Revista Vitrine Edição 2 | Dez.2015

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Edição 2 • Dezembro 2015

Ferrovia do Trigo

A viagem em busca de vida

Inovação +Experiência O sucesso na empresa rural

Empresários captam oportunidade de mercado gerado pelas cervejas especiais




capa Malte’s Cervejaria

A viagem em busca de VIDA

Empresários captam oportunidade de mercado gerado pelas CERVEJAS ESPECIAIS

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SUMÁRIO tecnologia

A UM CLIQUE DO LEGISLATIVO comportamento

Estilo tem a ver com quem é você opinião

Protagonismo local

COLUNISTAS Eliane Lopes A vez de trabalhar pelas pessoas | 10

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Pedro Bebber Inventário e partilha extrajudicial | 22

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Francieli Schlager A evolução das comunidades terapêuticas | 48

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Marcos Vinícius Almeida Bellincanta Oferta e procura [e vice-versa] no mercado imobiliário | 64

Entrevista

Lucimar Salmória Presidente da Amplasc

VIAGEM Troque a viagem dos sonhos pela viagem possível e divirta-se

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squeça-se do marketing! O assunto é plantar e colher, pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Hoje, neste tempo que é seu, o futuro está sendo plantado. As escolhas que você procura, os amigos que você cultiva, as leituras que você faz, os valores que você abraça, os amores que você ama, as decisões que você toma, tudo será determinante para a colheita futura. De nada adianta chorar na colheita daquilo que você plantou ou deixou de plantar. A Revista Vitrine chega em mais um ano com a missão de ser portadora das boas colheitas e porque não, das boas plantações. São histórias de empreendedores, são ações realizadas visando o futuro dos sonhos daquele que um dia ousou sonhar, daquele

que um dia saiu do comodismo e apresentou soluções. A Vitrine traz assuntos das mais diversas áreas como empreendedorismo, inovação, direito, crescimento empresarial, saúde, estilo, qualidade de vida, turismo, opinião e vários outros temas em destaque. Adaptando uma lei agronômica, podemos tirar a lição de que inovar e empreender não são ações que acontecem da noite para o dia. Não basta uma ideia na cabeça e já sair criando. Pelo contrário, é um processo construído, elaborado, que requer esforço e dedicação. Uma semente lançada, a espera e a certeza de que os frutos serão colhidos. A vitória, entretanto, não vem por sorte ou acaso: é fruto de muito trabalho durante todas as fases da iniciativa.

Boa leitura!

Edição 2 • Dezembro 2015

A Revista Vitrine é uma publicação da Folha Independente

Reportagens Francieli Parenti | MTB 4513/SC-JP Gisiane Agostini | MTB 4440/SC-JP Projeto Gráfico e Diagramação Herton Farias | MTB 4198/SC-JP

Empresa Jornalística Planalto Sul Ltda. ME CNPJ: 10.478.439/0001-88 IE: 255.771.290

Foto Capa João Paulo Pereira – O Fotógrafo

Endereço Rua São João Batista, 97, sala 102. Centro, Campos Novos (SC) Cep: 89.620-000 Telefone (49) 3541-2522 facebook/folhain

Tiragem 2 mil exemplares Impressão Gráfica Tipobel

Diretora Administrativa Financeiro Gisiane Agostini | contato@folhaindependente.com.br Diretora de Conteúdo Francieli Parenti | jornalismo@folhaindependente.com.br



ENTREVISTA

E O FASHION BUSINESS CATARINENSE ATUANDO COMO MODELO EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ, A CAMPONOVENSE LISSA MAYER CONTA COMO É SUA ROTINA E OS DESAFIOS DA PROFISSÃO

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A moda é um fenômeno social amplo e também um dos grandes negócios do século XXI. Há alguns anos, o fashion business catarinense conta com a modelo Lissa Mayer que já foi eleita Miss Campos Novos e a 1ª princesa no concurso Miss Santa Catarina. Nesta entrevista ela conta como a vida de modelo não é nada fácil, ainda mais quando se trata de uma modeloestudante. Aos 22 anos, Lissa mora em Balneário Camboriú onde cursa a 7ª fase do curso de Arquitetura e Urbanismo pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Incorpora na sua rotina, a participação em castings, desfiles, fotos e filmagens para editoriais de moda e comerciais. Mas prudente, revelou que a hora é de concentrar nos estudos, o que em sua análise, vem em primeiro lugar. Depois, o mundo a espera!


LISSA MAYER INICIOU A CARREIRA DE MODELO AOS 13 ANOS. Hoje fotografa para campanhas publicitárias e editoriais de moda

Qual sua visão sobre o business das modelos? Quais seus projetos nesta área? É um mercado glamouroso e que só tende a crescer para quem é determinado. Pretendo conhecer os mercados externos, e viajar mundo a fora para América do Norte, Ásia, África do Sul e Europa. Mas antes preciso terminar meus estudos aqui (risos). Quando e como você se descobriu modelo? Com 13 anos de idade. Pela minha altura, bem acima das minhas amigas, comecei a ver as possibilidades de se entrar nesse mercado. Mandei alguns e-mails para algumas agencias, porém, aos 13 anos ainda se é muito nova, mas mesmo assim fui aceita na Elite em Balneário Camboriú na época. Depois por muitos anos trabalhei com a Ford Models Santa Catarina e Brasil. Atualmente sou contratada da Agencia Donaire em Balneário Camboriú que me dá o maior suporte como modelo. Quais marcas já fotografou? Na maioria aqui de Santa Catarina. Uma foto aqui e ali, o campo acaba sendo bem amplo, mas tenho algumas bem conhecidas no meu currículo, como Karla Vivian, Dal Costa, Cassia Mallman, Cotton Candy, entre outras. Como concilia estudo e trabalho? Como os dois exigem muitas horas de dedicação, estou dando mais prioridade a faculdade de Arquitetura. Neste momento, encaro a vida de modelo com mais moderação e como uma forma de lazer. Quais dicas você dá para meninas que sonham com a carreira de modelo? Persistir e determinar metas. Quando você realmente quer algo, você consegue. Tem que estar ciente que os cuidados com o corpo e a mente são diários, que as oportunidades aparecem ao acaso e temos que estar prontas para agarrá-las.

Você participou de concursos de Miss, qual o legado desses concursos para sua vida profissional? Eu tenho minhas considerações quanto ao mundo miss, o qual eu amo do fundo do coração. Acredito que uma miss é o conjunto, não só um rosto bonito. Miss aos meus olhos, além de bela, é uma mulher de atitude, comunicativa e respeitada. Busco isso na minha carreira profissional, e acredito que essas experiências são muito válidas na busca do meu profissionalismo. Geralmente o público acha que a vida de modelo é super glamourosa. Que glamour você deixou entrar na sua rotina? E o que não é nada glamouroso na vida de modelo? Com certeza é uma vida de glamour, e nessa vida temos que saber passar por uma peneira o que realmente é bom. Conhecemos pessoas novas, culturas e atividades novas e isso para mim é a melhor parte. Nas entranhas desse glamour, já houve muita academia, alimentação regrada e noites mal dormidas. Lidar com a ansiedade e por vezes com a inveja de algumas pessoas, digamos que é a parte menos glamourosa. Quem são suas inspirações no mundo da moda? Sem dúvida, a maior é Gisele Bündchen, porém, gosto muito da Izabel Goulart e Miranda Kerr.


OPINIÃO

A VEZ DE TRABALHAR

PELAS PESSOAS

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dia atendi um candidato que buscava um cargo de gerente de vendas cujo currículo constava seu mais recente curso em 2007, data também em que teve sua última experiência com esta atividade. A pergunta é: sua empresa mudou desde 2007? Consegue atender seu cliente da mesma maneira que fazia há oito anos atrás? Quando entrevisto pessoas para vagas de emprego a frase que mais ouço é: “quero aprender”; “quero um trabalho que me propicie crescimento”; “gosto de desafio, se eu não souber vou aprender”. De fato, infelizmente quando contratados, boa parte destas pessoas esquece o que falou na entrevista e assume uma posição automática na empresa não agregando nem a si nem a quem a contratou. A palavra comum deste momento é a crise, porém a crise traz consigo muitos nichos não explorados, muitas oportunidades não aproveitadas, estar atento e preparado as novas nuances do mercado é o que vai diferir nosso sucesso do nosso fracasso, ou seja, enquanto uns choram, outros vendem lenços Os que buscam e os que oferecem emprego, precisam saber que trabalhar é tarefa difícil, que demanda esforço, paciência, persistência, competência e qualificação. Gosto muito da frase do já falecido fundador do grupo Weg, Eggon João da Silva “Quando faltam máquinas, você as pode comprar; se não tiver dinheiro, pode pegar emprestado; mas homens você não pode comprar ou pedir emprestado, e homens motivados são a base do êxito”. Resumindo organizações somente funcionam por meio de pessoas. A era de trabalhar para as pessoas acabou, vivemos na era de trabalhar pelas pessoas.

Foto: O Fotógrafo

ada vez mais ouvimos falar sobre desemprego e falta de mão de obra. De um lado muitas pessoas estão galgando um cargo, por outro lado temos muitas empresas querendo contratar. Analisando alguns ângulos percebemos que existe sim falta de mão de obra, e existe sim o desemprego. Para começar, gosto da definição que diz que desemprego é ociosidade involuntária daqueles que estão dispostos a trabalhar e não encontram quem os empregue. Partindo deste conceito diminuímos em muito a taxa de desempregados. Quando analisamos somente aqueles que realmente se encaixam na definição acima, percebemos algumas causas tanto para o desemprego real (das pessoas que querem e procuram trabalho, mas não encontram) tanto para a falta de mão de obra por parte das organizações. Encontrar um emprego é relativamente fácil, permanecer nele realizado pessoalmente e dando resultado para quem o contratou é que o principal desafio. Muita capacitação profissional é oferecida, porém chama atenção que grande parte das empresas não investem nas pessoas, mas desejam ter mão de obra qualificada o que no mínimo é um contrassenso. A maioria justifica a falta de investimento em torno do discurso “se eu qualificar hoje, amanhã ele vai embora”, logo a preocupação deveria ser: “mas se eu não qualificar e ele ficar?” E ainda, “se eu quero e preciso trabalhar a responsabilidade de qualificar não deveria ser minha também?”. Um curso de vendas, atendimento, finanças ou outro qualquer feito no ano passado já não supre mais, muitas coisas mudaram e as pessoas e organizações precisam estar em constante atualização. Outro

ELIANE LOPES FORMADA EM PEDAGOGIA, pós-graduada em Comportamento Humano nas Organizações; Diretora Executiva da Associação Empresarial de Campos Novos (Acircan); Consultora credenciada ao Sebrae e a Facisc.

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PERSONAGEM

OTARAN AO LADO DO CAST do programa A Voz do Brasil

PAULO OTARAN EM VISITA A CAMPOS NOVOS com a esposa Sandra Poletto

A VOZ QUE É DO BRASIL EM PASSAGEM POR CAMPOS NOVOS, PAULO OTARAN, LOCUTOR D’A VOZ DO BRASIL, BATEU UM PAPO COM A REDAÇÃO

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uma breve passagem por Campos Novos, a reportagem teve a oportunidade de conhecer e conversar com o locutor titular da Voz do Brasil, Paulo Otaran. As sete da noite em Brasília, seguindo mais 25 minutos, Paulo Otaran mostra os primeiros timbres sonoros da sua voz padrão. Trabalhando na Rádio Câmara, ele apresenta o informativo e a opinião dos 513 deputados federais da Câmara Federal. Para quem não sabe, a Voz do Brasil é dividida nos primeiros 25 minutos com as notícias do Poder Executivo e os 35 minutos restantes, divididos e de responsabilidade dos Poderes Judiciário e Legislativo. Paulo não produz os noticiários, somente faz a comunicação pública ao povo brasileiro, além de ser apresentador titular do Programa Eis a Questão! da TV Câmara e cerimonialista titular do Congresso Nacional.

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Da infância vivida no Alegrete (RS), Paulo é o quinto de uma família de seis irmãos – todos formados, mas não esquece, que os pais, nonagenários, ainda são analfabetos. “Eles não se preocuparam com eles, só com os filhos”. Ele era daqueles que já sabem o que quer ser quando crescer: jornalista. E assim se fez. Ele é formado em jornalismo pela PUC/RS, além de possuir outras três graduações. É casado com uma catarinense que mora em Concórdia, a professora Sandra Poletto, por isso que volta e meia, atravessa o estado. A voz marcante do locutor iniciou a carreira na Rádio Alegrete, como “estudante aprendiz de Redação” sob a orientação do jornalista Alair Almeida no início da década de 1980. Em Porto Alegre sua voz esteve na Rádio Gaúcha, Rádio Guaíba, Ipanema, Itapema FM, Rede Atlântida e RBS TV. Atuou ainda no interior gaúcho, migrando mais tarde para Santa Catarina por conta de uma oportunidade profissional inusitada, trabalhando nas rádios Tabajara de Tubarão, rede Eldorado em Florianópolis e Criciúma, e em Televisão nos canais SSC/SBT em Lages, RBS TV e Rede TV em Criciúma e

O INÍCIO DA CARREIRA em Alegrete (RS)

TV Record. Em 1992, quando estava em Santa Catarina foi convidado e habilitou-se a ser estagiário junto ao Serviço Brasileiro da Voz da América – emissora oficial do governo americano, onde se concentram até hoje expressivos jornalistas e radialistas de todo o planeta. O estágio que seria por três meses, se transformou numa passagem efetiva de quase meia década. Em 2007, transferiu-se para Brasília, atendendo indicação para integrar o novo cast de locutores no processo de reformulação do programa A Voz do Brasil. Deixemos de lado algumas inquietações, pautadas tanto por quem defende quanto por quem se opõe a existência do programa como por exemplo se o material d’A Voz do Brasil é jornalístico ou não; se a transmissão deveria deixar de ser obrigatória, associando-a a uma ideia de totalitarismo e por fim, se a existência d’A Voz do Brasil faz sentido no atual contexto da comunicação do país. O fato é que a Voz mudou muito neste século. A Voz do Brasil por muitos anos iniciou-se com a frase “Em Brasília, dezenove horas”, hoje substituída para “Sete da noite em Brasília” e com um programa com linguagem mais informal. O tema inicial do programa, a ópera “O Guarani” de Carlos Gomes, recebeu novas versões, em samba, choro, capoeira, entre outros tipos brasileiros. O programa completou em julho 81 anos e faz parte da história da radiodifusão brasileira.



PROFISSÃO

A OBRA QUE ENTROU PARA A HISTÓRIA ORGULHOSO POR TER O NOME NO PROJETO DA HIDRELÉTRICA DE ITAIPU, O ENGENHEIRO IDEVAL BETIOLI CONTA COMO FOI TRABALHAR NUMA DAS MAIORES CONSTRUÇÕES DO BRASIL

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m dos cérebros da execução do Complexo Hidrelétrico de Itaipu, o engenheiro civil Ideval Betioli escolheu Campos Novos para viver. O orgulho de participar do projeto de construção da segunda maior geradora de energia elétrica do planeta, especificamente atuando no controle da qualidade, está estampada na face do profissional. Afinal, a Usina de Itaipu, localizada na fronteira do Brasil com o Paraguai, é cercada de superlativos, considerada um dos projetos de engenharia mais ambiciosos do mundo, quiçá, uma das obras mais importantes do século 20. O engenheiro reside em Campos Novos com a esposa, e sua relação com a cidade iniciou em 2002, quando atuou como gerente geral das obras civis e da montagem eletromecânica na implantação da Usina Hidrelétrica (UHE) Campos Novos. A vida de barageiro porém, ainda o levou a Goiás, mas novamente, o trouxe ao município, onde trabalha como gerente

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da UHE São Roque, obra que está em andamento no município de Vargem. Graduado pela Escola de Engenharia São Carlos da Universidade de São Paulo (USP) em 1972, após quatro anos formado, assumiu como gerente logo no início das obras de Itaipu em 1976, permanecendo até a aposentadoria, em 2001. Mas parar de trabalhar não estava em seus planos – e ainda não está. De 1976 a 1994, na Superintendência de Obras da Itaipu Binacional, atuou com chefe da Divisão de Controle de Qualidade de Campo, sendo responsável pela preparação de especificações técnicas para execução, procedimentos de controle e treinamento de uma equipe composta por oito engenheiros e cerca de 100 técnicos, visando a fiscalização das obras de concreto. De 1995 a junho de 2001, na Superintendência de Engenharia, atuou como Gerente da Divisão de Engenharia Civil e Arquitetura, sendo responsável pelo gerenciamento de uma equipe de 12 engenheiros e arquitetos e de quatro projetistas, encarregada das atividades de projeto civil. Naquela época o país estava entrando em uma era de realizações de grande vulto. A expansão da matriz energética era uma necessidade premente diante de um país que estava em pleno crescimento, uma necessidade que não é diferente daquela de hoje. No entanto, Ideval lembra que

O ENGENHEIRO IDEVAL BETIOLI trabalhou 25 anos no Complexo de Itaipu

eram parcos os recursos humanos, a infraestrutura viária e até a dificuldade para conseguir os materiais para a obra. “Formamos muitas pessoas em Itaipu, haviam muitas obras em andamento no Brasil e a mão de obra era escassa. O cimento chegava num raio de até dois mil quilômetros do canteiro de obras”, destaca. Segundo Ideval, as obras de Itaipu inauguraram processos inovadores na engenharia o que fez do empreendimento uma verdadeira escola e legado do que hoje se aplica largamente na execução de grandes obras. Um dos exemplos foi a aplicação de Concreto Compactado a Rolo (CCR) na construção de barragens e que foi pela primeira vez aplicado em Itaipu.


No dia 5 de maio de 1984, há 31 anos, a primeira das 20 unidades geradoras da usina de Itaipu entrou em operação e não houve falha até hoje que repercutisse em interrupção da geração de energia, o que faz da Usina um exemplo da excelência técnica da engenharia civil para o mundo. O apagão que atingiu o país em 2009 foi resultado de problemas ocorridos no sistema de transmissão de energia. A hidrelétrica teve um custo de US$ 27 bilhões e 16 anos de trabalho de cerca de 40 mil operários. Hoje, a Itaipu Binacional, administrada pelos dois países, fornece 75% da energia consumida pelo Paraguai e 17% da demandada do Brasil. A usina hidrelétrica de Três Gargantas, da China, a maior infraestrutura desse tipo no mundo, superou Itaipu na produção de energia elétrica somente em

GIGANTE POR NATUREZA: as fotos são do arquivo pessoal do engenheiro e mostram a Hidrelétrica de Itaipu atualmente e na fase de construção, nos anos 70

2014. Dados divulgados pela Corporação das Três Gargantas, mostram que foram produzidos 98,8 milhões de megawatts por hora (MWh) na usina no ano passado. Já Itaipu, a segunda maior usina do mundo, produziu 98,5 milhões de MWh, perdendo o primeiro lugar da geração de energia conquistado por dois anos consecutivos - 2012 e 2013. Três Gargantas tem uma capacidade instalada de geração de 22,5 mil MW de energia elétrica, frente aos 14 mil MW de Itaipu.

LIVRO Ideval Betioli lançou neste ano o livro “Obras de Concreto de Itaipu: desenvolvimento, controle, qualidade e durabilidade... 40 anos depois”, com a co-autoria do engenheiro Francisco Rodrigues Andriolo. A obra editada eletronicamente em quatro línguas, ilustra aspectos técnicos desenvolvido pelo setor de controle de qualidade das obras de concreto da usina, setor onde Betioli foi responsável por 25 anos. O evento de lançamento aconteceu durante o 30º Congresso Nacional

de Grandes Barragens, em Foz do Iguaçu (PR). O livro lança luzes para um dos aspectos menos lembrados, mas altamente crucial para o bom êxito das obras da barragem de Itaipu – o controle de qualidade. Um livro técnico, mas precioso para um país que ainda precisa desenvolver grandes obras de infraestrutura.

“0BRAS DE CONCRETO DE ITAIPU” Disponível para download itaipu.gov.br e cbdb.org.br


ENTREVISTA

O NOVO PACTO FEDERATIVO É UMA LUTA CONSTANTE E PERMANENTE DOS MUNICÍPIOS

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ucimar Salmória foi eleito o presidente da Associação dos Municípios do Planalto Sul Catarinense (Amplasc) no ano de 2015. A Associação congrega as realidades comuns de sete municípios da região e de 58,6 mil habitantes residentes em Vargem, Celso Ramos, Abdon Batista, Brunópolis, Zortéa, Monte Carlo e no município sede, Campos Novos – todos localizados geograficamente no Planalto Sul de Santa Catarina. Formado em Direito e atual prefeito de Abdon Batista, cidade com pouco mais de 2,6 mil habitantes, o líder falou sobre como a crise afetou as administrações em 2015 e sobre os impactos nas projeções para 2016 na área pública. Além disso, destacou a ponte de cooperação e diálogo construída pela Amplasc junto as administrações dos sete municípios.

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Como o cenário da crise financeira brasileira de 2015 afetou os municípios do Planalto Sul? Afetou como em todos os municípios de Santa Catarina e do Brasil. Especificamente nos municípios do Planalto Sul, a maioria deles tem como principal fonte de arrecadação as transferências constitucionais, como FPM e ICMS. E por consequência da queda das arrecadações tanto do Estado quanto da União, obviamente que a repartição desses recursos foi menor, fazendo com que ocorresse uma série de limitações na execução orçamentária dos municípios. Com projeções pessimistas para 2016 na área econômica, como os gestores estão se organizando para enfrentar o próximo ano? Como o cenário econômico a nível de Brasil é pessimista, precisamos fazer uma reengenharia orçamentária, adequando a real situação financeira dos nossos municípios. Nós teremos que fazer esse recálculo das receitas e adaptar as nossas

despesas com base neste novo cenário. A partir daí, verificar o que é possível ser executado, dentro de uma realidade muita clara, sem muita ilusão. Temos que ter clareza nos projetos, nos investimentos e nas ações que serão desenvolvidas. Há ainda outras condicionantes para se observar: trata-se de ano eleitoral e último ano das atuais gestões, estes fatos nos impõem limitações que precisam ser observadas sob pena das nossas administrações sofrerem sanções. E a capacidade de investimento dos municípios? Diante deste cenário de crise surge um forte descompasso. A arrecadação dos municípios está em queda brusca e as despesas fixas se mantendo, elevando acintosamente os índices de comprometimento das receitas com as despesas, principalmente com as de pessoal, cujos índices aproximamse dos limites ditados pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Soma-se a isto a obrigatoriedade das aplicações


LUCIMAR SALMÓRIA é presidente da Amplasc na gestão 2015

constitucionais em educação - 25%, e em saúde 15% das receitas, estrangulando a capacidade de investimento da grande maioria dos municípios. A capacidade de investimento com recursos próprios dos municípios é pequena, porém pode ser ampliada sensivelmente mediante a formação de parcerias com o governo federal e estadual, além da iniciativa privada obviamente. Em nível regional, como estão as parcerias com a iniciativa privada? Ainda estão em fase embrionária, necessitam e podem ser aprimoradas. O bem comum pode ser perfeitamente buscado unindo forças, sejam com entidades de classe, associações, cooperativas ou ainda com as três usinas que temos na região da Amplasc. Uma administração eficiente deve articular-se e buscar também na iniciativa privada a parceria para atingir seus intentos. Afinal, todos podem prosperar conjuntamente.

Como engrandecer o capital humano dos munícipios? Investindo e desenvolvendo políticas públicas que melhorem a qualidade de vida do cidadão, que oportunizem o exercício da uma cidadania saudável, proativa e transformadora. Que diminuam o paternalismo e a dependência das pessoas com o poder público, afinal, o maior patrimônio dos municípios são seus munícipes e o desenvolvimento humano é meta de todos os que integram a região da Amplasc. Como acontece a cooperação entre os municípios da Amplasc? Na região da Amplasc temos o município sede que é Campos Novos, com maior estrutura e condição econômica, enquanto os demais municípios possuem similaridade nas suas estruturas e isso faz com que muitas ações sejam trabalhadas em conjunto. A associação como instituição, é o maior exemplo de cooperação entre os sete municípios. A implantação e uma equipe técnica comum, composta por profissionais de diferentes áreas faz com que os municípios partilhem os custos e ampliem benefícios.

Quais outros exemplos exitosos? A qualificação constante dos funcionários municipais com a formação dos colegiados setoriais, como de agricultura, contabilidade, assistência social, nutricionistas, psicólogos, assessores jurídicos que se reúnem periodicamente para discutir os problemas reais dos municípios é um exemplo exitoso, pois as vezes um problema que atinge um município pode encontrar a solução na experiência do outro. A associação também inovou e foi a percussora no Estado de Santa Catarina com Licenciamento Ambiental Municipal, iniciativa que serviu e serve de exemplo para as demais associações de municípios. Muito se falou neste ano sobre o novo pacto federativo e pouco se fez no Congresso. Como as associações de municípios tem lutado por essa mudança na Constituição? O novo pacto federativo é uma luta constante e permanente dos municípios, vai ensejar muitos esforços para que se torne realidade e que ao acontecer a vida das pessoas melhorará sensivelmente. Pelo novo pacto federativo pretendese distribuir com mais equilíbrio as riquezas arrecadadas entre os entes da federação. O cidadão mora e está no município, e este é o ente que menos recebe na distribuição das arrecadações. Alguns avanços aconteceram, entre eles, o aumento de 1% no FPM, a implantação de legislação que condiciona a União criar novos programas a serem executados pelos municípios desde que aporte integralmente os recursos necessários a sua execução.


Foto: O Fotรณgrafo

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DEPOIS DE MUITO PLANEJAMENTO E APERFEIÇOAMENTO, FOI EM 2015 QUE A MALTE’S ABRIU AS PORTAS COM O OBJETIVO DE FAZER A DIFERENÇA NA CULTURA CERVEJEIRA DA REGIÃO

Foto: O Fotógrafo

oi-se o tempo de cardápios com apenas três ou quatro rótulos de cerveja, preenchidos por conteúdos parecidos e muitas vezes provindos da mesma fábrica. Atraídos pelo prazer de novas experiências e estilos exclusivos, cada vez mais brasileiros experimentam as cervejas especiais. A “loira gelada”, consumida de qualquer jeito, desde que “estupidamente gelada”, divide o reinado para atender súditos preocupados com a forma, aroma, cor e sabor da cerveja, e vem agradando desde paladares curiosos até os mais sofisticados. A variedade de produtos no mercado, tem conseguido mudar o padrão de consumo e as escolhas dos consumidores. Dessa forma, boa parte do público já tem modificado os hábitos de forma quase que natural, bebendo menos, mas bebendo melhor. Outro fator do mercado é de que a cerveja, “must have”, faz parte de um dos setores que mais crescem no país: o setor de lazer e entretenimento. Em tempos de crise, o brasileiro pode reduzir, mas não dispensa a diversão para um pequeno escape da vida real. Outro ponto de mudança, é o flerte de novos empreendimentos no setor, como a Malte’s Cervejaria. De olho nas novidades do mercado, o empresário Antônio Ricieiri Chiochetta Netto e seu tio, o comerciário Arildo Santos, juntaram-se para fundar o primeiro bistrô especializado em cervejas especiais em Campos Novos, apostando em produções inusitadas com ingredientes nobres, provocando novas experiências gastronômicas. Fundada em janeiro 2015, a cervejaria projeta um faturamento de R$ 700 mil no primeiro ano de funcionamento. Segundo Antonio, a partir de uma pesquisa de mercado, percebeu-se a carência de um estabelecimento desse segmento em Campos Novos. Os empresários viajaram por todo o Brasil para conhecer o funcionamento de casas especializadas em cervejas especiais, mas foi em Joaçaba que encontraram o suporte definitivo com o Sommelier de Cerveja, Ernesto Berzaghi. O sommelier auxiliou na elaboração da primeira carta de cervejas da Malte’s. Inicialmente foram 100 rótulos passando aos atuais 160 rótulos, com parceria consolidada com três grandes importadoras. O portfólio é composto por cervejas artesanais e premium dos cinco continentes, sem desmerecer as cervejas artesanais brasileiras, como a Baden Baden, Coruja, Saint Bier, Eisenbahn, por exemplo.

as nessa “session beers”, ainda tem espaço para os apreciadores de chopp. A casa oferece quatro variedades: importados – o Paulaner Hefe Weiss, produzido na Alemanha a base de trigo, e o Hofbräu, chopp oficial de Munique, capital da Alemanha e ainda dois nacionais: Schornstein e Eisenbahn. Para manter a atratividade, também estão disponíveis cervejas comerciais, diversos tipos de shots, drinks e coquetéis, licores e destilados. A Malte´s oferece aos clientes algumas vantagens, como o Clube do Whisky, noites temáticas, shows musicais, além de reservar datas para eventos privados e corporativos. Aliás, a Malte´s é um lugar convidativo para os amantes da boa música, com estilos variados como MPB, Rock n’Roll, Pop Rock e Samba Rock. As cervejas artesanais, sem dúvida, vieram para ficar. Para Antonio, o boom de vendas ainda não aconteceu, mas ele acredita que o movimento começa a ganhar força em um espaço muito grande para crescer. Ambos os donos possuem bagagem empresarial para isso. Arildo trabalhou 20 anos como comerciário em Balneário Camboriú e Antônio, vem de uma família do setor de alimentação, além da experiência acadêmica em Turismo e Hotelaria e MBA em Gestão Empresarial. “Pensamos em inovar, trazer coisas diferentes para a cidade e priorizamos nesse negócio produtos de qualidade, serviço agregado, atendimento, bom ambiente e boa música. Nesse tipo de empresa, você não vende um produto, você vende uma sensação. Esse primeiro ano foi de bastante trabalho, é claro que tivemos momentos difíceis, o clima muitas vezes atrapalha, mas avaliamos que conseguimos estabelecer atratividade em um mercado novo na cidade conquistando um público bem eclético”, explicou o empresário Antonio Chiochetta.

ANTONIO RICIEIRI CHIOCHETTA NETTO E ARILDO SANTOS SÃO SÓCIOS-PROPRIETÁRIOS DA MALTE’S CERVEJARIA


CAPA | MALTE’S CERVEJARIA

SAIBA COMO ESCOLHER

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valorização da sensorialidade e a busca pelo prazer no consumo também passa pela gastronomia conceitual, desenvolvida para harmonizações com todo o portfólio de cervejas. Petiscos e comidinhas de boteco ganham ingredientes nobres como carnes importadas, peixes e frutos do mar frescos, além de acompanhamentos e molhos especiais. O prato principal da casa é a Big Union, uma cebola gigante vinda dos Estados Unidos, empanada e com tempero especial também faz sucesso. A arquitetura da Malte´s também merece destaque, o que torna a visita ao espaço também uma experiência cultural. A cervejaria está localizada na Rua Benjamin Constant, em um dos imóveis mais antigos da cidade, pertencente a família do saudoso Babá Almeida, totalmente restaurado e preservado suas características originais para receber a nova cervejaria. A decoração que compõe o ambiente também foi devidamente pesquisada, unindo o rústico e o moderno num mesmo espaço. Cada detalhe foi pensado para trazer um pouco da atmosfera das grandes cervejarias do mundo para Campos Novos. Uma parede deixa os tijolos a mostra o que traz todo um charme para o ambiente, que comporta até 60 pessoas. A iluminação teve atenção especial, com direcionamento que valoriza ainda mais cada ambiente. Com decisões sóbrias, aos 26 anos, o jovem empreendedor só tem o que comemorar. “Desde que morei em Balneário Camboriú durante meus estudos, sempre tive vontade em ter um negócio na área de entretenimento, pela carência de ambientes desse tipo em Campos Novos, então, acreditar na minha cidade também fez e faz parte do processo. A Malte’s foi uma aposta que deu certo, porque teve planejamento, pés no chão, estudo, estrutura, cozinha em harmonia com o atendimento, enfim, investimento. Não entramos no mercado de qualquer jeito, nem para viver uma aventura, mas para fazer a diferença. Viemos para propor um novo conceito em lazer, gastronomia e bebidas”, destaca Antonio.

MALTE’S CERVEJARIA Rua Benjamin Constant, 661 Terça à Sábado, a partir das 19h

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TIPOS DE CERVEJAS CERVEJAS LEVES São cervejas de corpo baixo a médio, com ótimo equilíbrio e drinkbilidade. Apresenta sabor predominante de cereais, podendo ser levemente lupuladas ou até mesmo apresentar toque de frutas. Ex: Estrela Galicia Premium Lager, 1795, Corona.

CERVEJAS MALTADAS São cervejas com um leve dulçor, corpo mediano a alto e baixo amargor. Apresentam diferentes colorações de acordo com os maltes utilizados. Os aromas predominantes são de pão, biscoito e caramelo. Ex: Baden Baden Bock, Coruja Strix, Anderson Valley Solstice.

CERVEJAS ALES CLÁSSICAS São cervejas geralmente secas, acobreadas e com um bom equilíbrio entre o malte e o lúpulo. Ex: Rogue, Baden Baden Red Ale.

CERVEJAS FRUTADAS São cervejas de alta fermentação que tem como principal característica o aroma remetendo a frutas, como banana, abacaxi, maracujá. São claras, levemente adocicadas, bem carbonatadas, fácil de beber e apresenta espuma densa e cremosa. Ex: Coruja Alba Weizen, Duvel, Erdinger Ocktoberfest.

CERVEJAS LUPULADAS São cervejas que apresentam amargor, devido à predominância do lúpulo. Sua cor varia do amarelo vivo ao âmbar e seus aromas a frutas cítricas, flores e ervas. Ex: Bernard Celebration, Brewdog Hardcore IPA, Mikkeller 1000 IPA.

CERVEJAS COMPLEXAS São cervejas intensas e marcantes. A riqueza dos ingredientes e a refermentação na garrafa lhe conferem caráter único. Muitas vezes devem evoluir bem com um certo tempo de guarda, criando novos aromas e sabores. Ex: Saint Bier Strong Golden Ale, Chimay Rouge, Delirium Tremens.

CERVEJAS TORRADAS Essas cervejas têm como principal ingrediente o malte torrado. Seus aromas e sabores remetem ao toffe, chocolate e café. Geralmente, apresentam bom corpo e fermentação de espuma consistente. Podem conter leve acidez ou adstringência proveniente da torrefação dos maltes. Ex: Paulaner Hefe Weiss Dunkel, Eisenbahn Dunkel, Young´s Double Chocolate.



ARTIGO | DIREITO

INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL

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Divulgação

pesar de a lei nº 11.441 ser introduzida em 2007, muitas pessoas não sabem que é possível a realização de inventário pela via extrajudicial perante um Cartório de Notas. Acertadamente, procurando modificar e responder tais necessidades, o legislador inovou. Por esta via, é possível também a realização de inventários de óbitos anteriores a lei que possibilitou a realização de inventários por via administrativa (Art. 30. Resolução n.35 do Conselho Nacional de Justiça - CNJ). Pode-se optar por esse procedimento desde que haja consenso entre os herdeiros, todos forem maiores e capazes e o falecido não tenha deixado testamento. Com o auxílio de um advogado (ou advogados de cada uma das partes) os herdeiros podem transigir em relação à partilha dos bens. A atuação do advogado é uma exigência legal e necessária para orientação das partes e prevenção de problemas.

Depois de assinada, a escritura passa a valer com a mesma força da sentença homologatória da partilha realizada no judiciário, sendo, títulos hábeis para o registro civil, registro imobiliário, para a transferência de bens e direitos, bem como para promoção de todos os atos necessários à materialização das transferências de bens e levantamento de valores (DETRAN, Junta Comercial, Registro Civil de Pessoas Jurídicas, Instituições Financeiras, Companhias Telefônicas, etc.), diz o artigo terceiro da Resolução n. 35 do CNJ. Assim podemos concluir que o inventário extrajudicial facilitou a solução da divisão dos bens após o falecimento, permitindo aos herdeiros capazes e concordes, bem como na ausência de testamento, procederem-no de forma célere. Por todas essas razões, a realização do inventário extrajudicial é uma benesse não só aos interessados, mas à sociedade, que vê seus conflitos serem solucionados rapidamente e com o uso da conciliação.

INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL FACILITOU A SOLUÇÃO DA DIVISÃO DOS BENS APÓS O FALECIMENTO

PEDRO ERNESTO BEBBER, DO ESCRITÓRIO BEBBER ADVOGADOS [OAB/SC 32.830]; Pós-Graduando em Direito Tributário pelo IBET/SC; Formado em Direito pelo CESUSC – Florianópolis/SC

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UM ESPAÇO PARA

DIVERSÃO

liar a satisfação do público infantil e a comodidade dos pais foi a forma que a pedagoga Rozemeri Tesser e a psicóloga Miriam Cestari Niebuhr encontraram para iniciar um negócio inovador em Campos Novos: um espaço recreativo infantil. Fundado sobre os pilares – cuidado, brincadeira e diversão, o Espaço Recrear não é uma nova escola. A proposta é proporcionar um local recreativo e de entretenimento no contraturno escolar, seguro e acolhedor para crianças até 12 anos, com muita brincadeira, dança, contação de histórias, esportes, cinema e atividades ao ar livre. Entre os serviços oferecidos está o transporte terceirizado para atividades externas das crianças, como aulas de inglês, catequese ou outros compromissos, além de oferecer um espaço adequado para a criança fazer suas tarefas escolares e atividades de incentivo à leitura. Nos finais de semana e fins de tarde, o Espaço Recrear pode ser locado para a realização de festas infantis, como aniversários. “A ideia do Espaço Recrear não é pedagógica. Nosso foco é oferecer um serviço de apoio para os pais que trabalham ou exercem alguma atividade durante o dia

A MAIOR DIFICULDADE DOS PAIS QUE TRABALHAM É ONDE DEIXAR SEUS FILHOS. COM UMA IDEIA INOVADORA, EMPRESÁRIAS INVESTEM EM UM ESPAÇO DE RECREAÇÃO, ONDE A CRIANÇA PODE SER CRIANÇA

MIRIAM E ROZE INAUGURARAM O ESPAÇO RECREAR EM MARÇO DE 2015

e gostariam de deixar seus filhos em um local seguro e prazeroso, aos cuidados de profissionais habilitados, proporcionando mais qualidade de vida aos pequenos”, destaca a sócia-proprietária Rozemeri Tesser. As instalações do Espaço Recrear ficam em uma casa com amplo espaço externo e interno, com espaços divididos para a realização das diversas atividades e até para momentos de descanso. “Hoje a maioria dos pais trabalha fora e entendemos que criança tem direito de ser criança, e para essa fase de

A proposta é ser um local de recreação e entretenimento para crianças até 12 anos

desenvolvimento, nada melhor que um lugar que seja parecido com sua casa. Esse é nosso objetivo com o Espaço Recrear, eles poderão fazer como fazem em casa, terão espaço para descansar, brincar, podem fazer suas tarefas, trazer seus brinquedos de casa. Criamos este espaço com cara de casa para que eles cresçam felizes, ocupando seu tempo e se divertindo”, destaca a sócia Miriam. A relação custo-benefício é ótima se comparado com a contratação de uma babá, levando em conta vantagens como segurança, praticidade e convívio com outras crianças. O Espaço Recrear oferece contratos mensais, semanais, diários ou apenas por algumas horas do dia, conforme a demanda das famílias. Para atender a necessidade dos pais, o Espaço Recrear fica aberto das 7h às 20h de segunda a sexta, estendendo aos feriados escolares, nos sábados quando o comércio atende em horário especial e em eventos de final de semana, com datas e horários préagendados. Nas noites de quinta-feira, o Recrear também faz plantões até a meia noite, dia em que os pais podem sair e namorar tranquilamente. Durante o recesso escolar, as empresárias promovem colônias de férias para a criançada com passeios turísticos, atividades esportivas, cinema, atividades ao ar livre, jogos e muita brincadeira.

ESPAÇO RECREAR Rua Cel. Farrapo, 1725, Bairro São Sebastião 49 3541 1482


COMÉRCIO

ESPAÇO ARTE ESTÁ HÁ SEIS ANOS NO COMÉRCIO VAREJISTA, COM LOJA ESPECIALIZADA EM VESTUÁRIO PARA O PÚBLICO INFANTOJUVENIL DE ZERO A 14 ANOS

C

om seis anos de atuação no mercado, a Espaço Arte abriu suas portas em outubro de 2009. Luana Valessa Corrêa, empresária, está a frente da empresa e iniciou as atividades com a linha de decoração, moda bebê e adulto. Dois anos após a abertura da loja ela viu uma ótima oportunidade de crescimento e de mercado, voltando a sua atenção exclusivamente para o vestuário infantojuvenil de 0 a 14 anos. O mercado de roupas infantis cresce em média 6% ao ano, segundo a Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Apaixonada pelo público infantil a empresária conta que a inspiração de tudo foi a filha Manuella. “Eu acompanhava as tendências da moda para ela e comecei a me interessar pela moda infantil. Hoje cuido pessoalmente da escolha e compra de cada peça. Vi uma grande oportunidade de negócio, percebi que precisava oferecer mais opções para esse público e estou muito feliz com essa escolha. Uma das coisas que acho que diferencia a Espaço Arte é que os clientes podem encontrar roupas para todas as fases da criança, desde a saída da maternidade, batizado, festa do primeiro ano, festas de formaturas e claro encontrar também peças para o dia a dia para os pequenos brincarem com todo o conforto”, destaca. Com a mudança a empresária também apostou em uma nova comunicação voltada para esse público, renovamos a marca, que permaneceu com o mesmo nome, mas

A arte de vestir os

PEQUENOS

ganhou uma logo mais alegre e colorida. Investiu também no marketing digital. “Hoje a Espaço Arte tem uma página no Facebook, acredito que o marketing digital tem ajudado muito o empresário na comunicação e aproximação com o seu cliente, nesse canal são postados conteúdos semanais que atualizam os clientes sobre as novidades e tendências da moda infantil”, ressalta. O merchandising no ponto de venda também é algo que ganha destaque na empresa, a vitrine também segue a mesma ideia de atender a expectativa do público infantil. “A vitrine é o primeiro contato que o consumidor tem com o produto que o lojista está oferecendo, por isso recebe atenção especial”, disse a empresária.

Foram feitas mudanças na estrutura da loja para atender melhor os clientes, oferecendo um espaço mais bonito e atrativo. A localização privilegiada no centro da cidade, na Galeria Corrêa que é um ponto de bastante fluxo de pessoas também é um diferencial. Hoje a empresa oferece um mix de marcas bem diverso. Uma novidade que está apostando é o investimento na linha de calçados. Luana ainda comenta que a parte mais gratificante de todo o trabalho realizado é acompanhar o crescimento dos pequenos clientes. “É sempre muito divertido quando os pais trazem os pequenos para as compras, é gostoso poder acompanhar cada fase deles e fazer parte de tudo isso”.

ESPAÇO ARTE Rua São João Batista Galeria Corrêa – Sala 2 49 8825 6311

LUANA VALESSA CORRÊA É PROPRIETÁRIA DA ESPAÇO ARTE 25


YOGA

Corpo e mente alinhados D

SHALA CONVIVER THAÍSE TITON RUA CORONEL FARRAPO, 448 A, CENTRO - CAMPOS NOVOS 49 3541 0779 THAISETITON.COM.BR Shala Conviver - Thaíse Titon @thaisetitonyoga Thaíse Titon

VIDA SAUDÁVEL Yoga é uma filosofia Indiana e milenar, que significa integrar e unir, ou seja, despertar a consciência de que o corpo, a mente, as emoções e a espiritualidade estão diretamente ligados. A linha que a professora Thaíse segue é Hatha Vinyasa Yoga, aulas fluidas com movimentos, posturas, técnicas de respiração, meditação e relaxamento, com duração de 1h e 15min. Os benefícios são inúmeros, como flexibilidade e fortalecimento muscular, consciência corporal, equilíbrio mental e emocional. O Yoga é super indicado para casos de depressão, ansiedade e hiperatividade, tanto para mulheres quanto para homens.

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Foto: Hellos Fotografias/ Thomas Titon

epois de passar seis anos no Rio de Janeiro e adquirir mais conhecimento na área, a professora de Yoga e psicóloga Thaíse Titon voltou para Campos Novos em março de 2015, mesma época em que reabriu o Shala Conviver Thaíse Titon - uma escola de Yoga e um espaço de atendimentos de Psicologia direcionado para todas as idades. Praticante de Yoga desde seus 20 anos, tem em sua bagagem profissional, o curso Sattva Yoga, realizado no Chile, além de capacitações em Tantra Yoga e Kundalini Yoga. Como Psicóloga, realiza atendimentos individuais seguindo a abordagem da Psicologia Corporal, onde além de conversar com seus clientes usa técnicas corporais que tem como principal objetivo expandir a respiração e dissolver os traumas impressos na memória celular. Na Psicologia Clínica seu trabalho é voltado para pessoas acima de 12 anos, com foco em um trabalho voltado para mulheres e gestantes. O Shala Conviver Thaíse Titon acolhe pessoas que almejam a transformação em todos os níveis, físico, mental, emocional e espiritual. Além das turmas de Yoga, o espaço oferece Yogaterapia para gestantes e Yoga para crianças.




A UM CLIQUE DO LEGISLATIVO

Foto: ABM

TECNOLOGIA

PORTAL DESENVOLVIDO POR UMA EMPRESA DE TI DE CAMPOS NOVOS PERMITE FAZER SOLICITAÇÕES DE SERVIÇOS PÚBLICOS, COM INTUITO DE MOSTRAR O TRABALHO DE VEREADORES, DEPUTADOS E SENADORES

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agenda cidadã deste ano foi marcada pelo lançamento do portal VCdeolho desenvolvido pela empresa camponovense Máxima TI. Desde novembro, os cidadãos contam com uma plataforma que irá conecta-los diretamente com vereadores, deputados e senadores, oferecendo ferramentas para acompanhar a trajetória dos candidatos desde eleitos até o fim do mandato, bem como agenda e projetos apresentados, recursos capitaneados, atividades sociais, informações públicas, etc. O portal está disponível no endereço eletrônico www.vcdeolho.com.br no sistema 24/7 ou seja, vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana e começou a ser desenvolvido no mês de abril. A plataforma permite ainda fazer solicitações, reclamações, elogios e sugestões para cada parlamentar em particular ou no geral. Cada solicitação e ou reclamação criada, é gerado um protocolo para que você possa acompanhar todas as ações tomadas para que a solicitação seja concluída. Oferecendo conhecimento sobre os processos internos do Legislativo até o pedido chegar às mãos do Executivo – o responsável em executar os serviços públicos em centenas de setores, surgem novas maneiras de escutar as demandas das comunidades e de organizar e divulgar informações de interesse público, além de claro, promover o debate, auxiliar a decidir estratégias e tomar decisões para o bem do maior número de pessoas. O desenvolvedor também se preocupou com o caráter dialógico do portal, oferecendo soluções para que os parlamentares também possam se comunicar com os cidadãos, além de divulgar seu trabalho, abrir a agenda, buscar apoio para projetos e indicações, mostrar ideias, enfim, dar mostrar o

trabalho legislativo para a sociedade. Segundo o analista de sistemas Anderson Murakami, desenvolvedor da plataforma, as novas tecnologias da informação e comunicação, em especial, a Internet, estão disponíveis para essa nova sociedade de indivíduos que, cada vez mais conectados, se beneficiam do conhecimento e das milhares de informações disponíveis na rede como forma de participação e controle social no âmbito do poder público. Baseado nos conceitos de governo eletrônico, o site tem como foco principal aproximar os cidadãos e os políticos, visando munir os cidadãos com acesso a informações e serviços públicos. “Em nível local, muitas pessoas ainda têm dificuldade de fazer solicitações diretas para o Legislativo, que são nossos verdadeiros representantes, por isso, essa ferramenta é feita especialmente para aproximar qualquer cidadão de seu parlamentar, criando um canal direto, para que a solicitação chegue nas mãos do parlamentar e que consequentemente, forneça um retorno ao eleitor. Com um acesso só, vai ficar mais fácil acompanhar o trabalho dos nossos políticos”, explica Anderson Murakami. Para usufruir desses recursos, é necessário fazer um cadastro que pode ser iniciado com o login do Facebook, mediante autorização. Para fazer solicitações diretas aos parlamentares, também é necessário inserir um número de CPF, o que proporciona um caráter responsável aos debates. A partir daí, a solicitação entra para um plano de ação público, aguardando a resposta do parlamentar, com a possibilidade de acompanhar desde a indicação ao Executivo, levantamento de custos, viabilidade, até a execução. “Esse plano de ação fica público dentro da plataforma, todos poderão acompanhar

O ANALISTA DE SISTEMAS ANDERSON MURAKAMI é o desenvolvedor da plataforma “VCdeolho”

a execução ou, o encaminhamento das solicitações. O solicitante vai receber um alerta no e-mail sobre o processamento e a movimentação do pedido. Todas as pessoas são responsáveis pelas informações que prestarem. O sistema também conta com ferramentas onde os parlamentares poderão apresentar projetos e indicações”, destaca Murakami. Segundo Anderson, o sistema é apartidário e não deverá ficar somente no âmbito do legislativo local, mas de qualquer cidadão e parlamentar. “Os usuários da plataforma poderão encaminhar solicitação na esfera municipal, estadual ou federal, mediante contato com seus representantes no Poder Legislativo, sejam vereadores, deputados estaduais, federais ou senadores, portanto, a ideia não é que fique com atuação somente em Campos Novos. Todos os encaminhamentos das solicitações podem ser compartilhados no Facebook. O que percebemos hoje, é que muitos dos parlamentares não estão nem aí para a opinião pública, e por outo lado, o eleitor tem memória curta, por isso, as ações dos políticos estarão a um clique, facilitando a busca das ações e serviços de cada parlamentar - desde que ele alimente os dados dos seus feitos em nossa plataforma, que é gratuita, portanto, não existe empecilho para que estes participem conosco. Munidos destes recursos, o eleitor terá mais dados para ajudar a decidir seu voto”, ressalta Anderson Murakami. 29


OPINIÃO

COMPORTAMENTO

NO TRÂNSITO

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O bom comportamento no trânsito, correto e educado e que promova a segurança e a tranquilidade de todos é a resultante de uma boa educação. A educação no trânsito é muito precária, o Código de Trânsito Brasileiro busca constantemente fazer com que os órgãos envolvidos no assunto promovam diferentes formas de conscientização, sendo estas através de material de divulgação, campanhas educativas e preventivas, abordagens a motoristas, aliado ainda aos centros de formação de condutores que possuem um papel fundamental na educação de sua clientela. Porém, o trânsito absorve todo e qualquer tipo de condutor, acondicionados a sua experiência, sua cultura, seus valores, seus vícios, o que dificulta significativamente promover quaisquer mudanças de comportamento. Quando o ambiente chamado trânsito não oferece condições básicas de segurança e tranquilidade, podemos afirmar categoricamente que algo está falhando e na maioria das vezes o responsável é o ser humano. O estresse e o sistema nervoso são fatores predominantes que indicam o porque do nosso trânsito ser considerado inseguro – ambos são fortíssimos aliados em promover o comportamento agressivo dos usuários, e por consequência criar resultantes desfavoráveis a este ou aquele. Porém, entendemos que nada pode justificar a péssima educação praticada no trânsito, não observar a sinalização existente, não respeitar a ocupação do espaço que é de todos, não praticar condutas de boas maneiras, fatalmente o trânsito será um caos. Procure ser gentil, respeite o direito de ir e vir das pessoas, utilize o trânsito de forma inteligente, que desta forma você estará contribuindo para um convívio social, harmônico e sem danos, tanto material quanto humano.

Foto: Neizi Biolo

ser humano vive constantemente adaptando-se as novas leis, regras, normas, diretrizes ou algo semelhante, e estas provocam mudanças de comportamento, e toda mudança gera sempre um desconforto, mesmo que seja em benefício a coletividade. Mas o importante nesta condição é saber que o homem vive em grupo, e para que ocorra uma convivência harmônica entres os indivíduos, as adaptações ao meio devem estar acompanhadas com a observância no que diz respeito ao direito e o dever que cabe a cada cidadão. O trânsito que é o foco do nosso texto, agrega em sua estrutura veículos de forma generalizada, motoristas, pedestres e as condições mínimas necessárias de orientações para facilitar os nossos deslocamentos, a nossa comunicação e principalmente a interação entre os indivíduos. Mas o convívio entre os seres nas vias públicas envolve uma série de fatores que se não forem levados em consideração, acabam por tornar um trânsito violento e propenso a acidentes. Existem nas vias públicas diversos tipos de condutores (o que respeita, o super-experiente, o dono da via, o recém-habilitado, o domingueiro ou ainda o alcoolizado) e pedestres (o que respeita, o orgulhoso, o apressadinho, o agressivo, o indiferente, o distraído, o zombador) que precisam viver pacificamente respeitando direitos e deveres de cada um. Para promover a interação social no trânsito é necessário aceitarmos o que diz a legislação (conhecendo e cumprindo), as regras de circulação e conduta, abrindo mão quando necessário dos seus direitos para respeito ao direito alheio e ainda promover ajuda mútua para evitar ou solucionar problemas no trânsito.

DHIÊMIS METZ PINHEIRO Presidente do Conselho Municipal de Trânsito de Campos Novos

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Foto: Divulgação

COOPERATIVISMO

COPERCAMPOS ENTRE AS MAIORES DO AGRONEGÓCIO COOPERATIVA CELEBRA 45 ANOS E CHEGA A MARCA DE R$ 1 BILHÃO EM FATURAMENTO EM 2015

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om base em sua missão, a Cooperativa Regional Agropecuária de Campos Novos (Copercampos), que busca produzir, industrializar e comercializar insumos e alimentos de qualidade, com tecnologia, rentabilidade, garantindo o respeito ao meio ambiente, e através disso, promover o desenvolvimento socioeconômico e cultural, comemorou no dia 8 de novembro 45 anos de fundação. História que teve origem na coragem de 100 agropecuaristas da região de Campos Novos, que no ano de 1970 buscaram solucionar o problema de armazenagem de trigo construindo um armazém, e assim, deram início a esta grande história de conquistas, vitórias e sucesso. Em quatro décadas e meia, a cooperativa cresceu e se tornou em uma das mais importantes empresas do país. Em 2015, foi destaque na edição especial “Melhores & Maiores: as 1000 maiores empresas do Brasil”, publicada no mês de julho, pela Revista Exame, onde figura entre as maiores em vendas líquidas do país, e na relação com as 400 maiores empresas do agronegócio brasileiro, ocupa a 127ª posição no ranking baseado no exercício de 2014. Considerando as 50 maiores empresas do agronegócio da Região Sul, pelo critério de vendas líquidas, a Copercampos ocupa o 41º lugar e o 1º lugar de crescimento em Santa Catarina, com 22,8% de aumento de vendas no ano. Numa análise dessas informações, a 32

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cooperativa reafirma sua posição como a 2ª maior do agronegócio de Santa Catarina. “Ao longo desses 45 anos destacamos também a solidez da Copercampos mesmo em tempos de crise, pois tem como alicerce de suas ações, os conceitos do cooperativismo. É uma cooperativa que gera crescimento e desenvolvimento social, econômico e ambiental, que luta pelos direitos e valorização do produtor rural. É uma cooperativa que encontra na dedicação de seus funcionários o caminho para o sucesso e na confiança de seus associados o impulso para o crescimento e desenvolvimento do setor agrícola do país”, destaca o diretor presidente da Copercampos, Luiz Carlos Chiocca. Através de cursos, treinamentos e capacitações, a Copercampos busca oferecer o crescimento necessário para a vida profissional e bem-estar de seus funcionários. E o reconhecimento desta valorização, foi demonstrada mais uma vez, pela pesquisa realizada pelo Jornal Valor Econômico em parceria com a consultoria Aon Hewitt, onde aparece entre as cinco melhores empresa do Brasil na Gestão de Pessoas - Categoria 500 a 1000 funcionários, de acordo com números até dezembro de 2014. O diretor vice-presidente, Cláudio Hartmann, agradece e parabeniza a todos pelo excelente trabalho que realizam, promovendo assim o sucesso da cooperativa. “A Copercampos traz em suas raízes a determinação e a coragem de 100 agropecuaristas, que buscando solucionar um problema na armazenagem do trigo, investiram na construção de um armazém e assim deram início a cooperativa que hoje é referência no setor agropecuário”, destaca.

R$ 1 BILHÃO EM FATURAMENTO Há dois meses para o encerramento de 2015, a Copercampos atingiu a meta para 2015, alcançando R$ 1,17 bilhão em faturamento, um recorde histórico, devendo chegar a R$ 1,4 bilhão até o fim do ano. “O resultado é reflexo do planejamento estratégico realizado pela diretoria da cooperativa, que investiu na ampliação e compra de novas unidades, aumentando a comercialização de sementes e insumos, assim como a redução de despesas através de treinamentos e programas de segurança, qualidade e na valorização dos cereais”, enfatiza o diretor presidente, Luiz Carlos Chiocca.

CONFRATERNIZAÇÃO PELOS 45 ANOS Mais de 3 mil pessoas participaram no dia 7 de novembro no Parque Ambiental Ernesto Zortéa, em Campos Novos do almoço de confraternização alusivo aos 45 anos de fundação da Copercampos. O evento foi direcionado para associados e familiares, que puderam conhecer um pouco mais da história da cooperativa. Na oportunidade foram entregues um trator John Deere modelo 6130J e quatro vales compras no valor R$ 10 mil cada, a serem retirados em insumos agrícolas, totalizando R$ 200 mil em premiação da Promoção Show de Prêmios. O sorteio foi realizado no dia 5 de novembro em frente ao Departamento de Vendas da Copercampos e a promoção Show de Prêmios Insumos Agrícolas foi exclusiva para associados e alusiva aos 45 anos de fundação da cooperativa.



OPINIÃO

AUTOCONHECIMENTO PARA UM EQUILÍBRIO EMOCIONAL pesar de por muito tempo ir ao psicólogo ter sido considerado indício de grave perturbação emocional, nota-se hoje que conseguimos desmistificar este fato e o apoio psicológico passou para uma nova conceituação voltada à prevenção e orientação. Cada vez mais nos consultórios encontramos queixas voltadas a dificuldades de compreensão e enfrentamento de situações frustrantes, aparentando certa descrença existencial ou necessidade exorbitante de prazer imediato, constante. Para muitos teóricos do comportamento humano não suportamos mais as frustrações, basta ver pelos pais que não conseguem impor limites aos seus filhos por meio de um não, optando por compensações aos comportamentos que não suportam. Nos relacionamentos como um todo há falta de diálogo, comunicação, intimidade, desencadeia um espaço aos contatos via mídias sociais que muitas vezes se tornam a única forma de comunicação e entrosamento entre os indivíduos. Não se sabe o que o outro deseja, ou pior, o que realmente desejamos em nosso íntimo. As transformações sociais e culturais são inevitáveis, mas em meio a estas mudanças não podemos deixar de olhar para o “eu” real, aquele que acorda todo o dia, aquele que encontro em frente ao espelho. Precisamos conhecer e adequar nossos sentimentos e atitudes em busca daquilo que é e será por muito tempo a busca pelo bem-estar, equilíbrio emocional. Que para muitos considerado também o caminho para a felicidade. Para a Psicologia Positiva, o “significado é um componente importante para o estado de felicidade, ainda que o ritmo da vida moderna nos distancie dele”, (Revista Psique Ciência & Vida, nº85, jan/2013). Refletir sobre o que realmente sou, o que realmente quero, quais atitudes estão levando-me a atingir o que desejo, o que realmente importa, acaba-se esquecido devido ao imediatismo.

Desta forma, é necessário saber o real significado daquilo que fazemos ou almejamos para verificarmos se não estamos nos extremos destes dois lados, busca de um prazer constante e viciante ou sem motivos para seguir em frente. Saúde emocional é estar em equilíbrio entre o que nos satisfaz e o que nos impulsiona a enfrentar a frustração e alcançar o que realmente desejamos. Não se pode viver nos extremos, é necessário equilibrar. Como cita o músico Humberto Gessinger, “Somos quem podemos ser, sonhos que podemos ter”, desde que agucemos nosso autoconhecimento e valorizemos nosso “eu interior”. Que tal começar hoje?

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Tire um momento do dia para seu autoconhecimento, pense sobre o que gosta, o que deseja, o que é importante. Respire, relaxe, entre em contato com o seu interior; Realize atividades que lhe proporcionem prazer, seja uma leitura, artesanato, ouvir música, jardinagem ou que gosta de realizar e nem sempre é possível;

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Pratique alguma atividade física com regularidade, pode ser o que mais gostar, como uma caminhada, uma dança, etc.;

Visite amigos e familiares;

Não sofra por antecipação. Sempre que possível e quando se sinta em grande tensão, faça uma pausa;

Não alimente comportamentos/sentimentos destrutivos. E o mais importante: fomente sua autoestima e promova pensamentos positivos;

GLEICE APARECIDA DOS SANTOS

Psicóloga Clínica [CRP SC 12/08466] Especialista em Gestão do Cuidado e Psicopatologia

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Não seja tão rígido com você mesmo, ria mais. Permita-se aprender algo novo, sem pressa, sem obrigação apenas pela curiosidade, pelo prazer.


CULTURA

COM OBJETIVO DE ESTIMULAR A CULTURA E A LEITURA, FLICAM APROXIMA LEITORES E PRODUTORES LITERÁRIOS A PARTIR DE UM CICLO DE DEBATES

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realização do 3º Festival Literário e Cultural Camponovense entrou na rota dos grandes eventos culturais de Santa Catarina. Além dos camponovenses, outras 22 cidades participaram da programação do Festival. A Fundação Cultural estima que 20 mil pessoas desde crianças a adultos, prestigiaram as atrações culturais e a feira do livro nos quatro dias de programação gratuita do Flicam, realizado de 30 de setembro a 03 de outubro. O evento contou com a presença de escritores reconhecidos nacionalmente, como Pedro Bandeira, músico, escritor e apresentador Rolandro Boldrin, espetáculos teatrais, shows de mágicas, contações de histórias, sarau de poesias, palestras, festival de bandas, encontro com os escritores, autógrafos, lançamento de livro e a peça principal – o livro a preço popular. Para incentivar a venda de livros no Flicam a coordenação visitou os empresários para aquisição de vale livros e estes fizeram doação as entidades de suas preferências. Foram adquiridos mais de R$ 10 mil em vale livros pelos empresários. Isto mostra o envolvimento da sociedade de Campos Novos com o Festival e o incentivo à leitura e na formação das crianças e jovens estudantes.

CAMPOS NOVOS NA ROTA DOS EVENTOS Poder entrar em contato com a diversidade de expressões culturais, poder ter um livro autografado pelo seu idealizador, poder conhecer e dialogar com pessoas e culturas diferentes, poder viajar sem sair da cidade, poder se divertir de forma sadia, tudo isso num local só. Isso forma o combustível do Flicam, realizado há três anos consecutivos. “Investir em cultura é investir na alma na cidade. O legado da cultura é motivar as pessoas, gerar novas ideias e pessoas que vão fazer a diferença na comunidade no futuro. Muitos pais trouxeram seus filhos, filhos que trouxeram os pais, percebemos um interesse muito grande de toda região, sinal de que as pessoas estão se apropriando desse evento cultural”, destaca a superintendente da Fundação Cultural, Eliamar Mayer.

Segundo ela, o Flicam tem como missão desenvolver a valorização da experiência da leitura e aproximar a população de eventos culturais. “Mostrar a literatura como um processo vivo, que se dá não apenas com os livros, mas também com a presença junto ao público de importantes escritores de nosso país, ajuda não apenas a promover o interesse da sociedade pela leitura, mas também uma atmosfera de entusiasmo cultural na cidade de Campos Novos”, destaca. O 4º Flicam acontece em 2016 e alguns autores e artistas já foram convidados, mas ainda aguarda-se confirmação, entre eles: Augusto Cury, Marina Colasanti, Martha Medeiros, Almir Sater, Caco Barcellos, Dráuzio Varela e Bia Bedran.

POR UMA CULTURA GENUÍNA

LEITURA PARA AQUECER A ALMA Pedro Bandeira conversou com o público infantojuvenil, contando suas histórias, suas inspirações, além disso, deu conselhos e formou os pequenos futuros cidadãos. Pai de três filhos, avô de três netas e uma neta, Pedro Bandeira é autor de clássicos da literatura, mas foi com “A Droga da Obediência”, voltado para adolescentes - que ele considera seu público alvo - que ele se consagrou. “Um autor não serve para nada, a não ser para divertir e aquecer a alma”, disse ele durante o encontro com o público do Flicam. O desafio histórico, no entanto, ainda está em formar os leitores que encontrem esse prazer na leitura, uma situação que somente agora está melhorando no país, segundo sua avaliação. Ele também lembrou o compromisso da família na construção da educação de seus filhos.

Rolando Boldrin apresentou causos e sua paixão pelos tipos brasileiros Com a legítima pinga brasileira a tira colo, Rolando Boldrin, o apaixonado pelo gigante Brasil e sua diversidade cultural, se fez presente no Flicam com auditório lotado. Ator, cantor, compositor, contador de causos, poeta e escritor. A carreira de Rolando Boldrin é complexa, mas sua interpretação é pura, consciente e, por isso mesmo, emociona. Sua narrativa descreve o povo brasileiro, suas sensações

e aspectos. Todos se identificam com os “tipos humanos” apresentados de forma bem-humorada. Na verdade, o brasileiro é o protagonista de toda a obra de Rolando Boldrin. Sua história de vida funde-se com a história da música e da cultura popular do Brasil. O envolvimento do público foi tamanho que, de repente, este sente vontade de cantar junto, de participar das viagens e dos personagens apresentados. 35



Foto: O Fotógrafo

EMPREENDEDORISMO

próprio negócio MARI TITON SE TORNOU PROPRIETÁRIA DA WINE HOUSE EM 2015 COM A BAGAGEM DE QUEM ATUA DESDE OS 14 ANOS NO COMÉRCIO DE CAMPOS NOVOS

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rabalho é a palavra que define a empresária Mari Titon. Antes de assumir como proprietária da Wine House houve uma bela trajetória dedicada ao comércio de Campos Novos. Essa trajetória teve como diferencial a excelência no atendimento, com total respeito e dedicação ao cliente. Esse foi um dos principais fatores que a credenciaram para estar à frente de seu próprio negócio, afinal, seus clientes nunca foram apenas consumidores, mas também, amigos. Hoje, muitos são seguidores. “Arregaçar as mangas e ter fé naquilo que você gosta de fazer”, é o segredo do sucesso da empresária. Preço justo, qualidade e garantia deixaram de ser algo a mais, e passaram a ser condições básicas para qualquer produto ou serviço. Então, o que faz a diferença? A competência, o comprometimento, a eficiência e a eficácia, o entusiasmo, a gentileza, a simpatia e a educação de quem atende e lida direta ou indiretamente com o público. Satisfação em ser atendido e em se relacionar com sua empresa – o grande desafio dos empresários atualmente.

Eis a alma do negócio, segundo a empresária Mari Titon: “Não existe empresa próspera sem clientes satisfeitos. Como trabalhei muito tempo no comércio de Campos Novos, desde os 14 anos, reconheço o gosto dos clientes e como sou dedicada em satisfazê-los, tenho muito mais que clientes, tenho amigos. Depois vem o suor, a garra e a determinação de vencer”. Mari teve a oportunidade de adquirir a Wine House, empresa em que atuou por três anos como colaboradora. A empresa foi fundada em Campos Novos no ano de 2008. O seu maior incentivador nos negócios foi Gustavo Francisco Titon Camargo, seu filho, que perdeu a vida num acidente de trânsito no fim de 2014. A dor da perda de um filho é insuperável, mas também se tornou o combustível para que a mãe continuasse a lutar pelo sonho comum dos dois – ter o próprio negócio. Em janeiro de 2015, Mari Titon assumiu a Wine House. “O Gustavo sempre acreditou em mim, no meu trabalho e foi o meu grande incentivador no projeto de aquisição da Wine House. Assumi o negócio em memória a ele e embora sem sua presença de filho, segui a luta diária, não deixei o sonho morrer, como ele mesmo me ensinou, deixando um grande aprendizado para minha vida. Esse projeto era um sonho de nós dois e resolvi ir em frente ao invés de desistir, apesar das dificuldades”, disse a empresária.

A loja da Mari é particularmente uma volta ao mundo em um espaço muito aconchegante e amigo. Que tal a experiência de um cremoso chocolate suíço ou belga? Apreciar um bom vinho? Dizem que uma boa taça de vinho cura tudo (ou quase tudo). Numa visita a Wine House, isso é possível. Com produtos sofisticados, provindos de várias nacionalidades, como Estados Unidos e países da Europa, o empório traz muito mais do que diz seu nome, “Casa do Vinho”. Além dos rótulos dos melhores vinhos e espumantes nacionais e importados, a loja apresenta doces e chocolates, diversos rótulos de cervejas artesanais, geléias, biscoitos, queijos, embutidos, conservas, especiarias e temperos, nacionais e importados. Amadurecidos, os consumidores estão cada vez mais exigentes. “O mercado gourmet cresce cada vez mais porque as pessoas estão voltadas a busca de novas experiências. Com o surgimento da Wine House esses produtos ficaram acessíveis ao público camponovense, que antes experimentavam em outras cidades ou em viagens. Estamos sempre procurando novidades, inclusive atendemos a linha de produtos sugeridos pelos clientes, à medida que renovamos os estoques”, finaliza.

A WINE HOUSE OFERECE SERVIÇO COMPLETO PARA PRESENTEAR. São produtos com embalagens especiais, cestas, cartões e serviço de entrega. Periodicamente, a casa promove degustações dos produtos.

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Foto: Felipe Götz

CRÔNICA

OS

TE

do

O R U SO Por Marcos M. Holtz

A

os 30 anos acho que a gente pode olhar para trás com certa grandeza e para frente com muita dúvida. É ali que encontramos algumas respostas e seguimos abrindo portas de infindáveis perguntas. É a linha reta e pouco duradora de uma gangorra. O que foi a vida até aqui? E o que tem sido esbanjado em mera existência irresponsável? Afinal, qual o real compromisso humano com a vida? – me perguntei. Liguei para alguns amigos, arrumamos as cargueiras e fomos caçar respostas como um tesouro perdido num mapa pontilhado por trilhos.


Guilherme, Vagner, Felipe, Marcos e Guilherme completaram a trilha da Ferrovia do Trigo no RS

O jornalista de Campos Novos, Felipe Götz, concluiu o curso de jornalismo em Itajaí, cidade em que conheceu o mochileiro crônico Marcos Holtz, também jornalista, e os outros três amigos: Guilherme Hoefelmann, Vagner Porto e Guilherme Lages. Isso em 2004. Em 2015, os cinco amigos concluíram a trilha da Ferrovia do Trigo, numa viagem a pé de aproximadamente 50 quilômetros entre Guaporé e Muçum, no Rio Grande do Sul, o que exigiu dois

vista para o Viaduto do Exército, a segunda mais alta ponte ferroviária do mundo. Nos lambuzamos de atum em lata e descemos por uma estrada de barro. Metemos os pés numa corredeira fria e pedimos uma carona até o começo da Avenida Santa Lúcia. O “x” do nosso mapa. Um tesouro em forma de família numa casa simples e sem cercado. Em Muçum mora o nosso amigo Marciano, o filho homem dos Brandão. Quando chegamos exaustos, a cerveja gelada brilhava nos olhos e três galos fortes nos esperavam depenados e recheados com o melhor debulho colonial. À noite teríamos uma janta, ou melhor, uma festa. A família reunida de novo. Naquele dia não choveu e também não fez sol, mas não precisávamos de nenhum arco-íris. O pote de ouro estava no fim dos trilhos. O tesouro dos cinco caçadores de vida estava ali, estampado no sorriso puro e guardado no abraço caloroso e sincero da Família Brandão.

Foto: Felipe Götz

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eixamos Campos Novos no escuro, às 5h37min de sábado. Feriadão de Finados. Iríamos descobrir se estávamos de fato vivos ou apenas rastejando como zumbis famintos pela seção de produtos supérfluos de um supermercado urbano. O destino? Uma cidadezinha interiorana e pacata fincada nos rincões verdes do Rio Grande do Sul. Depois de dois pneus furados e um caso de amor com a borracharia “Siga bem caminhoneiro”, chegamos a Guaporé, o ponto de partida da saga. Todos prontos para cruzar, a pé, os 50 quilômetros da Ferrovia do Trigo que conduzem ao distrito acanhado e rural de Muçum. Na companhia harmônica de sol brando e nuvens protetoras, seguimos com nossas mochilas, trabalhando os tornozelos no solo de pedras. Um caminho digno de provérbios que inspiram luta, força e fé além de religiões. Éramos um quinteto de ateus e católicos contemplando a brisa que roçava as folhagens; compondo uma orquestra com o atrito dos pedregulhos, o eco dos túneis e a grave buzina da vagoneta de manutenção que deslizava por aquelas bandas. Cantarolávamos a capella as músicas de caubóis americanos, inspirando a trilha com o vozerão de Johnny Cash e seus comparsas. Sentíamos a liberdade fervilhar no sangue. Livres. Cercados por paisagens arrebatadoras e grandes pontilhões vazados que conectam as pontas de seus precipícios, desafiamos a vertigem e as rajadas de vento que teimavam nos derrubar. Passo a passo, dormente por dormente, concentrados somente em si, íamos deixando para trás a existência cancerígena e fútil. Dávamos novo fôlego à vida, saindo de um ciclo social moribundo, peregrinando em linha reta para o abraço na vida em uma estrada sem fim. Desdenhamos dos peitos e bundas explodindo no uso pobre do Instagram; abandonamos as maquiagens e as fitas cafonas de camarote; banimos nossas almas de toda exposição barata de corpos que vagam mortos e cegos, cultivando músculos, celebridades instantâneas, jogadores de futebol e cantores de músicas deploráveis. Reinávamos soberanos sobre o resto da sociedade vazia. A fantasia, a ilusão que chamavam de mundo, agora aparecia moída como carniça animal numa estrada de ferro; dilacerada por uma implacável locomotiva de vida.

Anoiteceu e acampamos à beira de um imponente viaduto. Dava de ouvir uma cachoeira ao fundo e o trem passar como trovoada terrestre na madrugada. Tomamos algumas cervejas, fritamos linguiças e fomos dormir. Escrevi:“Um lugar que não me canso de desafiar. Um lugar que me agiganta e, ao mesmo tempo diz: “cara, tu não és nada”. Contraditória e massacrante, a Ferrovia do Trigo é uma mãe daquela que te deixa viver. É um lugar que me põe distante de tudo que é fútil, de tudo que só me consome; me afasta da vaidade e me apresenta ao meu verdadeiro eu. Sou Marcos Holtz, deitado numa barraca com seus melhores amigos às 22 horas de sábado, num feriadão. Os jovens estão sujando seus corpos por aí. Os sapos não param de coaxar lá fora, talvez eu seja um deles eternamente. O SAPO.” De manhã a neblina acobertava o vale. Atravessamos a ponte e marchamos por mais intermináveis túneis com dois quilômetros de puro breu. Passamos por paredões de rochas cortadas e perto do meio dia acendemos uma fogueira com

dias de forte caminhada e uma noite de acampamento. A viagem foi a revanche para os Railroad Brothers –em 2014, completaram o caminho a duras penas; no início de 2015 os amigos voltaram, mas não conseguiram terminar; em 30 de outubro, foi o tira-teima. A aventura rendeu uma novela de quatro capítulos até a chegada a casa da família Brandão, em Muçum. A novela está disponível no site mochilacronica.com, do jornalista Marcos Holtz.




MÚSICA

APAIXONADO PELA CULTURA GAÚCHA, BENITO ZANDONÁ NÃO MEDE ESFORÇOS PARA MANTER VIVA A MÚSICA E OS VALORES DO ESTADO VIZINHO

Encontro com a

tradição uem participa ou ouve falar do Encontro dos Gaiteiros do Galpão Caipora Viu, que acontece anualmente em Campos Novos, talvez não saiba, mas por trás dele existe um homem que desde cedo carrega consigo o orgulho pela cultura gaúcha. Aos 55 anos, Benito Zandoná não esconde a paixão pela pilcha, pelo churrasco, pelo chimarrão e claro, pela gaita. Sua relação de dedicação pelo tradicionalismo começou cedo. Influenciado pelos avós tradicionalistas, apaixonouse pela cultura gaúcha e desde jovem já montava no lombo do cavalo e dava indícios de que seria responsável por repassar ensinamentos para outras gerações. Com orgulho, Zandoná lembra que na década de 80 ele e alguns amigos e familiares foram responsáveis por trazer para Campos Novos a primeira chama crioula. Para isso viajaram a cavalo até Vacaria, no Rio Grande do Sul, onde acenderam o fogo simbólico e mesmo abaixo de chuva o trouxeram até a prefeitura do município. A partir desse momento a semente da tradição estava plantada e apesar de alguns desafios, ano a ano eventos que evidenciavam a cultura do estado vizinho foram aparecendo. Zandoná auxiliou na organização da primeira Semana Farroupilha da cidade e em 2000, o nascimento da Semana do Gaúcho. 42

REVISTA VITRINE

Se o tradicionalismo chegou até Campos Novos há mais de 30 anos, foi na última década que o crescimento fugiu do controle e dos sonhos mais ambiciosos. Ao trazer para tocar no casamento de sua filha o músico Adelar Bertussi, o próprio sugeriu para Zandoná que organizasse um encontro de gaiteiros na cidade. Aconselhado por um dos pioneiros da música tradicionalista gaúcha, ele passou a se dedicar para que o evento fosse alcançando um número maior de participantes. “Convidei dois ou três gaiteiros de Campos Novos e passamos a tarde tocando e cantando. Aí o Adelar me disse: por que não fazem um encontro de gaiteiros aqui? Gostei da ideia e nem esperei chegar setembro (quando se comemora a Semana Farroupilha). Fiz a primeira edição em fevereiro em 2007”, recorda Zandoná. Inicialmente o evento era realizado no Galpão Caipora Viu, um galpão construído aos fundos da casa do tradicionalista e custeado com seu próprio dinheiro. Em 2008 o entusiasmo já que era tanto que foram realizadas duas edições do Encontro de Gaiteiros. “O povo começou a se avisar sobre o evento e em cada edição juntava mais gente”, conta o idealizador do projeto.


Benito Zandoná (D) com Adelar Bertussi (C) e com o tradicionalista Orival Gomes de Almeida

Primeiros Encontros no Caipora Viu

Mary Terezinha no Encontro dos Gaiteiros de 2014. Na foto ao lado, apresentação no Galpão Crioulo lotado, em 2015

Em 2009 foi necessário pensar em um local maior para a realização do encontro, isso porque o galpão tinha se tornado pequeno para tantos apaixonados pela música rio-grandense. Para custear o evento que já reunia apreciadores do tradicionalismo da cidade e região, também precisou buscar apoiadores, que nas suas próprias palavras, “nunca se negaram em contribuir”. Com dez edições no histórico, o Encontro de Gaiteiros já trouxe para Campos Novos músicos tradicionalistas de renome nacional. Além do próprio Adelar Bertussi, também já passaram pela cidade nomes como Ernesto Nunes, Oswaldir e Carlos Magrão, Mary Terezinha, Luciano Maia, entre tantos outros. Entretanto, os amantes da cultura gaúcha da região têm um espaço especial: o carro-chefe dos encontros são os gaiteiros locais, que se apresentam primeiro e depois para fechar o evento vem um grande show”, explica o organizador. Para estimular o interesse no instrumento responsável pelo encontro, o genro de Zandoná também dá oficinas para aprender a tocar gaita e o resultado não poderia ser melhor. “Até grupo de gaiteiros se formaram devido ao incentivo do encontro”, afirma Benito. Se no primeiro evento os gaiteiros eram contados nos dedos de uma mão, no mais recente, em 2015, passaram de 80. Para Zandoná, o encontro é um resgate da cultura e hoje até a juventude pegou o gosto pela música gaúcha.

DIZEM QUE EU SÓ VIVO DO PASSADO, MAS EU DIGO QUE CONHEÇO AS MINHAS ORIGENS

COLECIONADOR DE HISTÓRIAS E quem pensa que a paixão pela cultura gaúcha acaba por aí está enganado. Benito Zandoná ainda organiza na sua casa uma espécie de museu com objetos antigos e que contam a história da tradição – o Galpão Caipora Viu. Para os apreciadores, o local pode ser considerado até um ponto turístico. Tudo é organizado com a ajuda dos amigos e as lembranças do seu avô. Quando questionado sobre qual razão de realizar esse trabalho minucioso ele responde: “dizem que eu só vivo do passado, mas eu digo que conheço as minhas origens”. Nascido em Campos Novos, Zandoná tem um amor pela tradição gaúcha. O homem que começou laçando em torneio diz que toda a vida gostou de gaita e mesmo não sendo gaiteiro valoriza e é um apreciador. “Onde tiver barulho de gaita eu estou presente”, brinca.


VIAGEM

TROQUE A VIAGEM DOS SONHOS PELA

VIAGEM POSSÍVEL E DIVIRTA-SE

V

Avaliando em números, devido a inúmeras promoções oferecidas, está mais barato viajar em 2015 do que no ano passado. Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, realizado com mais de 2 mil famílias, para o Ministério do Turismo, os brasileiros apresentaram uma pequena queda na disposição em efetuar gastos com viagens. Comparando junho de 2015 ao mesmo mês do ano anterior, a intenção caiu somente 1,6%, sendo que preferência por destinos nacionais aumentou, uma vez que a preocupação das viagens internacionais são os custos com alimentação e compras que ficam ainda mais dispendiosas quando há o uso de cartões de crédito. “As pessoas estão trocando a viagem dos sonhos pela viagem possível”, diz o Vice-presidente de Produtos, Marketing e Vendas da CVC, Valter Patriani.

iajar é investir em experiências que o dinheiro pode comprar, mas que não têm preço. Nada melhor do que arrumar as malas depois de uma longa temporada de trabalho sabendo que dali em diante tudo será uma festa! Em tempos de alta taxa cambial, uma boa notícia sobrevoa o mercado de viagens: viajar ainda não é crítico para os turistas. Por meio de promoções, as empresas do setor apresentam alternativas diversas para que seus clientes não deixem de viajar. Se você também acredita que viajar é experimentar, sugerimos que antes de abrir a carteira, você abra a mente para novas possibilidades. Quando vier o questionamento: “será que vai dar para viajar esse ano?”, relaxe, pois as chances de um “sim” são enormes. Tudo o que você precisa é planejar e fazer boas escolhas. Elas são a garantia de voltar das férias com o saldo positivo e apenas boas lembranças na bagagem.

MAS COMO PLANEJAR SUA VIAGEM, DIANTE DE UM CENÁRIO DE RESTRIÇÃO? ADOTE ESTAS DICAS E ABRA A MENTE PARA NOVAS POSSIBILIDADES

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PLANEJE COM ANTECEDÊNCIA Quanto mais organizada a viagem maior a chance de reduzir custos.

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VIAGENS INTERNACIONAIS Verifique os lugares com um custo de vida mais baixo, como países da América do Sul, República Dominicana, Caribe, Portugal, Grécia e Espanha.

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HOSPEDAGEM O grau de luxo e conforto são os principais pontos que impactam nos valores da viagem. Sendo flexível neste quesito, surgem ótimas oportunidades.

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DESTINOS NACIONAIS O Nordeste domina a lista dos favoritos, mas para otimizar pense em opções não tão comuns como: João Pessoa ou Aracaju. Existem muitos destinos ainda pouco explorados que além de ótimo custo benefício apresentam belas paisagens e uma boa infraestrutura.

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VIAJE EM BAIXA TEMPORADA Escolha o destino e verifique a melhor época em termos de movimentação e valores.

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PASSAGENS AÉREAS Flexibilidade de datas e horários é muito importante.

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USE SUAS MILHAS Quem consegue usar o cartão de crédito como um aliado só tem a ganhar com os programas de milhagens oferecidos pelas bandeiras de cartão. É possível viajar dentro do Brasil com 10.000 pontos, na baixa temporada.

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DIVIRTA-SE MAIS E COMPRE MENOS Troque os roteiros de compras por bons restaurantes, parques, museus, cafés, bairros pitorescos, passeios de bicicleta ou mergulhos no mar. Use a criatividade para desfrutar de um lugar desconhecido e levar na bagagem muitas emoções que podem ser gratuitas e durar para sempre.

TADEU ONEDA E A Átria Viagens possui experiência de mais de 10 anos e todos os canais e recursos para planejar com você a viagem dos seus sonhos. Da escolha do destino até o cronograma e roteiro da viagem, com total aproveitamento do seu tempo e o máximo de experiências possíveis. Faça contato com a Átria e tenha certeza de que viajar é possível sempre, basta planejar e querer! 44

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JULIANE ONEDA, PROPRIETÁRIOS DA ÁTRIA VIAGENS 49 3533 2644 ATRIAVIAGENS.COM.BR



EDUCAÇÃO

Retratos do meio ambiente PROJETO DESENVOLVIDO PELA EEB GASPARINO ZORZI HÁ 12 ANOS, EXPLORA A FOTOGRAFIA COMO INSTRUMENTO DE CONHECIMENTO NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

CONFIRA AS FOTOS FINALISTAS DO CONCURSO,

AVALIADAS POR JÚRI ESPECIALIZADO

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sensibilidade para com as questões da preservação do meio ambiente se transformou em assunto de escola. O resultado desse esforço é o concurso Retratando o Meio Ambiente desenvolvido na Escola de Educação Básica Coronel Gasparino Zorzi, há doze anos. Com o acesso dos estudantes a câmeras fotográficas e aparelhos celulares, o concurso fotográfico visa o aproveitamento desses recursos tecnológicos, como instrumento de conhecimento. Essa atividade proporciona grande entusiasmo nos alunos e as aulas se tornam muito mais atrativas, garante a coordenadora, professora Nádia Goulart. O projeto visa sensibilizar os estudantes, para que estes adquiram uma postura de comprometimento e preservação perante o meio ambiente, para que as próximas gerações possam desfrutar de tantas belezas naturais quanto as existentes hoje. A fase inicial do projeto concentra-se em estudos referentes ao tema e também, noções sobre fotografia com profissionais da área. Todos os anos, a escola apresenta um tema diferente, sempre com intuito de lançar o olhar dos estudantes ao meio ambiente. Para participar do concurso e concorrer aos prêmios de 1º a 3º lugar em duas categorias, os estudantes produziram uma foto referente ao tema e uma frase de sua autoria, como legenda da imagem. De acordo com a professora Nádia, o projeto usa a fotografia como elemento de aprendizagem na educação ambiental. “Trabalhar a fotografia, permite desenvolver alunos observadores, críticos, reflexivos, sensíveis e construtores de conhecimento. Neste processo de aprendizagem, a fotografia não é o produto final do projeto, mas a observação, análise e estudo da imagem e as interferências com que o aluno produzirá através dela, é o que há de mais significativo para o seu desenvolvimento cognitivo. Sentir-se parte ambiente é tornar-se responsável por ele”, explica. 46

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2015 | “AVES EM SEU HABITAT NATURAL” Kauê Antunes Moreira – Campeão 1ª Categoria

2015 | “AVES EM SEU HABITAT NATURAL” Fabricio C. dos Santos – Campeão 2ª Categoria


2009 | “A IMPORTÂNCIA E A BELEZA DAS ÁRVORES” Fabiana Chiamolera Piroli

2011 – “PAISAGENS NATURAIS” Maria Carolina Molon

2010| “A BELEZA DAS FLORES E SEU ENCANTO PARA A VIDA”

2005 | “BELEZAS NATURAIS SEM INTERFERÊNCIA HUMANA” Michele Ortiz

Bruna Alves dos Santos 2014 | “CHUVA, GOTAS E BROTOS” Alex Eduardo Ramos

2012 | “UM OLHAR ATRAVÉS DE PORTAS, JANELAS E PORTÕES”

Edimar Leandro Venturin

2013 | “FENÔMENOS NATURAIS”

Ester Regina da Silva

2008 | “OS ANIMAIS E SEU HABITAT NATURAL”

Lucas de Lorenzi

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OPINIÃO

A EVOLUÇÃO DAS

COMUNIDADES TERAPÊUTICAS

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a segunda década do século 20, Frank Buchman, ministro evangélico luterano, fundou uma organização religiosa, que transmitia como mensagem essencial o retorno à pureza e à inocência dos primórdios da igreja cristã. Os transtornos mentais e o alcoolismo eram contemplados pelas preocupações do movimento por serem considerados sinais de “destruição espiritual”. Parte das ideias e práticas incluía a ética do trabalho, o cuidado mútuo, a orientação partilhada e os valores religiosos da honestidade, da pureza, do altruísmo e do amor, a reparação e o trabalho conjunto. O termo Comunidade Terapêutica (CT) foi primeiro usado por Maxwell Jones, um psiquiatra preocupado como fato de que a psiquiatria tradicional parecia não estar ajudando os pacientes. Para solucionar esse problema, convidou vários profissionais para o que chamou de reunião mundial, visando investigar como falar diretamente com seus pacientes, procurando desmistificar a imagem autoritária dos profissionais que atuavam nos hospitais, insistindo bastante na ideia da autoajuda, de ajuda mútua e de que todos deveriam trabalhar juntos para ajudarem a si mesmos e os demais.

Foto: O Fotógrafo

EM 2015 FOI APROVADO O MARCO REGULATÓRIO DAS COMUNIDADES TERAPÊUTICAS

Desde essa época, as Comunidades Terapêuticas vêm passando por um processo de transformação e evolução, para melhoria na qualidade do serviço de atendimento a pessoas portadoras de transtornos decorrentes do uso, abuso ou dependência de substancias psicoativas. Em 2001, a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), adotou a Resolução de Diretoria Colegiada – RDC101/01 como Regulamento Técnico para o Funcionamento das Comunidades Terapêuticas. Foi nesse mesmo ano que a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), o órgão responsável por coordenar e integrar as ações do governo relativas à redução da demanda de drogas desenvolveu um amplo processo democrático com participação governamental e popular, para o realinhamento da política vigente no país desde então. Desse movimento, foram aprovados diretrizes para o tratamento, recuperação e reinserção social e ocupacional do dependente químico. Nesse ano de 2015, aconteceu o Marco Regulatório das Comunidades Terapêuticas, um momento histórico para todas as CTs do Brasil, onde através da Resolução do CONAD n°01/2015, regulamenta, no âmbito do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD), todas as entidades que realizam o acolhimento de pessoas, em caráter voluntário, com problemas associados ao uso nocivo ou dependência de substancias psicoativas, caracterizadas como comunidades terapêuticas. A Comunidade Terapêutica São Francisco já está adequada ao novo Marco Regulatório, o que facilitou o ultimo convênio firmado com o estado através do Projeto Reviver, sendo que 10 das vagas oferecidas pela CT é financiada pelo estado. O próximo convênio a ser firmado será em âmbito nacional, com o SENAD, através do Programa “Crack é possível vencer”, onde 30 das 60 vagas oferecidas pela CT poderão ser preenchidas por dependentes químicos de todo o Brasil.

FRANCIELI SCHLAGER GRIS Psicóloga e coordenadora da Comunidade Terapêutica São Francisco – Unidade de Campos Novos

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PROFISSÃO

UM NOVO OLHAR

PARA A CONTABILIDADE

U

ma empresa passada de pai para filho, que tem como missão oferecer os melhores serviços aos seus clientes. Assim pode ser resumida a Orcatéa Escritório de Contabilidade, que tem sua matriz na cidade de Campos Novos, no Meio-Oeste de Santa Catarina, e uma filial em Itapema, no litoral do Estado. Um passo à frente no que diz respeito a Gestão Tributária, oferecendo ferramentas personalizadas e inteligentes aos clientes, a Orcatéa iniciou seus trabalhos em 1970, sob a administração de Hilário Zancanaro. Em 2004 seu filho, Silvio Alexandre Zancanaro, assumiu a função de gestor e desde então traz uma visão jovem e atualizada no ramo da contabilidade, sem nunca esquecer dos princípios básicos iniciados por seu pai: alta qualidade na prestação de serviços, superando as expectativas dos seus clientes e com custos satisfatórios.

O GRANDE DIFERENCIAL da Orcatéa é a preocupação em oferecer técnicas para os cerca de 400 clientes irem bem em seu negócio. Além dos tradicionais serviços da contabilidade, recentemente a empresa passou a oferecer consultoria em gestão aos parceiros. Hoje ela divide-se em cinco setores, com um serviço personalizado. EQUIPE DA ORCATÉA Escritório de Contabilidade

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Zancanaro explica que três dos setores trabalham com pequenas e médias empresas e conhecem todo o processo desenvolvido pelos clientes, na intenção de orientá-los da melhor forma possível na área da contabilidade e também aumento de seus lucros. Para 2016, a Orcatéa irá se especializar nas áreas das empresas parceiras. “Cada setor vai se especializar na área da empresa a qual prestamos serviços. Com isso teremos maior qualificação na prestação de serviço”, justifica. Segundo ele, a visão de contador como um guarda de papel acabou. Hoje o empresário contábil produz ferramentas de tomada de decisões. Com um mercado cada vez mais exigente, a atualização e capacitação dos colaboradores se tornaram uma marca da Orcatéa e que é defendida pelo seu diretor. Os funcionários são constantemente capacitados para oferecerem as melhores soluções na hora em que os clientes precisarem resolver problemas empresariais. Segundo ele, o escritório de contabilidade que não se capacitar está fora do mercado. “Pesquisas de satisfação comprovam que nós temos uma participação de mercado maior pela capacitação e pelo o que estamos fazendo”, avalia. Conforme frisa o diretor, depois de conquistar um número satisfatório de clientes, o foco passou a ser a qualidade do serviço oferecido. “Quero oferecer ferramentas para os meus clientes se tornarem cada vez melhores e mais competitivos”, ressalta.

Foto: O Fotógrafo

DIRETOR DA ORCATÉA ESCRITÓRIO DE CONTABILIDADE FALA DA IMPORTÂNCIA DO SERVIÇO DE CONSULTORIA E GESTÃO E COMO ISSO PODE CONTRIBUIR NO SUCESSO DAS EMPRESAS


Foto: O Fotógrafo

SILVIO ALEXANDRE ZANCANARO, diretor da Orcatéa Escritório de Contabilidade

ESPECIALIZAÇÃO COMO CHAVE DO SUCESSO Quando criança, Silvio Alexandre Zancanaro sonhava em ser professor de educação física. Mas na fase adulta, ouviu os conselhos de sua mãe e optou pela contabilidade, área em que sua família já possuía um negócio próprio. Iniciou sua formação com um curso técnico e na sequência a graduação em Ciências Contábeis. Longe de acreditar que era suficiente, ainda concluiu três pós-graduações na área. No seu currículo de formação, também aperfeiçoou-se estudando na Europa, através de disciplinas do seu último MBA. Quando esteve em Portugal, aprimorou os conhecimentos na área de planejamento estratégico em hospitais, onde adquiriu mais informações sobre espaços públicos, que bem organizados também podem dar rendimento. Da Espanha, trouxe informações sobre a desburocratização para vender um produto. Com vasta formação, o sucesso profissional é consequência. Mas Zancanaro mesmo recorda que passou por diferentes funções na sua área até ocupar o cargo de diretor da Orcatéa. Segundo ele, desde os 12 anos já estava colaborando com a empresa da família. Quando concluiu a graduação deixou a Orcatéa por um tempo, trabalhou na prestação de consultoria para empresas e passou a ser administrador de uma fábrica de eletrodomésticos. Ao retornar à Orcatéa para ocupar o cargo até então do seu pai, tinha além do conhecimento acadêmico, vivências de mercado e uma visão jovem, focada nas ferramentas de gestão que hoje oferece aos clientes. Orgulhoso da sua profissão, ele acredita que a contabilidade possa ser aplicada em diferentes áreas. Ele avalia que se os gestores públicos e privados aplicarem conceitos da contabilidade nas suas administrações, estarão em condição mais confortáveis e atendendo melhor a população. “Os empresários que souberem utilizar os relatórios oriundos da contabilidade vão estar muito mais preparados”, recomenda.

A VISÃO DE CONTADOR COMO UM GUARDA DE PAPEL ACABOU. HOJE O EMPRESÁRIO CONTÁBIL PRODUZ FERRAMENTAS DE TOMADA DE DECISÕES.

NECESSIDADE DE PLANEJAR A experiência profissional permite que Zancanaro seja enfático ao afirmar: “o empresário que não se preparar documentalmente, não terá sucesso”. Numa visão macro, ele ressalta que o sistema burocratizado do Brasil e o momento político interferem na situação empresarial. “A crise política é muito mais importante que a financeira: ela fez investidores perderem a confiança para trazer riquezas para o Brasil”, avalia. Para o contador, o cenário está delicado para quem não estava preparado ou não se preocupou. Com conhecimento no que fala, o diretor da Orcatéa recomenda que esse é o momento de se preparar. “Quando a crise passar, as empresas que estiverem organizadas estarão dois, três passos na frente daquelas que não estão. Estarão muito mais propicias a terem mais sucesso do que aquelas que não estão”, conclui.

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BELEZA

Empreendedor

da beleza

EM 2010, LINEU SCHLINDWEIN ABRIU SEU PRÓPRIO SALÃO EM CAMPOS NOVOS E SE TORNOU O QUERIDINHO DAS CAMPONOVENSES

L

ineu Schlindwein, aos 16 anos, teve seu primeiro contato com a profissão de cabeleireiro na cidade de Joaçaba, em 2008. Foi uma oportunidade que surgiu e embora sem experiência, ele resolveu encarar o desafio. Aos poucos foi descobrindo verdadeira paixão por essa nova profissão. O seu primeiro dia de trabalho ficou gravado na memória. “Foi em um sábado, nós atendemos duas irmãs que iriam se casar. No final do dia depois de acompanhar toda a produção me deparei com noivas lindas e acima de tudo extremamente felizes por um dia tão especial. Neste momento algo me tocou, então percebi que era exatamente isso que eu queria fazer”, destaca. Conhecer mais sobre área da beleza e encontrar formas de se especializar no trabalho sempre foram atividades que despertaram o interesse de Lineu que já trabalhou em Porto Alegre, Caçador e depois mudou definitivamente para Campos Novos,

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abrindo seu próprio salão. “Sempre tive paixão por adquirir mais conhecimento. A área da beleza está sempre inovando tanto em relação à tecnologia quanto as tendências. O conhecimento é essencial para oferecer um trabalho de qualidade para os clientes que estão sempre acompanhando tudo na internet”, ressaltou o profissional. A abertura do salão Lineu Schlindwein Cabeleireiro aconteceu em 2010 em Campos Novos. Foram seis meses de trabalho que mostraram que a estrutura seria pequena para um grande sonho. Então houve a necessidade de mudar para uma sala com melhor espaço e localização, pois o desejo era de um ambiente organizado para melhor atender seus clientes. Aos poucos o projeto foi tomando forma e hoje o novo endereço na Rua Coronel Lucidoro – Centro, conta com TV, Wi-Fi, ambiente climatizado, cafezinho, ampliação da equipe e mix de serviços prestados com a utilização de produtos de alta qualidade. O conhecimento nunca foi deixado de lado, as atualizações foram constantes. Grandes conquistas foram alcançadas. “Me formei em academias de bastante renome como Toni&Guy em cortes, academia italiana, Pivot Point em noivas, academia americana. Ambos têm reconhecimento internacional, me credenciando para trabalhar fora do país”, conta. Posteriormente Lineu foi convidado a ser o técnico regional da Macpaul

Professional. E com isso, a participação em cursos, especializações, workshops e oficinas são constantes em São Paulo. Como diferencial, Lineu Schlindwein Cabeleireiro oferece ambiente personalizado para os clientes. O atendimento é feito com no máximo três pessoas por horário e somente com hora marcada. “Mais do que conquistar clientes, o importante é mantê-los. É por isso mesmo que aqui nós fazemos tudo sempre com muito amor, humor e profissionalismo”, destaca. A cidade de Campos Novos foi escolhida para implantação do salão. “Devo muito a esta cidade, pelo número de clientes e pela forma com que me receberam. Hoje trabalhamos com uma equipe de seis pessoas. Vemos o salão como uma empresa, estamos bem assessorados em tudo o que fazemos, muitas pessoas colaboram com o resultado final. Estamos sempre abertos a sugestões, ouvimos os clientes. Nossa intenção não é atender o cliente uma vez e sim criar um vínculo que permaneça por muitos anos”, disse ele.

SALÃO LINEU SCHLINDWEIN Rua Cel. Lucidoro, Centro 49 9995 2775 | 3541 1183 /cabeleireiro.lineu


COMPORTAMENTO

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Foto: Poliana Sabei

stilo é tudo o que somos. Nosso jeito de andar, de se mexer, o toque pessoal que damos àquela roupa. A escolha das cores que gostamos, os formatos, comprimentos. É a identidade visual de cada pessoa. Vai além de tendências de moda, dos acessórios do look, dos detalhes da roupa. Estilo precisa vir de dentro de nós, em nossos gostos mais profundos, que nos diferenciam dos demais. Como aquela sua mania de jogar o cabelo para trás, de se expressar em uma conversa, ou de vestir uma camisa branca toda sexta-feira, por crenças pessoais. É peculiar, original. Autenticidade. Essa é a palavra que me agrada mais, para definir a expressão “tem estilo”. Quando nos referenciamos a alguém, a algum objeto que consideramos com esse toque único. O fato é que todos têm estilo, afinal cada pessoa é única, diferenciada. Embora o ser humano tenha tanta necessidade de se sentir aceito em um grupo, ou meio social, às vezes esquece que o interessante é justamente cada diferença entre as pessoas, complementando um ao outro. Porém, no mundo da moda o que torna “ter estilo” como uma característica a ser percebida em alguém, é a harmonia de cores, formas, valorizando os pontos fortes da silhueta, disfarçando pontos fracos ou que não gosta, a unidade visual que se forma ao se vestir, representando verdadeiramente sua personalidade. O externo, representando o interno do ser. Então tudo fica harmônico, e essa pessoa é considerada como quem “tem estilo”. E realmente não há como negar enfim, porque aquele que tenta “fazer um estilo”, é como uma máscara, pode funcionar por um momento, mas irá ser desvendada ao longo do tempo, ao se conhecer melhor essa pessoa. Uma das frases que mais gosto, de um autor desconhecido, diz que: “as pessoas mais bonitas que conheço só se vestem de si mesmas”. E acho que é isso. É vestirse de si mesmo.

THAYS SABEI Estilista e Consultora de Moda, atua há seis anos como estilista e consultora de moda em seu Ateliê 49 3544 0477

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CONHECIMENTO

AS LEIS DA FÍSICA POR UMA DIREÇÃO MAIS SEGURA PROFESSOR E EMPRESÁRIO SHUICHI MURAKAMI ENSINA NA PRÁTICA AS TEORIAS DA FÍSICA PARA EVITAR DOR DE CABEÇA NO TRÂNSITO

O Código de Trânsito Brasileiro estabelece a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança para condutores e passageiros em todas as vias do território nacional. A função básica do cinto de segurança consiste em impedir que os corpos dos ocupantes de um veículo em movimento sejam projetados para frente, no caso de uma colisão frontal. Isso ocorre devido a um comportamento natural de qualquer corpo, descrito pelo Primeira Lei de Newton: “Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em linha reta, a menos que seja

obrigado a mudar aquele estado por forças imprimidas sobre ele”. Essa propriedade dos corpos de resistir a alterações no movimento é chamada de inércia. Daí, a Primeira Lei de Newton ser também conhecida como Princípio da Inércia. Essa relação da física e trânsito está sendo estreitada pelo professor e empresário Shuichi Murakami. Em um projeto inovador desenvolvido junto as autoescolas, o professor garante que os conceitos de física e a prudência podem interromper o crescimento das estatísticas relacionadas a acidentes de trânsito.


Quais os benefícios para o trânsito e para a vida dos cidadãos?

Bem, para dizer a verdade, essa ideia já vinha de algum tempo atrás. Ao assistir alguns clipes de acidentes de vários tipos e alguns in loco. O que constatei me deixou bastante intrigado, e isso é reforçado quando sabemos que segundo alguns estudos, mais de 99,9% dos acidentes seriam evitáveis. Imaginava que todos os motoristas aplicassem os conhecimentos básicos da prudência e da física aplicada durante a direção. Entretanto, os resultados (acidentes) comprovavam que isso está muito longe da realidade. Parece que não associam (ou tem dificuldade de associar) o que estudaram nas escolas com as situações do trânsito. Então comecei a analisar os tópicos que poderiam ser de importância vital, pelo menos para os novos motoristas e quem sabe, até para alguns veteranos para a condução segura. Todos podem ganhar.

Como é o funcionamento do projeto? Eu o batizei de “Física aplicada à direção segura”. Veja que este projeto poderia ser aplicado livremente, entretanto me pareceu que a sua eficácia poderia ser multiplicada se conseguíssemos parcerias com as autoescolas e me pareceu bastante interessante para elas, pois além da aula diferenciada, estaríamos somando esforços para a redução dos acidentes e as consequências. Certo da boa receptividade, resolvi levar adiante e fui conversar com a direção de uma autoescola. A primeira que contatei foi a Autoescola Padrão que gostaram da ideia e prontamente agendaram uma data para fazer a aula-palestra inaugural. Foi uma experiência desafiadora e muito interessante.

O senhor também aborda a respeito da sinalização ou legislação de trânsito? Não, pois isso as autoescolas já cumprem muito bem o seu papel. Entretanto aproveito para ressaltar que, o bom-senso deve prevalecer sempre. Não adianta em nada você estar absolutamente correto e dentro da lei se vier a sofrer um acidente por conta disso. Imagine por exemplo

O senhor é autor de um livro que introduz um novo método para calcular os preços de vendas. Pretende lançar outro a partir desse trabalho com as autoescolas? Por ora não pensei nisso, talvez no futuro, quem sabe? No momento estou fazendo as revisões e ampliações do livro citado e, posso lhe adiantar que teremos novidades. Também estou concluindo as revisões de um outro livro-manual voltado para o pessoal que utilizam o desenho técnico mecânico. Será algo como “Manual de Cotação Funcional”. Como a literatura deste assunto é muito escassa, imagino que a técnica seja pouco difundida ou vice-versa. Suspeito que isso pode estar ligado ao alto índice de refugos, retrabalhos e elevação de custos nas indústrias. Sem contar os intermináveis “remendos” de projetos e esses fatores reduzem o nível de competitividade das indústrias, notadamente no cenário internacional.

Foto: ABM

omo surgiu a ideia de fazer esse trabalho de formação nas autoescolas?

Com certeza, muitos. Por exemplo: se você souber calcular ou converter de cabeça a velocidade de um carro em km/h para m/seg ou vice-versa, certamente entenderá o porquê das limitações de velocidades em zonas urbanas e sobretudo em estacionamentos de supermercados e similares. Saberá estimar a distância segura a manter do veículo à sua frente em função da pista, peso do veículo e velocidade, por exemplo. Como pode-se notar, muita gente ainda parece não ter a menor ideia disso e, está colocando em perigo iminente a si e aos outros. Cito um exemplo que encontrei de uma situação hipotética na internet. Imagine uma mãe cuidadosa que segura o seu bebê de 5,5kg no colo, sentada no banco de trás, com o seu cinto de segurança, em um carro a 40km/h. Imagine que, por alguma fatalidade, ocorra uma colisão frontal deste veículo contra uma parede. A força de impacto do bebê sobre os braços da mãe deverá ficar em torno de 155kgf (provavelmente o triplo ou mais, do peso desta mãe). Nessas condições, mesmo sendo uma super-mãe, não poderia continuar segurando o seu bebê. E por aí vai...

que você esteja trafegando na velocidade recomendada (completamente coberto de razão) na sua pista e, no sentido contrário, um motorista imprudente, inexperiente ou pior, alcoolizado. E você se depara com este motorista fazendo uma ultrapassagem no local impróprio e venha em sua direção. Se tiver como você sair para o acostamento (supondo que haja um), ceda a passagem logo, para não pagar o alto preço continuando na sua pista (ainda que coberto de razão). E a outra é de, não esperar pela promulgação de uma lei, isto é, em certas condições, se você acredita pela sua experiência, que é melhor tomar uma certa atitude para o bem de todos, tome e pronto. Diz o ditado: “O bom senso cabe em qualquer lugar”.

Como os conceitos de física e matemática podem ser utilizados na direção de um veículo? Isso pode ser feito de várias formas. É preciso lembrar que todo veículo foi concebido segundo os princípios da geometria (matemática) e da física. Isso traduzindo em miúdos, quer dizer que o veículo irá obedecer algumas leis, ora da matemática, ora da física e, na maioria das vezes, de ambas. Por isso mesmo, acredito que seja importante termos conhecimento básico destes princípios e dos fenômenos a que está sujeito um carro desde a garagem até às estradas.

PROFESSOR MURAKAMI ACREDITA QUE OS CONCEITOS DE FÍSICA aliados à prudência dos motoristas podem tornar o trânsito mais seguro

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AGRONEGÓCIO

JOÃO CARLOS E JOÃO ALEXANDRE DI DOMENICO, pai e filho estão juntos na

O SUCESSO NA

gestão da Fazenda São João

EMPRESA A CÉU ABERTO

PLANEJAMENTO E GESTÃO FINANCEIRA SÃO PRIMORDIAIS PARA AUMENTAR A COMPETITIVIDADE DO AGRONEGÓCIO. CONHEÇA A EXPERIÊNCIA EXITOSA DA FAZENDA SÃO JOÃO

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REVISTA VITRINE

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uma de suas canções mais famosas, Chico Buarque soube descrever com simplicidade, o mistério de plantar e colher, o deleite dos sentidos em ver a terra fecundada e “forjar do trigo o milagre do pão”. “Conhecer os desejos da terra” foi a poesia feita para descrever uma verdade que ninguém mais discute: a agricultura, o cultivo da terra para produzir alimentos, passa obrigatoriamente pelo conhecimento. Se em algum tempo atrás a produtividade das lavouras esteve ligada a sorte, hoje ela tem muito mais haver com escolhas – boas escolhas. Conhecer o que a terra precisa para produzir mais e melhor tem sido a busca de João Carlos Di Domenico, o Paco, há pelo menos 40 anos. A Fazenda São João está com a família há quatro gerações e destacase pelo desempenho produtivo das lavouras de soja, milho e trigo, além da atividade pecuária. A família é tradicional na criação de

gado, mas sentindo a necessidade de inovar, introduziram a agricultura na propriedade no final dos anos 70, em pequenas áreas. Hoje a agricultura é a principal atividade produtiva da Fazenda, com 1600 hectares de lavouras de inverno e verão em Campos Novos. A dinâmica do setor, é lembrada pelo produtor. “A agricultura teve uma evolução muito grande nas últimas décadas. A globalização trouxe o agronegócio a outro patamar, o que forçou uma reestruturação produtiva para atender com alimentos a quantidade da população a nível global. O produtor que soube adaptar-se com certeza está colhendo bons frutos. Toda atividade ligada a natureza passa por ciclos e nós estamos vivendo o melhor ciclo na agricultura. Nos anos 80 quando produzíamos 60 sacas de milho por hectare estava ótimo. Agora não podemos produzir menos de 150 sacas, senão vamos para o vermelho. Essa foi a grande evolução”, destaca.


EXPERIÊNCIA E INOVAÇÃO

empresa rural não é diferente de qualquer outra empresa que busca produtividade e lucratividade. A rentabilidade na agricultura, segundo João Carlos, depende de como o produtor conduzirá seu negócio. “Depois dos anos 2000, o agricultor não é mais um agricultor, ele é um empresário rural. Não basta somente plantar e colher, ele tem que saber administrar as finanças, o comercial, o ambiental, o trabalhista, o operacional, enfim, administrar a propriedade na totalidade. Campos Novos cresceu muito neste parâmetro, com técnicas gerenciais, trazendo grande desenvolvimento no campo”. Os louros dessa conquista são compartilhados com as entidades ligadas ao agronegócio, como as cooperativas. “Se podemos falar em um ganho que as cooperativas trouxeram para a região de Campos Novos foi mudar o conceito de propriedade na cabeça das pessoas. Existem propriedades pequenas que produzem muito mais do que grandes propriedades. Campos Novos está numa fase que é difícil encontrar um produtor que não tenha esse conceito empresarial. Isso é uma necessidade, pois todas as propriedades são empresas que precisam ter produtividade, administração de custos e lucro”, diz João Carlos, que também é presidente da Cooperativa Agropecuária Camponovense (Coocam). Partilha da mesma visão, o economista João Alexandre Di Domenico, filho único de João Carlos. O jovem de 22 anos, quarta geração da família Di Domenico, escolheu bem mais do que plantar e colher em um dos setores mais expressivos da economia mundial. Ele escolheu ser um empresário rural em sintonia com o mercado globalizado. “A fazenda é uma empresa a céu aberto e é preciso ter fluxo de caixa, controle de gastos e tem que acompanhar o mercado e os preços das commodities. O produtor tem que ter consciência de que não adianta colher bem, é preciso vender bem, afinal, é o teu produto, fruto do teu trabalho. Colher bem não é tão difícil quanto vender bem. Conseguir vender em momento de pico de mercado, é um dos objetivos aqui na Fazenda São João. A globalização possibilitou isso a agricultura, que está muito dinâmica. Em termos de tecnologia existente no campo, as áreas brasileiras se equiparam com o que existe em outros países, como os Estados Unidos e países europeus”, ressalta João Alexandre.

Formado em Ciências Econômicas pela Esag/Udesc de Florianópolis, João Alexandre está dando continuidade aos negócios da família, tendo o processo sucessório iniciado efetivamente em 2015. As anotações da agenda do pai, agora dividem gráficos e planilhas de computadores, tudo em harmonia, garantem. A experiência de mais de 40 anos na agricultura junta-se com a vontade de empreender e de inovar de um jovem rapaz. O resultado não poderia ser melhor para a empresa familiar – a longevidade nos negócios. “Meu pai tem uma cabeça muito aberta quando trago uma ideia nova. Me deixa livre para escolher a semente, os produtos e insumos, além da liberdade de tomar certas decisões. O manejo nesta safra já foi um pouco diferenciado e estamos tratando uma área com maior dedicação para ver se vai ter o retorno que esperamos. Por outro lado, tenho aprendido muito com meu pai. É por isso que está dando certo, eu o escuto e ele me escuta”, disse o filho.

Da economia, João Alexandre trouxe a visão macroeconômica e o que isso impacta nos preços dos produtos agrícolas, aliada a um controle minucioso dos custos. O objetivo, produzir mais com baixo custo. “O grande desafio de hoje na agricultura, é produzir com custo mais baixo possível. É claro que para produzir é preciso investir, mas não significa investir em qualquer produto que diz que vai aumentar a produtividade. É gastar com consciência e com certeza de que o investimento vai dar retorno. É tudo uma questão de conhecimento e investigação do mercado e das melhores oportunidades”, explica. João Alexandre já colhe alguns resultados positivos. Ele alcançou o primeiro lugar no concurso de produtividade de soja, o Top Produtividade da Syngenta, alcançando a marca de 83 sacas de soja por hectare dentro do quadro de associados da Coocam na safra 2014/2015. O resultado foi positivo se comparados aos alcançados em nível de Brasil, que levando em conta a média de produtividade chegou a 48 sacas, o Estado em 49,3 e também se comparado aos do município, que chegou na última safra a marca de 65 sacas por hectare colhido.

MEIO AMBIENTE

Uma das prioridades do negócio estão os cuidados com o meio ambiente. Localizada em uma região com abastada hidrografia, a Fazenda São João mantém as matas ciliares em todas as margens do Rio São João, rio que passa na propriedade. O manejo do solo tem controles rígidos diante da aplicação dos agroquímicos nas lavouras. Durante as comemorações do Dia do Campo Limpo 2015, João Carlos e João Alexandre foram homenageados como os produtores mais comprometidos com a logística reversa de embalagens de agrotóxicos e com a qualidade da tríplice lavagem feita na Fazenda, o que demonstra consciência com o meio ambiente. “Tem que gostar da natureza para se dar bem no campo”, finaliza João Carlos Di Domenico.

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OPINIÃO

PROTAGONISMO LOCAL

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Todas as atividades desenvolvidas localmente seguem a metodologia de moderação e enfoque participativo e iniciam com análise situacional, validação, construção do plano de desenvolvimento e sua posterior implementação. A estruturação do programa prevê três instancias de trabalho: conselho de desenvolvimento, um órgão consultivo e deliberativo, que estabelece diretrizes com objetivo de gerar empregos e desenvolvimento, além de gerir o Fundo Municipal de Desenvolvimento e as prioridades para aplicação dos recursos. As Câmaras Técnicas, formadas por voluntários, com o objetivo de transformar ideias de desenvolvimento em pré-projetos. Têm o papel fundamental de viabilizar o Plano de Desenvolvimento Sustentável. E a Secretaria (agente de articulação), que atua na organização e operacionalização do Programa de Desenvolvimento. Em Campos Novos a implementação do DEL vem consolidar um quarto ciclo econômico: o desenvolvimento sustentável. O primeiro ciclo foi o do agronegócio e cooperativismo, o segundo foi o da geração de energia elétrica e o terceiro o da indústria de transformação. Em pesquisa realizada na cidade, 83% dos empreendedores entrevistados manifestaram o desejo de investir no município. O que mostra que o DEL está no caminho certo. Muitos setores econômicos já foram mapeados e têm grande potencial de geração de empregos no futuro. Também já foram detectadas as principais oportunidades de empreendimentos e as vantagens e desvantagens da cidade. Enfim, é um trabalho minucioso que trará grandes resultados para o desenvolvimento de Campos Novos. Hoje, 14 cidades de Santa Catarina e uma do Rio Grande do Sul trabalham com a metodologia da Facisc, inspirada no modelo de sucesso alemão da cidade de Essen. Até o final desse ano, esse modelo deve ser consolidado em 25 municípios - 11 estão em prospecção.

Divulgação

esenvolvimento econômico é uma temática que vem ganhando relevância, suscitando discussões, reflexões e novas práticas e posturas no processo de desenvolvimento em todo mundo. O local (re)surge impulsionando a globalização, que se nutre das especificidades próprias, apontando para um novo papel a ser desempenhado pelos territórios a partir de suas potencialidades e identidades. No Brasil, o desenvolvimento econômico, como temática de estudo, ganhou maior significado na segunda metade da década de 80, com as reflexões sobre as primeiras experiências de descentralização de políticas públicas durante o debate em torno da formulação da constituição federal e das reflexões sobre o poder local. Com base neste contexto, a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), criou o Programa Desenvolvimento Econômico Local (DEL), que tem como objetivo instituir um modelo de gestão, capaz de contribuir para o desenvolvimento das cidades catarinenses. Através do DEL, os municípios, unem iniciativa pública e privada para garantir a continuidade dos projetos de interesse da comunidade, em prol do desenvolvimento econômico sustentável do município. Tudo feito em parceria e por meio da implementação da política de desenvolvimento sócio econômico. Baseado no modelo alemão da Câmara de Artes e Ofícios da cidade de Essen (BFZ), o Programa DEL é caracterizado pelo protagonismo dos atores locais, na formulação de estratégias, na tomada de decisões econômicas e na sua implementação. A estratégia está baseada na estrutura de uma plataforma de dialogo envolvendo o poder público municipal, a associação empresarial (ACI), movimentos organizados, meio acadêmico e educação, entidades públicas, entidades privadas, clubes de serviços e associações de classe. O Programa conta com a parceria da própria BFZ e da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB).

OSMAR VICENTIN Coordenador de projetos da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc)

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Foto: O Fotógrafo

DIREITO

ADVOCACIA full service

EQUIPE DO ESCRITÓRIO LUCIANO CORRÊA & ADVOGADOS ASSOCIADOS: secretária executiva Natiele Macedo da Costa, advogadas

ATENDER CLIENTES NAS MAIS DIVERSAS ÁREAS DO DIREITO É O OBJETIVO DO ESCRITÓRIO LUCIANO CORRÊA & ADVOGADOS ASSOCIADOS, QUE CONTA COM CINCO ADVOGADOS

Giane Carla Perotoni, Vanessa Bettiato, Rosana Zen Zortéa e os fundadores, Dercílio e Luciano Corrêa

advocacia está numa fase efervescente. A diferença do que ocorre com outras tradicionais carreiras universitárias, como engenharia e medicina, o disputadíssimo mercado sorri para os que mostram talento e competência na área jurídica. A nova fase da profissão começou nos anos 90, na esteira da globalização e da abertura da economia, impulsionada pela era da informação e da internet. “Cada vez mais os cidadãos estão conscientes de seus direitos. Estamos na era do direito”, afirma o advogado Luciano Josué Corrêa, fundador do escritório Luciano Corrêa & Advogados Associados em Campos Novos.

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Nos últimos quinze anos, os escritórios de advocacia mudaram de fato seu perfil. A advocacia tornou-se uma indústria, e os escritórios viraram empresas jurídicas. Numa espécie de loja de departamentos das leis, onde trabalham vários advogados e estagiários, os escritórios se tornaram full service, habilitados para atuar dentro das diversas vertentes do Direito. Com essa visão que foi fundado em 1998, o escritório Luciano Corrêa & Advogados Associados, unindo a formação acadêmica e a aprovação na OAB do advogado Luciano Corrêa e do seu pai, Dercílio Crispim Corrêa. Os dois concluíram juntos o curso de Direito na Unoesc Joaçaba no final de 1997.


CADA VEZ MAIS OS CIDADÃOS ESTÃO CONSCIENTES DE SEUS DIREITOS. ESTAMOS NA ERA DO DIREITO

Foto: O Fotógrafo

Com um número expressivo e significativo de clientes e demandas, foi em 2013 que o escritório iniciou o processo de expansão, onde somou-se a equipe, a advogada Vanessa Bettiato. Em setembro de 2015, em razão da sempre constante e crescente demanda de clientes em busca de serviços advocatícios, especialmente para assessoria jurídica a empresas e cooperativas da região, vieram fazer parte da equipe de trabalho, as advogadas Rosana Zen Zortéa e Giane Carla Perotoni, agregando desta forma valores significativos ao escritório e no tratamento das causas que patrocinam. Também compõe a equipe atualmente, a secretária executiva Natiele Macedo da Costa. Desde o início das atividades, a preocupação dos sócios fundadores foi manter um atendimento personalizado, permitindo uma maior sintonia com as necessidades dos clientes. Imprimindo agilidade na resolução dos interesses e questões jurídicas com profissionalismo e competência, Luciano Corrêa & Advogados Associados tornou-se um dos escritórios mais admirados da região de Campos Novos. “A história de sucesso construída ao longo desses anos tem por premissa a excelência no atendimento aos clientes. Resultado da adoção de posturas vanguardistas na identificação de soluções legais para os casos confiados ao escritório, e da constante procura por antecipar não só a resolução de problemas, como também buscar oportunidades para nossos clientes e parceiros. Foi assim que conseguimos ser reconhecidos como parceiros de negócios estratégicos, que agregam valor”, explicou Luciano Corrêa.

A área de atuação abrange Direito Civil, com foco no Direito de Família, Direito Penal, Direito Trabalhista Patronal, Direito Administrativo, Direito Bancário e Direito Ambiental. Na região, presta assessoria jurídica e consultoria para empresas, instituições bancárias e diversas cooperativas. Em 2015, o escritório agregou a sua carta de clientes a prestação de serviços jurídicos a Copercampos e as suas mais de 40 filiais espalhadas em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os cinco advogados que integram a equipe passam por constantes atualizações e aprimoramento profissional a fim de acompanhar as frequentes mudanças que ocorrem tanto na legislação como na doutrina e jurisprudência dos Tribunais. Acreditando que o aperfeiçoamento da sociedade passa pelo Direito, o escritório tem valores consolidados por uma advocacia compromissada com a ética acima de tudo, além de responsabilidade, comprometimento, excelência das soluções legais e satisfação dos clientes. Para os próximos anos, o escritório quer manter o reconhecimento da sociedade. “Pensando adiante, queremos seguir sendo identificados como profissionais competentes e honestos, comprometidos com as causas que abraçamos”, disse Luciano Corrêa.

ESTRUTURA O escritório Luciano Corrêa & Advogados Associados possui estrutura organizacional, pessoal e física adequada para atender o número de demandas existentes, bem como para suportar o ingresso de novos clientes. Localizado na área central da cidade, o escritório apresenta uma atmosfera moderna e linhas sóbrias refletindo a seriedade que a profissão exige, ocupando aproximadamente 200 m² em área central de Campos Novos. Uma biblioteca especializada contendo centenas de títulos, permite aos profissionais acompanhar a legislação brasileira, em constante mudança, e as mais recentes decisões judiciais. Para atender de modo mais eficiente e rápido toda a clientela,

o escritório faz constantes investimentos na área de informática e tecnologia. Todos os sistemas de informação, administração e de prática profissional do escritório estão em rede informatizada, com investimentos constantes na atualização de hardware e software e sistemas de comunicação.

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COM 25 ANOS DE HISTÓRIA, SUPER CASTANHEL APOSTA NA PROXIMIDADE COM O CLIENTE PARA GARANTIR FIDELIDADE

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m tempos de crise econômica e concorrência no mercado profissional, o sucesso é garantido àqueles que enxergam em uma pequena oportunidade a chance de se destacar e superar obstáculos. O empreendedorismo não precisa, necessariamente, de grandes investimentos e nascer em áreas nobres, mas sim de força de vontade e visão empreendedora. O início da história dos irmãos Castanhel se assemelha a de milhões de brasileiros que precisam soar a camisa todos os dias. O que os diferenciam e os tornam exemplo é o desejo de se tornarem chefes sem nunca esquecer as raízes de quem um dia foi empregado. Em 2015, o Super Castanhel completou 25 anos de fundação. Uma história que nem sempre foi movida por realizações. Começou quando Nivaldo e Reginaldo abraçaram a chance de construir seu próprio negócio: um supermercado no bairro Nossa Senhora Aparecida, em Campos Novos. Conforme recorda Reginaldo, desde os 12 anos ele trabalhava dentro de um supermercado. Na década de 90, arriscou-se juntamente com o irmão e adquiriu seu próprio estabelecimento. Um começo difícil, em que precisaram contar com a ajuda de amigos para que o negócio desse certo. “Quando começamos o mercado

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pagava aluguel do prédio, da Kombi que fazia a entrega dos produtos, devia todo o estoque e 30% do mobiliário”, lembra. A simplicidade de quem sabia valorizar o trabalho era reconhecida por quem os acompanhou. No início, até os fornecedores de mercadorias os ajudavam para que o supermercado desse certo. “Os revendedores estendiam os prazos para que pagássemos o que comprávamos”, conta Reginaldo. O caminho de obstáculos dos irmãos não ficou só no passado. No último ano, o falecimento de Nivaldo abalou a família Castanhel e obrigou Reginaldo a transformar a tristeza e a saudade em garra para continuar trabalhando. As lembranças do irmão hoje se materializam na participação de Avonilde, esposa de Nivaldo, na gerência do estabelecimento. Ela e o cunhado agora administram o supermercado e honram a memória daquele que partiu, porém deixou muitos ensinamentos. Reginaldo recorda que o que fez com que o supermercado não fosse prejudicado com a morte do irmão foi a cumplicidade de ambos na hora de dividir as tarefas. “Nós dois sempre conhecíamos todo o funcionamento do nosso negócio. Ele entendia de tudo um pouco, assim como eu. Por isso conseguimos dar andamento no negócio mesmo sem um dos pilares do nosso estabelecimento”, conta.


Foto: O Fotógrafo

REGINALDO CASTANHEL (em pé, primeiro à esquerda) junto com a equipe do Super Castanhel

VOLTE SEMPRE Hoje o supermercado funciona com cerca de 30 funcionários e o que sempre o diferenciou da concorrência é a simplicidade e proximidade no momento de atender. Quem chega para as compras sempre encontra uma cuia de chimarrão como convite para um dedinho de prosa com o dono. Aliás, Reginaldo não é somente o proprietário, mas o anfitrião que deseja bom dia ao cliente, dedica minutos do seu tempo para comentar sobre as notícias da semana e agradece na saída pela preferência, assim como fazia Nivaldo. A amizade é um diferencial, prova disso é que existe clientela que compra no supermercado desde

a sua fundação. “Já ficamos sem sistema por uma hora e meia e teve cliente esperando. Na hora que saiam eu estava na porta dizendo muito obrigado”, recorda o proprietário. E para quem pensa que o chefe só trabalha na parte administrativa está enganado. “Tem semanas que chego às 6h30 da manhã”, acrescenta o irmão Castanhel. Seu trabalho não se resume a observar os funcionários e tomar decisões de proprietário. Ele relata que ajuda nos serviços braçais e até carrega as compras dos clientes se for necessário. “Trabalhamos juntos. Um chefe deve ajudar no momento do aperto”, aconselha.

AMIGO DA COMUNIDADE Uma das formas de agradecer a fidelidade dos clientes e a boa receptividade que o Super Castanhel teve no bairro Nossa Senhora Aparecida se materializa em ações sociais. Um projeto esportivo mantido pelos proprietários atende hoje cerca de 300 crianças carentes do bairro, oferecendo diversão e ensinamentos através do futebol de campo e de salão. O que fica de exemplo na história

dos irmãos Castanhel é que o cliente gosta de ser bem atendido e valoriza muito mais quando faz negócio com quem considera um amigo. A forma diferenciada de atender faz Reginaldo mostrar orgulhoso os números que comprovam 22% de crescimento de vendas sobre o ano passado. Entretanto, esses mesmos números servem de estimulo para continuar trabalhando com simplicidade e um grande sorriso no rosto.


OPINIÃO

OFERTA E PROCURA [E VICE-VERSA]

NO MERCADO IMOBILIÁRIO

Foto: O Fotógrafo

uando escutamos o termo “bolha imobiliária” temos que ter um cuidado muito grande em se referir a situação a qual o Brasil se encontra para descrever a subida dos preços dos imóveis desde 2009. Nós estamos assumindo como benchmarking, comparativos errados. Por exemplo, quando olhamos o preço dos imóveis há dez anos e comparamos com os preços de hoje, percebemos que o imóvel do Brasil, de um modo geral, está caro. Isso é errado. Há dez anos atrás, não existiam linhas de financiamento viáveis e acessíveis como existem hoje. Apenas quem tinha dinheiro para pagar à vista podia comprar, por isso o preço do imóvel era baixo. Por essas razões, tomamos como comparativo uma premissa errada. Também podemos ver uma outra ótica muito comum: a crença de que nunca se construiu tanto e que está sobrando imóvel no mercado. Será? Hoje temos um déficit habitacional de mais de 6 milhões de moradias no Brasil, fora outros números que precisamos levar em conta, como em média, a realização de 750 mil casamentos por ano e 250 mil divórcios. Esse fluxo justifica os 230 mil lançamentos de empreendimentos imobiliários por ano. Em Santa Catarina, ainda estamos com um déficit em torno de 150 mil unidades habitacionais, que correspondem a 7% da população do Estado, e quando analisamos esse número mais a fundo, vemos que 75% desses catarinenses, dividem a residência em família ou pagam aluguel, transformando-os em potenciais compradores.

Nos países onde ocorreu a bolha imobiliária, o PIB girava em torno de 50% ou mais no setor imobiliário. O Brasil gira em torno de 9%. Então vamos parar com esse papo de bolha e entender que sim, falta imóvel ainda no mercado. Hoje o problema maior que enfrentamos seria uma situação político/ econômica mergulhada em crise, tudo por uma má administração que reflete em desemprego, alta de juros, entre outros fatores. Todo o setor produtivo do país está sentindo essa retração do mercado, e não seria diferente com o mercado imobiliário. Agora entramos na principal situação que percebemos hoje no mercado imobiliário, o que acaba gerando problemas aos compradores de imóveis. O cliente muitas vezes não tem conhecimento sobre as melhores linhas de credito e de construção de imóveis. Aí que entra a figura do consultor/ corretor de imóveis na negociação. O corretor de imóveis, deveria ser, mais que um negociador, e sim um profissional que auxilia o cliente a conseguir a melhor taxa de crédito possível no mercado. Deveria tirar dúvidas sobre a construção do imóvel que está sendo comercializado e se ele atende todas as expectativas do cliente. Por isso, procure um corretor que foque na sua necessidade e não em concretizar uma venda. Esse é o papel do verdadeiro corretor de imóveis.

SC TEM DÉFICIT DE 150 MIL UNIDADES HABITACIONAIS, 7% DA POPULAÇÃO DO ESTADO

MARCOS VINÍCIUS ALMEIDA BELLINCANTA ENGENHEIRO FLORESTAL E CORRETOR DE IMÓVEIS. Empresário, proprietário da Almeida e Bellincanta Engenharia Florestal e Meio Ambiente e Marcos Bellincanta Corretor de Imóveis

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Foto: Divulgação

EMPREENDEDORISMO

AOS 17 ANOS, A JOVEM BEL PESCE CHEGOU AO MIT, PASSOU POR EMPRESAS COMO GOOGLE E MICROSOFT, MAS DESEMBARCOU NO BRASIL PARA DECOLAR O EMPREENDEDORISMO E O PROTAGONISMO NA VIDA DAS PESSOAS

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e você acha que uma carreira não é somente subir a escada ou ganhar um bônus no final do ano, mas, sobre a construção de coisas que têm o potencial de mudar o mundo, você precisa conhecer Bel Pesce. A jovem empreendedora nasceu em São Paulo e desde muito pequena começou a traçar um caminho de sucesso. Aos 26 anos, já escreveu três livros, foi considerada uma das “100 pessoas mais influentes dos Brasil”, pela Revista Época, eleita um dos “30 jovens mais promissores do Brasil” pela Revista Forbes, entrou na seleta lista dos “10 líderes brasileiros mais admirados pelos jovens” pela Cia de Talentos e eleita jovem empreendedora do ano pelo Prêmio Jovem Brasileiro, há três edições consecutivas. Aos 17 anos, Bel conseguiu entrar no renomado Massachusetts Institute of Technology (MIT), onde se formou em Engenharia Elétrica, Ciências da Computação, Administração, Economia e Matemática, além de fazer programas em Liderança e Inovação. Durante a universidade, trabalhou na Microsoft, Google e Deutsche Bank e, após concluir os estudos, Bel se mudou para o Vale do Silício, na Califórnia, região conhecida por

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A JOVEM QUE DEIXOU O VALE DO SILÍCIO PARA EMPREENDER NO BRASIL abrigar as sedes das maiores empresas de tecnologia do mundo. Foi lá que Bel respirou empreendedorismo, liderou três times de engenheiros na companhia americana Ooyala, fundou empresas - como a startup Lemon Wallet e escreveu seu primeiro livro. “A Menina do Vale”, foi disponibilizado gratuitamente na internet em 2012 e atingiu em menos de três meses a marca de 1 milhão de downloads. Mas muito mais do que um rico currículo, Bel é uma cabeça cheia de ideias, um coração apaixonado por mudanças e mãos ávidas por iniciativa. Ela abriu mão de uma carreira promissora nos Estados Unidos para voltar ao Brasil e fundar sua “escola dos sonhos”, como costuma chamar a FazINOVA: uma escola de empreendedorismo que carrega a missão de desenvolver talentos e transformar o Brasil em um país mais empreendedor. Com sede em São Paulo, a escola oferece diversos cursos e materiais gratuitos em sua plataforma online (fazinova.com.br) e promove cursos presenciais e eventos de temas variados com o objetivo de conectar pessoas, desenvolver habilidades e realizar sonhos. A empresa surgiu a partir do sonho da empreendedora de aliar suas duas grandes paixões: empreendedorismo e educação.

Com o sucesso de seu primeiro livro, Bel enxergou a possibilidade. Além disso, ela viaja o Brasil inteiro para proferir palestras sobre protagonismo e empreendedorismo, o chamado “Tour da Bel pelo Brasil”. O tour tem previsão de ter uma passagem por Campos Novos em 2016. A Unoesc está em fase de negociação com Bel Pesce para a realização de uma palestra para discutir empreendedorismo durante a inauguração do novo auditório da universidade nas futuras instalações as margens da SC-135, saída para Tangará. O evento ainda não tem data programada. Sobre o cenário das startups no Brasil, Bel destaca que é preciso não ter medo de errar. “No Vale do Silício existe algo diferente que é o mindset (maneira diferente de pensar). Aqui no Brasil, se você erra, você é identificado como o perdedor da vez. Como iremos conseguir fomentar um país realmente inovador sendo que as pessoas não têm a chance de fazer algo que ninguém nunca fez? Na FazInova criamos um sistema didático totalmente novo baseado em sonhos. Ninguém no mundo fez isso, mas tenho certeza que teremos tropeços. Só não existe tropeço quando você faz igual ao que todo mundo está fazendo”, destaca.


5 DICAS DE SUCESSO LIVROS

Reprodução

Seu primeiro livro, “A Menina do Vale”, lançado em 2012, tem mais de 3 milhões de downloads e ficou durante meses nas listas dos livros mais vendidos do país. A obra não trata sobre a história da menina, mas sobre comportamento empreendedor. Em 2013, Bel publicou o livro “Procuram-se Super-Heróis”, que segue a mesma linguagem objetiva do anterior e mostra como podemos usar os poderes do relacionamento para transformar vidas. Em 2014, foi a vez de lançar “A Menina do Vale 2”, que aborda como criar projetos está diretamente ligado a assumir responsabilidades e, dessa forma, conseguir traçar uma jornada empreendedora de sucesso. Em 2015, Bel lançou “A sua melhor versão te leva além”, que aborda a importância do autoconhecimento para a realização de projetos.

POR BEL PESCE

NÃO SE PREOCUPE COM A SUA IDADE Se você realmente sonha em empreender, a sua idade não importa. O que importa é ser extremamente apaixonado por solucionar problemas e melhorar as vidas das pessoas, e estar disposto a trabalhar arduamente para fazer as coisas acontecerem.

O PODER DO NETWORKING Através de networking você pode alcançar pessoas que estão a muitos graus de separação e criar oportunidades incríveis. Ser bom em conectar pessoas pode ajudá-lo a encontrar um parceiro de negócios, um mentor e um advogado. Pode ajudá-lo a levantar capital, divulgar a sua empresa e muito mais.

ESQUEÇA O GLAMOUR Algumas pessoas pensam que abrir uma empresa é algo glamoroso. Desculpe desapontá-lo: não é. Você geralmente estará dormindo menos do que pensou ser humanamente possível, comendo miojo para o almoço e jantar e passando mais tempo no escritório do que em qualquer outro lugar. No entanto, essa também pode ser a melhor época da sua vida, especialmente se você estiver dedicando-se à construção de algo com o que realmente se importa.

ACOSTUME-SE A APRENDER COM SEUS ERROS Administrar uma startup é difícil. Há uma lista interminável de coisas que podem dar errado. As pessoas mais trabalhadoras e inteligentes ainda cometem vários erros. Aliás, em geral, as únicas pessoas que não cometem erros são aquelas que não estão correndo riscos suficientes. Como empreendedor, você terá que aprender a lidar com alguns fracassos.

“A MENINA DO VALE” VOL. 1 E 2 “PROCURAM-SE SUPER-HERÓIS” Disponível para download ameninadovale.com e procuramsesuperherois.com.br O tour da Bel pelo Brasil pode ter uma passagem por Campos Novos em 2016. A Unoesc está em fase de negociação para a realização de uma palestra com a empreendedora.

ENCONTRE AS SUAS PAIXÕES Se eu tivesse que escolher o que mais me ajudou ao longo da minha vida, seria ter paixão pelas coisas que faço. É difícil explicar em palavras o que é paixão, pois é algo que você sente no fundo do seu coração. Quando você está apaixonado pelo que faz, de repente tem uma energia infinita para trabalhar dia e noite. Se você não sabe quais são as suas paixões, passe um tempo tentando encontrá-las. É uma ótima maneira de aprender mais sobre si mesmo.



COOPERATIVISMO

A GALERIA COM OS SÓCIOS FUNDADORES e o atual presidente do Sicoob Otávio Henrique Almeida Tessaro

SICOOB CAMPOS NOVOS

COMEMORA 30 ANOS

DE 25 SÓCIOS PARA UMA FAMÍLIA COM MAIS DE 10 MIL ASSOCIADOS. A HISTÓRIA DE SUCESSO DO SICOOB EM CAMPOS NOVOS E REGIÃO FOI CELEBRADA EM 2015

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Sicoob Campos Novos comemorou no dia 5 de setembro de 2015, 30 anos de atividades. A cooperativa, que começou com apenas 25 sócios fundadores, hoje possui mais de 10 mil associados. A data foi celebrada pelos colaboradores e associados, com confraternizações em todos os pontos de atendimento, em Curitibanos, Capinzal, Brunópolis, Monte Carlo e Campos Novos, onde também foi inaugurado um painel com a foto de todos os sócios fundadores. Tudo começou em 29 de dezembro de 1984, com o envio de um processo de constituição da cooperativa de crédito rural para o Banco Central (Bacen) assinada por 25 agricultores – os sócios fundadores da Cooperativa de Crédito de Campos Novos (Credicampos) – como o Sicoob foi chamado inicialmente. A cooperativa foi idealizada e concretizada por líderes cooperativistas e agricultores de Campos Novos, que viram uma maneira

de proporcionar maiores oportunidades à agricultura. Com a aprovação do Bacen, em abril de 1985, a Copercampos cedeu uma sala, uma linha telefônica e dois funcionários para o início das atividades da Credicampos e oficialmente no dia 05 de setembro daquele ano, abriu suas portas. Em 1996, iniciou-se a criação da Confederação Nacional das Cooperativas do Sicoob e a criação do Banco Cooperativo do Brasil S/A (Bancoob), cujo controle acionário pertence às cooperativas centrais de crédito do Sicoob localizadas em 15 estados brasileiros. A Credicampos foi uma das cinco cooperativas de crédito fundadoras da Sicoob Central Santa Catarina, por isso, em 1998, a cooperativa passou a utilizar o nome Sicoob Credicampos e no ano passado, os associados aprovaram em assembleia a mudança do nome para Sicoob Campos Novos. Iniciando as atividades com apenas 25 sócios, a cooperativa chegou a marca de 10 mil associados em 2015. A cooperativa possui 45 funcionários e um patrimônio líquido de R$ 21 milhões. Em 2014, administrou um total de R$ 156 milhões em ativos e emprestou aos associados R$ 81 milhões. Para 2016, a cooperativa analisa a abertura de novos pontos de atendimento na área de atuação, além de consolidar o projeto para incluir no estatuto a expansão

para o Rio Grande do Sul. “Para os próximos anos, o objetivo é o crescimento contínuo, a valorização dos associados, o aumento do número de sócios, a capacitação do quadro funcional e a ampliação da área de ação, sempre com base nos princípios de sustentabilidade”, informou o presidente do Sicoob Campos Novos, Otávio Henrique Almeida Tessaro. A colaboradora mais antiga da instituição, Valéria Keitel, destaca a evolução do Sicoob nestes 30 anos. “No início tudo era de forma manual, contabilidade, controles, até o próprio extrato do associado era feito em fichas com lançamento manual, tudo exigia muito mais tempo. Percebo a evolução que ocorreu 30 anos e no caminho surgiram novas necessidades, o quadro de associados aumentando, mais funcionários, sala maior, se organizar como empresa era vital. Com o trabalho da direção, funcionários, e sempre com o apoio do associado, o Sicoob se solidificou, chegamos aos 30 anos e continuamos nossa missão de atender bem nosso associado, que é o nosso bem maior”, disse.

SICOOB Rua Cel. Farrapo, 719, Campos Novos 49 3541 0627

SICOOB.COM.BR

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OPINIÃO

JOVEM EMPREENDEDOR OPORTUNIDADE A oportunidade de receber uma empresa pronta e nela participar da sucessão familiar, representa uma nova etapa na vida organizacional e garantia de longevidade aos negócios. Entretanto, apesar de ser uma transição complexa, poucas são as empresas que se preocupam com essa transição, e essa passagem se dificulta ainda mais. Porém, tudo isso sendo superado é gratificante, além da confiança de inovar, trazer algo novo para a empresa familiar.

CRISE Estamos passando por uma recessão econômica e esperamos que logo retorne a normalidade. É notório MOTIVAÇÃO que essa “crise” quase todos todos os os dias ramos de A força queafetou faz acordar e seguir atividade no país, por incrível que pareça, até o em frente, com certeza, é a satisfação dos ramo alimentício os reflexos da recessão. Segundo clientes esente o comprometimento dos colaboradores pesquisa da Associação dos Sempre Supermercadistas engajados neste projeto. temos que de Santa Catarina houve queda de aproximadamente pensar(ACATS), que a satisfação do cliente, é a razão de 5%qualquer nas vendas. No entanto, a crise empresa, pois são elestambém o motivopode de ser encarada como oportunidade, qualquer empresa existir. incentivando a criatividade dos empresários para se manter no mercado.

MOTIVAÇÃO A força que faz acordar todos os dias e seguir em frente, com certeza, é a satisfação dos clientes e o comprometimento dos colaboradores engajados neste projeto. Sempre temos que pensar que a satisfação do cliente, é a razão de qualquer empresa, pois são eles o motivo de qualquer empresa existir.

SONHO O principal sonho de qualquer empreendedor é de crescer com seu negócio, porém, tudo isso aliado a transparência frente a seus clientes e colaboradores. A marca que devemos deixar é de lealdade assim conseguiremos chegar aos nossos objetivos, aos nossos sonhos, seja eles na vida pessoal ou empresarial.

INOVAÇÃO Foto: O Fotógrafo

A inovação no negócio é algo primordial para qualquer empresa, vivemos num mundo onde a tecnologia já tomou conta de tudo e cada vez essas mudanças aconteceram de forma mais rápida. E para prosseguirmos no mercado competitivo não podemos “parar no tempo”, temos que acompanhar as tendências de cada setor e sempre estar inovando para que nossa empresa não caia na rotina.

DESAFIOS Com tantos serviços e novos negócios, o desafio hoje das empresas é manter uma situação financeira saudável, além de que logicamente, a manutenção da competitividade. O aumento dos custos fixos e variáveis é um ponto a ser destacado e analisado pelos gestores, além da alta carga tributária de nosso país, onde de nem uma forma o empresário recebe incentivo para empregar e empreender.

LUCAS CESA Proprietário do Supermercado Lucas VP do Conselho de Jovens Empreendedores de SC e Vice Presidente da CDL/Campos Novos

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