrou nada… Claro que as exigências são muitas, mesmo jogando fora, com uma simpática Moldávia. Mas mentiríamos se não confessássemos que a tarefa apresenta-se bastante facilitada para a seleção. Entretanto, temos uma felicidade muito grande quando vemos a confrontação tenística portuguesa a juntar as opiniões favoráveis de muita boa gente. Falemos agora da Semana do Ténis & Padel, de 15 a 22 deste mês, nas instalações do CT Estoril. Não nos enganamos muito ao afirmar que a iniciativa, como nunca antes houve outra, vai ser uma espécie de sacudidela no relativo marasmo das organizações tenísticas em Portugal. Também aqui estão reunidas todas as condições para o êxito.

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