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MENSÁRIO DE SANTA CATARINA DA SERRA - SETEMBRO 2014 - 1€ PREÇO DE CAPA

Olá! Eu sou o pároco desta comunidade paroquial na qual e para a qual fostes crismados. Durante todos estes anos a comunidade e eu investimos na vossa formação humana e cristã para poderdes vir a ser pessoas felizes. O Crisma que recebestes é, sem dúvida alguma, a confirmação do vosso crescimento como pessoas cristãs, da vossa pertença à Igreja e sobretudo de que sois de Cristo e animados pelo Espírito Santo que, se assim vos deixardes conduzir por Ele vos dará o verdadeiro fogo que fará arder o vosso coração num amor que jamais se apaga. Para mim, sois “Filhos do meu coração” e tenho toda a esperança em vós, bem como Jesus Cristo que vos encheu de graças e bênçãos do Céu. Acho até que o Senhor escolheu alguns de vós para ministérios fundamentais da Igreja e até para o sacerdócio e para a vida consagrada. Depende de vós a decisão e resposta ao Deus que tanto nos ama e nós já temos a experiencia clara de que só seremos felizes fazendo os outros felizes. “Mão vos conformeis com este mundo…” mas vivei nela a vossa vocação de filhos de Deus e soldados de Cristo.

Miguel Marques - Arquivo

Carta aos jovens crismados

Paróquia mais rica com 47 jovens confirmados

Notícias da Autarquia Pág. 11

continua na Pág. 3

Os pregoeiros e a sabedoria popular da nossa terra

Pensamento do mês

(Epicteto)

Encontro de ex-atletas

Miguel Marques - Arquivo

É impossível para um homem aprender aquilo que ele acha que já sabe.

Pág. 15 Pág. 13

Festa Sagrado Coração de Jesus

24º Aniversário da A.D.S. Loureira Pág. 9

Pág. 07

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LUZ DA SERRA

3/8 – Dora Gonçalves Vieira, filha de Paulo Sérgio da Silva Vieira e de Aquilina Sofia Jesus Gonçalves, do Casal da Estortiga. Foram padrinhos: Simão Pedro Longo Antunes Pereira e Paulina Maria Dias Silva Carvalho 3/8 – Filipa da Silva Neves, filha de Dinis Filipe dos Santos Neves e de Lurdes Vieira da silva, de Vale Tacão. Foram padrinhos: Rafael António de Oliveira e Elisabete Vieira da Silva. 3/8 – Bianca Oliveira Santos, filha de Carlos Carreira santos Carvalho e de Andreia Sofia Gomes Oliveira, da Gordaria. Foi madrinha Adriana Gomes Vieira. 3/8 – Lara Santos Alves, filha de Artur Jorge Vieira Alves e de Sofia da Silva Santos, da Pinheiria. Foram padrinhos: Tedy Pereira e Mariana Machado Alves. 10/8 – Lucas Neves Fernandes, filho de Nuno Gonçalo Raposo Fernandes e de Rafaela de Oliveira Neves Fernandes, da Loureira. Foram padrinhos: Bruno Raposo Fernandes e Melanie Oliveira Neves. 10/8 – Maria Eduarda Costa da Silva, filha de Leonel Eduardo Narciso da Silva e de Alessandra Eugénia Costa da Silva, da Chainça. Foram padrinhos: Marcelo Henrique Carapito Martinho Fragoso e Nossa Senhora de Fátima. 10/8 – David Cardoso Rodrigues, filho de Hélder Cardoso Rodrigues e de Gaélle Cardoso Rodrigues, do Ulmeiro. Foram padrinhos: Rui Manuel Cardoso Rodrigues e Célia Maria Cardoso Rodrigues. 15/8 – Lara Filipa Henriques, filha de Filipe José Laranjeiro Henriques e de Filipa dos Santos Henriques, da Chainça. Foram padrinhos: Nuno Miguel Laranjeiro Dias e Ângela dos Santos Henriques. 15/8 – Martim Francisco Costa Barbeiro, filho de Rui Miguel Alves barbeiro e de Teresa Vitória Cruz Costa, de São Sebastião da Pedreira. Foram padrinhos: Luís Carlos Ferreira Alves e Ana Luzia Costa Mira. 16/8 – Beatriz da Silva Alho, filha de Rui Manuel Monteiro da Silva e de Carla Sofia Frazão Lopes Alho de Odivelas. Foi madrinha Ana Cristina Frazão Lopes Alho

3/8 - Carlos Carreira dos Santos Carvalho, do Arrabal e Andreia Sofia Gomes Oliveira, da Gordaria. Dina Manuela Gomes Oliveira e João Luis Carreira da Silva 15/8 – PatricK Felix Mateus, de França, e Cathy Pires Vicente, da Chainça. Foram padrinhos: André Carreira e Agostinho dos Anjos Pinheiro Mateus; madrinhas: Filipa Vicente Pereira e Maria dos Remédios Camilo Mateus 16 /8 – Rui Manuel Monteiro da Silva, de Guimarães, e Carla Sofia Frazão Lopes Alho, da Chainça. Foram padrinhos: José Augusto Simões e Albertino Letra Martins; madrinhas: Odilia Maria Carreira Frazão e Odilia Pereira Lopes Alho Martins. 23/8 – Willy Domingos dos Remédios, de Alveijar, Fátima, e Verónica Fartaria Marto, da Loureira. Foram padrinhos: Ricardo Fartaria Ribeiro e Valdemar Pereira Martins; madrinhas: Ana Raquel Alves e Alcina Andreia Domingos Machado 30/8 – Márcio Pereira Ribeiro, da Loureira, e Marlene Carreira Remédios, de São Mamede. Foram padrinhos: Pedro Lopes Ribeiro e Filipe Manuel Menezes Ribeiro; madrinhas: Ana Catarina da Silva Guerra e Anabela Santos Carreira Remédios

1/8 – José Pires, viúvo de Arminda dos Reis Frazão, da Chainça deixou este mundo aos 83 anos de idade 3/8 – António Luís Vicente, casado com Faustina da Silva António, de Santa Catarina, partiu para o Pai no entardecer dos seus 83 anos de idade

Bombeiros Voluntários - 244 741 991 Centro Saúde - 244 741 151 Farmácia - 244 741 474 Junta Freguesia - 244 741 314 - 919 630 030 Casa Paroquial - 244 741 197 ForSerra - 917 480 995 GNR - 244 830 859 Em caso de emergência, primeiro ligue directamente para os Bombeiros Voluntários e depois para o 112.

2014

Joaquim dos Santos (Constantino) N.27/08/1940 F. 31/07/2014 Loureira

Amélia Carreira N. 11/03/1931 F. 06/07/2014 Cercal Avó, nossa companheira e amiga, mãe de família, lutadora e trabalhadora. Ajudaste-nos a crescer, cuidaste de nós e fizeste-nos rir tanta e tanta vez. A tua alegria era contagiante. Agora que foste para mais longe dos nossos olhos, ainda ficaste mais perto dos nossos corações em todos os conselhos que nos deste. Serás sempre um exemplo a seguir. Uma grande mulher, grande mãe e avó. Um orgulho para todos nós. Cada sorriso teu estará sempre gravado nas nossas memórias.

19/8 – Joaquim de Jesus Neves, casado com Maria Emília de Sousa Cardoso Neves, do Ulmeiro, partiu para Deus na primavera dos seus 75 anos de idade 21/8 – Francisco Gameiro, casado Albina Bento, da Loureira e residente em Fátima, partiu para o Pai no entardecer dos seus 86 anos de idade

Joaquim da Silva Ribeiro Inácia de Oliveira Gomes N. 3/12/1932 F. 4/7/2014 Chainça Não chores por quem já está junto a Deus! Permanecerás nos nossos corações e os momentos felizes que passamos. Agradecemos a Deus por brilhares na nossa vida. A família agradece a todas as pessoas que a acompanharam na sua última morada. Que o senhor a tenha no seu eterno descanso. A família

No dia 3 de Agosto de 2014, António Luís Vicente, de 83 anos partiu para o Pai. A família agradece a todas as pessoas amigas e Centro Social, que acompanharam na vida e à última morada. A família

N. 09/05/1927 F. 02/08/2014 Loureira A família vem por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada, ou que de qualquer outro modo manifestaram o seu pesar. A todos o nosso bem-haja. A família

Marta Conceição Santos Joaquim de Jesus Neves N. 17.06.1939 F. 19.08.2014 Riachos Sua esposa, filhas, genro, netos e restante família vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada, ou que de qualquer outro modo manifestaram o seu pesar. A todos o nosso bem hajam.

António Vicente N. 15/08/1930 F. 03/08/2014 Bemposta

Agradecimento Esposa e família na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, vem por este meio agradecer a todos quantos se dignaram a participar na cerimónia do seu funeral, bem como todas as que se interessaram pelo seu estado de saúde ou que de qualquer forma manifestaram o seu pesar. Que Deus o tenha em sua presença. A família

A família

3/8 – Joaquim da Silva Ribeiro, casado com Patrocínia da Conceição, da Loureira, Foi habitar no Céu aos 87 anos de idade

24/8 – Cláudio Miguel Marques Gonçalves, filho de Cláudio José das Neves Gonçalves e de Tânia Alexandra Ribeiro dos Anjos Marques, da Chainça. Foram padrinhos: André Duque Gonçalves e Filipa Daniela Ribeiro dos Anjos Marques.

Contactos úteis

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-- família paroquial --

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Rosária Silva Ferreira Domingos N. 25/02/1927 F. 09/08/2014 Prior Velho – Lisboa Viúva de José Domingos, residia em Prior Velho, Lisboa, onde faleceu. A Família

N.22/07/1926 F.01/07/2014 Loureira No dia 01 de Julho de 2014 faleceu Marta da Conceição Santos, viúva de Raúl Ferreira Fartaria, Mãe de José dos Santos Fartaria e Maria José dos Santos Fartaria. Seus filhos, genro, nora, netos e bisnetos ficam agradecidos a todos que nos acompanharam na sua última passagem na vida terrena. Mãe honra, da mãe carinhosa Foste uma mãe querida Vamos guardar-te na memória Todos os dias da nossa vida Foste mãe, e aos teus filhos Tudo nos ensinaste com amor Obrigado pelo que nos deixaste Por tudo, damos graças ao Senhor. Partiste já velhinha Depois de muito trabalho e suor Partiste, descansa em paz Junto de Deus, nosso Senhor. A família


SETEMBRO 2014

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Editorial

2014: O Ano da Família

DR

Ano da família

Neste mês pensei apresentar algumas frases, já ditas por várias pessoas sobre a Família. Fazem-nos pensar e ao mesmo tempo avaliar a nossa própria vida no ambiente familiar. Aqui ficam algumas: “ Família, nossa fortaleza” “ A melhor coisa de nossas vidas é a Família” “ Nada melhor na vida que uma Família unida” “ A minha Família pode não

LUZ DA SERRA

-- vida da comunidade --

ser perfeita, mas obrigado Deus, pois é a melhor do mundo” “ Sem Deus não há vida, sem Família não há base” “ Família, um projeto de Deus” “ A maior riqueza da Família está na harmonia e no amor” “ A família é um presente na qual não existe devolução ou troca, apenas a aceitação” “ A Família é o bem mais precioso. Valoriza, ama,

cuida e acima de tudo preserva… pois ali está teu porto seguro” “ A minha Família é o lugar onde não preciso ter medo de revelar quem realmente sou, pois ali sei que me amam de verdade” “ Ter um lugar para ir é LAR. Ter alguém para amar é FAMÍLIA. Ter os dois é uma BÊNÇÃO” Fernando Valente

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Envie-nos o seu anúncio, da secção da família paroquial, que nós prometemos publicar gratuitamente. Data limite de entrega: último dia de cada mês Os anúncios publicados serão gratuitos, desde que cumpram os requisito necessários para a publicação.

Deixo-vos a “Carta aos jovens” de João Paulo II que exprime muito bem aquilo que vos quero transmitir neste momento “Precisamos de Santos sem véu ou batina. Precisamos de Santos de calças jeans e ténis. Precisamos de Santos que vão ao cinema, ouvem música e passeiam com os amigos. Precisamos de Santos que coloquem Deus em primeiro lugar, mas que se "lascam" na faculdade. Precisamos de Santos que tenham tempo todo dia para rezar e que saibam namorar na pureza e castidade, ou que consagrem sua castidade. Precisamos de Santos modernos, Santos do século XXI com uma espiritualidade inserida em nosso tempo. Precisamos de Santos comprometidos com os pobres e as necessárias mudanças sociais. Precisamos de Santos que vivam no mundo se santifiquem no mundo, que não tenham medo de viver no mundo. Precisamos de Santos que bebam Coca-Cola e comam hot dog, que usem jeans, que sejam internautas, que escutem discman. Precisamos de Santos que amem a Eucaristia e que não tenham vergonha de tomar um refri ou comer pizza no fim-de-semana com os amigos. Precisamos de Santos que gostem de cinema, de teatro, de música, de dança, de desporto. Precisamos de Santos sociáveis, abertos, normais, ami-

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gos, alegres, companheiros. Precisamos de Santos que estejam no mundo; e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo mas que não sejam mundanos". SOBRE A CONFIRMAÇÂO † António Vitalino, Bispo de Beja Embora na Igreja devamos construir comunidades conscientes e responsáveis e isto não acontece sem comunicação, formação, partilha fraterna e oração, não pode ser cada cabeça cada sentença, como se a verdade da nossa fé dependesse dos interesses de cada um. (.....) Nas últimas semanas tenho corrido muitas paróquias a celebrar o sacramento do Crisma ou Confirmação, normalmente reservado ao Bispo e pelo qual temos a certeza que recebemos o Espírito Santo. Mas também verifico que nem todas as pessoas têm as mesmas disposições e preparação. Algumas vezes tenho de advertir os párocos e catequistas para fazerem um melhor discernimento, pois não é pelo facto de o Direito Canónico exigir os três sacramentos da iniciação cristã, a saber, batismo, crisma e comunhão, para se gozar dos direitos de cristãos adultos na vida da Igreja, entre eles o direito de ser padrinho ou madrinha, que devemos admitir qualquer pessoa, sem a devida preparação e vontade de viver de acordo com a fé cristã. Quando se diz às pessoas que não podem viver em união de facto e receber os sacramentos, somos critica-

P. Mário de Almeida Verdasca

dos e até difamados, como se receber os sacramentos fosse um direito individual que não implica os outros sacramentos, entre eles o matrimónio e a confissão ou reconciliação. Não é pelo facto de sermos pecadores que os sacramentos nos são negados, mas sim por não reconhecermos o nosso pecado, não nos querermos converter e mudar. A isto se chama presunção de se salvar sem merecimentos e obstinação no pecado. Por isso temos uma grande missão a cumprir, com muito amor, misericórdia e paciência, para não arrancar o trigo com o joio e as ervas daninhas. Nem sempre é fácil o cumprimento do múnus que nos está confiado, quer por fragilidade nossa, quer por incompreensão e debilidade da fé de quem nos pede os sacramentos. Mas água mole em pedra dura tanto dá até que fura, diz o ditado e constitui para a Igreja uma advertência para não desistir ou cruzar os braços.

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AMIGOS DA LUZ DA SERRA Maria Alice Alves Blanco - Suiça - 10€ Lucia Jesus Marques Dias - França - 5€ Armando Lopes Silva - Francça - 10€ Costa Carreira - França - 5€ Joaquim Vieira Santos - França - 5€ José Oliveira Ribeiro - Loureira - 2.50€ Manuel Rosa Borralho - França - 5€


LUZ DA SERRA

SETEMBRO

-- a vida da comunidade --

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dentro necessário, indispensável. Outros não podem ou não desejam ser. Todos são precisos e ninguém é maior. Mais ainda; que ares de sabedoria, valem a prática da humildade, da sensibilidade, da bondade e serviço ao próximo que a todos diz respeito? E diga se por favor se as nossas aldeias estão valorizadas com estas mexidas no seu coração. Cresceu tudo exceto a atenção ao vizinho do lado. Cresceram e sobraram muros, quais obstáculos ao convívio e olhares ao rosto do irmão que passa. Deixouse de olhar de perto aquele que precisa naquela e não noutra hora de nós. O egoísmo, o pesadelo da privacidade absoluta, ao ponto de se abrir a porta conforme a cara da pessoa que tocou, impressiona o próprio coração de Deus. O desinteresse por a pessoa que chegou desconhecida, o adeus, a saudação individual ou coletiva, a resposta ao sino que nos lembra a hora de olhar alto e convida à resposta, emigrou, ou prepara-se para isso. Aqui não se safa, segundo o nosso vocabulário. Cada um se desenrasque e meta só na sua vida. Respeito pelo descanso do vizinho fugiu. Desde cães, gatos e galos, como o volume do rádio, da nossa conversa e tanta, tanta coisa que fazia a saúde das nossas modestas e tão bonitas casinhas da aldeia de cozinha esfregada de joelhos que não obrigava ninguém a julgar-se escrava da sua casa e onde se fazia a

melhor das ginásticas físicas. Aqui falam os médicos. Não amigos. Ninguém é dono da casa do outro do seu espaço, mas é responsável pelo seu estado de espírito, interesse pela saúde sem massacrar com perguntas e até visitas descabidas. Trabalho, ajuda sem interesse simplesmente remunerado. Que bonitas as aldeias onde reinava a autêntica bengala da ajuda fraterna. As vozes da criançada que construía o hino da vida continuada. Vizinho era irmão. O padre sinal visível da união familiar e do respeito a que tinha direito fosse qual fosse a sua personalidade. O professor, o médico. Tinham automático respeito, tal como idosos e crianças. Sempre houve desavenças, mas o entendimento e a paz eram água limpa a correr. E termino com uma apreciável frase que não criei, mas acolho, A educação vem de cada casa, mesmo que as falhas existam. É maior o trabalhador vulgar bem-educado, que o julgado culto, mal criado e cheio de si próprio. Deixemos que as nossas aldeias sejam limpas e modestas e mais bem habitadas que a vastidão de tudo à mistura que faz as cidades de hoje. O barulho não faz bem e o bem não faz barulho. Escreva cada leitor, no silêncio do coração, o muito que fica por dizer de nós mesmos como bons vizinhos.

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Maria Primitivo

Admiro os missionários que deixam o conforto da sua terra e dos seus familiares e partem para zonas onde há miséria e volta e meia o perigo espreita. É o caso do sacerdote argentino Pe. Jorge Hernández, pároco da Sagrada Família, na Faixa de Gaza e das Irmãs da Caridade de Madre Teresa com 28 crianças deficientes e nove idosas a seu cargo, Na data em que escrevo este Testemunho – Sexta-feira, dia 18 de Julho corrente – há notícia de que este Padre e estas Irmãs não aceitaram a sugestão dos israelitas de abandonarem a zona pois ali correm perigo de vida e são estrangeiros. A trégua de cinco horas foi mesmo proclamada para permitir a entrada de ajuda humanitária à Faixa de Gaza e para permitir a fuga dos estrangeiros. Acatar aquela sugestão e refugiar-se num lugar mais seguro era o mais aconselhável, humanamente falando. Mas qual seria o pai

ou a mãe digno desse nome que perante o perigo abandonaria os filhos e se punha a salvo? As três Irmãs da Caridade argentinas e o padre Hernández permanecerão nos seus postos, juntamente com as outras 4 Irmãs naturais daquela zona e todos os seus protegidos. Já há uns dias, quando começaram os combates, elas resolveram mudar-se com as suas crianças e velhinhas para anexos da igreja paroquial, onde, à

partida, lhes parece um lugar mais seguro. O P.e Jorge Hernández, sacerdote argentino pertencente ao Instituto do Verbo Encarnado, vai enviando notícias sobre estes dramáticos dias em Gaza. E pede que não os esqueçamos nas nossas orações, a eles e a todo o povo que está a ser vítima das políticas de ódio dos seus governantes.

Testemunhos vivos

O Facebook resgata um sem-abrigo Raimundo Arruda viveu como sem-abrigo, em São Paulo, por mais de 30 anos, dos quais passou 19 a morar no mesmo lugar. A família que vive em Goiânia encontrou por acaso na internet a sua página na rede social. O perfil de Raimundo no Facebook foi criado por Shalla Monteiro, moradora da região onde ele vivia, de quem se tornou amigo. Durante mais de 30 anos, numa esquina da Av. Pedroso de Moraes, em São Paulo, toda a gente evitou aproximar-se do homem maltrapilho, de cabelo comprido e barba longa, que vivia cercado de papéis e coberto por sacos de lixo. Mas há tempos Raimundo recebeu uma visita que mudaria a sua vida. Shalla Monteiro, que morava perto dali, decidiu conhecer a história daquele "vizinho" misterioso. Foi assim que ela começou a coleccionar suas "Mini Páginas", que continham poemas e aforismos

DR

Meus amigos. Será que vou magoar alguém? Isso, eu não quero. Simplesmente apontar elementos válidos e repletos de unguento saudável. A verdade é a principal seiva da vida curta, ainda que para alguns um pouquito apenas mais longa. Levá-la com alegria é virtude que muito ajuda. É dom de Deus e cuidar dela é ser sábio. Tal como aceitar conteúdos a nossos olhos desagradáveis. Hoje só umas pinceladas sobre a vizinhança e seu valor. As nossas aldeias mudaram. Todos o sabemos. Para melhor só na maneira de viver, que naturalmente trouxe mais algumas regalias e conforto, coisas sempre inseguras. Mais cultura, acesso ao estudo e conhecimento, que em tempo algum foram garantia de segurança na vida da humanidade. Apenas meio de valorizar as pessoas e a vida. Nunca a promessa completa de felicidade. É bom repensar isto sem sombra de desânimo. O mais saber, obriga-nos a mais ser. A perder de vista o valor do parecer sem marginalizar A imagem pessoal. A vaidade não assenta num curso seja alto ou baixo. Toda a vida é um momento de serviço ao globo laboral que nos comporta a favor de todos. Não há trabalhos menos dignos. Nós não temos direito a rejeitar qualquer trabalho. O homem do trator e semelhantes ferramentas é por

DR

A riqueza da boa vizinhança A coragem de não abandonar

escritos por ele. Comovida pelo seu trabalho, ela decidiu divulgá-lo por meio do Facebook, buscando realizar um sonho de Raimundo: que lessem seus escritos. Hoje, a página tem quase 100 mil seguidores. Raimundo Arruda Sobrinho, hoje com 75 anos, tinha sido livreiro mas acabou na falência. Ainda vendeu livros e revistas de casa em casa, mas acabou por perder também a casa e ficou a morar na rua. Foi através da internet que a família encontrou o perfil de Raimundo e o irmão Fran-

cisco deslocou-se seis vezes a S. Paulo até que conseguiu convencer o sem-abrigo a ir morar com ele em Goiânia. No início, Raimundo ofereceu resistência para ir morar com a família em Goiânia, pois não queria incomodar ninguém, mas acabou cedendo. Tanto a sua história quanto os escritos produzidos por ele ao longo dessa tortuosa "travessia" foram registrados no "Livro do Raimundo", que está na fase de edição e foi dirigido pela própria Shalla. M. V. P


SETEMBRO

Era uma vez

África Maria Primitivo

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José Marques

Ficha Técnica Jornal Luz da Serra Nº 499 - Setembro de 2014 Ano LX ERC 108932 - Depósito Legal Nº 1679/83

tou-se de tirar grãos de terra. Quando deitou a cabecinha de fora, sentiu-se tonta. Ergueu os braços e ouviu gargalhadas. Levantou os olhos e viu umas grandes árvores grandes e frondosas. Olha! Exclamou uma bétula. A pobrezinha está assustada. – É a primeira semente a nascer. Como é tão frágil e tão verde! Exclamou o velho castanheiro, agitando a sua copa. – Vai ser um belíssimo carvalho. O tempo foi passando e os ramos do pequeno carvalho cresciam cada vez mais. A vida ensinava-lhe coisas novas e diferentes. Antes do final do inverno, já conseguia avistar o rio. Passaram os anos e tornou-se um belo carvalho. Enquanto os seus ramos escondiam ninhos dos pássaros o velho castanheiro sentia-se cansado. Os seus ramos quebradiços mostravam-se indiferentes às formigas que lhe invadiam o tronco. Numa noite de inverno, de muita chuva e muito vento, a trovoada lançou raios por cima das árvores e um clarão imenso, seguido de um estrondo monstruoso, abateu-se sobre o bosque. – Castanheiro!— Clamou o amigo carvalho sem obter resposta. Quando o dia nasceu, as árvores confirmaram: o velho castanheiro fora atingido por um raio. O carvalho estava triste, sem forças para resistir ao vento, e as árvores diziam-lhe para se agarra-

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rem bem. – Já não vale a pena. É tarde! Sacudido pelo vento forte, balançava-se em todas as direcções. De repente, um estrondo! As forças cederam e o seu corpo caiu desamparado na torrente do rio. Pensava consigo: Porque é que tinha nascido? Para quê tudo isto? E adormeceu. Que belo tronco! Vamos cortá-lo para fazermos uma fogueira, diziam umas vozes. O carvalho reuniu o pouco de vida que lhe restava num cantinho das suas raízes e adormeceu. Durante o sono, ouviu uma voz conhecida: – Lembras-te de mim? – A voz não me é estranha – respondeu o resto do carvalho, que estremeceu ao sentir as mãos de alguém que acariciava o seu corpo. – É a senhora das mãos que dão a vida!.. Sou, meu filho! Sussurrou a chuva que o ajudara a nascera. Como é que me reconheceste tão velho tão gasto e tão cego? O coração nunca esquece as belezas que criamos. O velho carvalho sorriu, agradecido e feliz por ter contribuído para que os homens se aquecessem. Dormiu para sempre. (Extraído dum livro de Histórias)

Não posso abusar do espaço e conto apenas um episódio. O menino que tenho ao colo, fui procurá-lo seguindo um choro de criança que me parecia vir da parte de trás do quarto onde me abrigava numa tremenda tarde de calor. Logo a seguir ao almoço de macarrão com tomate e o luxo de um copo de água de garrafa comprada com os tostões que os africanos por ali não tinham. Confesso que tinha pressa de fazer a busca do menino que me dava esse tom de voz. Raspei-me como se fosse para o descanso curto da comunidade. Saí do portão aberto, cumprimentando o velho e simpático guardião. Fiz uma longa volta de ouvido à escuta, mas ia fugindo ao local e afastando-me do local certo. Sabia que ele devia estar perto de onde eu morava naqueles dias, mas a estrutura para lá chegar não era fácil e conhecia mal aquilo. Entrei na única via de betão da cidade barraca de vendas, eram centenas de fogões a petróleo na maior parte fritando bananas para vender nos almoços. Usava-se o óleo de palma a ferver numa caçarola no chão ou mesa de plástico muito frágil. Foi numa destas que o Barnabé tropeçou escorrendo o óleo a ferver na cabecita. A pele esfolada gerou muitas dores, mas a mãe não podia naquela hora abandonar o seu posto de trabalho. Roubavam tudo e comiam sem pagar. Por ali ninguém tinha cozinha, só na rua e lenha não havia. Assim dedicavam-se a este trabalho muitas mulheres. O menino aflito foi para um lugar à sombra nas traseiras da missão entre umas cabanas que causaram a demora da descoberta, a cabecita estava tapada com um pano escuro molhado em água fria que devia estar muito suja com o pó avermelhado do caminho. Aproximei-me e o menino chorou mais. Teve medo da pele branca. Com jeito lá o convenci e levei ao

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O Cheiro da terra abafava o seu corpo de semente. Quando o vento a lançou para o chão, ainda se mexia. Mas a terra cobriu-a e sentiase presa “Que mistério seria aquele? Pensava a pequena semente. Os dias passavam sempre iguais, com muito calor e pequenas minhocas a escorregarem pelo seu corpo. Um dia, um grande dia despertou-a: a chuva abatia-se sobre o chão e o seu corpo ficou arrepiado de frio. Ei, semente! Já te podes libertar! Como é que posso ser livre? Senhora chuva, tenho tanto medo! Não sei por onde nascer. Eu ajudo! Deve ser por aqui. Apalpando o seu corpo com os dedos, a chuva amoleceu a casca e a sementinha conteve a respiração. Sentiu que ia rebentar e forçou o ar. A casca rachou de cima a baixo e estremeceu. – Ai, que dor! Ui, que frio! – Deita fora os braços! – disse a chuva, rindo-se. A vida fora da casca parecia-lhe uma nova aventura. O contacto do seu corpinho com a terra <húmida abriu-lhe a vida com novo encanto. -Viste? Não é assim tão difícil. – Mas dói! – Se não doesse, não valia a pena viver. Agora sai daí, caminha. Lá fora, a vida é maravilhosa! A chuva despediu-se com ternura, antes de adormecer. Toda a noite, a semente far-

LUZ DA SERRA

-- correio do leitor --

colo com imensa dificuldade pois tinha uns quatro aninhos, esperava no trajeto encontrar alguém que o conhecesse ou mesmo a mãe. Levei-o silenciosa até ao quarto sem ser observada que eu desse conta; soluçava. Pediu-me água. Nem se viam os impulsos dos golos. Queria arranhar a cabeça e tive que embrulhar as mãos nuns panos que rasguei. Havia moscas de todos os tamanhos ferrados nas feridas já sem pele. Meti -o debaixo de uma torneira de água fria e saíram as moscas que ataquei com um produto que estava na bancada da cozinha que raramente servia. Eram tantas, meu Deus. Levava sempre comigo algo para estes primeiros socorros. Sequei, limpei e cobri de camadas de água oxigenada. Pelos nem um, tudo tinha saído e ficou ferida viva quase em forma de triangulo enxuguei como pude e carreguei de betadine. Era o que tinha. Embrulhei numa peça de roupa pessoal. Dei um pedaço de pão e a criança adormeceu de imediato. Saí fechando a porta e fui depressa ver se encontrava ou identificava a mãe. Vi duas mulheres aflitas, cada uma por seu lado nas imediações. Dirigi-me a uma que chorava mas não percebia patavina da linguagem. Peguei na sua mão e com gestos de acalmar trouxe-a comigo ao local. O menino acordou e

ela deitou-se exausta. A receita da água e o fazer-me entender foi a penitência maior. Abraçou-me e levou o filho depois de entender como devia fazer. Chorou porque não tinha dinheiro para o médico. Aconselhei-a a voltar no dia seguinte. Estávamos na missa e vi-a entrar. Saí logo. Não estava interessada no conhecimento do caso. A um canto do lado de trás vi a ferida. Estava muito bem mesmo com o receio do menino que abria muito os olhos pensando nas dores anteriores. Tinha-lhe cortado peles fritas. Não sangrava e repeti o gesto de cura do dia anterior, fiz á mão um capuz para o defender das moscas e poeiras. Cinco dias depois a pele estava lisa que nem um papel fino. Pensei que não voltasse a nascer o cabelo. Dias depois aparece mandado pelo professor este grupo de rapazinhos mais velhos agradecer á senhora que tinha cuidado do menino. Levaram-no às cavalitas e ele correu a agarrar-me ao pescoço e o cabelinho começava a apontar á volta da queimadura. A fotografia mostra. Foi tirada por um Irmão Mexicano que por lá passou para fazer retiro. Alegrias que são graças. M.C. No próximo número anúncio as ofertas, pois o espaço já é grande. Obrigada.

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Os textos assinados e publicados no jornal LUZ DA SERRA – que podem ou não traduzir a linha de orientação deste jornal – são da inteira responsabilidade dos seus autores.


LUZ DA SERRA

que mais elementos desta família adiram a esta iniciativa. Não têm nada a perder. Família Vicente

Decorreu no sábado dia 16 do passado mês de Agosto, durante os festejos em honra do Sagrado Coração de Jesus, tal como tinha sido previamente publicado no nosso jornal, o nosso encontro anual. Depois de algumas semanas de pesquisa e contactos, foram 41 “jovens” de 57 que participaram no total de 76 convivas, pois a maioria das caras metades acompanhou os maridos ou esposas. Independentemente da opinião que cada um possa ter, este foi o convívio anual que suplantou todos aqueles que

temos realizado ao longo dos anos, exceção feita às nossas festas dos 40 e 50! Pela primeira vez realizámolo no salão de umas festas religiosas. Apesar do espaço não ser só para nós e daí alguma falta de privacidade, valeu pelo ambiente festivo e de partilha com os muitos grupos presentes, nascidos noutros anos. Foi acima de tudo um espaço de alegria e de confraternização entre os que ocupavam lugares mais próximos. Tendo alguns a primazia de não nos vermos já há alguns anos. Inclusivamente o des-

conhecimento ou a falta de certeza de “Tu também és do meu ano”? Sei e reconheço que faltaram alguns, mas como acontece todos os anos, nem sempre é a data certa para todos! Com saúde e Deus o permita, cá estaremos de novo para o ano! Data? A seu tempo se verá! O companheiro de 57 Virgílio Gordo

Convívio anual dos “Jovens “ nascidos em 1943

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de pertencerem à família Vicente. Sabemos que nem todos puderam estar presente, pelos mais diferentes e variados motivos. Esperamos poder contar com todos nas próximas iniciativas para que as novas gerações continuem a conhecer as suas raízes. Para o ano, esperamos contar

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O Convívio Anual dos nascidos em 1957

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Piquenique convívio da Família Vicente

Realizado no dia 24 de Agosto no Parque do Troncão, Meirinhas em Pombal, o piquenique da família Vicente juntou cerca de 70 pessoas. Algumas das quais, emigrantes. Foi muito bom este convívio, pois ainda se conheceram alguns membros que até então eram desconhecidos, apesar

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Cumpriu-se mais uma vez a tradição: os jovens nascidos em 1943 reuniram-se em convívio no passado dia 15 de agosto com os seus familiares, pela 21ª vez sem interrupção a partir da festa dos 50 anos. O programa foi modesto mas cheio de significado, muito apropriado a esta facha etária, que consistiu em recordar os colegas já falecidos assistindo à Missa das 11,30 horas na Igreja Ma-

triz pelas suas almas, seguido de almoço e distribuição de bolo aniversariante num restaurante local, onde além do repasto que a todos agradou se pôs a conversa em dia e tirámos a habitual foto de família, que nos ocupou até meio da tarde. Este programa adapta-se melhor às condições físicas e económicas dos participantes, o que ficou demonstrado pelo número significativo de par-

ticipantes num total de 37 aniversariantes e 29 acompanhantes. Estamos gratos ao David Alves pelo empenho que mais uma vez demonstrou em coordenar e contactar um a um cada aniversariante para mais um, evento que prometemos continuar a celebrar. Então até ao próximo se Deus quizer. David Alves e José Narciso pub


SETEMBRO 2014

Associação para o Desenvolvimento Social da Loureira

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Calendário de atividades

24º Aniversário da Associação da Loureira

para o presente ano letivo

Foi em clima de festa que se comemorou mais um aniversário da Associação para o Desenvolvimento Social da Loureira - o vigésimo quarto.

A Associação da Loureira, para além das Respostas Sociais enquanto IPSS, assegura outras atividades à comunidade: Freguesia Ativa - Ginástica para maiores de 55 Anos Estão abertas as inscrições para maiores de 55 Anos, com novos horários. As aulas iniciam-se em 16 de setembro, às 9h. Esta atividade que tem o custo de 5€ por mês, destinase a toda a Freguesia de Santa Catarina e Chainça.

Ginástica de Manutenção Duas vezes por semana, das 19 às 20h, segundas e quartasfeiras.

Danças Latinas e de salão

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Ao fim da tarde de quintafeira, dia 14 de agosto, muitas pessoas concentraram-se junto à sede da Associação para darem início à grande caminhada pelos cinco Cantos da Loureira. A partida estava marcada para as 20.30h e, um pouco depois, lá partimos do Largo da Associação em direção ao recinto da feira, sempre a descer até à estrada de Leiria. Virar à esquerda, estrada acima, Rua de Santa Marta e Canto dos Santos, estrada da Chainça. Agora à direita, Outeiro Figueiras, Matinho, Rua da Cova Silveira, Travessa da Valada e de novo Estrada de Leiria (N357). Atravessámos. Rua Nova da Fazarga, Estrada da Moita. Caminho antigo paralelo à estrada da Moita (Rua Nª Sra. de Fátima). Canto dos Craveiros e

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Quartas e sextas-feiras, das 21.30h às 23.30h. vindos de França, Luxemburgo, Austrália, Brasil e Estados Unidos, que quiseram partilhar connosco a alegria por mais um ano de vida de uma instituição que é do povo e que diariamente acolhe e cuida de muitas pessoas. No grande ecrã da TV do Café foi passando o filme gravado em 2010, durante as

Rua do Peregrino até ao Largo que nos viu partir. À chegada, muita música dos acordéons do Kevin e do Rodrigo e para a ceia duas grandes panelas de sopa da pedra e canja de galinha, pão do Bonifácio e ainda as já famosas filhós da tia Marta. Por ali passaram aproximadamente 250 pessoas, entre as quais muitos emigrantes

Zumba Em quatro dias diferentes, aulas de zumba. Confira os horários na sede da ADSL e escolha o que mais lhe convier.

YOGA Quer praticar Yoga? Ao sábado à tarde? Inscreva-se na ADSL.

Ida ao Agroal

Na sequência do convite por parte do Município, do Agrupamento de Escolas e da Junta de Freguesia, decidiu a Direção da Associação para o Desenvolvimento Social da Loureira aceitar o desafio de, no presente ano letivo, assegurar a gestão das Atividades de Animação e Apoio à Família (AAAF) em todos os Jardins de Infância do território de Santa Cata-

rina da Serra e também a CAF na Escola do 1º Ciclo de Olivais/Vale Sumo, bem como a distribuição e serviço de refeições nos mesmos estabelecimentos de ensino. Para mais informações, contacte-nos de segunda a sexta, das 9h às 12.30h e das 14h às 18h, no escritório da Associação ou pelos telefones: 244 745 883 / 919 258 821.

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Um novo desafio

comemorações dos 400 Anos da fundação do lugar da Loureira. Antes de terminar, foi apresentado e exibido o Alvará de Licença de Utilização obtido na sequência das obras realizadas durante o XXIV ano da instituição. Aproximam-se as Bodas de Prata! Até lá! Catarina Neves

Como não quisemos deixar ir o mês de Agosto embora sem ir molhar o pé e aproveitar o bom tempo levámos, no dia 28, um grupo de idosos do Centro de Dia ao Agroal. Usufruímos da sombrinha das árvores e da brisa fresquinha e claro que não viemos embora sem nos refrescarmos com um gelado

e comermos o nosso lanche. Foi uma tarde diferente e que deixou vontade de repetição. Um obrigado especial à Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra e Chainça pela cedência da carrinha. Técnica Superior de Serviço Social Joana Faria pub


LUZ DA SERRA

SETEMBRO

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Moçambique: porque quem arrisca, petisca! Já há alguns anos que o bichinho de partir para a aventura andava cá dentro. Após terminar a licenciatura e antes de prosseguir com os estudos decidi que estava na altura de tornar alguns sonhos em realidade. Entre os quais: o voluntariado. No dia 12 de Março parti então para Moçambique em missão voluntária. Durante 4 meses, estive a viver com 3 Irmãs Moçambicanas da Congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima num Lar com 41 meninas entre os seus 13 e 19 anos. Este lar, com 40 anos de existência, foi criado para acolher raparigas de famílias carenciadas e/ou órfãs e proporcionar-lhes uma vida, diria eu, mais simples e com melhores condições. Agora que estou de volta há minha realidade, perguntome frequentemente se estive mesmo em Moçambique, numa localidade que viu chegar a eletricidade há, sensivelmente, um ano. Continuo incrédula pois, de lá, recebi os melhores exemplos de vida que tornaram a minha mais autêntica e abundante. Aqueles problemas “de lá longe”, que “só acontecem na terra alémmar” e que “até parecem mentira”, em Moçambique, foram uma realidade bem clara e próxima. O meu dia-a-dia era sempre idêntico. Acordava com o sol antes das 5 da manhã e, de seguida, servia de despertador às 41 meninas, uma tarefa imensamente prazerosa. Depois, repartia o meu tempo a ajudar naquilo que podia, centrando-me nas dificuldades escolares de cada uma das meninas. Fiz, também, uma parceria com a Escola Secundária de Mecubúri para ajudar os alunos da 10ª, 11ª e 12ª classes ao nível do inglês, matemática e química. Por isso, agendámos aulas e explicações para as almas jovens e curiosas daquela região. Uma das 3 Irmãs com quem

vivi é professora de Português e eu passei a ser a sua secretária interina. A outra Irmã é enfermeira-parteira e estudante e eu passei a ser a sua explicadora pessoal. A outra Irmã é a coordenadora do lar e eu passei a ser o seu braço direito, ajudando-a com todas as burocracias e exigências que educar 41 adolescentes acarreta. Graças a estas 3 Irmãs tive acesso direto à educação, à saúde e à realidade de Moçambique. Durante esta temporada, fui conhecendo quais são os costumes desta gente da ex-colónia portuguesa. Em Moçambique, ainda se vive com muitas marcas da guerra civil que durou 16 anos. Ainda se vive com medo da magia africana que a maior parte da população pratica. Ainda é obrigatória a passagem pelos ritos de iniciação/cerimónias para aceitação na sociedade rural. Ainda se trocam anos escolares por cabritos e assédios. Ainda são os filhos a maior riqueza que se tem e os cajueiros a melhor herança a deixar. Ainda mal se conhece o cancro e é a malária/paludismo a má da fita. Ainda se filtra e ferve a água para beber e se dorme dentro de uma rede mosquiteira. Ainda é o rio que funciona como “máquina” de lavar roupa e um buraco na terra que serve de latrina. Ainda se morre em dias de trovoada porque não existe para-raios. Ainda são os pés o melhor meio de transporte e a cabeça a melhor transportadora. Em Moçambique, a chapa (autocarro) só sai da estação quando transborda de pessoas/materiais nem que demore o dia todo. Lá

vive-se com medo dos cães porque têm raiva. Lá basta um batuque e uma voz bem esganiçada para se fazer a festa pela noite adentro. Lá, com 22 anos, já sou “velha” para casar e ter filhos. Eu não acho que lhes falte muita coisa, só acho é que nós temos coisas a mais. Afinal, os bens materiais trazem-nos bem-estar mas não trazem a felicidade. Foi uma experiência incrível, que passou num abrir e fechar de olhos e que me faz querer um dia voltar a estar com aquela cultura e com aquelas pessoas que me encheram o coração. Desta aventura tiro muitas lições para a vida. Nós, humanos, somos mesmo iguais. Manifestamos as mesmas expressões, os mesmos sentimentos, a mesma linguagem corporal e as mesmas emoções perante o mesmo tipo de circunstâncias. Distinguenos, apenas, aquilo que vai na nossa mente, as nossas crenças, os nossos pensamentos. Somos apenas diferentes naquilo em que acreditamos. Não poderia estar mais agradecida pelo testemunho de vida, de amor, de fé e de partilha que vivenciei em Mo-

çambique. Tenho o coração cheio e a certeza que não há maior Dom do que dar a vida pelos outros. Por isso, venho também agradecer a todos aqueles que contribuíram monetariamente para tornar a vida daquelas 41 meninas um pouco melhor. Obrigada! Mecubúri, Nampula, Moçambique Ana Lúcia Oliveira

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Faça-se assinante do jornal Luz da Serra. Ao assinar o jornal está a ajudar a sua terra! 917 480 995 - luzdaserra@santacatarinadaserra.com Redacção: Todas 3ªs e 5ªs Feiras, das 10h às 18h (Edifício da União das Freguesias de Santa Catarina da Serra e Chainça)


SETEMBRO

-- actualidade --

2014

Festa Sagrado Coração de Jesus

Nascidos em 1974, organizaram a tradicional Festa em Honra do Sagrado Coração de Jesus nos passados dias 15, 16 e 17 de Agosto. Como já é tradição na nossa freguesia, este ano as festas em honra do Sagrado Coração de Jesus foram organizadas pelos jovens de 40 anos. Este ano coube aos jovens de 1974 que, apesar de sermos poucos, conseguimos cumprir a tradição. A par de toda a vertente religiosa com as missas e procissões, tivemos muita animação, quermesse, venda

de andores e bufete. O tempo também ajudou, dias de sol e noites amenas que convidaram ao convívio das gentes da nossa terra como também entre os festeiros ode se fortaleceram os laços de amizade e camaradagem. Fomos todos de opinião que foi uma festa bastante trabalhosa mas com muita diversão e saímos todos com a nossa Fé no Sagrado Cora-

ção de Jesus mais fortalecida e com a certeza de que com a Sua ajuda conseguiremos continuar a trilhar o nosso caminho rumo ao futuro. Os festeiros Rifas premiadas do sorteio: 1º Premio: 02623 – entregue 2º Premio: 09268 – entregue 3º Premio: 04966 – entregue 4º Premio: 05141 – entregue

Recebemos o Espírito Santo

Sábado dia 6 de Setembro de 2014, os jovens de Santa Catarina da Serra juntamente com os jovens de Fátima, São Mamede e Atouguia uniram-se na Basílica da Santíssima Trindade em Fátima para celebrarem o Crisma. A cerimónia começou as 16h30 da tarde com bonitos cânticos, apresentavam-se três Bispos no grande altar, um dos quais, o Sr. D. António Marto, Bispo da Nossa Diocese Leiria - Fatima. Um dos momentos mais marcados foi a palavra do

Bispo António Marto, que começou pelas suas conhecidas palavras "saudações amigos e amigas", prosseguindo dizendo que o Crisma é um sacramento de iniciação cristã, explicando que, o Crisma introduz o cristão no mistério pascal de Jesus Cristo que o mergulha na vida nova oferecida pelo espírito Santo, tratando-se assim de receber o dom de Deus que nos permite viver com plenitude a experiência cristã. Afirmou também que o Crisma tornará a todos nós

jovens mais fiéis e fortes na fé. Todos os jovens passaram pelas mãos destes três bispos, onde foram ungidos com o Santo Crisma (óleo misturado com bálsamo perfumado) ouvindo as seguintes palavras " Recebe por este sinal, o Espírito Santo, o Dom de Deus". E assim todos os jovens de 1997 da Paróquia de Santa Catarina da Serra foram tornados fiéis ao seu compromisso com Deus e com a comunidade cristã.

LUZ DA SERRA

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LUZ DA SERRA

-- associativismo - saúde --

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Associação dos Amigos da Secção de Bombeiros do Sul do Concelho de Leiria

"PASSEIO DO CORAÇÃO - A pedalar pela saúde" Mais uma edição, no próximo dia 21 de Setembro, do "Passeio do coração - A pedalar pela saúde" que para além de manter a tradição da sua organização, é mais um evento de angariação de fundos para a ABSVCL.

SETEMBRO 2014

"Feira de arte e artesanato" No mesmo dia realizar-se-á mais uma "Feira de Arte e Artesanato" no quartel, organizado pela "CanaisArte", das 09h00 às 18h00, convidando-se desde já à participação de todos. Chama-se a especial atenção para a tarde do dia 21, depois da chegada do passeio BTT e de ser servida aos participantes deste passeio a tradicional sopa da pedra, pelas 14H30 no local da Feira (no quartel) também estes podem assistir à atuação do “rancho folclórico Roseiras do Vale do Rosa”, integrado no programa.

"ALMOÇO SOLIDÁRIO Caranguejeira" No p.f. dia 19.Out realizar-se-á um almoço setorial de angariação de fundos, organizado pelo núcleo da Caranguejeira desta Associação. O objetivo destes almoços solidários (a que seguirão no Arrabal e St Catarina da Serra, em data a divulgar oportunamente), é antes de mais, conseguir verbas para equipar condignamente e de forma segura os nossos bombeiros com fardamento/equipamento adequado.

Arrabal em Movimento

O programa é o a seguir referido: Abertura do secretariado: 09h00 (junto das antigas instalações da 6ª Companhia St Catarina) Início do percurso: 10h00 Final do percurso: 12h30 Almoço (sopa + bebida):

13h00 Percurso aproximado entre 20 e 25km, passando pelas freguesias de Arrabal, Caranguejeira e UF de St Catarina da Serra. Convidam-se todos a participar, desde que tenham uma

bicicleta... é claro. O preço da inscrição é de 7€ e inclui: seguro, T-shirt, reforço alimentar e almoço (sopa da pedra + bebida). O almoço será servido no nosso quartel às 13h00. O restaurante funcionará para servir almoços (a ex-

pensas próprias e por isso não incluído na inscrição). (Pode ser se assim o entenderem e houver espaço colocar imagem do cartaz, seria bom pois far-se-ia também divulgação do evento)

Espaço Saúde

“A AASBSCL é mais que uma entidade que apoia, protege e socorre as populações das freguesias de Santa Catarina/Chaínça, Arrabal e Caranguejeira. É também um pólo dinamizador de iniciativas de caráter social, cultural, recreativo e desportivo. Contamos convosco… a bem da humanidade”

Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) Decerto que a maioria de nós já ouviu falar da campanha “Balde de Água Gelada”. Seja através da televisão, jornais ou redes sociais, os “banhos públicos” têm centrado em si muita atenção. No entanto, estes não constituem meramente um desafio social mas sim uma causa, também ela, social. Estes banhos têm como propósito, ou deveriam ter, ajudar através de donativos a Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica, vulgarmente designada de ELA. Mas, se depressa nos associamos à moda dos “banhos públicos”, mais difícil se torna compreender o que é a ELA. A ELA é uma doença neurológica degenerativa, progressiva e rara, sendo que em média os primeiros sintomas ocorrem aos 60 anos, atingindo tanto homens como mulheres. ELA caracterizase pelo enfraquecimento muscular, em que os múscu-

Participação na freguesia de arrabal no fim-de-semana de 26 a 28 de Setembro no evento “Arrabal em Movimento” (Conforme cartaz abaixo) A Associação de Amigos dos Bombeiros do Sul do Concelho de Leiria, participarão com uma Tenda onde servirá a tradicional bifana e vinho da região para a qual convida todos os sócios e amigos, que desta forma podem dar o seu contributo, sempre necessário e bem-vindo à Associação. Pode ainda neste evento ser efetuado o pagamento de quotas, ou ser feita a inscrição de novos sócios. Participará ainda com uma “ação de desencarceramento”, efetuando assim uma demostração publicada de uma atividade operacional.

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João Valente Fisioterapeuta ftjoaovalente@gmail.com

Doente com Esclerose Lateral Amiotrófica

los responsáveis pelo movimento do nosso corpo vão ficando mais fracos, cansando-se mais rapidamente e dificultando atividades como andar, mexer os braços, comer, falar e respirar. Ainda sem cura e com

uma esperança média de vida baixa, o tratamento para a doença consiste em medicamentos que atrasem a progressão da doença permitindo um tempo de vida um pouco maior e, ainda, em fisioterapia com o objetivo de

manter o movimento e atividades fundamentais como respirar, andar, comer e falar por um maior período de tempo. Para mais informações sobre a campanha e sobre a doença visite o site da Associação Portuguesa de Esclerose Múltipla Amiotrófica: www.apela.pt .


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Cerimónia de Homenagem aos combatentes do Concelho de Leiria

José Artur Ferreira

Alargamento da Rua dos Moinhos O executivo está a proceder ao alargamento de um troço na Rua dos Moinhos, em Santa Catarina da Serra. Esta obra conta com o apoio dos confinantes da rua envolvida e com a colaboração da Junta de Freguesia.

LUZ DA SERRA

-- autarquia --

Regularização e limpeza de caminhos florestais 3º Encontro do Concelho A Câmara Municipal de Leiria e a Liga dos Combatentes, com o apoio do Regimento de Artilharia Nº4, da Base Aérea Nº5, da Guarda Nacional Republicana de Leiria, da Policia de Segurança Pública de Leiria e das Juntas de Freguesia do concelho irão prestar uma Homenagem aos Combatentes (consideram-se Combatentes os cidadãos que prestam ou tenham prestado serviço nas Forças Armadas

Carta do Municipio de Leiria aos pais e encarregados de educação O Município de Leiria, em articulação com o Agrupamento de Escolas de Caranguejeira - Santa Catarina da Serra, a União de Freguesias de Santa Catarina da Serra e Chainça e a Associação para o Desenvolvimento Social da Loureira, garante a continuidade dos programas de fornecimento de refeições escolares e Atividades de Animação e Apoio à Família (AAAF) do pré-escolar, para o ano letivo de 2014/2015, depois de a ForEscolas ter informado da intenção de não continuar a assumir a responsabilidade de gestão dos mesmos. A Autarquia procurou, juntamente com as entidades locais, que a alteração da entidade gestora dos programas causasse a menor perturbação possível junto dos alunos e suas famílias, mantendo a qualidade da oferta dos mesmos. Estes programas, agora geridos pela Associação para o Desenvolvimento Social da Loureira e pelo Agrupa-

mento de Escolas de Caranguejeira e Santa Catarina da Serra, decorrem nos mesmos espaços que vinham a ser utilizados nos anos anteriores. Da mesma forma se mantêm os horários praticados, sendo estes ajustados em função das necessidades das famílias. Para o presente ano letivo, as atividades complementares desenvolvidas nas AAAF dos Jardins de Infância deste território educativo são o Yoga, Educação Musical, Dança, Xadrez e Atividade Física. Esta última atividade é oferecida pela União de Freguesias. A oferta das atividades não implica aumento de custos para as famílias, para além da mensalidade já definida pelo Município de Leiria. O Município de Leiria agradece à ForEscolas a dedicação e o empenho com que geriu os programas e continuará a trabalhar com esta associação de pais e encarregados de educação naqueles que são os seus objetivos

concretos: - Representar os pais e encarregados de Educação, no projeto educativo dos seus educandos; - Promover a inter-relação Escola-Meio e a participação da comunidade na organização educativa e na direção do sistema de ensino/educação; - Colaborar institucionalmente, com os órgãos de direção e administração da escola sede; - Coordenar ou colaborar em iniciativas educativas de carácter cultural, desportivo, de ocupação dos tempos livres e de orientação escolar e profissional dos Alunos. Os pais e as crianças de Santa Catarina da Serra podem continuar a contar com a sua Autarquia para garantir qualidade educativa. Anabela Graça A Vereadora da Juventude, Educação e Biblioteca da Câmara Municipal de Leiria

ou nas Forças de Segurança Portuguesas e tenham participado em missões de defesa, de segurança, de soberania, humanitárias e de paz ou de cooperação) do concelho de Leiria no dia 28 de setembro de 2014. Programa: 15h00 – Missa Solene na Sé de Leiria 16h00 – Homenagem aos Combatente mortos e descerramento de placa alusiva à cerimónia. 16h30 – Desfile de Comba-

tentes, no Largo 5 de Outubro (frente ao antigo edifício Banco de Portugal) 17h00 – Entrega de diplomas aos participantes (fonte luminosa) 17h15 – Demonstração cinotécnica (fonte luminosa) 17h45 – Lanche convívio (Mercado Sant’Ana) As inscrições poderão ser efetuadas na Junta de Freguesia até ao dia 24 de Setembro de 2014

Acontecimentos

ForSerra

Manuel Gonçalves

Com a colaboração da Câmara Municipal de Leiria na cedência de uma motoniveladora foi realizada a limpeza e regularização de alguns caminhos florestais da nossa freguesia. Esta intervenção foi realizada nos caminhos florestais entre os lugares de Casal da Fartaria e Vale Tacão, entre o Vale Tacão e o Sobral, entre o Sobral e o Vale Sumo e num caminho florestal entre os Olivais e a Gordaria. Este é um importante trabalho na manutenção dos caminhos rurais para a prevenção aos incêndios e outras ocorrências.

Inauguração do campo de petanca no Vale Sumo, no passado dia 5 de Setembro. Esta foi uma obra que contou com o apoio da autarquia e da população na criação de mais um espaço de lazer na nossa terra.

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LUZ DA SERRA

SETEMBRO

-- gente da nossa terra --

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Irmã Celeste A Luz da Serra continua a ir ao encontro dos nosso emigrantes. Trazemos algumas palavras da Irmã Celeste, natural de Santa Catarina da Serra e que está actualmente a residir na Venezuela. Sempre me considerei afortunada por ter nascido em Santa Catarina. Os meus pais eram pobres de bens materiais mas ricos de fé e de filhos. Eramos 10 e eu a penúltima. A minha paróquia era a minha família ampliada. Sempre encontrei ajuda para o corpo e para o espírito. Quando nasci a minha mãe estava tão debilitada que não tinha leite para mim. Não importa, a mãe do Serafim tem leite de sobra para os dois. E assim pude superar alegremente os primeiros tempos de vida. Pouco depois nasceu a minha Irmã mais pequena. O meu pai adoeceu e foi internado no hospital de Leiria. Era necessário que a minha mãe o visitasse. A minha mãe, no passado já tinha feito esta viagem a pé, de noite com a Lúcia nos braços acompanhada pelo Francisco que tinha 8 anos. Nessa altura o meu Pai estava na Cova da Iria em retiro anual com os outros operários do Santuário e minha mãe percebeu que a menina estava com garrotilho (angina di érica) e não hesitou pôs-se a caminho. O

médico pediatra quando a viu, disse-lhe que realmente a menina teria morrido se não fosse socorrida tão depressa. Mas agora a situação era diferente. Havia camioneta direta para Leiria. O problema surgia para regressar a casa, pois não havia camioneta direta. A única que havia ia para Ourém e tínhamos que deslocar-nos depois para a Quinta da Sardinha de outra forma. Era normal passar por ali, em Ourém, o senhor José Marcelino com a sua mota (única na freguesia). Este colocava a menina diante dele, a minha mãe e eu atrás. Rapidamente chegava-mos a Santa Catarina com a sensação de ter viajado no mais luxuoso avião do mundo. E chegou o dia da minha Comunhão solene (11 de Novembro). Recordas-te Emília Inácia das Neves, do Vale Sumo, que foste a minha companheira na fila? No dia seguinte segui o meu caminho. Ficaram-me nos ouvidos e no coração as palavras do canto a Nossa Senhora que concluiu a festa: “Nestas flores oh Maria,

minha alma fica a teus pés – Serei incenso a beijar-te – Serei prece, serei luz – Passarei a vida a amar-te – Como outrora fez Jesus.” Algumas das minhas memórias: Entre várias lembranças que tenho na minha cabeça, penso muitas vezes que o nosso pároco, quando eu era mais jovem, conhecia muito bem a regra beneditina “ora et labora” porque toda a vida da paróquia se desenvolvia entre o trabalho (um mais agrícola que outro) e a liturgia. A minha mãe tinha o costume de ir a missa todos os dias com as filhas mais velhas, mas desde muito cedo que também eu comecei a ir. Contudo, o meu ano litúrgico começava com a noite de Natal. Na tarde do dia 24 de dezembro começavam a chegar os de mais longe para a recitação do terço, no salão que durava até à hora da missa. Todos traziam a seu número, individual ou em grupo. O espaço era insuficiente para tanta gente. Então, nós subíamos às janelas e aí permanecíamos sentados por umas pub

quatro horas. Sentíamo-nos os senhores da festa. E como tudo para nós era paz e serenidade, bem sabíamos que se alguém adormecesse, caísse e morresse, apareceria sempre um São Paulo que nos ressuscitasse ao momento. Depois das festas de Natal vinha a festa de São Sebastião. O que mais nos encantava das festas era a procissão que depois repetíamos em casa. O sacerdote era o Firmino que caminhava diante com a cruz. Seguia a Quitéria, irmã do Bonifácio, do Pe. Júlio e do Pe. Boaventura. A essa Quitéria bastava desatar-lhe as transas e meter-lhe um crucifixo nos braços que aí é tinham a Santa Teresinha. Parecia mesmo. Eles eram nossos primos, porque as nossas tri ou bisavós eram irmãs. Esta procissão acabava sempre com um banquete presidido pelo meu irmão Francisco. Havia sempre figos secos ou maduros, conforme a estação. Não sei se era um para cada participante ou se era um figo para todos, cortado a modo de melão. O que sei e que com a propaganda que fazia o Francisco, este figo sabia a glória e nos dispunha para a próxima procissão. Depois do São Sebastião vinha a Quaresma, que com a sua Via Sacra, obriga e desobriga, nos estávamos preparados não só a celebrar a Ressurreição do Senhor, mas também a receber a bênção através da visita do nosso Pároco nas nossas casas. Para esse acontecimento era necessário enfeitar as estradas com alecrim e todo o verde perfumado que se encontrasse. Em Maio tínhamos a festa e feira de Santa Catarina onde se gastava toda a fortuna adquirida durante o ano. Cinco tostões eram quanto custava um cântaro em miniatura. Esta bilha tinha a função do copo na mesa para as refeições durante o ano. Mas como era feita de barro bastava pouco para que se partisse, e assim era às vezes, que já não chegava a casa inteira. Outro grande acontecimento de Maio era a quinta-feira de Ascensão, com a procissão da Paróquia à Cova da Iria. Íamos todos, desde confrarias, a outras organizações. Todos nos seus postos. Eu

pertencia à Cruzada Eucarística que era chefiada pelas catequistas e para assegurar a seriedade do meu posto, levava no bolso um papel azul, retângulo, que nos distribuíam todos os meses e onde nós escrevíamos a nossa conduta: quantas missas, comunhões, sacrifícios, comunhões espirituais e o que restituíamos no mês seguinte. E assim entre flores, bandeiras, cânticos e alegria la íamos encontrar a Nossa Mãe do Céu. Vinha em seguida a festa de S. António e do Espírito Santo, que não me lembro se era um ou outro que nos regalava um pão maior que nós. E aqui se descansava um pouco, mas era somente para preparar a festa maior, a festa grande. A festa do Sagrado Coração de Jesus, no último domingo de agosto. Aí eu queria parar o tempo porque era a festa em que toda a minha família se juntava e para mim não havia nada de melhor no mundo que estar com todos meus irmãos. Quando começavam a partir os maiores também se me começava a acabar o mundo. Imagino que nosso pároco tinha muito trabalho porque sempre se apresentava em várias celebrações. Por exemplo, nas primeiras quintas, sextas e sábados do mês de Maio, mês de Maria, a Virgem, Peregrina, íamos espera-lo com grande pompa à Loureira, ou à Chainça pelo lado do Vale Maior. Lembrame que fomos uma vez à Gordaria em procissão para receber uma estátua da N. S. de Fátima que uma família ofereceu à Igreja. Esta estátua ficou por um tempo no presbitério exposta a veneração dos fiéis. Quando saía da escola, era a primeira a apresentar-me e aí me consolava da dor de cabeça que para mim era a escola. Outra celebração em que estive presente foi a comemoração de um centenário da Paróquia. Mas ao nosso Pároco interessava também a promoção humana do seu povo, e não

deixava passar ocasião de encontros no salão com pessoas cultas que por aí passavam. Também nos fez ver filmes à noite na parede da igreja do lado do cemitério velho e os primeiros espetadores eram sempre a plateia mais importante. Os pequenos normalmente ficavam sentados nas janelas do jazigo, mesmo ao pé do perfume das rosas brancas que cresciam ao lado. Também fez vir máquinas de costura para que as raparigas aprendessem a cozer. Eu também aprendi, ao menos, a pedalar no modo que a roda viesse para a frente e não para traz. E agora faltar-me-ia tempo para falar dos nossos maiores, da doçura dos rostros daqueles que com a sua caridade e simpatia nos ajudaram a crescer. Recordo-me do Senhor Joaquim da Lagoa, que quando chegávamos à missa as 4 da manhã já o encontrávamos diante do Sacrário falando com Jesus. Falava com Ele como um amigo fala para outro seu amigo. Quanto à Senhora Quitéria da Costa, seguramente analfabeta que com toda a simplicidade nos contava seus sonhos. Recordo um pequeno episódio, em que estávamos em Santa Catarina e comecei a cantar-lhe: “Oh Santa Catarina, livrai da guerra a nossa nação. Dai paz às almas e à terra vinho e pão”. E da música e da letra ninguém sabia nada. E a ultima, Quitéria Braz, do Quintal era uma jovem com problemas de pulmões. Teve ainda forças para ir com 9 meninas (eu foi uma delas) à Cova da Iria pedir à Virgem a sua cura e que desde esse dia se abandonou totalmente a vontade de Deus. Foi isso que pobremente quis fazer na vida, pela minha paróquia, pela humanidade inteira.


SETEMBRO 2014

opinião

em conjunto. Isso foi no tempo da “Cultura e Desporto”. Hoje acho que devo separar tema por tema, aliás como tenho feito nos últimos meses. Embora todos estejam relacionados com o Desporto e com o futebol em particular, não deixam de ter originalidade

Tal como escrevi no mês passado, a época futebolística estava e ainda está a ser preparada. Só que, passados 30 dias, já teve o seu início, pois são já algumas equipas unionistas que já iniciaram os trabalhos e pré-época e outras iniciarão em breve. Vamos então por ordem cronológica:

Virgílio Gordo

Seniores própria. Seguem por ordem cronológica.

ForSerra

Convívio de ex. Jogadores, Treinadores e Dirigentes da União Desportiva da Serra

Realizado no dia 13 do passado mês de Agosto, decorreu uma iniciativa de carácter socio desportiva, originária de 3 ex. grandes jogadores do grande passado da União da Serra. Zé Vieira, um dos fundadores do clube, Tonico Marcelino e Fernando Neto, atualmente emigrante no Canadá há longos anos. Quando os 3 me abordaram para colaborar, na listagem e até nos contactos a realizar, foi de bom grado que aceitei juntar-me aos 3, como não poderia deixar de ser! Foi em tempo record, que juntamos mais de 30 companheiros e amigos. Desde jogadores, os treinadores de então não puderam estar presentes, O famoso roupeiro e aquecedor da água “Zé da Manta”. A “mãe dos

equipamentos”, Laurinda. O cobrador das quotas dos sócios, “Doviba”. O aguadeiro, Ti Justino. O imprescindível massagista, “Esquema! Os dirigentes, estiveram em bom número, embora tivessem faltado alguns. Também alguns ex. jogadores, não marcaram presença. Em tão pouco tempo e alguns á última hora, foi natural o esquecimento involuntário dos que não participaram. A todos pedimos desculpa. Apesar dessa contrariedade, foi mais uma entre muitas iniciativas da UDS, que ficará para sempre na memória de quem nela participou. Foi de facto uma noite memorável! Onde se reencontram alguns depois de muitos anos, onde se reviveram momentos históricos e

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A época futebolística, 2014 / 2015

Desportivamente Falando Felizmente, desde que comecei a escrever como “Desportivamente Falando”, raros são os meses em que não existam dois ou três assuntos que devam ter lugar neste espaço de opinião. É evidente que poderia escolher somente um deles ou então comentá-los

LUZ DA SERRA

-- desporto --

outros nem tanto, mas cada um deles, é uma verdadeira história “anedótica” até, e de memória coletiva ou individual, ou até de dois ou três em conjunto. Teve início como foi anunciado no famoso e de sabor inigualável “Frango do Moniz” e terminou em apoteose na Sede do Clube! Bem hajam a todos!

Depois de uma muito boa época, na qual o clube regressou a ter uma equipa no mais alto escalão etário, o trabalho está e foi planeado sobre a base da continuidade. Daí a transição de toda a equipa técnica. Desde o treinador, Carlos Gonçalves “Cajó”, o treinador de guarda-redes, Pedro Vareta e o observador, Diogo Camponês. Quanto ao plantel, muitas permanências, algumas saídas, e algumas entradas como é normal, quer no final de cada época, quer em qualquer clube. Ao mais alto nível e ao nível amador, como é o caso da UDS. Com início dos trabalhos na passada 2ª segunda-feira, dia 1, também muitos jogadores, á experiência. Divulgação do plantel, só em Outubro. Relativamente á competição desportiva, o campeonato tem início marcado para 12 do próximo mês de Outubro. São já conhecidas as séries, os adversários e até o calendário em si. Assim, a UDS vai ficar integrada na série C, conjuntamente com o Mirense, Maceirinha, Alfeizerense, Óbidos, Nadadouro, Atouguiense e Bombarralense. Na 1ª jornada joga em Alfeizeirão. O jogo de Apresentação aos sócios, adeptos e simpatizantes será no próximo Domingo, dia 21 no Campo da Portela com o Minde.

Juniores Os juniores também já iniciaram os trabalhos, esta época sob o comando de Diogo Camponês. Apesar de algumas saídas, outros vieram para tentar fazer uma equipa competitiva. A Serra sempre foi um clube, com algumas dificuldades em termos de prospeção de jogadores nas camadas jovens, pois a maioria é natural ou moram na freguesia, embora sempre tenham vindo das freguesias vizinhas. Relativamente á competição só lá para finais de Outubro, ou até início de Novembro.

Juvenis O escalão que mais mexeu. Desde treinador a jogadores. Se alguém está á espera que comente o que aconteceu desde do final da época até ao início desta, que tire o cavalinho da chuva, como sói dizer-se! É que se comentasse, estava a ser igual a quem prejudicou o clube. Clube que tudo lhe proporcionou, enquanto esteve ao seu serviço. Agora há que seguir cada qual o seu caminho, pois o futuro a Deus pertence! Assim o treinador vai ser Fábio Gomes, auxiliado por Mauro Lebre, tendo já iniciado os treinos. Como, vão participar no campeonato da honra, já tem tal como os seniores, série designada e calendário próprio. O campeonato começa a 18 de Outubro. Integrados na série B, têm como adversários, o Marinhense B, Avelarense, Caldas A, Alcobaça A, Nazarenos, Peniche, Vieirense, Marrazes, Lisboa e Marinha A, Pombal A e U. Leiria B. Na primeira jornada recebem o Pombal “A”.

Iniciados A terceira equipa do futebol de 11, vai ter como treinador, o Mário Ferreira, que há algumas épocas passou pelo clube. Saúde-se o seu regresso e que faça um bom trabalho. Início do campeonato marcado para 26 do próximo mês de Outubro.

Futebol de Formação Com os campeonatos ou encontros, marcados para finais de Outubro e início de Novembro, todas as equipas dos vários escalões etários que a Serra possui, desde dos Infantis Sub 13, Benjamins, Traquinas e Petizes iniciaram os treinos nos dias 8 e 9 deste mês, que serão também de prospeção de novos atletas. O Pedro Santarém continua a ser o coordenador de todo o futebol de formação e juve-

nil e ainda o treinador dos Infantis Sub 13 / Benjamins. Os Traquinas vão ser orientados pelo Mário Ferreira.

Futsal Masculino A equipa de futsal masculina, volta a ter um novo e jovem treinador. Bruno Neto, foi há já algumas épocas não só um dos grandes jogadores no futebol de 11 que passaram pela UDS, como o primeiro coordenador de todo o futebol juvenil e de formação, se não estou em erro. Portanto um regresso desejado por todos e com enormes expectativas, pois as aquisições até agora realizadas, juntamente com a base da equipa desde que temos Futsal, assim o indicam. Pedro Ilha, vai fazer equipa com o Neto. Os dirigentes mais próximos das equipas de Futsal, vão continuar a ser o Pedro Silva (Parracha) e Fernando Trezentos. Quanto ao quadro competitivo, tem o início do campeonato marcado para o dia 4 de Outubro. Se a primeira jornada for em casa, será na sexta-feira, dia 3. Vão integrar a série C, conjuntamente com o São Mamede, Dom Fuas / Fonte Oleiro, Condestável, Boavista, GRAP e Mirense.

Futsal Feminino A equipa feminina de Futsal, foi na última época a equipa que menos segui ao vivo, para poder comentar mês a mês. Esta época não será bem assim, apesar da vida preenchidíssima que continuo a levar. Para já também vão ter um novo treinador. Um rapaz que tem feito parte da equipa sénior masculina, sempre disponível a ajudar o clube que representa há 2 ou 3 épocas. Aldónio Silva vai ter como auxiliar o Bruno Mendes.


LUZ DA SERRA

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-- histórias da História --

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«Receitoario» de José Antunes das Neves (cirurgião de Siróis) José Antunes das Neves (1825-1908), natural de Espite, veio consorciar-se a Siróis, tendo ficado a residir no sítio da Cova da Moura. Além de ser um importante proprietário agrícola, era versado em questões de medicina, conforme ainda refere a população da aldeia. Na realidade, o latifundiário, responsável pela reedificação da ermida de São Guilherme, cuja posição foi alterada de Pedrome para um olival em Magueigia, elaborou um livro onde surgem, precisamente, informações sobre doenças e respetivas curas. O trabalho tem o nome de «Receitoario. Tirado do livro chamado Tissot e avizo ao povo segundo tomo. Copiado este receitoario pela mão de Joze Antunes das Neves do lugar da Freiria freguezia de Espite termo de Leiria». Uma análise minuciosa indica que o sangrador José Antunes das Neves foi buscar a informação para as suas práticas clínicas ao médico suíço Samuel Auguste André David Tissot (1728-97), que redigira, no século XVIII, um livro em dois tomos com o nome Avis au people sur sa santé, editado em 1763. Assim sendo, o cirurgião de Siróis não fez qualquer trabalho original. É de duvidar ainda se a cópia do livro do prestigiado médico helvético, iluminista, conhecido e estudado por toda a Europa da centúria de setecentos, membro de várias academias científicas, foi feita por José Antunes das Neves diretamente do francês. Este ceticismo tem a ver com o facto de a obra ter sido traduzida para português pelo médico conimbricense Manuel Joaquim Henriques de Paiva (1752-1829), com o nome Aviso ao povo acerca da sua saude, publicada em 1786 (tomo II), em Lisboa, na Officina de Filippe da Silva e Azevedo, pelo que é admissível que o dito sangrador, curandeiro, se tenha baseado nesta tradução para compor o «Receitoario» e não no original em francês. O tomo II de Tissot, à semelhança do tomo I, não é mais que uma compilação de enfermidades que afetavam as populações de então. Sobre cada doença é dada a respetiva causa e a cura. Assim, ao folhearmos o trabalho supra

verificamos que a primeira maleita corresponde à diarreia, que é provocada por determinados vícios, embora possa, em certos casos, ser benéfica na limpeza do ventre. O tratamento faz-se através da purga, mediante o uso de mezinhas, o controlo da alimentação e a aplicação de emplastros sobre o estômago. A disenteria, «[...] diarrea com indisposição geral, grandes dores de ventre, e frequentes estumulos de lançar as fezes», é epidémica, com um período de duração de julho até ao outono. Os enfermos perdem as forças, passando por dores, vertigens, vómitos e palidez. As fezes podem trazer sangue e, nalguns casos, serem expelidos parasitas. Com o agravamento da doença surge a inflamação das «[...] tripas [...]», a gangrena e a morte. O remédio é o vómito. Também se aplicam mezinhas e controlo alimentar. Nos casos em que surge febre é imprescindível a realização de sangrias. Distingue-se ainda a disenteria maligna, que se caracteriza por debilidade excessiva, «[...] fadiga na boca do estomago [...]», acompanhada de vómitos abundantes, de ardores, urinas escuras e secura da pele. O tratamento faz-se por meio de plantas, como a marcela e outras. Uma dieta adequada também é fundamental. A sarna é uma enfermidade contagiosa que se manifesta primeiramente nas mãos. É causada, refere o médico, pelo abuso de alimentos salgados. O tratamento é feito por controlo alimentar, ingestão de mezinhas e aplicação de unguentos. É fundamental evitar o frio. Saudáveis são os banhos sulfúreos e, em geral, os de águas minerais. As mulheres têm de ter mais cuidado, por causa da menstruação, «[...] regras», das gravidezes e dos partos. As precauções têm de ser redobradas. As gravidezes, que são mais salutares nas aldeias que nas cidades, causam enjoos, vómitos, dores de cabeça e de dentes. Os sintomas atenuam-se mediante a execução de sangrias. Podem ocorrer dores de rins e de costas como resultado de esforços. Os partos, por sua vez, causam mais mortes nas aldeias que nas cidades, sobretudo por

falta de assistência. As incúrias cometidas durante os mesmos são muitas. No que se refere às crianças, Tissot salienta que os médicos lhes têm dado pouca atenção, ao mesmo tempo que fala sobre a importância das convulsões, das azias, dos vermes parasitas, dos problemas dentários e de outras maleitas. Adiante, no capítulo XXVIII, trata, Tissot, das mortes aparentes e repentinas, que estão associadas à asfixia. Os indivíduos desmaiados (mortos aparentes) devem ser colocados em ambiente com excelente circulação de ar, cortando-se-lhes o colarinho, desabotoando-os e tudo o mais que possa causar embaraço. As pessoas acometidas devem ser deitadas com a cabeça ligeiramente levantada em relação ao corpo. As asfixias poderão ter a ver com a água, tratando-se de situações de afogamento. Um homem retirado da água deve ser colocado em local seco, despido das roupas molhadas e vestido com panos secos, para lhe restituir o calor. Depois de deitar convenientemente o doente com a cabeça ligeiramente levantada, deve-selhe introduzir ar no nariz, utilizando-se tubos para o efeito. Se não for possível, será necessário impelir o mesmo pela boca, até que dê sinais de vida. Além destes socorros, também é preciso ter em consideração o banho quente e as sangrias. «A cura dos affogados em outros fluidos, como o azeite, vinho e mais licores fermentados he differente [...]». A morte aparente também pode ser causada pelo frio, por fumo de carvão de lenha ou de pedra, por exalação de poços imundos, infeção de pauis, lugares húmidos, sítios apertados, sepulturas, pestes, emoções excessivas, compressão violenta da garganta, quedas, pancadas, apoplexia, partos difíceis e corpos «[...] parados entre a boca, e o estomago». Mais adiante, no capítulo XXX, são tratadas as enfermidades cirúrgicas e externas, particularmente as que acometem os camponeses, por andarem mais expostos a inúmeros acidentes, como golpes e contusões. Tais doenças são, no geral, fáceis de tratar, por o ar nas aldeias ser mais puro. As queimaduras

curam-se com panos de água fria ou outros fluidos. Se for mais grave, o tratamento exige pomadas. Quando a situação é extrema, o recomendado é a sangria. Em situações de feridas no peito, afetando os órgãos internos, deve-se chamar um cirurgião. Se não for o caso, as feridas superficiais são cosidas com fio. Se forem ainda mais ligeiras bastam unguentos. No que se refere às contusões (quedas, pedradas, pauladas, entaladelas de dedos em portas, etc.), a aplicação de remédios deve ter em consideração a maior ou menor gravidade do acidente, abrangendo, por exemplo, a cobertura das partes contusas com panos embebidos em vinagre e outros líquidos. As mezinhas à base de plantas também são de destacar. Emplastros «[...] compostos de manteigas, resinas, gommas, terras [...]» aplicam-se de igual modo. Em casos mais graves, por exemplo derramamento de sangue, a sangria é o tratamento mais indicado. As deslocações graves de ossos devem ser vistas por um cirurgião, já que as mais leves se tratam com um chumaço embebido em água e vinagre. Para evitar infeções junta-se aguardente. Se houver necessidade fazem-se ligaduras. As sufocações têm origem nos espamos dos «[...] nervos das bexigas do bofe [...]». Sangrias e mezinhas curam as mesmas. Os envenenamentos resolvemse usando medicamentos diferentes, antídotos. As bexigas (varicela) e o sarampo ocorrem uma vez na vida. Causam inúmeras mortes. Tratam-se por inoculação. No apêndice da tradução portuguesa encontra-se, copiada do original em francês, a Taboada dos medicamentos com as notas que se devem ler antes de usar do remedio a que se referem. No início surgem as medidas usadas, como a libra, a onça e a meia onça, mas também o grão, o escrópulo, a oitava, a canada, o quartilho, a colher, a colher pequena, o copo e a taça ou xícara. Seguem-se, então, 71 receitas com os diversos tipos de ingredientes e as quantidades exatas para as fazer. O receituário baseiase sobretudo em plantas e al-

guns, poucos, químicos.

Bibliografia: - PAIVA, Manuel Henriques de, Aviso ao povo acerca da sua saude por monsieur Tissot, Lisboa, Officina de Filippe da Silva e Azevedo, MDCCLXXXVI, tomo II; - TISSOT, Samuel Auguste André David, Avis au people sur sa santé, Paris, Chez P. Fr.

Vasco Jorge Rosa da Silva Paleógrafo e Epigrafista Leiria - Ourém

DIDOT le Jeune, Libraire Imprimeur, MDCCLXIII, tome II.

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LUZ DA SERRA

-- sociedade --

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Os pregoeiros e a sabedoria popular da Poesia da nossa nossa terra Freguesia A Terra

por Lúcia Ribeiro

Miguel Marques

Há umas dezenas de anos, as nossas aldeias eram visitadas por diversos pregoeiros que anunciavam vendas de produtos ou serviços. A sua passagem de bicicleta a pedais ou motorizada, carrinhas ou até carroças, fazia parte do quotidiano da nossa gente ou era de acordo com a época e o estado do tempo, consoante o produto ou o serviço que apregoavam. Assim, haviam sardinheiros, vendedores de melões, carroças mercearia com produtos a granel, vendedores de sementes, amoladores de tesouras, tosquiadores, cardadores de lã, capadores de porcos, etc. O povo até dizia que quando aparecia um vendedor de sementes, anunciava as primeiras chuvas no fim do verão ou no início do outono, que seria bom semear em cima da terra poeirenta do restolho das batatas para em seguida chover antes que a semente se perdesse, que os melhores nabos deveriam ver o luar de agosto. Atendendo à nossa localização geográfica, as primeiras chuvas a seguir ao verão, primeiro que aparecessem, faziam mil promessas com fortes trovoadas secas que na maior parte dos casos não subiam à serra e continuava tudo seco. Com alguma ironia, o povo dizia que a nossa terra estava situada no “lombo do burro” que é a parte mais castigada e carenciada do animal. Dependemos sempre da água das chuvas para a agricultura e da que armazenávamos em poços ou cisternas para consumo doméstico, tudo o mais estava seco e ouviamse cantar as cigarras nas oliveiras. Voltando ao tema deste “escrito”, os pregoeiros vinham de diferentes e conhecidas zonas limitrofes: assim os vendedores de sementes ou sementeiros vinham dos Casais de S. Mamede, deslocavam-se de bicicleta,

anunciavam as diversas sementes por meio de pregões e vendiam as sementes utilizando uma pequena e minúscula medida ou até um pequeno corno como unidade de medida. Os capadores de porcos vinham da zona de Boleiros, Fátima e, salvo erro, pertenciam a uma mesma geração familiar, vinham de bicicleta ou já de motorizada, anunciavam a sua passagem através de um assobio musical com toques repenicados. Vinham numa época do ano apropriada para esse trabalho, fora das doenças e febres africanas anuais que atacavam os suínos no pino do verão. Os amoladores primitivos de facas e tesouras, vinham a pé com uma roda de madeira enraiada tipo roda de carroça que acoplavam à mó de amolar por meio de uma correia munida de um pedal com biela para movimentar a mó e traziam ainda todas as ferramentas necessárias para reparar chapéus de chuva, pôr gatos em alguidares, dar pingos em panelas, consertos de latoaria e afins. Faziam-se anunciar através de um assobio idêntico ao do capador mas com um toque algo diferente. Estes pregoeiros eram andrajosos e pediam uma sopa e pernoita, num palheiro quando possivel. Mais tarde, estes pre-

goeiros ambulantes vinham de bicicleta ou motorizada com inovações na forma como acionavam a mó de esmeril e com um aspecto mais profissional e menos carente. Os peixeiros vinham com carrinhas de caixa aberta e faziam-se anunciar desde a entrada no lugar até ao rossio, buzinando estridentes buzinas de pressão de ar. Uma vez chegados ao centro do lugar, tocavam uma corneta e apregoavam a plenos pulmões “peixe fresquinho”. Era ver chegar as mulheres com um prato ou uma tigela para comprarem uma dúzia de sardinhas ou um quarteirão, mas queriam mais uma sardinha que era a sardinha do gato que o bicho nunca via a não ser alguma cabeça e a espinha e já era com muita sorte. Apenas havia poder de compra para sardinhas, carapaus ou um par de chicharros. Outro tipo de peixe não tinha venda por ser muito caro. Note-se que um jornaleiro agrícola ganhava de sol a sol vinte escudos, o equivalente a dez cêntimos do Euro nos dias de hoje. Por alturas da matança do porco, depois do dia de Santo André, o povo dizia: pelo “Santo André pega o porco pelo pé, se ele disser qué qué, pergunta-lhe que dia é que é”, nas missas de domingo, certas famílias ofe-

reciam no ofertório da missa um pedaço do porco que poderia ser uma orelheira, um pedaço de toucinho ou um pedaço do lombo, para ser leiloado no fim da missa e, então tínhamos o sacristão armado em pregoeiro, percorrendo todo a adro da capela com o pregão: “está em ... escudos, quem dá mais?”, até rematar o leilão pela melhor oferta. As carroças ou furgões mercearia vendiam um pouco de tudo porta a porta e a granel, desde o petróleo, azeite e arroz massas, açucar, feijão, etc. Faziam concorrência às chamadas vendas locais. Usavam cartuchos de papelão muito pesados com o fundo colado com um autêntico reboco de argamassa cola, para ajudar no peso da mercadoria e ser vendido ao mesmo preço da mercearia onde era utilizado. Ninguém reclamava, apesar de verem a aldrabice que todos os merceeiros praticavam. Talvez para evitar isso, muita gente levava sacos de pano e dispensava o famigerado cartucho. Era assim a pacatez da nossa e muitas aldeias da nossa terra há umas dezenas de anos. José Narciso Santos

A terra que nós pisamos, Dela podemos viver, Basta apenas cuidar dela, E saber como fazer.

A terra é um bem precioso, Que nos deixaram de graça, Pouca gente lhe quer tocar, O que será que se passa.

Com algum conhecimento, E saber qual a altura, Em que se planta ou se semeia, Isto é agricultura.

Olhem-na com outros olhos, Dêem-lhe muito mais valor, Porque só quem a trabalha, Sabe que nela há amor.

Tudo cresce tudo produz, Basta apenas semear, Enquanto estás a dormir, Tudo está a germinar.

É da terra que comemos, É na terra que andamos, É na terra que vivemos, É na terra que acabamos.

Todo o trabalho é árduo, Para tudo estar cuidado, Trabalha-se de sol a sol, Mas é lindo o resultado.

Fenómenos da natureza

Quem lida com animais, já está habituado a que estes nos surpreendam constantemente. Desta vez, fomos descobrir na Loureira, uma gata que “aprofilhou” cinco galinhas que ficaram sem progenitora. Diz o proprietário, Faustino Manso, “Também nos animais, o instinto de maternidade de manifesta de forma extraordinária”. pub


LUZ DA SERRA

última

-- divulgação --

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