NT Abril 2015

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Notícias do ténis EDIÇÃO ONLINE

ABRIL 2015

Na costa do sol FERNANDO CORREIA

Federação Portuguesa de Ténis 1925-2015


Estoril à Editorial

Estou convicto de que as sessões noturnas do Millennium Estoril Open vão ser um sucesso. E que vão dar um contributo importante para um evento que se espera recheado de êxito

noite

O

último fim de semana deste mês de abril marca o início do Millennium Estoril Open. O circuito ATP World Tour está presente uma vez mais no nosso país, desta feita no Clube de Ténis do Estoril. É já a partir do feriado 25 de abril, com o início do «qualifying», até ao domingo 3 de maio, em que será conhecido o vencedor em singulares. As sessões noturnas, entre quarta-feira e sexta-feira, constituem a grande novidade do Millennium Estoril Open. Será uma oportunidade para os entusiastas do ténis privados de tempo durante o dia para se deslocar ao Estoril marcarem presença na única competição do circuito da ATP que se realiza em Portugal, sem comprometerem os horários laborais. E poderem vibrar com um lote de tenistas de qualidade, a evoluírem nos oitavos de final (segunda ronda) e nos quartos de final. Estou convicto de que as sessões noturnas do Millennium Estoril Open vão ser um sucesso. E que vão ser um contributo importante para um evento que se espera recheado de êxito. Também espero que o êxito seja alcançado pela «armada» portuguesa, liderada por João Sousa, o número um português na atualidade e com melhor «ranking» ATP de sempre, com o 35.º atingido há quase um ano. Para já, a participação portuguesa estender-se-á a Frederico Silva, contemplado com um dos três «wild card» para o quadro

VASCO COSTA Presidente da Federação Portuguesa de Ténis

principal de singulares, e a Frederico Gil, com convite para o «qualifying», fase que terá mais portugueses certamente. Em todo o mundo, o ténis português tem demonstrado o seu valor e, perante um público que não parará de torcer pelos representantes portugueses, espera-se que a prova, que apresentamos nesta edição de Notícias do Ténis, corra de feição. Nesta edição, apresentamos também o segundo testemunho de um ex-presidente da Federação Portuguesa de Ténis, no âmbito dos 90 anos da instituição, que se comemoram neste ano. Alexandre Vaz Pinto, que assumiu os destinos da estrutura federativa de 1985 a 1987, recorda a sua gestão, na segunda de uma série de entrevistas.

Federação Portuguesa de Ténis Rua Ator Chaby Pinheiro, 7A — 2795-060 Linda-a-Velha | Tel.: 214 151 356 | Fax: 214 141 520 | geral@fptenis.pt EDIÇÃO ONLINE Direção: Vasco Costa | Coordenação: José Santos Costa

2 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS


FERNANDO CORREIA

Frederico Silva recebeu um dos três «wild cards» para o quadro principal

Mil sensações no Estoril A partir de 25 deste mês, até ao primeiro domingo de maio, o Clube de Ténis do Estoril abre as portas para a primeira edição do Millennium Estoril Open, a única competição portuguesa no ATP World Tour. No pó de tijolo do clube estorilista vão evoluir tenistas pertencentes à elite do ténis mundial, dos quais três ocupam posições no «top» 20. O quadro principal de singulares integra, para já, ainda João Sousa — entrada direta — e Frederico Silva— «wild card» —, enquanto Frederico Gil está confirmado no «qualifying». FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

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A

João Sousa vai cumprir no Clube de Ténis do Estoril o terceiro torneio de terra batida na temporada, depois do Masters 1.000 Monte Carlo e do ATP World Tour Barcelona PUBLICIDADE

campanha promocional da primeira edição do Millennium Estoril Open promete que «eles vão deixar tudo em campo». Não só João Sousa, que «vai sentir a pressão de jogar em casa», como Nick Kyrgios, que «só tem 19 anos, mas ganhou ao Nadal como um senhor», e Feliciano Lopez, que «podem dizer que está no final da carreira, mas encontra-se no seu melhor». Mas não serão apenas estes três a evoluir no Clube de Ténis do Estoril, palco de campanhas inolvidáveis de Portugal na Taça Davis. Além de Feliciano Lopez, 12.º mundial, outros dois tenistas do «top» 20 atuam no pó de tijolo da coletividade da Costa do Sol: o sul-africano Kevin Anderson, 17.º, e o espanhol Tommy Robredo 20.º («rankings» de 20.4.2015). A estes juntam-se, entre outros: os franceses Richard Gasquet (27.º), Jeremy Chardy (32.º), Adrian Mannarino (29.º); os espanhóis Guillermo Garcia-Lopez (45.º), Pablo Carreno Busta (63.º), Albert Ramos-Viñolas (67.º) e Nicolas Almagro (123.º); os argentinos Leonardo Mayer (24.º) e Carlos Berlocq (64.º); e o cipriota Marcos Baghdatis (59.º), treinado pelo português António van Grichen. A participação portuguesa está assegurada com João Sousa e Frederico Silva, para já, porque

No dia em que festejou o 30.º aniversário, Frederico Gil recebeu a comunicação de atribuição de «wild card» para a fase prévia

MOMENTUM PHOTOGRAPHY

estão por atribuir dois «wild cards» para o quadro principal, como por outros portugueses podem superar o «qualifying», para o qual Frederico Gil recebeu convite. João Sousa teve entrada direta no quadro principal. O vimaranense, treinado por Frederico Marques, vai apresentar-se no Clube de Ténis do Estoril com dois tor-

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Federados com desconto Em resultado de parceria entre Millennium Estoril Open e Federação Portuguesa de Ténis, os federados dispõem de um desconto de 20 por cento na aquisição de bilhete diário. O Millennium Estoril Open criou ainda um «pack» exclusivo para jovens tenistas de clube, disponível em qualquer dia da semana. A «Experiência Millennium Estoril Open» oferece ao jovem um boné, uma «tshirt» e um brinde, além da receção no Clube de Ténis dos Estoril de um exjogador português e de possível sessão de autógrafos.

neios de terra batida realizados nesta temporada. O primeiro foi o Masters 1.000 Monte Carlo, no Mónaco. Há oito meses que o número um português no presente e de sempre não competia na superfície ocre. Na prova que «abre» a época de terra batida na Europa, João Sousa, atual 56.º no «ranking» ATP,

atingiu pela primeira vez a segunda ronda, acabando por ser afastado pelo canadiano Milos Raonic. Antes, o tenista luso logrou o triunfo sobre o francês Edouard RogerVasselin, no regresso do vimarense à competição, depois de um período de cerca de três semanas para recuperar de lesão. A inflamação no tendão rotuliano do

Frederico Gil recebeu «wild card» para a fase prévia, com início a 25 de abril

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Além de Frederico Silva, a organização do Millennium Estoril Open concedeu um convite a Frederico Gil, mas para o «qualifying», que começa a 25 de abril

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FERNANDO CORREIA

joelho direito obrigou-o, de resto, a desistir da participação no ATP World Tour Casablanca, aquele que seria o primeiro torneio de terra batida da programação de João Sousa desta temporada. No segundo, em Barcelona, em cujo «qualifying» participou Rui Machado (cedeu na segunda eliminatória), João Sousa começou por afastar o holandês Kenny de Schepper — substituiu o ucraniano Dolgopolov —, para ser eliminado pelo colombiano Santiago Giraldo. Na terceira participação no Troféu Conde de Godo, o português voltou a não conseguir chegar à terceira eliminatória. Frederico Silva, outro português confirmado ao lado de João Sousa, para já, vai jogar pela primeira vez um quadro principal de singulares de um torneio do ATP World Tour. O tenista, de 20 anos, apenas atuou em provas do circuito no «qualifying» do Portugal Open nos últimos quatro anos, que não conseguiu ultrapassar em qualquer das ocasiões. No Millennium Estoril Open, Frederico Silva — o único português com títulos em provas do «Grand Slam», depois dos triunfos em pares no escalão de juniores em Roland Garros e Open dos Estados Unidos — terá um teste exigente às suas capacidades e uma oportunidade de confirmar qualidades que lhe são reconhe-

Rui Machado poderá ser um contemplados com um convite para o quadro principal. Se não for, o algarvio é hipótese para o «qualifying»

cidas desde os escalões jovens. «É um prémio justo para um jovem que ofereceu já marcos importantes para o ténis nacional e que jogará no Clube de Ténis do Estoril o seu primeiro quadro principal de um evento do ATP World Tour. Esperemos que seja o primeiro de muitos», disse o diretor

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O brilho lusitano

do Millennium Estoril Open, João Zilhão. Outro Frederico teve também direito a convite do Millenium Estoril Open, mas para o «qualifying». O atual 637.º tenista mundial — o primeiro português a jogar uma final em singulares do ATP World Tour (vice-campeão

Rogério Santos

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Rogério Santos, certificado pela ITF como «Silver Badge», será o juiz árbitro do Millennium Estoril Open. Além de Rogério Santos, também presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Ténis, a equipa de árbitros contará ainda com Miguel Leal e Marco Romão. Como é habitual em provas do ATP World Tour em Portugal, Carlos Sanches será o supervisor do Millennium Estoril Open, no histórico Clube de Ténis do Estoril, o qual tem recebido intervenções significativas, para albergar a prova. A requalificação foi realizada num total de 30 mil metros quadrados. O Estádio Millennium Open é a estrutura montada mais significativa. A bancada e os camarotes têm capacidade para 3.544 lugares. O Estádio Millennium Estoril Open está em conformidade com os parâmetros exigidos pela cobertura televisiva noturna nas três sessões programadas. A bancada do «court» 2 permitirá que 788 espetado-

res assistam aos encontros. O espaço do Millennium Estoril Open terá ainda uma zona VIP, área de restauração para o público e área de «merchandising», com 25 «stands», incluindo o da Federação Portuguesa de Ténis. A área do torneio português terá ainda uma área com dez «stands»

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João Zilhão, diretor do torneio, admitiu a possibilidade de um dos dois convites para o quadro principal de singulares poder ser atribuído a um tenista do «top» 10, mas sem revelar a identidade PUBLICIDADE

no Estoril Open de 2010 — está apostado em recuperar os tempos áureos. Em outubro do ano passado, Frederico Gil regressou aos títulos em singulares no circuito profissional, quatro anos depois da última conquista. Aconteceu no Porto Open e a final aconteceu com Frederico Silva, antigo número seis mundial em juniores. Gil, que derrotara Rui Machado nas meias finais, venceu com 6-7 (5), 6-3 e 6 -0. «No dia do seu 30.º aniversário [25 de março], comunicámos a Frederico Gil a atribuição de um convite para a fase de qualificação. Ele chegou a 62.º mundial e continua muito popular entre o público português. Esperamos que o Millennium Estoril Open o ajude nesta fase de relançamento da sua carreira», justificou João Zilhão, executivo da U.COM, empresa sedeada na Alemanha, que, conjuntamente com a Polaris, do empresário Jorge Mendes, e com Benno van Veggel, empresário holandês e ex-tenista profissional radicado em Portugal, formam a 3LOVE, entidade organizadora do evento, no Clube de Ténis do Estoril. Se não receberem «wild card» para o quadro principal, Gastão Elias e Rui Machado poderão juntar-se a Frederico Silva no «qualifying» do Millennium Estoril Open, embora seja de admitir que o primeiro, a competir nos Estados Unidos, não viaje para Portugal caso não se junte a João Sousa e Frederico Silva.

Estádio Millennium Estoril Open

A verdade é que falta conhecer a identidade dos contemplados com os restantes dois «wild cards» para o quadro principal e João Zilhão admitiu, em conferência de imprensa realizada dias antes do início do torneio, a possibilidade de assegurar o concurso de um tenista que ocupa o «top» 10 mundial. «Vamos esperar para ver se

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MILLENIUM ESTORIL OPEN

conseguimos um grande nome do ‘top’ 10. Há possibilidades que isso aconteça, mas não tem ainda confirmação», disse, referindo, no entanto, que o objetivo da organização é ter a atenção para com os jogadores portugueses. Em conferência de imprensa, João Zilhão regozijou-se pelo facto de se ter conseguido manter a presença de uma prova portu-

guesa no ATP World Tour, pois, sublinhou, se assim não acontecesse «teria fugido e dificilmente regressaria a Portugal». O diretor do Millennium Estoril Open revelou satisfação igualmente por ter sido «montado o ’puzzle’» no Clube de Ténis do Estoril. «O clube não estava preparado para um torneio desta dimensão.

O Millennium Estoril Open, que se realiza pela primeira vez, é um evento organizado pela 3LOVE, formada por duas entidades e um ex-tenista profissional, radicado em Portugal

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O orçamento da única prova portuguesa inscrita no ATP World Tour, integrada na série 250, poderá andar à volta de três milhões de euros

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Tivemos de alterar muita coisa. Foram precisas muitas obras, tanto no clube, como nos espaços envolventes. Os campos não tinham as dimensões certas, os postes de iluminação não eram suficientes, além de estarem longe dos ‘courts’. Foi preciso muito investimento», revelou o diretor do Millennium Estoril Open. João Zilhão não falou no número certo de orçamento, mas admitiu que o montante possa ser de três milhões de euros. «Quero vincar o enorme esforço pessoal, profissional e financeiro que toda a equipa ligada ao projeto está a fazer de modo a conseguir que este evento possa (re) nascer no Estoril e aí manter-se, crescendo de ano para ano, com sustentabilidade», frisou Zilhão, acrescentando que há a «perfeita consciência da enorme responsabilidade que recai sobre o projeto». Zilhão referiu-se ainda à campanha do Millennium Estoril Open: «É nosso objetivo comunicar mais do que somente grandes nomes de jogadores. Este novo torneio pretende-se mais intimista, um torneio em que o público está mais envolvido e participativo. E a própria campanha quer fazer isso: explicar ao público porque temos estes jogadores, despertar a curiosidade em conhecê-los melhor

Fun Center: espera-se muita animação no espaço, com dinamização da Federação Portuguesa de Ténis

antes do torneio. Para tal, usamos expressões que podem ser eventuais pontos fracos dos jogadores e que eles próprios irão destruir, por forma a transformá-las em pontos fortes. Os próprios jogado-

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MILLENIUM ESTORIL OPEN

res demonstram assim que estão prontos para darem o máximo, para deixarem tudo em campo», afirmou o diretor da única competição inscrita no ATP World Tour, inserida na série 250.

A Federação Portuguesa de Ténis é parceiro institucional e, durante a realização do torneio, terá a responsabilidade de dinamizar o Fun Center, com técnicos a organizarem ações.

O Fun Center será dinamizado por técnicos da Federação Portuguesa de Ténis, parceiro institucional do Millennium Estoril Open, no Clube de Ténis do Estoril

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Testemunhos de presidentes Alexandre Vaz Pinto assumiu os destinos da Federação Portuguesa de Ténis em 1985. Sucedeu a Armando Rocha na presidência da estrutura federativa. Alexandre Vaz Pinto operou a mudança da Federação Portuguesa de Ténis de Monsanto para o Estádio Nacional, no Jamor. Convidado para suceder a Armando Rocha, teve o apoio unânime das associações regionais de ténis. Mas, antes, realizou uma análise aprofundada à realidade financeira da Federação Portuguesa de Ténis e constatou que reunia todas as condições para prosseguir com o trabalho que tinha sido desenvolvido nos anos anteriores. As suas preocupações para um mandato de dois anos foram o de manter o rigor e «equilíbrio financeiro da Federação Portuguesa de Ténis, a expansão da modalidade e o desenvolvimento da área de formação». No presente, apesar de gostar muito de futebol, Alexandre Vaz Pinto acompanha o ténis com assiduidade e regozija-se pelos feitos alcançados pelos tenistas portugueses na última década

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«Ténis p impen A

lexandre Vaz Pinto sucedeu a Armando Rocha na presidência da Federação Portuguesa de Ténis. Iniciou funções em 1985 e terminou dois anos depois. Um mandato que tinha como «principais preocupações a expansão da modalidade, o equilíbrio financeiro e o desenvolvimento da área de formação». — Que razões teve para se candidatar a presidente da Federação Portuguesa de Ténis, por um período de dois anos? — Respondi afirmativamente a um convite que me foi feito por um grupo de pessoas que estavam ligadas ao ténis. Fui eleito sem concorrência de outra lista candidatada, creio que com a unanimidade dos votos das associações regionais de ténis. — Antes de abraçar o desafio, inteirou-se da realidade da Federação Portuguesa de Ténis, em particular no capítulo económico-financeiro? — Tive oportunidade de, antes das eleições, analisar com o meu querido amigo Armando Rocha a situação financeira da Federação Portuguesa de Ténis. Nessa análise que fiz com Armando Rocha, verifiquei que tinha condições para dar continuidade ao trabalho até então realizado, nomeadamente com as perspetivas que se abriam com os fundos da «Herança Artur Mantero». — Protocolo que tinha sido já assinado… — A negociação do protocolo com a Direção-Geral dos Despor-


português atingiu nível nsável nos anos 80»

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anos

tos referente à «Herança Artur Mantero» foi feita durante o meu mandato, sendo de referir o papel decisivo desempenhado pelo então diretor-geral, professor Mirandela da Costa. Ainda com a colaboração do

professor Mirandela da Costa, mudaram-se para o Estádio Nacional as instalações da Federação Portuguesa de Ténis, que funcionavam nas Instalações Municipais de Ténis de Monsanto. Também se lançaram as bases FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

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«Considero que a exploração do complexo de ténis do Jamor pela Federação Portuguesa de Ténis pode ser um passo muito importante para a formação de futuros campeões»

para a instalação da Escola de Ténis. — No passado como no presente, a questão do Estádio Nacional. Acredita que a concessão da exploração do complexo de ténis do Jamor por parte da Federação Portuguesa de Ténis, em acordo a celebrar com o Estado, será primordial? — Considero que a exploração do complexo de ténis do Jamor pela Federação Portuguesa de Ténis pode ser um passo muito importante para a formação de futuros campeões. — Quais foram as principais preocupações do seu mandato, de 1985 a 1987, período em que intérpretes portugueses, como Nuno Marques e João Cunha e Silva, obtinham resultados relevantes por esse mundo fora? — As principais preocupações do meu mandato foram a expansão da modalidade, o equilíbrio financeiro da Federação Portuguesa de Ténis e o desenvolvimento da área de formação. — Acompanha o ténis com regularidade? — Acompanho regularmente o ténis de alta competição, nomeadamente os encontros de Roger Federer e Novak Djokovic. — E o ténis português? Que

acha do atual ténis português, que teve um tenista no «top» 40 mundial, com João Sousa a registar a 35.ª posição, há quase um ano, e com vários «top» 100?

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anos

— O ténis português atingiu um nível que era impensável nos anos 80. Creio que é justo destacar o papel “percursor” dos campeões do passado, dos quais destaco José Roquette (que tive a oportu-

nidade de homenagear na cidade do Porto), Alfredo Vaz Pinto [primo de Alexandre Vaz Pinto], João Lagos, Pedro Cordeiro, Nuno Marques e João Cunha e Silva, entre outros.

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Quatro bolas A

A Academia dos Champs vai leiloar quatro bolas autografadas por João Sousa, o número um português na atualidade e de sempre (35.º mundial, em julho do ano passado)

Academia dos Champs, que intervém socialmente junto de crianças e jovens através do ténis, vai promover em breve um leilão de quatro bolas autografadas por João Sousa, o número um português na atualidade e de sempre (35.º mundial, em julho do ano passado). A receitas do leilão das quatro bolas autografadas pelo vimaranese, realizado com o apoio da Federação Portuguesa de Ténis, reverterão para a melhoria das condições de treino dos atletas da Academia dos Champs, nos núcleos de Outurela, Trajouce, Maia, Alcabideche e Bicesse (para breve, perspetiva-se a abertura de outro no Algarve). As sessões de ténis da Academia dos Champs, destinadas a todas a crianças e os jovens que se encontram em situação de vulnerabilidade social, têm caráter gratuito, pelo que o leilão das bolas constituirá uma forma de fazer face às necessidades diárias dos núcleos A Academia dos Champs, registada como Instituição Particular de Solidariedade Social, desenvolve o projeto de integração social através do ténis desde

2009, com o objetivo de levar o desporto a crianças e jovens em risco, dotando-os de uma filosofia de vida. Em 2013, a Academia dos Champs foi distinguida pelo ATP World Tour, no âmbito do progra-

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por uma boa causa

ma ATP Aces for Charity, que, anualmente destaca projetos de solidariedade em países que acolhem as provas do circuito profissional de ténis. Em cerimónia realizada durante o Portugal Open de 2013, a Aca

demia dos Champs, que trabalha diariamente com dezenas de crianças e jovens no presente, nos vários núcleos da instituição, recebeu um cheque no valor de dez mil euros do ATP Aces for Charity.

A Academia dos Champs é uma instituição particular de solidariedade social

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O melhor de sempre A

seleção nacional de ténis em cadeira de rodas classificou-se em sétimo na qualificação europeia para o Campeonato do Mundo. Foi o melhor resultado de sempre da equipa portuguesa, em Antalya, na Turquia, com Carlos Leitão, João Sanona e Jean-Paul Melo. «Era ambição da nossa equipa fugir aos últimos lugares da prova. Para isso, sabíamos que não poderíamos ficar em último lugar na ‘poule’ de apuramento. No ano passado, tínhamos ganho experiência quanto à forma de, mentalmente, nos posicionarmos perante as dificuldades colocadas pela vontade de querer gangar e de jogarmos ao nível das nossas capacidades», referiu Joaquim Nunes, «capitão» de Portugal, na fase de qualificação europeia, que decorreu em finais de março. O coordenador do ténis em cadeira de rodas da Federação Portuguesa de Ténis sublinhou ainda que a seleção «sabia que não poderia ficar em último na ‘poule’ de apuramento», disputada conjuntamente com Hungria e Roménia. Portugal cedeu ante a Hungria, por 2-1, acabando por triunfar frente à Roménia, pelo mesmo desfecho. Joaquim Nunes regozijou-se pelo facto de «os jogadores portugueses demonstrarem capacidade de luta e equilíbrio emocional perante as dificuldades».

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Joaquim Nunes acrescentou que Jean Paul Melo «trouxe à seleção duas grandes vantagens: primeiro, maior capacidade de organização da equipa nos singulares e em pares, possibilitando, desta forma, melhores opções táticas; segundo, a sua personalidade (atitude positiva/capacidade de luta/ coletivismo) criou uma excelente relação no grupo, com reflexos na capacidade de resposta perante as dificuldades». No «play-off» de apuramento do quinto ao oitavo lugares da qualificação europeia, sem possibilidades da presença na fase final do Campeonato do Mundo, Portugal não conseguiu ultrapassar a Turquia, que se impôs por 2-1. O resultado negativo relegou a seleção nacional para o encontro com a Irlanda, para definir o sétimo lugar. Mas o mau tempo que se abateu sobre Antalya no último dia da qualificação europeia, possibilitando unicamente realizar as finais em masculinos e femininos, levou a que não se realizasse o confronto. Deste modo, Portugal e Irlanda ficaram «ex-aqueo» em sétimo lugar. «Este resultado é muito importante para nós. Motivou os jogadores, que pretendem agora consolidar este resultado e que Portugal lute por um posicionamento entre o quinto e o sétimo lugares na fase de qualificação europeia», frisou Joaquim Nunes.


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Portugal jogou com Roménia e Hungria a fase de grupos da qualificação europeia, na qual a seleção nacional foi sétima

No ano passado, igualmente em Antalya, Portugal foi 11.º lugar e o sétimo posto neste ano é «fruto do empenho de todos os que, há vários anos, se dedicam a esta vertente da modalidade». O responsável da modalidade na Federação Portuguesa de Ténis ressalvou ainda «o papel»

que a estrutura federativa «tem assumido no sentido de proporcionar aos jogadores de ténis em cadeira de rodas as condições para melhorarem as suas capacidades», além de ter enaltecido o trabalho desenvolvido para aumentar «as oportunidades de competição».

Portugal foi sétimo na qualificação europeia, «ex-aqueo» com a Irlanda

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s provas Padel Portugal regressam em julho, no Padel Campo Grande, em Lisboa, com a realização da terceira etapa do conjunto de cinco inseridas no Circuito Padel Portugal, promovido pela Federação Portuguesa de Ténis desde 2014. A etapa no Padel Campo Grande, calendarizada para o primeiro fim de semana de julho, distribuirá um total de mil euros pelos pares masculinos, femininos e mistos. Esta terceira competição do Circuito Padel Portugal no Campo Grande sucede às realizadas em Sintra, a primeira, e em Faro, a segunda. No Padel Sports Club de Sintra, sem competição em pares femininos e mistos, João Roque e Gonçalo Nicau, os detentores do título de campeões nacionais, venceram o torneio, após terem vencido a dupla formada por Eduardo Carona e Jesus Lizarbe, por 6-3 e 7-5. Esta primeira prova do Circuito Padel Portugal teve um «prizemoney» de mil euros. No Centro de Ténis de Faro, com o mesmo montante em prémios monetários, Filipe Freitas e Pedro Franchi conquistaram o título em pares masculinos. Na final, os dois levaram a melhor sobre Paulo Marques e Pedro Falcão, com os parcelares de 6-3 e 6-2. Nos pares femininos, Kátia Rodrigues e Cláudia Diniz somaram o triunfo na segunda etapa do Circuito Padel Portugal repartido em três níveis. Kátia Rodrigues, campeã nacional, e Cláudia Diniz terminaram a fase de grupo em primeiro lugar. A dupla Isabel Pinto/Paula Fernandes classificou-se em segundo e Leonor Marques/Demi Rodrigues em terceiro. O quarto posto foi ocupado pelo par constituído por Sílvia Rios e Inês Ferin.

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Circuito de

Filip Pau

Na competição reservada a pares mistos, José-Ricardo Nunes e Demi Rodrigues foram os campeões e Luca Barbosa e Isabel Pinto os vice-campeões. A final foi concluída com os parciais de 3-6, 6-2 e 6-3. Em janeiro, antes da realização do Masters do Circuito Padel Portugal, o Padel Campo Grande acolheu a derradeira prova do Circuito Padel Portugal de 2014. Os pares Martim Trueva/José Correa Barros e Kátia Rodrigues/ Diana Baptista foram os campeões na prova lisboeta, que distribuiu mil euros pelos participantes. Martim Trueva e José Correa Barros enfrentaram na final Eduardo Carona e Jesus Lizarbe. Trueva e Barros venceram o encontro,


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volta em julho

pe Freitas, Pedro Franchi, lo Marques e Pedro Falcão

fechado em três partidas, com 6-2, 2-6 e 6-4. Nos pares femininos, Kátia Rodrigues e Diana Baptista formaram a única dupla que averbou

Kátia Rodrigues e Cláudia Diniz

por triunfos os três embates na fase de grupo da competição, que, devido à chuva que atingiu a capital, obrigou a que fosse concluída no fim de semana seguinte.

A terceira etapa da série de provas Padel Portugal, do Circuito Padel Portugal, regressa a Lisboa, ao Padel Campo Grande, no primeiro fim de semana de julho

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R Marta Oliveira soma quatro títulos em pares nesta época. Dois foram conquistados ao lado da russa Varvara Gracheva, no Qatar ITF Junior Open 2015. Os outros foram assinados na Holanda, conjuntamente com a francesa Ana Stefanovic, no Intime Head Junior Open 2015 e no FOCUS Tennis Academy 2015. Em sub-14, foi campeã individual nos torneios internacionais de Vilamoura e Portimão

ecentemente, Marta Oliveira, com habitual presença nas seleções nacionais jovens, conquistou os dois primeiros títulos no circuito júnior mundial. Foi no Qatar, na variante de pares. Também neste ano, venceu duas provas internacionais de sub -16, em pares, na Holanda. Pertencente ao Clube de Campo Quinta da Moura, Marta Oliveira tem como treinadores Emanuel Couto, Cláudio Cufre, José Nunes e Vasco Martins.

D.R.

«Quero atingir

O ténis é... grande parte da minha vida. Jogo ténis porque… adoro o desporto e não me imagino a fazer outra coisa. O que mais gosto no ténis… é o facto de ser um desporto individual em que só depende de mim para melhorar. O que mais detesto no ténis é… a derrota, que é quando não consigo cumprir as tarefas a que me tinha proposto. Treinar é… ser melhor do que fui ontem. É uma oportunidade para melhorar aquilo em que tenho mais dificuldades e, por outro lado, fortalecer as minhas «armas». O sucesso significa… a concretização dos meus objetivos, um esforço que é recompensado. No ténis, quero atingir… o nível profissional, o «top» 100 do «ranking» WTA. Depois de vencer um encontro… falo com o meu treinador

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sobre o jogo, vemos o que fiz bem e o que fiz mal, de maneira a ir mais bem preparada para o jogo seguinte. Até ao momento, a minha maior alegria no ténis foi… duas semanas em sub-12, em que ganhei o Campeonato Nacional na primeira e passámos a fase final do Campeonato da Europa na segunda. E a maior tristeza no ténis foi… a final do Campeonato Nacional de sub-14 de 2013. Foi das vezes em que me senti pior em campo.


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o ‘top’ 100 WTA» Marta Oliveira 16 anos

Se eu mandasse no ténis… manteria tudo igual, porque adoro o desporto assim. Em Portugal, o ténis precisa de… mais gente a praticar a modalidade a nível de competição, especialmente raparigas. E mais torneios internacionais, para que, quem não tem possibilidade de viajar, possa competir a um melhor nível. Um ou uma tenista de Portugal no "top" 100... seria ótimo. Já o é o João Sousa, ter outro seria ainda melhor!

Um bom treinador é… aquele que, além de competente, sabe quando ser exigente e quando ser compreensivo. É, também, aquele que consegue levar o atleta ao limite.. O meu ídolo no ténis é atualmente... Roger Federer. O meu torneio preferido é… Wimbledon. A minha superfície preferida é… piso rápido. No meu saco, não dispenso… raquetas, cordas, «grips» e toalha.

Em 2011, a jovem tenista foi campeã nacional de sub-12, em singulares e em pares (juntamente com Marta Magalhães). Sagrou-se também campeã nacional de pares em sub-14, em 2012, ao lado de Sofia Sualehe, e, em 2013, conjuntamente com Patrícia Faia. Em 2013, foi vice-campeã em singulares, no escalão de sub-14

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Associações Regionais AÇORES AVEIRO LEIRIA

ALGARVE CASTELO BRANCO LISBOA

SETÚBAL

MADEIRA VILA REAL

ALENTEJO COIMBRA PORTO VISEU


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