NT Julho 2015

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Notícias do ténis EDIÇÃO ONLINE

JULHO 2015

Federação Portuguesa de Ténis 1925-2015

FERNANDO CORREIA

Decisão no Minho


Receção a norte aos «vikings» Editorial

Pela primeira vez, a maior competição do mundo de ténis entre nações visita Viana do Castelo. Pela primeira vez em mais de uma centena de eliminatórias de Portugal na Taça Davis, o melhor ténis luso visita Viana do Castelo

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ortugal joga com a Finlândia a presença na terceira eliminatória da Zona Europa/África do Grupo II da Taça Davis. O confronto com os nórdicos é a norte. Pela primeira vez, a maior competição do mundo de ténis entre nações visita Viana do Castelo. Pela primeira vez em mais de uma centena de eliminatórias de Portugal na Taça Davis, o melhor ténis luso visita Viana do Castelo, com intérpretes finlandeses como convidados. Quero ressalvar aqui a importância de a Taça Davis visitar Viana do Castelo. Muitos minhotos (e não só!) terão a oportunidade de ver o ténis português de mais alto nível, durante três dias. João Sousa – a comemorar um ano que atingiu o 35.º lugar no «ranking» mundial, a posição mais alta de um tenista luso desde sempre -, Gastão Elias, Rui Machado e Frederico Silva formam a «armada» portuguesa, capitaneada por Nuno Marques, que espalhou classe nos «courts» de todo o mundo até não muitos anos atrás. Estou certo que todos eles, verdadeiros exemplos de virtuosismo e abnegação, constituem um exemplo perfeito para os jovens, que, como é natural, trazem as cabe-

VASCO COSTA Presidente da Federação Portuguesa de Ténis

ças repletas de sonhos. A seleção portuguesa é também exemplo para todos aqueles de maior idade que procuram uma modalidade para a prática ocasional, assimilando o enorme entusiasmo que o ténis proporciona. É, pois, importante que outras regiões do país tenham contacto com o melhor ténis português do presente. Que os jovens, em particular, se identifiquem com os tenistas mais cotados, que exultem com as vitórias da seleção, que respirem ténis. Em poucas palavras, que sonhem, porque «é o sonho que comanda a vida», como escreveu o poeta António Gedeão.

Federação Portuguesa de Ténis Rua Ator Chaby Pinheiro, 7A — 2795-060 Linda-a-Velha | Tel.: 214 151 356 | Fax: 214 141 520 | geral@fptenis.pt EDIÇÃO ONLINE Direção: Vasco Costa | Coordenação: José Santos Costa

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MIRO CERQUEIRA

As seleções de Portugal e da Finlândia discutem em Viana do Castelo a presença na terceira e última ronda da zona euro-africana do Grupo II da Taça Davis

A decisão no Minho As seleções de Portugal e Finlândia encontram-se em Viana do Castelo, para decidir qual a nação que estará presente na terceira e derradeira eliminatória da Zona Europa/África do Grupo II da Taça Davis, de 18 a 20 de setembro. O coletivo que vencer no Clube de Ténis de Viana terá de jogar com a Turquia ou a Bielorrússia, na decisão da seleção que será promovida ao Grupo I, em 2016. Portugal — que se apresenta no Minho com João Sousa, Gastão Elias, Rui Machado e Frederico Silva — venceu Marrocos na primeira eliminatória, por 4-1, enquanto os finlandeses — Jarkko Nieminen, finalista vencido no Estoril Open 2002, é o cabeça de cartaz — superaram o Mónaco, por 3-2. FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

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MIRO CERQUEIRA

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Na Taça Davis, Portugal não cede em casa desde 2004. O triunfo frente a Marrocos, em março último, elevou para onze o registo de êxitos PUBLICIDADE

história de Portugal na Taça Davis prossegue em Viana do Castelo. De 17 a 19 de julho, no Clube de Ténis de Viana, a seleção portuguesa recebe a congénere da Finlândia, em confronto da segunda eliminatória da Zona Europa/África da Taça Davis. Desde 2004 que Portugal não conhece o sabor do desaire em receções da Taça Davis. São onze triunfos, dez com Pedro Cordeiro como «capitão». O último resultado negativo do coletivo luso na competição em confrontos realizados em solo português reporta-se ao embate com a Bósnia e Montenegro, no Complexo Municipal de Ténis da Maia. O atual selecionador português, Nuno Marques, desempenhava as funções de treinador, enquanto João Maio era o «capitão». Este ano, em março, a formação de Nuno Marques, coadjuvado por Emanuel Couto, aumentou para onze os embates vitoriosos de Portugal em casa. No CAR (Centro de Alto Rendimento) do Jamor, João Sousa, Rui Machado, Frederico Silva e João Domingues superiorizaram-se ao selecionado de Marrocos, por 4-1. A Finlândia também jogou perante o mais fiel público e, com 3-2, remeteu Mónaco para o «play

«play-off» de manutenção no Grupo II, tendo como opositor Marrocos. Na primeira visita da Taça Davis a Viana do Castelo, Portugal e Finlândia discutem a presença na terceira eliminatória, com quatro equipas. Apenas duas

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Frederico Silva, Rui Machado, Gastão Elias e João Sousa ladeiam Nuno Marques

serão promovidas ao Grupo I, em 2016. Se vencer a Finlândia, a equipa portuguesa tem uma certeza: jogará como visitante na Turquia ou em casa com a Bielorrússia. O objetivo de Portugal no regresso ao Grupo I só será concretizado

com uma vitória frente a Turquia ou na Bielorrússia (cabeça de série, tal como a seleção lusa). Para este compromisso no Minho, Nuno Marques já conta com o concurso de Gastão Elias, que, na ronda com Marrocos, pediu dispensa, para que pudesse

Viana do Castelo recebe a Taça Davis pela primeira vez e Portugal joga com a Finlândia pela segunda ocasião na competição. A primeira foi em 1968, em Helsínquia. Venceram os finlandeses, por 4-1

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Gastão Elias regressa à seleção portuguesa, juntando-se a João Sousa, Rui Machado e Frederico Silva. João Domingues, que se estreou na Taça Davis frente a Marrocos, não integra convocatória PUBLICIDADE

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João Sousa

disputar o «qualifying» do Masters 1.000 Miami. Gastão Elias (171.º mundial, «ranking» a 13 de julho) junta-se a João Sousa (53.º), que terá de se adaptar à terra batida, depois da relva natural de Wimbledon (voltou a defrontar o suíço Stan Wawrinka na primeira ronda do quadro principal de singulares, sem sucesso) e de Nottingham, torneio 250 do ATP World Tour. Rui Machado (220.º) terá também de se adaptar à terra batida, uma vez que o último torneio que disputou foi Wimbledon. O bicam-

peão nacional absoluto jogou a fase de qualificação do «major» britânico, não tendo conseguido ir além da primeira ronda. Com um percurso recente na superfície ocre, Frederico Silva (269.º) voltou a merecer a confiança de Nuno Marques, depois de ter alcançado a segunda ronda do «Challenger» italiano de Todi. O tenista de Caldas da Rainha superou o «qualifying» e foi travado na segunda eliminatória do quadro principal. Relativamente à convocatória para a receção a Marrocos, para

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Gastão Elias

entrar Gastão Elias teve de sair João Domingues, a competir na semana da Taça Davis nos Internacionais de Ténis de Castelo Branco, prova da série «Future». A Finlândia, que tem como «capitão» Kim Tiilikainen desde 2010, apresenta-se na cidade minhota com Jarkko Nieminen como a «estrela» da companhia. Com 33 anos, Nieminen, finalista vencido do Estoril Open em 2002, não joga em terra batida desde Roland Garros e os últimos três torneios em que participou foram de relva natural.

O 91.º no «ranking» ATP atuou em ‘s-Hertogenbosch, na Holanda, em Halle, na Alemanha, e em Wimbledon. No All England Club, depois de se ter desembaraçado do antigo número um Lleyton Hewitt, Nieminen enfrentou o sérvio Novak Djokovic, o líder da classificação mundial, que viria a sagrar-se campeão. Tiilikainen convocou também Micke Kontinen (379.º mundial), Henrik Sillanpaa (505.º) e Henri Kontinen, especialista em pares, que ocupa presentemente a 33.ª posição na tabela da variante.

Se vencer a Finlândia, Portugal visita a Turquia ou a Bielorrússia, na última ronda, prevista de 18 a 20 de setembro

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Frederico Silva

Rui Machado

A ronda começa a ser disputada na sexta-feira e prolonga-se até domingo, no Clube de Ténis de Viana. O programa consagra cinco encontros, quatro em singulares e um em pares, todos à melhor de cinco partidas, embora se possa alterar no domingo

A eliminatória, com entrada livre, começa na sexta-feira 17 de julho, a partir das 11.30 horas. O primeiro encontro em singulares — que opõe João Sousa a Henrik Sillanpaa — tem início marcado para as 12 horas. Logo após o termo deste embate, Rui Machado e Jarkko Nieminen jogam no «court» do Clube de Ténis de Viana, no qual foi instalada uma bancada com capacidade superior a 500 espetadores. No sábado, a partir das 15 horas, Gastão Elias e João Sousa jogam o encontro de pares, tendo como opositores Kenrik Kontinen e Jarkko Nieminen. Para domingo — se a eliminatória estiver já decidida, os encontros poderão ser disputados à melhor de três partidas —, o sorteio, realizado na quinta-feira, no salão nobre da Câmara Municipal de Viana do Castelo, determinou os confrontos entre João Sousa e Jarkko Nieminen e, a fechar a ron-

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da, o que opõe Rui Machado a Henrik Sillanpaa. O juiz árbitro da ronda entre Portugal e Finlândia é o letão Konstantins Zasjadko. Miguel Leal e Caros Fortunato, que estiveram na receção a Marrocos, serão novamente os árbitros de cadeira e Paulo Cardoso exercerá as funções de chefe dos árbitros.

47 anos depois. Portugal e Finlândia defrontam-se pela segunda vez na Taça Davis. A primeira foi em inícios de maio de 1968, em Helsínquia, capital finlandesa, com os finlandeses a triunfarem no confronto com a seleção portuguesa, por 4-1, na primeira ronda da Zona Europa da Taça Davis. A seleção portuguesa que viajou para a Finlândia foi constituída por Alfredo Vaz Pinto, João Roquette e João Lagos.


Quadro da Zona Europa/África do Grupo II Play-offs

1.ª ronda/round

2.ª ronda/round

3.ª ronda/round

17-19 julho/July

6-8 março/March

17-19 julho/July

18-20 setembro/ /September

Turquia (c) * 3

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Bielorrússia (s) 5 Irlanda (c)

Nações derrotadas

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___

Turquia (c) * * Bielorrússia (s)

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0

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despromovidas ao Grupo III em 2016

____________

Marrocos

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Mónaco (c)

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Portugal (s) (c) 4 Marrocos

1

Finlândia (s) 3

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____________

_

_

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Irlanda

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África do Sul (s) (c)

África do Sul (s) 2

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_

Portugal

Portugal * (s) (c) Finlândia

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* Nações vencedoras promovidas

Mónaco (c) 2

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Moldávia (s)

_

Bósnia/Herz. (s) 4

Hungria (c) 4

Winning nations

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promoted

___

_

Bósnia/Herz. (s)

Bósnia Herz. ** Hungria (c) *

Moldávia (s) 1

Losing nations in 2016

____________

*

___

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Madagáscar 2 Luxemburgo (s)(c) 3 Bulgária

4

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____________

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Letónia (s) (c)

_

___

relegated to Group III

Madagáscar

to Group I in 2016

________________________

____________

*

Zimbabué (c) *

ao Grupo I em 2016

____________

_

Zimbabué (c) * 1

*

___

_

Luxemburgo (s)(c)

*

_

Portugal ** Bulgária

Letónia (s) (c) 1

(s) cabeça de série | seed

(c) escolha de piso | choise of ground

* escolha de piso feita por sorteio | choice of ground if decide by lot FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

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Testemunhos de presidentes Em 1996, Paulo de Andrade era um nome apontado para a presidência da Federação Portuguesa de Ténis. Na altura, presidia ao Clube de Ténis do Estoril e, em conferência de imprensa, afirmou que nunca tinha pensado na possibilidade. O movimento de apoio à eleição cresceu nos meses seguintes e Paulo de Andrade correspondeu à insistência. Em 1997, foi empossado presidente da Federação Portuguesa de Ténis, num mandato que não chegou a completar três anos. Em novembro de 1999, a direção liderada por Paulo de Andrade demitiu-se e, até à eleição de Pedro Coelho para a presidência da Federação Portuguesa de Ténis, em 2001, a estrutura federativa foi gerida por uma comissão de gestão. Nesta série de entrevistas a presidentes da Federação Portuguesa de Ténis, por ocasião do 90.º aniversário da fundação da instituição, Paulo de Andrade recorda o trabalho que realizou, em particular na recuperação financeira, os projetos que tinha e não conseguiu concretizar e os que conseguiu levar a bom porto. Orgulha-se de ter recuperado economicamente e de construir um projeto de desenvolvimento do ténis. «Considero que deixámos obra feita», sublinha Paulo de Andrade.

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«A situ P

aulo de Andrade assumiu a presidência da Federação Portuguesa de Ténis em 1997. «A situação mais complexa era a económica, verdadeiramente asfixiante», recorda, sublinhando que «os primeiros tempos» do mandato «foram muito difíceis». — O que fez abraçar o desafio de presidir à Federação Portuguesa de Ténis? Paixão pelo ténis e vontade de contribuir para a afirmação da modalidade? — A paixão pelo ténis e o acreditar que, por estar bem inserido na realidade da modalidade, tinha condições para contribuir para a criação de uma estratégia de mudança, que colocasse o ténis português num outro patamar de desenvolvimento. Mas tudo começou com a leitura de um artigo que saiu no jornal A Bola, com o título “Paulo de Andrade para Presidente da Federação Portuguesa de Ténis”, escrito pelo Moura Diniz. Vinha no avião, de Atenas para Lisboa, e sou surpreendido pela notícia. Disputava-se o Campeonato Nacional Absoluto, no Clube de Ténis do Estoril, a que presidia, e, mal cheguei, a minha secretária geral informou-me que se estava a gerar um movimento para essa minha candidatura e que os jornalistas queriam falar comigo. Na conferência de imprensa que se seguiu, manifestei a minha total surpresa e expliquei-lhes que nunca tinha pensado nessa possibilidade. Falei então com o presidente em exercício [Manuel Marques


uação mais complexa era a económica»

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anos

da Silva], explicando-lhe o sucedido e clarificando que não tinha intenções de me candidatar. As manifestações, insistindo para me candidatasse, mantiveram-se nos meses seguintes. E, a partir de determinada altura, assumi que tinha de responder positivamente ao apelo que me vinha do seio do ténis e apresentar uma candidatura para disputar a liderança da Federação Portuguesa de Ténis com o meu antecessor. — Que desígnios tinha para o seu mandato? — Construir um projecto global visando o reforço da Federação Portuguesa de Ténis e o desen-

volvimento do ténis português a todos os níveis. Depois de ter feito um levantamento aprofundado da situação, tanto a nível nacional como internacional, apresentei um trabalho com as linhas de ação que entendia que deviam ser assumidas, para, de uma forma global, conseguirmos desenvolver a modalidade. — Como encontrou a Federação Portuguesa de Ténis? — A situação mais complexa era a económica, verdadeiramente asfixiante. Recebíamos diariamente inúmeros telefonemas de fornecedores com dividas em atraso, as

«Depois de levantamento aprofundado da situação, tanto a nível nacional como internacional, apresentei um trabalho com as linhas de ação que entendia que deviam ser assumidas»

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«Procurámos estar muito próximo dos clubes e dos agentes da modalidade, poucos foram os convites a que não respondemos positivamente. Só eu percorri cerca de cem mil quilómetros, em menos de três anos» PUBLICIDADE

associações regionais de ténis tinham vários meses de atraso nas comparticipações mensais, tenistas com verbas por receber. — Foi uma gestão difícil? — Os primeiros tempos foram muito difíceis. Tivemos de encontrar respostas no curto prazo para as enormes dificuldades de tesouraria, nomeadamente avançar com dinheiro nosso para pagar salários. A direcção era totalmente constituída por pessoas ligadas desde sempre ao ténis, um grupo muito unido que se dedicou à Federação Portuguesa de Ténis com um enorme empenho. A minha actividade profissional permitia-me passar grande parte da semana, dias inteiros, a trabalhar de manhã à noite na Federação Portuguesa de Ténis e só assim foi possível não só recuperar rapidamente a situação económica como construir um projecto de desenvolvimento do ténis de que me orgulho bastante. Procurámos estar muito próximo dos clubes e dos agentes da modalidade, poucos foram os convites a que não respondemos positivamente. Só eu percorri cerca de 100.000 kms, em menos de três anos. — Havia também outro tipo de problemas? Por exemplo, na organização dos campeonatos nacionais e nas retribuições

dos tenistas das seleções nacionais? — O reforço da Federação passava desde logo, e nomeadamente, por darmos aos Campeonatos Nacionais a importância que tinham. Os prémios do Nacional Absoluto tinham de ser condizentes com a importância da prova e foram substancialmente aumentados, permitindo assim que os melhores jogadores se sentissem motivados para lutarem pelo título.

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90 anos

Para que tal acontecesse, a Federação Portuguesa de Ténis assumiu, ela própria, a captação de patrocinadores, não renovando o acordo que existia com a Soténis. Idêntico raciocínio em relação às representações nacionais em competições internacionais, como a Taça Davis e a Fed Cup. Dirigentes, tenistas e corpo técnico mantinham uma união fantástica, perpassava por todos um espírito

de conquista em prol da defesa da nossa bandeira, que, em algumas alturas, foi verdadeiramente heroico. Há encontros que nos vão ficar para sempre na memória. E o espírito de confiança que reinava entre todos passava também naturalmente por saberem que os prémios acordados com tenistas e corpo técnico eram pagos dentro dos prazos estabelecidos. — Obviamente, isso só seria possível com capacidade finan-

«A Federação Portuguesa de Ténis assumiu, ela própria, a captação de patrocinadores»

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«Chamámos a atenção para a importância vital que a formação tinha no desenvolvimento da modalidade. Apresentámos ao Governo projetos concretos nesse sentido, realizaram-se muitas ações visando todos os agentes da modalidade» PUBLICIDADE

ceira equilibrada. Foi árdua a tarefa de a criar? — Nos primeiros tempos, tínhamos de resolver essa situação. Nenhum projecto de desenvolvimento poderia ter sucesso sem que existisse uma estrutura económica sólida. Conseguimos o apoio de vários patrocinadores. Não posso deixar de mencionar, em particular, a forte ligação que mantivemos com a Câmara Municipal da Maia. Nunca me esqueço de, numa altura em que já tínhamos praticamente acordado uma parceria para a abertura do Centro Nacional de Treino na Maia, ter recebido um telefonema, avisando -me que João Lagos estava na Câmara, com a intenção de ficar a explorar as instalações da Maia. Telefonema para casa, agarrei no carro e aí fui eu, de imediato, direito à Maia. Apresentei ao presidente da Câmara da Maia, Bragança Fernandes, o nosso projecto e, no mesmo dia, voltei para Lisboa, com o acordo garantido. Mas a parceria com a Maia não se limitou ao Centro, era mais ampla e incluía a Taça Davis e o Campeonato Nacional Absoluto. — Esse acordo baseava-se na formação? — Pensar em desenvolvimento sem uma aposta forte na formação seria absurdo. Chamámos a atenção para a importância vital que a formação tinha no desenvolvimento da modalidade. Apresentámos ao Governo projectos concretos nesse sentido, realizaramse muitas acções visando todos os agentes da modalidade.

A partir de determinada altura conseguimos contar com a colaboração do professor Vítor Cabral. — Uma das críticas que lhe dirigiram foi não ter um treinador estrangeiro. Como viu esta questão? — Não diria que era uma crítica, havia quem considerasse importante que tal acontecesse, mesmo dentro da minha direcção. Recordo que nem três anos estivemos na Federação Portuguesa de Ténis. Era uma questão que estava a ser estudada com ponderação, que traria custos avultados. — O que não conseguiu fazer no seu mandato e lamenta não ter podido fazer? — Sem qualquer dúvida, levar à prática na totalidade o projecto de desenvolvimento que elaborei. Sublinho apenas alguns aspectos desse projecto que não foram concretizados. Reorganização do movimento associativo: os clubes tinham de assumir um papel preponderante. O número de associações regionais e ténis existentes em Portugal era completamente absurdo. Hoje, a situação ainda é mais ridícula. Gastam-se fortunas com despesas administrativas que seriam muito melhor despendidas para apoiar os nossos jovens tenistas nas competições internacionais. Lembro-me que, na altura, preconizava a existência de apenas cinco associações no Continente. Pretendia, também, promover acções de formação para dirigentes, algo que considerava da

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Paulo de Andrade com Vítor Cabral, na Gala 90 Anos da Federação Portuguesa de Ténis

maior importância, mas que não conseguimos concretizar. Apoio à elite: os apoios financeiros que conseguimos angariar não eram suficientes para que se apoiasse a elite como pretendíamos. Conseguimos abrir um Centro Nacional de Treino no Norte, mas necessitávamos de angariar mais patrocínios, com o objectivo específico de investir nas deslocações ao estrangeiro dos jovens tenistas. Os pais desempenhavam um papel fundamental na comparticipação das enormes despesas que a alta competição acarreta. Tínhamos também a ambição de realizar competições internacionais em Portugal. Considero que a Federação Portuguesa de Ténis

anos

tem todas as condições para assumir um papel de relevo neste domínio. Instalações próprias que permitissem apoiar o projecto global: o desafio que lançamos, na altura, ao Governo, para nos deixar explorar as instalações do Estádio Nacional, não teve, até à nossa saída, luz verde governamental. Promoção da modalidade: a Campanha Nacional de MiniTénis, que desenvolvemos por todo o país, teve sucesso. Mas tínhamos consciência que havia uma enorme carência de campos de ténis. Estávamos a efectuar contactos com as autarquias para os sensibilizar para esses investimentos. Do estudo que fiz, concluí que existiam muito poucos cam-

«Conseguimos abrir um Centro Nacional de Treino no Norte, mas necessitávamos de angariar mais patrocínios, com o objetivo específico de investir nas deslocações ao estrangeiro dos jovens tenistas»

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«Nunca me esqueço de não ter deixado resolvida a divergência que mantivemos com a DirecçãoGeral dos Desportos, responsável pelo Estádio Nacional, em relação a despesas com os Campeonatos Nacionais dos jovens tenistas» PUBLICIDADE

pos de ténis face ao número de habitantes: na Europa, só a Grécia tinha menos campos de ténis por habitante. Finalmente, nunca me esqueço de não ter deixado resolvida a divergência que mantivemos com a Direcção-Geral dos Desportos, responsável pelo Estádio Nacional, em relação a despesas com os Campeonatos Nacionais dos jovens tenistas. Nunca até à nossa chegada tinha sido exigido qualquer pagamento. Realizámos as competições sem que nunca nos tivessem dito que a situação mudava, passando a haver necessidade de pagar fosse o que fosse. E, numa atitude inqualificável, resolveram apresentar-nos uma factura referente a campeonatos que já se tinham realizado! Claro que me recusei a efectuar o pagamento, deixando bem claro que, tivéssemos de pagar essas despesas no futuro, teríamos de equacionar a escolha de outros centros de ténis para a realização das provas. O Estado e quem o representa tem de manter um comportamento exemplar e a atitude que connosco tiveram era completamente inaceitável. Denunciei a situação ao secretário de Estado e foi com naturalidade que assumiu a necessidade de encontrar uma forma de resolver a situação sem

Paulo de Andrade com Pedro Frazão

custos para a Federação. De qualquer forma sai sem ter o assunto completamente resolvido, o que não me agradava, pois uma futura direcção poderia vir a ser convencida a aceitar uma dívida que, na minha óptica, por motivos óbvios, nunca poderia ser aceite.

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anos

— Viria a demitir-se em Novembro de 1999, não cumprindo o mandato de quatro anos. Como classifica a atuação da sua direção? — A ligação que todos os membros da Direcção tinham com o ténis levou a que existisse um

enorme empenho num trabalho que se pretendia que deixasse alicerces fortes para o desenvolvimento do ténis em Portugal. Considero que deixamos obra feita mas entendo que não nos cabe a nós analisar o trabalho desenvolvido.

«Do estudo que fiz, Concluí que existiam muito poucos campos de ténis face ao número de habitantes: na Europa, só a Grécia tinha menos campos de ténis por habitante»

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A ferramenta

primordial O Mais de 30 instituições juntaram-se para falar de integração social através do desporto, numa ação promovida pela Academia dos Champs, Associação Salvador e Pressley Ridge PUBLICIDADE

desporto é uma ferramenta primordial para a integração social. Mais de 30 instituições reuniram-se no Jamor, a 10 de julho, para falar nas transformações de percursos de vida através da prática desportiva. A iniciativa, com o apoio da Federação Portuguesa de Ténis, foi promovida pela Academia dos Champs, a Associação Salvador e Pressley Ridge. No auditório da Tribuna de Honra, a conferência, intitulada «O Desporto como Ferramenta de Integração Social, juntou várias entidades relacionadas com o desporto e o terceiro sector, com mesas redondas e momentos inspiradores, protagonizados por diferentes atletas e personalidades desta área. «O habitual Torneio de Ténis da Academia dos Champs foi este ano apoiado pelo Instituto

guês do Desporto e Juventude e pela Federação Portuguesa de Ténis, por ter, pela primeira vez, uma dimensão nacional e envolver um maior número de alunos da Academis doa Champs. Com a disponibilização de alguns ‘courts’ no Jamor, considerámos que esta poderia ser uma excelente ocasião para aproveitarmos também as instalações, com vista ao reforçar do desporto enquanto ferramenta para o terceiro sector. São cada vez mais os projectos que surgem neste âmbito e isso comprovou-se pela adesão à conferência e pelo número de instituições que conseguimos envolver», afirmou António Champalimaud, mentor da Academia dos Champs. Lançado o repto, foram mais de 30 o número de instituições presentes, que se propuseram debater as «Práticas na utilização

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ACADEMIA DOS CHSAMPS

do desporto como ferramenta de integração social», os «Valores e benefícios do desporto para quem pratica» e a importância do desporto - «Inverter a pirâmide! Como tornar o desporto uma prioridade para o caminho na autorealização?». Nos momentos inspiradores,

que intercalaram os diferentes debates, foram apresentados testemunhos pessoais e experiências enriquecedoras que demonstraram como o desporto tem o poder de transformar percursos de vida. Reforçou-se ainda a importância da prática desportiva no diadia de todas as crianças e jovens,

A iniciativa teve o apoio da Federação Portuguesa de Ténis

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O desporto juntou autarquias, universidades, instituições, atletas, alunos e diferentes perspetivas numa só sala PUBLICIDADE

mas especialmente para o acompanhamento de situações de vulnerabilidade social. Desde a superação do Johnson, da Academia do Johnson, ao trabalho feito pela Vela Solidária no Algarve, até aos desafios vencidos por Noel Delgado, não se olhou a modalidades nem a títulos conseguidos. O desporto juntou autarquias, universidades, instituições, atletas, alunos e diferentes perspectivas numa só sala, fazendo-se ouvir. A iniciativa da Academia dos Champs teve a presença de João Paulo Santos, vice-presidente da Federação Portuguesa de Ténis, e a participação de entidades como Academia do Futuro, Aldeias de Crianças SOS, Associação Jorge Pina, Entrecul ESG — Programa Escolhas, Associação de Solidariedade Social (Assomada), CDI Portugal, câmaras municipais de Maia, Cascais e Oeiras, Fundação Aga Khan – K’Cidade, Surfart, Turma do Bem, Escolinha de Rugby da Galiza, Faculdade de Desporto da Universidade do Porto — Faculdade de Psicologia, Rugby na Alta de Lisboa, Cascais Fight Center — Duba e Escola de Boxe da Outurela, além de individualidades, como o atleta olímpico Diogo Granchinho, Noel Delga-

do (judo), Luís Brito (vela solidária) e Johnson (Academia do Johnson). A Academia dos Champs é uma IPSS (Instituição Particular de Segurança Social) que foi criada em 2009, com o intuito de demonstrar que são muitos os

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ACADEMIA DOS CHSAMPS

os benefícios de encarar o desporto como filosofia de vida. Em 2013, a Academia dos Champs foi distinguida com o prémio ATP Aces for Charity e, neste ano, com o Prémio Instituição, por ocasião das comemorações do aniversário dos 90 anos

fundação da Federação Portuguesa de Ténis. A Academia dos Champs tem seis núcleos em todo o país e já conta com 150 crianças, a quem se pretende fazer chegar novas oportunidades e perspetivas de vida.

Há dois anos, a Academia dos Champs foi distinguida com o galardão ATP Aces for Charity, prémio recebido durante o Estoril Open

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Málaga rec

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D.R.

O

Mundial de Padel já tem local e data: em Málaga (Espanha), no Palácio de Deporte José Maria Martín Carpena, de 9 a 15 de novembro. Os melhores pares do mundo, entre os quais duplas representantes do padel português, vão evoluir na competição mundial, que se realiza de dois em anos. Na última edição, em 2014, em Palma de Maiorca, Portugal conquistou o terceiro lugar em femininos, a melhor posição de sempre da seleção nacional no Campeonato do Mundo. No apuramento do terceiro lugar, a equipa lusa — formada por Ana Catarina Nogueira, Tânia Couto, Kátia Rodrigues, Filipa Mendonça, Helena Medeiros, Bárbara Côrte-Real, Filipa Caldeira e Ana Sofia Gonçalves, venceu Itália, por 3-0. Em masculinos, o coletivo português, constituído por João Roque, Ricardo Cortes, Ricardo Soares, Eduardo Carona, Marco Perestrelo e Pedro Mendes, terminou o Mundial de Palma de Maiorca em 13.º na classificação geral. Em 2012, no Campeonato do Mundo de Cancun, no México, Portugal alcançou a quarta posição na classificação geral em femininos, depois de a seleção portuguesa ter cedido, por 2-1, frente à França, no apuramento do terceiro lugar. Tal como no ano passado, a seleção portuguesa, em masculinos e femininos, que vai particpar no Mundial de Málaga será selecionada após estágio de observação previsto para setembro, em data e local a divulgar oportunamente pela Federação Portuguesa de Ténis

Igualmente em setembro, em local e data a divulgar, vai decorrer o Campeonato Nacional de Padel, nos dois últimos anos inserido na Semana do Ténis & do Padel, uma organização da Federação Portuguesa de Ténis, que junta o ténis — com o Campeonato Nacional Absoluto como prova rainha — ao padel e ao ténis em cadeira de rodas. No ano passado, a Semana do Ténis & Padel, que integra ainda ações de índole social e outras iniciativas várias, desenvolveu-se no CIF, a segunda edição. Em 2013, decorreu no Clube de Ténis do Estoril a primeira edição da Semana do Ténis & Padel, uma iniciativa ímpar no nosso país.


cebe o Mundial

A equipa lusa, terceira no Mundial de Palma de Maiorca

Entretanto, a prova do Padel Campo Grande, do Circuito Padel Portugal, vai realizar-se no início de setembro. PUBLICIDADE

A competição no Campo Grande, em Lisboa, estava prevista para o primeiro fim de semana deste mês.

No ano passado, em Palma de Maiorca, também em Espanha, a seleção foi terceira em femininos, a melhor posição de sempre de Portugal no Mundial

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Pela primeira vez, Maria Palhoto, que se encontra numa academia na província espanholas de Tarragona, foi campeã no circuito profissional da ITF. Em abril deste ano, a tenista portuguesa e a equatoriana Roemer assinaram o primeiro título de pares no Azores Open Womens. Logo na semana seguinte, as duas voltaram a festejar a vitória

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tualmente no Club Sports Tennis Cunit, academia espanhola, Maria Palhoto conquistou os primeiros títulos no circuito profissional feminino em abril. Dois triunfos averbados em solo português, ambos em pares. No Clube de Ténis de São Miguel, em Ponta Delgada, em abril último, a tenista portuguesa fez dupla com a tenista equatoriana Charlotte Roemer e venceu no torneio da primeira semana do Azores Open. Na semana seguinte, Palhoto e Roemer ergueram novamente os troféus destinados às vencedoras da prova na variante de pares. Na academia espanhola, na província de Tarragona, na região autónoma da Catalunha, com Fábio Maggi como responsável, Maria Palhoto tem como treinadores Josuel, Luís Manuel e Rafael.

AZORES OPEN WOMENS

«Detesto perder qu

O ténis é... a minha vida. Jogo ténis porque… gosto. O que mais gosto no ténis… é ganhar. O que mais detesto no ténis é… perder quando dou o meu máximo. Treinar é… importante.. O sucesso significa… atingir os meus objetivos.

Até ao momento, a minha maior alegria no ténis foi… quando ganhei a uma jogadora 300 WTA.

No ténis, quero atingir… o meu melhor.

E a maior tristeza no ténis foi… quando tive de desistir por lesão.

Depois de vencer um encontro… sinto-me feliz.

Se eu mandasse no ténis… algumas regras.

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uando dou o máximo»

Maria Palhoto 20 anos

Em Portugal, o ténis precisa de… planificação, apoio para os atletas que querem seguir competição e mais visibilidade na comunicação social, para se conseguir mais patrocínios e apoios. Mais um ou uma tenista de Portugal no "top" 100 mundial seria… muito bom para o ténis português..

No presente, o meu ídolo no ténis é... o suíço Roger Federer. O meu torneio preferido é… Roland Garros. A minha superfície preferida é… piso rápido. No meu saco, não dispenso… uma toalha.

No circuito ITF Junior, Maria Palhoto tem igualmente dois títulos em pares, ambos obtidos em 2012. Em março, no Luxemburgo, a dupla formada por Maria Palhoto e pela espanhola Olaya Garrido Rivas venceu em Esch/ Alzette. Em Inglaterra, em abril, no Aegon Junior International Nottingham, Palhoto e Joana Valle Costa inscreveram o nome na galeria das campeãs.

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Associações Regionais AÇORES AVEIRO LEIRIA

ALGARVE CASTELO BRANCO LISBOA

SETÚBAL

MADEIRA VILA REAL

ALENTEJO COIMBRA PORTO VISEU


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