Edição 859 - Folha de Alphaville

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folhadealphaville.com.br B2 | SEXTA-FEIRA, 24 DE ABRIL DE 2020

especial covid-19

| CENÁRIO | As vendas revelaram 530,11 mil novas cotas, 28,4% a mais se comparado aos dois primeiros meses de 2019

Consórcio apresenta números positivos no 1º bimestre do ano | CAPITAL |

GLÁUCIA ARBOLEYA

Em fevereiro vendas sobem 65,68%, aponta pesquisa

Dados se referem a janeiro e fevereiro

| MODALIDADE. Foram R$ 15,65 bilhões de créditos de financiamentos imobiliários

Ainda nos dois meses, a somatória dos créditos de financiamentos imobiliários e consórcios totalizou R$ 15,65 bilhões. A presença de R$ 2,13 bilhões, relativos à disponibilização das contemplações,

representou 13,6%. No ano passado, a comparação apontou 11,1%, 2,5 pontos percentuais inferiores. O volume atingiu R$ 11,22 bilhões, sendo R$ 1,25 bilhão relativos às liberações nas cotas contempladas.

GRAICHE JÚNIOR

fazem diferença, bem como o caráter de atuar em associação. A Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios (AABIC), por exemplo, criou um Comitê de Emergência para orientar suas associadas neste momento de crise. Essa forma de organização é fundamental para qualquer setor, uma vez que possibilita a discussão e criação de iniciativas estruturadas, o compartilhamento de experiências e interesses comuns, imprescindíveis tanto no dia a dia, quanto em momentos de crise, como o atual. A troca de conhecimento também foi benéfica para as parcerias com síndicos e conselheiros, onde foram tomadas decisões urgentes e necessárias, como cancelamento de assembleias, a gestão de uso dos espaços, a suspensão e o adiamento de obras e reformas nas unidades e áreas comuns, além de criação de regras emergenciais, intensificação da limpeza e melhor controle da portaria. E se a tecnologia tem ajudado o convívio durante o isolamento social de um modo geral, para a gestão e suporte da vida condominial ela tem um papel substancial. O uso das plataformas e ferramentas virtuais que as administradoras já vinham modernizando está sendo intensificado, auxiliando de forma crucial na comunicação entre moradores, funcionários, síndicos e prestadores de serviços, no esclarecimento e acompanhamento de dúvidas de condôminos, além de diversos serviços e processos automatizados, fundamentais aos condomínios.

| IMOBILIÁRIO |

| PRESTAÇÕES |

Itaú alonga prazos e dá carência de 6 meses

MOVING

Presidente da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC)

Episódios de crise pelo mundo acontecem com relativa frequência, mas nem sempre e nem todas as pessoas sentem seus impactos. Entretanto, a Covid-19, em evento raro como uma pandemia, pegou a maioria das pessoas de surpresa, confinando milhões do dia para a noite, afetando diretamente a rotina e exigindo respostas rápidas de enfrentamento de diversos segmentos da economia e da sociedade. No dia a dia das administradoras de condomínios, as empresas têm agido rapidamente e num contexto incomum, pois quase diariamente as autoridades públicas e de saúde alternam pronunciamentos e acumulam novas medidas, decretos e posicionamentos para o combate à doença, enquanto determinações anunciadas anteriormente ainda estão sendo implementadas e adequadas aos negócios e aos condomínios. Em questão de poucos dias, medidas mais rigorosas foram sendo tomadas acompanhando os avanços mais críticos da pandemia. As administradoras de condomínios tiveram de se lançar em novas tarefas, como a elaboração de circulares, cartilhas e orientações sobre os cuidados na prevenção, enquanto elas próprias ajustavam-se ao distanciamento social, readequando suas rotinas e atividades, resguardando funcionários do grupo de risco e fornecendo condições e equipamentos para o trabalho da maioria em home office. Para que tudo continue funcionando, a bagagem de mercado, a experiência prática e a modernização das administradoras

413 mil acumuladas no mesmo bimestre do ano passado. Já o total acumulado referente a contratos comercializados foi de R$ 23,93 bilhões, 41,4% mais que os R$ 16,92 bilhões no mesmo período, do ano anterior.

Investir no setor é alternativa segura, diz diretor da Lello

JOSÉ ROBERTO

Crise testa competências e exige agilidade das administradoras

Setor O setor de consórcios cresceu neste período, anotando altas superiores às projeções realizadas em 2019. As vendas revelaram 530,11 mil novas cotas, ou seja, 28,4% acima das

A Pesquisa CRECISP relativa ao mês de fevereiro mostrou que a venda de imóveis usados cresceu 65,68% na cidade de São Paulo, quando comparada aos resultados de janeiro. O resultado é fruto do levantamento feito com 270 imobiliárias da Capital e mostra uma boa reação do mercado em relação aos números apresentados em janeiro. No primeiro mês de 2020, os negócios encolheram 40,30% ante dezembro de 2019. Os compradores deram preferência aos apartamentos (65,74%) do que às casas (34,26%) e os vendedores mantiveram os mesmos preços médios que já vinham praticando para o m² dos imóveis. Houve um equilíbrio nas formas de pagamento dos imóveis residenciais vendidos na Capital nesse período: 49,08% das vendas foram feitas com financiamentos bancários e 44,44% foram efetivadas à vista. Os proprietários financiaram diretamente 6,48% das negociações. Metade das casas e apartamentos consultada pelas imobiliárias custaram por volta de R$ 400 mil.

| APLICAÇÕES. Orientação é contar com ajuda de profissionais para bons rendimentos

A compra de imóveis como investimento voltou a ser uma alternativa interessante em tempos de pandemia de coronavírus, de acordo com a avaliação de Igor Freire, diretor de Vendas da Lello, imobiliária e administradora paulistana com 20 lojas na cidade de São Paulo, ABC, interior e litoral do Estado. Segundo ele, os juros básicos da economia brasileira estão no menor patamar da história e, com isso, os rendimentos das aplicações de renda fixa estão muito baixos. Além disso, a Bolsa de Valores despencou e tem apresentado muita instabilidade, com riscos consequentemente maiores. Freire observa que a aposta no mercado imobiliário hoje representa maior segurança, com perspectiva de bons rendimentos no médio e longo prazo com a valorização futura dos imóveis adquiridos. “Tradicionalmente o imóvel sempre foi um ‘porto seguro’ para quem investe. Hoje, mais do que nunca, é uma alternativa muto interessante. O investidor pode conseguir um bom desconto na compra, tanto em relação a unidades na planta quanto aos imóveis usados, e depois vendê-lo mais à frente por um valor expressivamente maior”, afirma o diretor. Ele alerta que, para obter êxito no mercado imobiliário, assim como em qualquer outro, é preciso saber como fazê-lo e, de preferência, contar com o auxílio de consultoria técnica.

DIVULGAÇÃO

Um, entre cada cinco imóveis vendidos em janeiro e fevereiro deste ano, foi através de consórcio, segundo dados levantados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (ABECIP) e pela assessoria econômica da ABAC (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios). A modalidade caiu no gosto dos brasileiros que sonham com a casa própria. Mesmo diante do cenário atual, provocado pelo coronavírus, o setor apresentou números positivos nos primeiros meses de 2020. “No período, somente os créditos disponibilizados nas contemplações, potencialmente injetados no mercado imobiliário, possibilitaram aquisição de 14,47 mil propriedades, 21,3%, correspondentes a um em cada cinco imóveis. No ano passado, a presença era de 20,7%, com 77,88 mil consorciados contemplados sobre o total de 375,84 mil unidades financiadas”, informou a Abecip.

PATTANAPHONG KHAUNKAEW

redacao@folhadealphaville.com.br

| CONTRATO. Não haverá alteração da taxa de juros

O Itaú Unibanco vai ampliar para até 120 dias a carência nas prestações de contratos de crédito de pessoas físicas e para até 180 dias no caso de pequenas e médias empresas. Os prazos de pagamento poderão ser alongados para seis anos ou cinco anos, respectivamente, sem alteração da taxa de juros. As medidas fazem parte de um plano anunciado pelo banco. A instituição também irá ofertar crédito novo para cerca de 8 milhões de pessoas físicas e companhias com faturamento anual inferior a R$ 30 milhões, dependendo do risco dos tomadores. Serão priorizadas linhas com garantia em ativos reais (como imóveis e veículos) e recebíveis, além do consignado. Com as iniciativas, o banco reforça sua estratégia contra a crise do coronavírus. “O que pensamos foi como estruturar condições que permitam aos clientes, daqui a alguns meses, fazer pagamentos de forma sustentável”, afirma André Rodrigues, diretor-executivo responsável pelo banco de varejo do Itaú. “Não adianta só empurrar o problema para a frente”, disse. Medidas As medidas têm alcance para um contingente de aproximadamente 20 milhões de

clientes e uma carteira de R$ 140 bilhões. É preciso estar adimplente para ter acesso às novas condições, mas o banco também renegociará dívidas de quem estiver em atraso. O Itaú já havia aderido à prorrogação por 60 dias, adotada pela Febraban em meados de março. No segmento de pessoas físicas, a prorrogação vale para empréstimo pessoal, cheque especial, crédito imobiliário, cartões de crédito e financiamento de veículos. As empresas poderão alongar e obter carência em capital de giro, parcelar o cheque especial e conta garantida. Os clientes foram agrupados conforme o setor econômico a que estão ligados e a situação de seus pagamentos. Entre as pessoas físicas, a classificação do menor para o maior risco vai de aposentados e pensionistas do INSS - que têm renda assegurada - até clientes que já tinham contratos com atrasos longos. Conforme a escala, as soluções vão da oferta de crédito novo ao reperfilamento de dívidas. No caso de empresas, as medidas foram elaboradas com base no grau de exposição à crise. Cerca de 230 mil companhias, em princípio, poderão obter acesso a empréstimos adicionais.


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