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A diferença entre liderança e chefia e a preservação da autoestima das pessoas

Silas Gehring Cardoso Aprendemos na escola a diferença entre chefia e liderança. A primeira é imposta, a segunda é conquistada. É sobre essa segunda que muitos conceitos desencontrados ainda prevalecem, porque no Brasil e no mundo há muitas pessoas se auto intitulando “líderes “ sem o serem de fato. A liderança verdadeira pressupõe uma aceitação espontânea das pessoas de um grupo social para com a ação de um de seus integrantes. Surge naturalmente, sem ser provocada ou buscada. A falsa liderança é aquela buscada avidamente por posição de projeção nos grupos que a pessoa frequenta. Muitas vezes começa no lar, onde o falso líder julga-se o único porta-voz da família, colocando para segundo plano os demais integrantes. Continua na escola, na vida social, na vida pública. O falso líder tem sempre no seu íntimo aquela “visão messiânica” de que “nasceu predestinado para liderar”. Custa a entender que o que realmente ocorreu foi a exacerbação de sua vaidade.

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Tão importante quanto a capacidade de trabalho, é a sensibilidade, o tato para manter o equilíbrio entre correntes de pensamentos, ideais e temperamentos diferentes. É preciso aprender a administrar as emoções das pessoas, elevando e preservando sua autoestima. Isso é válido para empresas, ambientes de trabalho, no lar, na vida pública e em muitos outros lugares. Por isso é que o verdadeiro líder fica acima do administrador.

O equilíbrio do poder nem sempre é fácil de ser conseguido. As idéias são diferentes, e muitas vezes, conflitantes. É preciso muita paciência e muita capacidade de ouvir, para contornar obstáculos, vencer resistências, e conciliar posições. Normalmente, essa tarefa é concluída com êxito quando há calma, ponderação e muito bom senso. Já uma postura sistemática, sem esse “jogo de cintura”, tende sempre a criar mais problemas do que ajudar a encontrar soluções. Tende a desagregar , criando situações embaraçosas

A ponderação, a calma, e principalmente o bom senso, estão neste momento, fazendo muita falta na vida política . Quem conhece, pelo menos um pouco a história de nosso país, sabe que as grandes conquistas, os grandes avanços se deram, não pela força bruta ou pelo “murro na mesa”, mas pela liderança, pelo tato, diplomacia e serenidade, sem perda da firmeza de propósitos . A simples lembrança da ação do Barão do Rio Branco, que expandiu nossas fronteiras sem disparar um único tiro, é um exemplo muito claro da nossa realidade. Já outros persona - gens, em todo o mundo, que se autointitularam “líderes”, precipitaram decisões e deixaram um triste legado de dificuldades e sofrimentos. A questão da liderança, sem dúvida alguma, merece um estudo mais aprofundado em nosso meio., especialmente na fase difícil que o mundo atravessa.