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A juventude fala (entrevista

à conversa com a juventude

Ana

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O movimento da alegria de Jesus

Ana Mendes, 23 Anos, Natural de Lisboa Estudou Comunicação e, neste momento, é gestora de marketing e comunicação na associação Casa das Cores. É uma pessoa alegre, comunicativa, encara a vida com um sorriso na cara e sempre com positividade nas coisas que se envolve. Gosta muito de estar rodeada de amigos, e constantemente ocupada, está sempre disponível para aceitar um desafio, seja na paróquia, em casa e no encontro com o próximo. Adora o movimento da alegria e tentar sempre chegar ao “vizinho”.

O que é para ti viver a Quaresma e sentir a Festa da Ressurreição?

Para mim viver a Quaresma tem sido um período de crescimento de como é que eu posso vivê-la. À medida que me fui envolvendo na paróquia (catequese, grupo de jovens), fui crescendo com pessoas que estavam à procura do mesmo que eu. Há uns tempos, era apenas mais uma época da religião cristã, hoje e cada vez mais faz sentido estes 40 dias antes da Páscoa, o momento mais alto de todo o ano! É o tempo que Deus me dá para eu pensar como posso ser melhor para mim, ser melhor cristã, para a minha comunidade, para o mundo e como isso se reflete também no caminho que Jesus fez nos 40 dias até à Páscoa. A Quaresma cada vez mais é verdadeira, porque sinto que ano a ano, melhoro algo em mim. Sendo a Quaresma um caminho de crescimento, a festa da Páscoa é o celebrar dessa aprendizagem, tal como é o festejo da ressurreição de Cristo, e que Ele está vivo. É tudo o melhor que Ele nos pode dar, celebrar a vida, a salvação, que tu és sempre perdoado, se estiveres disposto a “voltar a nascer”. A Páscoa é como uma nova oportunidade de começar algo novo em mim.

A festa da Páscoa faz-te rejuvenescer?

Sim, agora digo sim com certeza, há uns anos diria que era apenas mais uma época festiva de igreja católica. Atualmente torna-se cada vez mais como um momento de “festa interior”, mais vivida! Sinto verdadeiramente essa oportunidade de estar mais alegre, mais feliz, porque alguma coisa de bom aconteceu.

Os jovens de hoje sentem-se um pouco perdidos neste tempo de Quaresma/Páscoa?

Acho que, cada vez mais nos é dada a oportunidade de estar realmente conectados com a Páscoa, porque muitas vezes a festa da Páscoa chega até aos locais onde estão os jovens, quer pelos eventos nas paróquias, nas redes sociais. Há aqui uma vontade da própria igreja de estar mais próximas dos sítios onde estão os jovens e em simultâneo termos acesso a tanta informação e a vida para os jovens ser tão volátil, faz com que queiram viver as coisas muito rapidamente e pode não haver consciência que existem 40 dias para pensar, refletir, entender que há um caminho até à “maior” festa! Os jovens vivem muito no imediatismo e custa muito parar para pensar no que é realmente importante! Eu tentei ir à procura do contrário, e a Quaresma e a Páscoa têm me permitido parar para refletir. Tem de haver sempre disponibilidade para o jovem se entregar, mas não é desculpa porque Jesus está em todo lado, mesmo nas coisas mais simples da vida!

Pescar e atrair os jovens apagados e perdidos é difícil?

Eu acho que hoje em dia podem é haver muitas distrações para os jovens e muito rapidamente ocupas o teu quotidiano com atividades, trabalho, saídas, faculdade… e muito rapidamente esgotas as horas que tinhas tempo para te dedicar a algo na paróquia, para estar envolvido num grupo, ou simplesmente para ir à igreja e estar um pouco com Deus. Tens de ter a capacidade de escolher ir conhecer e explorar a comunidade, porque se não existir, com o tempo a igreja deixa de ser uma opção. Não é por falta de espaço, para colher essa sementeira, mas sim saber selecionar o que é mais importante na vida e ter espaço para se dar. É através da nossa própria capacidade/abertura de chamar os outros a vir connosco, é o que eu considero esta troca da semente, de plantares algo no outro.

Achas que há esperança para os jovens que têm a sua chama não tão acesa?

Acho que atualmente através das redes sociais, podemos levar a igreja às pessoas que não podem estar e o que mais me deixa feliz é ver que as pessoas que viviam naquela paróquia ou que alguma vez fizeram parte, a recordar o local onde iam à eucaristia, se reuniam com os grupos. Eu acredito que haverá sempre a esperança de ir buscar quem está perdido, ou está mais longe e não pode, através de todos os meios que nos são dados para chegar aos outros! Por isso sim, haverá sempre essa Esperança no coração daqueles que tentam chegar a esses. •