Política de Águas e Educação Ambiental

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Política de Águas e Educação Ambiental: processos dialógicos e formativos em planejamento e gestão de recursos hídricos

“pensar a complexidade” e ‘o que’ e ‘como’ fazer para avançarmos mais e mais na busca de novos paradigmas. Mas o grande salto começou a ocorrer efetivamente quando, no México, em 2006, durante o Fórum Mundial da Água, numa “charla” com Enrique Leff, articulada por Ramón Vargas e Nidia Piñeyro, trocamos ideias sobre compor o sonho de um núcleo ou centro de saberes. Logo em seguida, no 5º Congresso Iberoamericano de Educação Ambiental, em Joinville (SC), reunidos com paraguaios e argentinos e mais Marcos Sorrentino, combinamos “nos encontrar latinoamericanamente e tratar da utopia”. Programa-se, então, em Foz do Iguaçu, na tríplice fronteira onde se abraçam os rios Iguaçu e as Cataratas - maravilha-da-natureza e voluptuoso Rio Paraná, o marcante encontro de 200 pessoas, com destaque para 78 experts em Educação Ambiental da América Latina. Durante dois embriagantes dias do mês de junho de 2006 concebemos a ousadia do Centro De Saberes e Cuidados Socioambeintais da Bacia do Prata. Nasce o centro e já no evento anual do Programa Cultivando Água Boa, em novembro de 2006, na presença de mais de 4.300 participantes, uma vez firmado o Acordo de Cooperação Técnica, Científica e Financeira entre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Itaipu Binacional e Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI), com a presença do Comitê Intergovernamental Coordenador dos Países da Bacia do Prata (CIC), é solenemente lançado o Centro. Desde o nascedouro do Centro emergiram e estão no seu DNA, entre outros: t os diferentes olhares da América Latina e sua interculturalidade; t o significado e contribuições da latinidade na mudança civilizatória em processo; t o desejo de cooperação, de solidariedade e de sustentabilidade; t a fertilidade de contar com espaço de debates, de abertura aos saberes, de amplificação de outras vozes, contextualizado na complexidade, diversidade, “outridade”; t a ruptura da lógica da separatividade e a importância de cerzir redes da interdisciplinaridade, transdisciplinaridade e transversalidade; t o repensar a economia, a política, e promover a racionalidade ambiental e social, a ecologia política e a economia ecológica e a ética do cuidado; t o refundar a cultura, inclusive no novo modo de ser/sentir, viver, produzir e consumir; t o formar formadores e a formação continuada, envolvendo diferentes segmentos da sociedade, para transformar cultural e socialmente no emergir de sujeitos coletivos, de protagonistas, de elevar a valor de pertencimento; t o questionar dos processos colonizadores, depredadores, de mercantilização da natureza; t o denunciar e o romper com a estandardização, quer cultural, quer alimentar; t o apreender a pensar em latino-americano; t o reconhecer as cosmologias, saberes, práticas dos nossos povos originários e a expressividade dos movimentos sociais e populares ;


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