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Teleana juventude

Teleana Semedo

22 anos, natural Cabo Verde Estudante de Medicina, em Coimbra

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Nos seus tempos livres adora caminhar, ver filmes, ouvir música.

No seu dia-a-dia o que a motiva a seguir é a sua vontade de fazer sempre mais e melhor, principalmente na ajuda ao outro.

Está em Portugal desde 2019.

Como te sentes ao estares num país longe da tua origem? Sem a tua família? Sem os teus costumes?

Não tem sido difícil. No início, foi complicado, por ser tudo novo, pessoas novas, lugares novas, aquela adaptação inicial, mas depois sabendo que se está longe, e que estamos ali por um grande motivo acabamos por nos habituar à ideia. Claro que nos momentos mais especiais, o desejo de estar em casa aumenta e o coração fica mais apertado, mas são coisas que vou conseguindo gerir. Além disso, procuro estar em contato com a minha família sempre que possível. No fundo tento estar perto, mesmo estando longe, trata-se apenas da distância.

A Fé ajudou-te a aproveitar e a superar momentos aquando da tua vinda para Portugal?

Sim, penso que sim, porque a cada dia, principalmente ao final do dia, ou antes de sair de casa, estou sempre a fazer pequenas orações. Sinto que Ele está comigo a cada passo que dou e, muitas vezes, quando penso que algo não corre tão bem depois vejo que afinal não correu assim tão mal e que efetivamente Ele está sempre comigo em qualquer ocasião e não me deixa perdida.

Além disso, vejo que em coisas simples Ele está na minha vida, por isso em momento algum eu contesto o Seu companheirismo. Eu acredito N’Ele, no amor que nos transmite e que nos impele a transmitir aos outros. Acima de tudo, Deus é amor e ensinounos a amar os outros.

Eu procuro fazer isso e levar isso para a vida! Quando cheguei aqui fiquei muito feliz por ter uma igreja perto de casa, onde poderia ir à Eucaristia.

(risos) Uma coisa curiosa que eu notei é que aqui tinha mais pessoas idosas na igreja e poucos jovens. Fiquei um pouco triste. Em Cabo Verde, quando vais à Igreja vemos muitos jovens e crianças, muito ativas e dinâmicas, a Eucaristia é viva!

E eu fiquei a pensar: Porque é que não se vêem jovens na Igreja? Seria muito gratificante ver os jovens a acreditarem neste amor de Deus e no caminho de felicidade que Ele sonha para cada um de nós.

Achas que os jovens de hoje estão “adormecidos” ou simplesmente já não O vêem como o grande amor?

Eu penso que estejam “adormecidos”, porque é algo que se procurarmos dentro do nosso coração, nós sabemos que existe, só que agora as pessoas acabam por se distrair com outras coisas. Por exemplo, se estou a estudar só me preocupo com isso. No fundo acabamos por não parar para pensar e refletir e apercebemo-nos que não damos importância ao nosso interior, que também é muito importante.

Achas que consegues transmitir Esperança aos jovens, para que saiam da sua zona de conforto com fé?

Sempre que falo com pessoas que me permitem essa abertura, eu procuro transmitir a esperança às pessoas, a Fé para eles. Eu procuro fazer isto sempre que posso. •