Folha de Alphaville

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Folha de Alphaville

| SEXTA-FEIRA, 12 DE ABRIL DE 2013

OPINIÃO x RESUMO DA SEMANA SEXTA, 5

DOMINGO, 7

SÁBADO, 6

SEGUNDA, 8

QUINTA, 11

IMPOSTO Com desoneração, smartphones ficarão até 30% mais baratos

ÁFRICA DO SUL Mandela tem alta do hospital e volta para casa sob cuidados médicos

GUERRA Líderes globais tentam conter escalada de tensões com a Coreia do Norte

SUSPEITO Procuradoria aciona PF para abertura de inquérito para investigar Lula no mensalão

QUARTA, 10

TERÇA, 9

LUTO Morre aos 87 anos a ex-premiê britânica Margaret Thatcher, conhecida como Dama de Ferro

SUPERSIMPLES Ministro Manoel Dias diz que pacote para domésticos deve ser aprovado

JUSTIÇA Ministro da Justiça José Cardozo diz que redução da maioridade penal é inconstitucional

Editorial

A criatividade dos brasileiros Brasileiro é de fato um povo criativo. Malandragens à parte, sabemos que mesmo em situações de adversidade o brasileiro sabe se virar, busca no problema uma oportunidade. Na semana passada já havíamos abordado a questão do tomate, fruto que tem sido um dos vilões da escalada da inflação. Para driblar os preços abusivos no atacado e varejo, o dono de uma cantina tradicional de São Paulo criou um boicote ao tomate, com grande repercussão no Facebook e Twitter. Para tanto, avisou que deixaria de comprar o produto até que os preços voltassem ao normal e que seu restaurante teria de usar a criatividade para elaborar pratos sem o ingrediente – praticamente indispensável na cozinha italiana. A tentativa poderia ser até vista como uma

jogada de marketing do proprietário, mas em reportagens publicadas por jornais de São Paulo no final de semana passado, em meio ao boicote, constatou-se que o movimento da cantina havia caído, apesar de o estabelecimento, pela própria curiosidade, ter recebido muitos novos clientes. E a criatividade em elaborar novos pratos sem o tomate foi tema repetido na semana. Outro assunto bastante debatido nas últimas semanas tem sido a promulgação da PEC das domésticas, com alguns itens ainda em regulamentação. Enquanto especialistas discutem se as medidas serão boas ou não a patrões e profissionais, e se ter uma doméstica em casa será um artigo em extinção, a indústria dos eletrodomésticos aproveita a onda para investir em oportunidades.

Entre elas, de oferecer aparelhos mais rápidos e sofisticados a famílias que decidirem dispensar seus ajudantes nas tarefas do dia a dia. Fabricantes de linha branca e eletroportáteis que já estavam de olho nesse filão de mercado esperam aumentar as vendas após as novas medidas. Entre os produtos citam máquinas de lavar louça e ferro a vapor mais eficientes, aspiradores de pó mais potentes e menos ruidosos e máquinas de lavar roupa de ciclos mais curtos e com secadora integrada. E, claro, oferecer aparelhos cada vez mais silenciosos para serem usados à noite, depois que o consumidor chega do trabalho. Interessantes esses movimentos de mercado. Ganha quem sabe enxergar as oportunidades com criatividade e inovação.

Cotia – Cidade-dormitório TOM COELHO

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aminhe pela Rua José Félix de Oliveira, intitulada “miolo da Granja”, pelo shopping inaugurado há pouco mais de dois anos ou por outros centros comerciais e invariavelmente você encontrará lojas fechadas e anúncios de “passe-se o ponto”. Com um pouco mais de atenção, observará também estabelecimentos que trocaram de nome, de dono ou de lugar, além de outros tantos com movimento reduzido. Em paralelo, os lançamentos imobiliários não cessam. São conjuntos de salas comerciais e centros de compras proliferando como se houvesse uma demanda reprimida que justificasse tais investimentos. Empreendimentos com preço superior a sete mil reais por metro quadrado acrescido de taxas e despesas condominiais. O empreendedor embarca num desafio com custo fixo e ponto de equilíbrio elevados, na expectativa de que logrará êxito. Ocorre que Cotia reproduz um quadro ilustrado por muitos outros municípios que cresceram no entorno de grandes centros, ofere-

Às 6h já há congestionamento na altura do Rodoanel e, após as 7h a velocidade média até São Paulo não é superior a 15 km/h” cendo infraestrutura de cidade grande com clima de cidade do interior. Assim, os moradores continuam atuando profissionalmente num raio médio de até trinta quilômetros de sua residência, transformando o municípiosede em uma espécie de cidade-dormitório. Prova disso é o trânsito na Rodovia Raposo Tavares. Às seis da manhã, já há congestionamento na altura do Rodoanel e, após as sete horas, a velocidade média até São Paulo não será superior a quinze quilômetros horários. Claro que o mesmo enredo se reprisará no final da tarde, no retorno à cidade. Esta constatação é um alerta e um desafio àqueles que decidem atuar no comércio

local, pois o desejado consumidor não tem o perfil esperado e não está disponível no número projetado pelas estatísticas. Parte do público adulto, de ambos os sexos, com veículo próprio, estará fora da cidade durante toda a semana, onde satisfará suas necessidades de compras. Enquanto isso, um grupo de trabalhadores oriundos de Carapicuíba, Caucaia e outras localidades próximas estarão em Cotia e é preciso conhecer as características e peculiaridades destes consumidores. É provável que no médio prazo a cidade se consolide como um polo na região, desenvolvendo um mercado próprio e sentindo menos os efeitos da migração diária de muitos moradores a São Paulo. Até lá, caberá a cada comerciante entender que a Granja Viana não representa todo o município, mapeando o perfil do público, monitorando sua concorrência direta e indireta e trabalhando o marketing para diferenciar seu produto ou serviço em busca da perenidade de seu negócio.

TEMPO FIM DE SEMANA: Na sexta, sol, alternando com pancadas de chuva e possíveis trovoadas. Noite com poucas nuvens. Já no sábado, tempo fechado e chuvoso, com possíveis trovoadas e no domingo, sol alternando com pancadas de chuva e trovoadas.

DOMINGO, 14/4

SEXTA-FEIRA, 12/4

18°

30°

16°

22°

SEGUNDA-FEIRA, 15/4

SÁBADO, 13/4

19°

SEMANA: O começo da semana será de sol com algumas nuvens e névoa ao amanhecer e noites com poucas nuvens. A partir de quinta-feira o tempo deve mudar com aumento de nuvens de manhã. Pancadas de chuva à tarde e à noite.

26°

14°

25°

Insatisfação com a desoneração MARCOS CINTRA

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uitas empresas vão à Justiça contra a troca dos 20% sobre a folha de pagamentos para o INSS por uma alíquota de 1% ou 2%, dependendo do setor, sobre o faturamento. A presidente Dilma vetou o direito das empresas optarem pela mudança. Essa obrigatoriedade fará com que muitas firmas recolham mais tributo. A desoneração da folha de salários como vem sendo feita prejudica empresas que têm elevado faturamento e poucos funcionários. São oneradas também aquelas que terceirizam parte expressiva da produção. O aumento do ônus tributário para muitas firmas e a manutenção dessa carga para outras indicam que a almejada elevação da competitividade será pífia e vai cessar em pouco tempo. Reduzir a carga de impostos sobre a folha de salários é necessário para elevar a competitivi-

dade da produção brasileira. Um funcionário custa para uma empresa no País mais de 100% de sua remuneração. Nenhuma economia ao redor do planeta concentra um peso dessa magnitude sobre a folha de pagamentos. O governo deve ser mais ousado se quiser elevar o poder de concorrência das empresas através da redução do absurdo ônus fiscal que elas carregam. A alternativa seria eliminar os 20% da contribuição previdenciária sobre a folha de pagamentos e em seu lugar cobrar uma contribuição de 0,63% sobre a movimentação financeira, como vem sendo proposto pela Confederação Nacional de Serviços (CNS) há anos. A medida, ignorada pelo governo e por alguns segmentos econômicos, foi analisada através de um estudo que utilizou dados das Contas Nacionais do IBGE e se baseou em cálculo matricial. O impacto da proposta da CNS se revelou expressivo em termos de redução de custos. O estudo avaliou 110 produtos e mostrou

que o peso do INSS patronal sobre seus preços varia de 8,9% a 15,4%. No caso da nova contribuição esse ônus seria reduzido para no mínimo 1,1% e no máximo 2,5%. O impacto da utilização do faturamento como alternativa para a desoneração da folha de salários é mais um quebra galho momentâneo que gera insatisfação em alguns setores e que não cria benefícios significativos para a economia como um todo. Ademais, cumpre dizer que com a medida o sistema continuará vulnerável à sonegação e com elevado custo burocrático para as empresas. O governo e algumas entidades podem continuar ignorando a proposta da CNS como fazem há algum tempo, mas em breve essa alternativa terá que ser debatida se o País decidir efetivamente tornar sua produção competitiva de modo duradouro. (*)Marcos Cintra é doutor em Economia pela Universidade Harvard (EUA), professor titular e vice-presidente da Fundação Getulio Vargas. mcintra@marcoscintra.org

(*) Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 países. Site: www.tomcoelho.com. E-mail: tomcoelho@tomcoelho.com.br Site: www.tomcoelho.com.br

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