Focos em ação (grupos

“O meu objetivo para esta missão era entregar-me completamente ao outro e aproximar-me de Deus e da minha santidade. Sendo foco de esperança, procurei aproximar-me do doente desamparado e trazer-lhe alguma compaixão e alento. Trazer Cristo comigo a cada gesto ou sorriso. Foi fácil empatizar, foi fácil fazer aquele extra por aquelas pessoas, mas foi muito difícil aceitar que pouco poderia fazer para alterar aquela realidade. Na Guiné o mundo é outro! Onde não há nada, há pobreza, há miséria e até julguei por vezes não haver Cristo. Mas Ele esteve e está lá. Inclusive através de mim. Não é justo escrever sobre esta experiência porque por muitas palavras que utilize será sempre limitador. O que posso dizer é que quando vivemos para Ele tudo tem outro significado e dimensão. Apesar disso, e, apesar de todas as expectativas, aprendi que o mais difícil para mim e aquilo que me afastou naquela Missão da santidade, são as coisas pequenas que também me escapam ou distanciam no dia a dia. Achei que sairá de mim, que me tornaria melhor, e, de facto, isso aconteceu! Mas continuei, mesmo lá, a reconhecer-me egoísta, humana e pequena. Acho incrível e importante que hajam projectos e pessoas que se dediquem à humanidade e a projectos internacionais. Mas do ponto de vista pessoal percebi que não é preciso sair em missão para me aproximar d’Ele e da minha santidade. Talvez olhar para dentro e refletir nos meus defeitos seja ainda mais importante! De qualquer forma, posso dizer que esta foi a experiência mais dolorosa e maravilhosa da minha vida! Não sei qual será o meu caminho de futuro, mas sei que a minha Missão começa agora!”. •

Célia Araujo